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Arte – O futuro e a arte estão no agronegócio

Mostra "Countryside, the future", Museu Guggenheim de Nova York, trator na entrada

Exposição em museu de arte de Nova York mostra que futuro da vida está no campo

A Mostra “Countryside, the future” (Zona Rural, o futuro), que acontece no Museu Guggenheim de Nova York, apresenta a realidade e os desafios de quem vive no campo e produz soluções eficientes e inovadoras.

Desde fevereiro, quem passa em frente ao museu, repara num detalhe que chama a atenção: um trator estacionado diante do museu e ao lado dele uma estufa com tomates cultivados à luz de LED.

O agro tomou conta de um espaço privilegiado de Nova York!

Comprovando a importância do setor para o mundo contemporâneo, pela primeira vez em sua história, o museu que é famoso pelas exposições de arte contemporânea, exibe uma exposição sobre a vida rural.

São fotografias, instalações artísticas, painéis eletrônicos com projeções de imagens, equipamentos agrícolas e esculturas robóticas.

Os exemplos vêm dos Estados Unidos, Itália, Holanda, Rússia, China e Quênia, entre outros países. Percebe-se que não relatamos a presença de projetos brasileiros. Uma pena, visto que a inteligência rural brasileira é uma das mais avançadas no mundo.

A história do setor em grande parte não é contada. É desprezada em relação às conquistas do setor urbano. Por isso, vemos com bons olhos esta exposição numa das cidades mais densas e importantes do mundo.

Uma resposta a uma visão míope

O evento é um contraponto ao relatório “World urbanization prospects” (Perspectivas de urbanização mundial) da ONU publicado em 2014, quando se constatou que metade da humanidade já vivia em cidades, que apontava o “gerenciamento de áreas urbanas”, com foco na sustentabilidade, como um dos mais importantes desafios do século XXI. Ou seja, o documento negligenciou a outra metade da população, a que vive em condições rurais e também desenvolve soluções inovadoras.

A exposição é claramente uma tentativa de correção do documento da ONU, mas não aborda exclusivamente a produção agrícola. Além de exemplos de alta tecnologia empregados nos cultivos, destaca empreendimentos como a construção de vilarejos em áreas produtivas e a destinação de áreas para preservação dentro das propriedades rurais.

Mudanças na “paisagem”

Para os organizadores, a crescente urbanização não é um processo inevitável. Por isso, a mostra aponta as mudanças – até radicais – ocorridas em territórios rurais. Cabe lembrar que o espaço rural ainda representa 98% da superfície do planeta.

Qual o papel das zonas rurais no desenvolvimento?

Esta indagação provoca discussões sobre o que precisa ser feito para se preparar para o futuro.

Na exposição, que vai até agosto, os visitantes acompanham uma linha do tempo sobre a vida e a produção rural do século XX até a condição atual, complementada com uma projeção do futuro.

O que se vê de forma clara é que tecnologias como armazenamento de dados, engenharia genética, inteligência artificial, automação robótica, inovação econômica e consciência ambiental já fazem parte do cotidiano rural, contribuindo para redesenhar a dinâmica da vida rural, incrivelmente ágil e flexível, quebrando de vez a impressão de que se trata de um território onde as coisas acontecem devagar.

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