APICULTURA -  Como montar um apiário

Ilustração de cenas na propriedade rural sobre as boas práticas agropecuárias

O agronegócio sustentável é uma macrotendência global e já é uma realidade praticada em várias propriedades com diferentes culturas e atividades em todo o país

Pensar a sustentabilidade como conceito de preservação da vida no planeta é uma necessidade. Mas as experiências em prol do ambiente global têm trazido boas novidades para produtores. Diferente do que se pensa, uma atividade sustentável pode sim ser eficiente, produtiva e rentável!

E as mudanças de comportamento com relação a consumo e desenvolvimento das saúdes individual e coletiva só corroboram para que esta tendência se fortaleça e venha a predominar em breve.

Por isso, a RuraltecTV fez pequenos resumos de diversas boas práticas que vêm se consolidando no agro e que levarão a novas conquistas do setor.

Boas práticas – Lavoura

Rotação de culturas – Alternância de culturas na área agrícola. Aproveita a fertilidade do solo, melhora a drenagem, a diversidade biológica e o controle de pragas e doenças.
Fixação biológica de nitrogênio – Uso de microorganismos, como bactérias, que retiram nitrogênio da atmosfera e fixam nas raízes das plantas, fortalecendo os vegetais e melhorando a produtividade.
Controle biológico – Utilização de microorganismos, insetos ou aves ou outros agentes vivos que são inimigos naturais de pragas e doenças. Essa forma de controle não deixa resíduos no ambiente.

Controle biológico com joaninhas

Plantio direto – Plantio de sementes sem aração ou gradagem, sem o revolvimento do solo. Método de manejo em que a palha e os restos vegetais são deixados na superfície, formando uma camada morta protetora na superfície do solo. A técnica preserva o equilíbrio natural do solo.
Manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas – Alterna técnicas de controle biológico, controle químico e rotação de culturas, por meio de insetos, feromônios, adubação equilibrada etc. Diminui o uso de agrotóxicos.

Boas práticas – Pecuária

Bem-estar animal – Os animais devem ficar em locais com lotação adequada, limpos, com acesso à sombra ou climatizados. Devem ter acesso a àgua e serem bem alimentados. Programas de manejo sanitário, nutricional e reprodutivo adequados são fundamentais, sempre elaborados e acompanhados por profissionais habilitados.
Bebedouros para animais – Todos os piquetes devem contar com bebedouros, assim o gado não precisa ir até córregos e ribeirões para beber água, evitando a poluição dos cursos d’água. Esses bebedouros devem ser higienizados periodicamente e a qualidade da água monitorada.
Rastreabilidade – O rastreamento do gado é feito desde o nascimento até o abate. A rastreabilidade é uma ferramenta de segurança alimentar, que permite identificar a origem da carne e os processos na elaboração.

Rastreabilidade
Rastreabilidade

Recuperação e manejo de pastagens – Pastagens degradadas diminuem a produtividade e causam danos ambientais. Para produzir mais em uma mesma área, é preciso recuperar a fertilidade do solo e a qualidade do capim. O manejo da pastagem é importantíssimo para manter a qualidade da forragem.
Compostagem – Dejetos animais e resíduos vegetais podem ser utilizados para a produção de composto. O produto resultante é reutilizado na fazenda como fertilizante.

Boas práticas – Ambientais

Captação de água da chuva – Uso de sistema de calhas para captação e sistema de filtragem e armazenamento da água em casas, galpões, currais e outras instalações. Pode ser utilizada para irrigação e consumo de animais e dependendo do tratamento até para consumo humano.
Produção de energia renovável de baixo custo:

  • com bagaço de cana. A queima do bagaço, que antes era desperdiçado, pode gerar energia limpa, renovável e segura. A geração se destina a abastecer a própria usina e o excedente pode ser vendido.
  • com dejetos de animais. O uso de biodigestores é a solução sustentável para tratar os dejetos de animais. O resultado é o biogás e fertilizante para cultivos e pastagens.

Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) – Rotação de culturas, alternando lavoura e pecuária na mesma área. O sistema mantém o solo coberto, aproveita nutrientes, aumenta a matéria orgânica e favorece o combate de pragas. As árvores compensam as emissões de gases de efeito estufa, fazem sombra para o gado e podem ser usadas como cerca, lenha e dependendo do manejo, madeira para construções e móveis.

ILPF - Gado nelore em pastagem entre fileiras de eucaliptos

Reflorestamento – Recuperação de áreas degradadas com a vegetação nativa anterior ao desmatamento, preservando a biodiversidade da região.
Preservação e ampliação de áreas de preservação permanente – Atenção para as matas ciliares, áreas de nascentes e refúgios da fauna silvestre.
Manejo correto de embalagens de agrotóxico – As embalagens devem ser descartadas conforme recomendação do fabricante. O armazenamento não pode passar de um ano e deve ser em local arejado, coberto, protegido da chuva, com acesso controlado e longe de residências. Procurar sempre que possível, diminuir o uso desse tipo de produto.
Lixo zero – Redução da geração de lixo com ações de correta destinação de resíduos. O lixo é separado e mandado para coleta seletiva. O material orgânico é destinado para áreas da própria fazenda, podendo ser utilizado para compostagem ou vermicompostagem (compostagem com minhocas). O material gerado do processo de compostagem poderá ser utilizado como fertilizante para culturas agrícolas, jardins e pastagens na propriedade.

Vários destes sistemas e técnicas são aplicadas nas três áreas identificadas, mas separamos apenas por uma necessidade didática. O que importa é saber que muito tem sido feito para tornar o agronegócio uma atividade mais responsável ambientalmente e humanamente falando.

E você? O que você faz na sua propriedade que contribua para a construção de um mundo melhor?

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