Árvore nativa, majestosa e emblemática da família das Fabaceaes, muito popular na arborização urbana, por sua copa ampla, que proporciona grande área de sombreamento, à grande beleza, imponência, por ter rápido desenvolvimento e se prestando muito bem para condução de crescimento e convivência com a fiação elétrica. Sua sombra e sua beleza paisagística são características altamente relevantes especialmente em dias muito quentes. Por todo esse potencial, é uma das árvores nativas com maior potencial para ornamentação urbana, fato que reside nas características estéticas da árvore, em seu rápido crescimento e grande resistência às pragas, doenças e poluição atmosférica e sua capacidade de se adaptar a diferentes condições climáticas, sendo amplamente cultivada em todas as regiões brasileiras.
Antigamente classificada como Caesalpinia peltophoroides, a sibipiruna passou por uma reclassificação em 2016, após análises filogenéticas e revisões taxonômicas, sendo agora reconhecida como Cenostigma pluviosum variedade peltophoroides. A espécie apresenta grande variação morfológica, o que resultou no reconhecimento de seis variedades. É uma planta pioneira que está fortemente associada à Mata Atlântica, desempenhando um papel crucial na recuperação de áreas degradadas como uma das primeiras espécies a repovoar tais ecossistemas contribuindo para a manutenção da biodiversidade da flora e fauna brasileira, visto que apresenta alta capacidade de atrair fauna, especialmente pássaros, abelhas melíferas e outros insetos, o que mostra claramente a sua importância ecológica. Esta interação é um exemplo claro de como a sibipiruna serve como um elo importante na cadeia ecológica, promovendo a diversidade de vida na região.
A florada da sibipiruna é um caso a parte, um dos seus atributos mais impressionantes. Suas flores de um vibrante “amarelo ouro” são dispostas em cachos que se abrem da metade de baixo e, posteriormente a metade de cima. Durante a estação de florescimento, a árvore produz grandes inflorescências em forma de panícula, que são agrupamentos de flores pequenas e coloridas. As flores são geralmente amarelas, com tons brilhantes que contrastam com o verde das folhas e atraem polinizadores como abelhas e borboletas. A floração é um espetáculo visual, que costuma ocorrer no final da primavera e no início do verão.
SIBIPIRUNA (Cenostigma pluviosum variedade peltophoroides)
Ocorrência – Rio de Janeiro, sul da Bahia, Minas Gerais, Pantanal Mato-grossense e região amazônica
Outros nomes – sibipira, coração de negro, sepipiruna, sebipira, faveira e catingueira-de-folha-miúda (na Bahia), mucitaíba e muirapixuna (na região Norte)
Características – árvore semidecídua que atinge 20 m de altura, com tronco de 30 a 40 cm de diâmetro, copa arredondada, muito vistosa, podendo chegar a 15 m de diâmetro. Costuma viver por mais de um século e é muito confundida com o pau-brasil e o pau-ferro, pela semelhança da folhagem. Folhas compostas bipinadas, de 20 a 25 cm de comprimento, com 17 a 19 pares de pinas. Folíolos em número de 13 a 27 por pina, com 10 a 12 mm de comprimento. Flores amarelas dispostas em cachos cônicos e eretos, melíferas, produzindo pólen e néctar. Os frutos são de cor bege-claro, achatados tipo vagens, medem cerca de até 12 cm de comprimento por 2,5 a 3,0 cm de largura, contendo de 01 a 05 sementes de coloração amarela-esverdeada. Quando maduras, as vagens rompem-se por torção em deiscência explosiva, arremessando as sementes. Estas são comprimidas, irregularmente circulares, transversas, ovato-obovadas ou orbiculares a subglobosas, com testa dura e muito rígida, clara, grossa ou sem albúmen, provida de um bico no hilo e marginada. Um Kg de sementes contém 2.850 unidades. A árvore pode viver mais de cem anos.
Habitat – Mata Atlântica, cerrado e amazônia
Propagação – sementes
Madeira – moderadamente pesada, dura, de média durabilidade natural. O cerne é distinto do alburno, devido à cor escura, sendo o alburno de cor clara
Utilidade – a madeira não tem grande importância comercial contudo, pode ser usada na construção civil, como caibros e ripas, para estrutura de móveis e caixotaria. A árvore é muito utilizada no paisagismo urbano em geral, sendo também indicada para projetos de reflorestamento pelo seu rápido crescimento e grande poder germinativo. Produz sombra considerável, reduzindo a radiação solar em 88,5%.
Florescimento – agosto a novembro
Frutificação – julho a setembro
Dicas de cultivo – Cultivar uma sibipiruna exige atenção a algumas etapas cruciais, desde o plantio das sementes até o desenvolvimento da muda. A espécie multiplica-se facilmente por sementes. Obtenha sementes de qualidade para aumentar as chances de germinação. Essas sementes devem ser semeadas em sementeira, com posterior repicagem para sacos de polietileno ou em tubetes de polipropileno de tamanho grande. A repicagem pode ser feita 60 dias após a semeadura. Germinação tem início 6 a 12 dias após a semeadura. Apesar de ser um tanto desuniforme, o poder germinativo atinge taxas razoáveis, algo em torno de 60%.
As mudas atingem porte adequado para plantio cerca de 6 meses após a germinação. A sibipiruna se adapta bem a diferentes tipos de solo, porém bem drenáveis. A muda deve ser plantada sob sol pleno com bastante espaço (a árvore é de grande porte), em cova bem preparada com terra, areia e composto orgânico em partes iguais, colocando um pouco de calcário no fundo e mexendo bem e irrigada regularmente no primeiro ano após o plantio evitando-se o encharcamento, fundamental para garantir a umidade necessária para enraizar e crescer.
Apesar de se adaptar a diferentes tipos de solo, é recomendável a adição de nutrientes enriquecendo o solo periodicamente, medida essencial para a saúde e boa formação da planta. Mesmo sendo uma espécie muito resistente, manter o solo bem drenado é uma forma de prevenir doenças fúngicas. Tome cuidado com a poda, geralmente anual, para que os galhos não cresçam em direção aos fios elétricos e demais lugares indesejados. É uma espécie longeva, se comparada a outras espécies pioneiras. Se bem cuidada e em ambiente propício pode chegar aos 100 anos.
Ameaças – desmatamento e urbanização desordenada