O manguezal é um ecossistema litorâneo que ocorre na transição entre a terra firme e o mar, sendo um patrimônio nacional e protegido por lei. Formam-se principalmente em estuários, baías e reentrâncias. É considerado uma área de preservação permanente com diversas e importantes funções como amenizar temperaturas, melhorando o controle climático, ajuda na redução dos níveis de gás de efeito estufa, contribui com a melhoria da qualidade do ar e é o n manguezal que peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução, berçário, criadouro e abrigo para várias espécies de fauna aquática e terrestre, de valor ecológico e econômico.
Os mangues produzem mais de 95% do alimento que o homem captura do mar. O bioma é importante para a manutenção da biodiversidade, além de proteger as planícies costeiras da erosão e da ampliação das áreas alagadas. É um ecossistema que oferece muitos serviços ambientais
Apresenta grande valor econômico e cultural para as populações que vivem próximo a esse ecossistema, sendo importante fonte de alimentos e matérias-primas. A vegetação do manguezal possui adaptações fisiológicas para suportar os elevados teores de salinidade do solo e da água que são constantes em algumas áreas desse ecossistema (terrenos alagados). São três as principais espécies de mangue: vermelho, preto e branco. Hoje vamos falar do mangue branco.
MANGUE BRANCO (Laguncularia racemosa)
Ocorrência – litoral brasileiro, do Amapá a Santa Catarina
Outros nomes – tinteira, mangue manso, mangue verdadeiro, mangue de cortume
Características – árvore pioneira, nativa, ereta, da família Combretaceae, com raízes adventícias, podendo atingir 15 m de altura. Folha, oblonga ou elíptica, opostas, com pecíolo vermelho, com dois pontinhos na parte superior, que na verdade são glândulas vestigiais, uma em cada pecíolo junto à folha. Esta característica proporciona a fácil identificação em campo. Flores pentâmeras, pequenas de coloração branca esverdeadas. Os frutos são drupas vermelho-marrom, e as sementes ou propágulos são viáveis somente por 30 dias. A dispersão das sementes é por autocoria, dispersão realizada pela própria planta que se abre espontaneamente, liberando suas sementes para longe. Caule lenhoso, muito ramificado, áspero e fissurado de coloração pardo-avermelhado-claro.
Apresenta raízes escoras (responsáveis pela sustentação sobre o sedimento), altas e arqueadas originando-se de troncos e ramos e também desenvolve pneumatóforos (raízes respiratórias que afloram do sedimento) para oxigenar os tecidos no solo alagado. Apresentam lenticelas, que também permitem a troca de gases entre a planta e o meio externo. Estas estruturas são menores e mais grossas do que em Avicennia. Os mangues brancos localizam-se mais para o interior do manguezal, mais longe do mar, preferindo locais com influência maior das águas doces e na transição para a floresta de restinga. Porém, tolera altas taxas de salinidade, devido à presença de glândulas de secreção de sal nas suas folhas por onde libertam o excesso de sal. Atualmente, pensa-se que a queda de folhas é mais um meio de eliminação do excesso de sal.
Habitat – manguezais
Propagação – sementes, rebrotas e mudas
Madeira – coloração marron esverdeada escura, textura moderadamente fina, resistente a xilófagos
Utilidade – a madeira é utilizada para energia (lenha) e pequenas construções de pesca como cercos, além de empregada na fabricação de móveis e construção civil. A casca e folhas são usadas para se extrair o tanino e para fins medicinais. Suas raízes são utilizadas na fabricação de artesanato.
Florescimento – janeiro a março
Frutificação – fevereiro a abril
Cuidados – a legislação determina que o mangue é Área de Preservação Permanente. Os manguezais estão incluídos em diversas leis, decretos, resoluções. Os instrumentos legais impõem ordenações de uso e ações em áreas de manguezal.
Ameaças – destruição do habitat, pesca predatória, a captura de caranguejos durante a época de reprodução das espécies, ocupação desordenada do litoral, aterros e desmatamentos.