Produto atende às normas da Anvisa e da União Europeia, evitando problemas com aditivos usados em cera para recobrimento de frutas não permitidos no exterior
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Instrumentação, com sede em São Carlos (SP), e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em uma parceria público-privada com a indústria QGP Tanquimica, desenvolveram uma nanoemulsão de cera de carnaúba, que estende a vida das frutas em prateleira.
A nanoemulsão forma um filme invisível sobre a fruta, reduzindo a perda de peso e é livre de álcool etoxilado, formaldeído (aditivos que causaram o bloqueio das mangas brasileiras na Espanha) e parafina.
A tecnologia que permite prolongar a vida das frutas tem impacto econômico, social e ambiental,
já que evita o desperdício dos alimentos.
Os pesquisadores afirmam que a tecnologia é muito barata. Um litro dá para recobrir uma tonelada de frutas! As partículas da nanoemulsão são menores que um vírus e formam uma película muito mais fina e translúcida que garante 15 dias de prateleira para as frutas, além de ganhos expressivos no rendimento dos sucos.
A nanoemulsão representa um avanço tecnológico nas ceras de recobrimento usadas para regular a troca de água e gases (oxigênio e dióxido de carbono) de frutas. A aplicação reduz a perda de peso da fruta durante o armazenamento e, em alguns casos, evita distúrbios fisiológicos pós-colheita, como danos por frio ou rachadura da casca, além de fornecer brilho para melhorar a aparência externa da fruta.
A comercialização no mercado nacional e internacional ficou com a Agrofresh, uma agtech com sede na Philadelfia (EUA), que já oferece várias soluções para prolongar a vida dos alimentos após a colheita. A empresa, no mercado brasileiro desde 2004, foi licenciada e autorizada a usar o selo de tecnologia Embrapa.
A Agrofresh decidiu investir na solução desenvolvida pela Embrapa após avaliar os resultados superiores da nanoemulsão na comparação com outras ceras de recobrimento, visando aumentar seu portfólio com tecnologias patenteadas e parcerias estratégicas.
Além de atender as normas da Anvisa, a nanoemulsão está de acordo
com o Anexo III do Regulamento Europeu (CE) nº 1333/2008,
que foi usado para barrar as frutas brasileiras em Algeciras
em junho, e com o Título 21 CFR da Food and
Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos
A cera, lançada globalmente neste ano, está sendo desenvolvida comercialmente nos 50 países em que a empresa atua, entre eles Espanha, Peru, Chile e EUA. No Brasil, a cera já é usada no pós-colheita de manga e limão.
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