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Flora – Flamboyant

Flamboyant (Delonix regia)

A árvore foi descoberta na ilha de Madagascar por um botânico francês em 1824. Antes de receber a atual nomenclatura científica de Delonix regia, havia sido classificada como Poinciana regia. As primeiras mudas foram trazidas para cá no início do século 19, na época de D. João VI, e se adaptaram bem ao clima e solo brasileiros. Hoje ela é mais comum na região Sudeste, e muito utilizada em projetos paisagísticos. O flamboyant é considerado uma das árvores mais belas do mundo, devido ao colorido intenso de suas flores. A árvore é símbolo de Porto Rico, mesmo não sendo originária do local. Frondosa, ela chama atenção devido ao formato e também tamanho pois sua copa impressiona por parecer um guarda-chuva robusto. Por sua beleza, não à toa é muito utilizada no paisagismo. Mas antes de plantar essa árvore é preciso ficar atento ao tamanho do espaço. O flamboyant necessita de áreas grandes, pois assim como os galhos se alongam as raízes seguem o mesmo fluxo. Por isso não é indicado plantar essa espécie em calçadas estreitas e áreas pequenas.

Flamboyant (Delonix regia)

FLAMBOYANT (Delonix regia)

Ocorrência – em todo o território brasileiro

Outros nomes – flamboiã, flamboaiã, acácia-rubra, árvore-flamejante, flamboiant, flor-do-paraíso, pau-rosa ou flor-do-matrimônio

Características – árvore da família das leguminosas (Fabaceae). É nativa da ilha de Madagascar e também das ilhas do Oceano Índico, tendo-se espalhado pela zona tropical da África continental, sendo posteriormente, por sua beleza, levada a outros continentes, como a Europa e as Américas. Por sua beleza, é uma das plantas mais usadas com fins ornamentais em regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo. Adaptou-se muito bem em toda a América tropical, sendo muito popularizada nas ilhas do Caribe. Seu crescimento é bastante rápido, chegando a 1,5 m por ano até a idade adulta em regiões de clima quente. Dependendo da região onde é plantado, o flamboyant pode apresentar-se como árvore decídua ou semi-decídua. Ela perde toda sua folhagem em locais com estações bem marcadas e inverno preferencialmente seco. Em regiões de alta umidade ou onde não há muita diferença entre o inverno e o verão ela geralmente é semi-decídua. Sua altura média varia de 7 a 12 m. A copa é muito ampla (oblonga), em forma de guarda-chuva, e pode ser mais larga do que a própria altura da árvore. As folhas são bipinadas (recompostas) formadas por 10 a 15 pares de folíolos, cada um dos quais contém 12 a 20 pares de folíolos oblongos e sésseis. Suas folhas são caducifólias, medem em média 30 a 60 cm de comprimento, são pecioladas (haste) e revestidas por pelos finos e curtos, recompostas com folíolos pequenos medindo de 1 a 1,5 cm de comprimento e caducos (decíduos).

Folha
Flor

As inflorescências são majestosas, em rácemos, surgem quando a árvore perde as folhas e são compostas por flores grandes, vermelhas ou alaranjadas. Cada flor apresenta cálice com 5 sépalas e corola de 5 pétalas, com longos estames, sendo uma delas maior, com face superior rajada de vermelho ou alaranjando sobre um fundo branco com bordas avermelhadas. Ocorre ainda uma variedade de flamboyant chamada “Flavida”, que possui as flores completamente amarelas. A época de floração é de outubro a dezembro. Os frutos são do tipo vagem, planos, lenhosos e grandes, com comprimento variando de 30 a 45 cm e ficam marrons quando maduros. A floração ocorre na primavera e verão. Os frutos são do tipo vagem, conhecidos também como legume, planos, lineares a oblongos, lenhosos e grandes, com cerca de 45 cm de comprimento, com coloração verde quando novos passando a marrom quando maduros. As vagens compridas e rígidas ficam penduradas nos galhos das árvores por mais de seis meses. Após a maturação, as vagens se abrem e lançam as sementes a curtas distâncias. São em torno de 32 sementes por fruto, medindo 1,8 a 1,9 cm e comprimento por 0.5 cm de espessura. A semente é dura, alongada, com coloração castanho-clara rajada. As raízes do flamboyant são bastante agressivas, com parte delas acima da superfície, tornando-a imprópria para a arborização de calçadas, ruas ou próximo à tubulações de água, esgoto, paredes e até mesmo fiação elétrica.

Falmboyant amarelo – variedade Flavida
Floração alaranjada
Casca

Habitat – locais bem iluminados e solo com boa drenagem, rico em matéria orgânica. Não tolera temperaturas abaixo de 7 a 8°C. A espécie prospera sob ampla exposição ao sol, assemelhando-se muito ao seu habitat nativo, que é banhado pelo sol. Pode suportar um pouco de sombra, mas certifique-se de que receba uma quantidade generosa de luz solar diária para um crescimento ideal. É nativa de áreas tropicais e prefere temperaturas que normalmente variam de 20 a 38℃. Durante o inverno, quando as temperaturas podem cair, é melhor plantá-la em locais mais protegidos de qualquer corrente de ar frio. É uma planta que gosta muito de calor, e qualquer temperatura fria pode prejudicá-la.

