É a rainha da floresta amazônica, alcançando até 70 metros de altura e sapopemas (palavra indígena que define as raizes tabulares basais que se desenvolvem junto com o tronco das árvores, chegando a atingir dois metros acima do solo) com 8 m de altura, muitas vezes formando verdadeiros compartimentos, transformados em habitações pelos indígenas, caboclos e sertanejos. A paina que envolve as sementes e chamada de “kapok”, é utilizada na confecção de boias salva-vidas, enchimento de colchões e travesseiros e até como isolante térmico. As flores são perfumadas com pétalas esbranquiçadas ou róseas. A casca também é usada como aditivo para algumas versões da ayahuasca (chá preparado geralmente com a mistura de ervas amazônicas usado em rituais religiosos e terapêuticos). Nas lendas a sumaúma tem seu espírito invocado pelos xamãs nos rituais de cura. Os índios ticunas afirmam que a sumaúma acabou com a noite sem fim, dando origem ao dia, sendo o elemento essencial do mito na criação do mundo. É também considerada o telefone da floresta, suas sapopemas, ao serem batidas, ecoam avisando desse modo a presença de alguém ou um nascimento, morte ou casamento.
SUMAÚMA (Ceiba pentandra)
Ocorrência – toda bacia amazônica
Outros nomes – sumaúma da várzea, sumaumeira, árvore da seda, árvore da lã, paina lisa, sumaúma verdadeira, mafumeira
Características – árvore decídua de até 70 m de altura, é um dos gigantes da floresta. Tronco mais engrossado no terço inferior, casca acinzentada, lisa, apresentando raízes tabulares (sapopemas), com acúleos nos ramos novos e 80 a 160 cm de diâmetro. Folhas alternas, compostas, digitadas, com 5 a 7 folíolos membranosos, glabros na página superior e pálidos na inferior, oblongos a lanceolados, ápice agudo e acuminado, com pecíolo de 28 cm. Flores com pétalas brancas a rosadas, dispostas em inflorescências densas. Fruto cápsula fusiforme, lisa, 10 cm de comprimento, provido de pequenas sementes envoltas por pelos (painas). Um Kg de sementes contém aproximadamente 7.500 unidades.
Habitat – florestas inundadas
Propagação – sementes
Madeira – leve e macia, cor pardacenta, de baixa durabilidade.
Utilidade – madeira usada na confecção de jangadas, caixotaria, brinquedos e produção de celulose. Da paina que envolve as sementes, produz-se boias e coletes salva-vidas, além de servir como enchimento de colchões e travesseiros sendo ainda, extrai-se um óleo que, além de comestível, presta-se também para a produção de sabão.
Florescimento – agosto a setembro
Frutificação – outubro a novembro