Raizes
Frutos vagens verdes
Frutos vagens maduros ainda nos galhos

Propagação – estacas semilenhosas ou sementes. As sementes de flamboyant apresentam dificuldade para germinar em função da dormência física, imposta pela impermeabilidade do tegumento à água (dormência tegumentar). A quebra de dormência pode ser feita pela imersão das sementes em água à 80°C por 5 a 10 minutos. A escarificação mecânica através de corte ou lixa, também é possível, mas pode causar danos ao embrião se não for realizada com cuidado, além de ser mais trabalhosa. É preciso lixar as laterais da semente alguns milímetros com uma lixa número 150 encontrada em lojas de material para construção. Jamais lixe as pontas. Após o lixamento deixe as sementes na água limpa por 24 horas e as sementes dobrarão de tamanho. O substrato para a germinação e produção de mudas, pode ser um composto formulado por duas partes de solo, para uma de húmus. Semeadas, regue-as todos os dias sem encharcar até germinarem. A germinação ocorre em cerca de duas semanas após a semeadura.

O fruto aberto com as sementes
Sementes
Madeira corte transversal

Madeira – de baixa densidade básica, pode ser utilizada em construções leves, no fabrico de canoas, objetos decorativos, brinquedos e esculturas.

Utilidade – sua beleza se destaca quando plantada isolada ou em pequenos grupos em áreas extensas, como parques, praças e jardins extensos de residências, áreas industriais e sítios. O seu sistema radicular é superficial e de crescimento bastante agressivo, por esse motivo, não se recomenda o seu cultivo em áreas próximas de calçadas, tubulações de água e esgoto ou de fiação elétrica. Outra limitação da espécie nos espaços urbanos, por ser uma madeira de baixa densidade, é o fato de produzir galhos frágeis que se quebram com o vento, além das vagens lenhosas que se desprendem da planta, podendo comprometer seu uso em locais como estacionamentos ou de intensa circulação de pedestres. Além disso, o formato amplo da copa também dificulta o plantio da espécie próximo a muros, casas ou prédios. Estando, portanto, limitado seu plantio à espaços abertos, que por outro lado, permite contemplar toda beleza desta planta magnifica planta. Como é tolerante a salinidade do solo pode ser utilizada no litoral também. No Brasil, é usada na arborização de ruas e praças, muitas vezes de forma errônea. A flores são melíferas e atraem beija-flores. A planta também é gomífera, produzindo uma mucilagem espessa, solúvel em água de coloração amarela ou vermelha. As sementes contém goma, que após purificação, pode ser empregada na indústria têxtil e de alimentos. As sementes são utilizadas por artesãos para a confecção de biojóias. Estudos farmacológicos indicam que o flamboyant possui potencial medicinal, uma vez que a análise dos extratos obtidos das folhas e das cascas da planta, apresentaram atividades antiinflamatória, hipoglicemiante, antioxidante, antimicrobiana e citotóxica.

Galhada da copa
Floração

Florescimento – primavera-verão. Demora cerca de 8 anos para que aconteça a primeira florada.

Frutificação – janeiro a março

Dicas de cultivo – A melhor época para plantar o flamboyant é do início à metade da primavera, pois a planta pode estabelecer raízes e desenvolver uma nova folhagem muito melhor nessa estação. Nesse período de transição do clima frio para o mais quente é exatamente o que o flamboyant precisa para um crescimento ideal, pois estimula o estabelecimento e o crescimento mais rápido das raízes, contribuindo para uma planta mais saudável e resistente. Utilize mudas, de acordo com a finalidade, com altura variando de 0,60 a 1,80 m. Em jardins residenciais, áreas normalmente protegidas do público, pode ser utilizada muda com menor altura e dispensar-se o gradil de proteção, caso não tenha animais na área. Mudas com alturas maiores são mais indicadas para arborização urbana e sempre utilizando proteção (gradil). Em todos os casos é importante tutorar a muda. Escolha um local ensolarado, onde a flamboyant possa se aquecer em pleno sol. Lembre-se de ser sempre gentil ao manusear seu delicado sistema radicular durante a retirada da muda do recipiente e transferi-la para a cova no solo.

Mudas
Árvore adulta

É melhor usar um solo com boa drenagem e enriquecido com matéria orgânica para flamboyant. O plantio das mudas é realizado em covas com dimensões aproximadas de 40x40x40 cm. Prepare o solo misturando um pouco de adubo ou esterco bem curtido como fertilizante de base para apoiar o crescimento saudável. No plantio recomenda-se usar 15 litros de esterco de curral ou de composto orgânico; ou 5 litros de esterco de galinha já curtido, mais 150 g de superfosfato misturados na terra retirada dos primeiros 20 cm da cova. Essa mistura deverá ir para o fundo da cova. Se preferir usar adubo mineral utilize NPK 10-10-10, cerca de 200 g por cova. Um ano após o plantio, aplique 4 vezes por ano NPK 4-14-8, começando com 100 g e aumentando conforme crescimento da planta. Aplique o adubo sempre ao redor do caule, nunca junto a ele. Aprecia água, mas não solo encharcado, por isso regue 2 vezes por semana, no caso de ausência de chuva. Poda não necessária, apenas de formação, retirando brotos laterais e mal formados. A espécie não requer grande número de tratos culturais para sua manutenção. A espécie suporta bem podas drásticas, efetuadas quando se deseja manter a planta com porte menor.

Ameaças – está ameaçada de extinção no estado selvagem no seu local de origem, sendo considerada rara em seu habitat natural, que tem sido devastado pelo avanço descontrolado da fronteira agrícola e o corte das plantas para produção de lenha e carvão.

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