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Controle de pragas – A importância de controlar o milho voluntário no combate à cigarrinha do milho

Lavoura de milho com espigas em destaque

No combate à cigarrinha do milho, é crucial que os agricultores ajam proativamente e eliminem todo o milho voluntário que nasce espontaneamente durante o período de entressafra.

A pesquisadora da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), Maria Cristina Canale, destaca a importância dessa medida para evitar a infestação desses insetos na nova safra, que se inicia em julho.

A cigarrinha do milho atua como vetor dos microrganismos responsáveis pelas doenças do complexo de enfezamentos, que podem causar danos consideráveis às colheitas.

No estado de Santa Catarina, por exemplo, a elevação das populações de cigarrinha resultou em um aumento na ocorrência da doença, levando a uma queda na produção de milho.

Programa de monitoramento é apresentado

Para lidar com essa situação preocupante, pesquisadores da Epagri desenvolveram o Programa Monitora Milho SC.

O programa fornece boletins semanais durante a safra, com informações sobre a incidência da cigarrinha em 22 pontos monitorados em lavouras catarinenses. Essas informações incluem a infectividade das populações, obtidas por meio de testes moleculares.

Representação do ciclo biológico de Dalbulus maidis - Fotos: Embrapa Milho e Sorgo
Representação do ciclo biológico de Dalbulus maidis – Fotos: Embrapa Milho e Sorgo
Armadilha adesiva para monitoramento da cigarrinha do milho na lavoura
Armadilha adesiva para monitoramento da cigarrinha do milho na lavoura

A presença da cigarrinha em si não representa um risco, a menos que suas populações atinjam níveis altos. Para transmitir as doenças do complexo de enfezamentos para as plantações de milho, o inseto precisa estar infectado pelos microrganismos causadores dessas doenças.

O boletim de monitoramento da cigarrinha do milho destina-se a produtores de milho e técnicos que trabalham com essa cultura. Com base nessas informações, eles podem tomar decisões mais assertivas em relação às práticas de manejo a serem adotadas para combater o inseto.

Problema antigo

Desde a década de 1970, a cigarrinha do milho e as doenças do enfezamento estão presentes no Brasil. No entanto, a partir de 2015, ocorreram surtos mais frequentes em todo o país devido ao aumento do cultivo de milho, especialmente em regiões que realizam até três safras por ano. Esse aumento resulta em um maior número de insetos e, consequentemente, em uma maior incidência da doença.

O monitoramento da cigarrinha do milho revelou que a epidemia do enfezamento tornou-se um problema constante e disseminado em todo o país, diferentemente dos surtos esporádicos e localizados do passado. Portanto, é essencial continuar esse trabalho, pois cada safra apresenta desafios únicos.

Escala de fenologia adaptado de Francelli (1986), por Soares (2020)

CIGARRINHA DO MILHO Dalbulus maidis 28.2 (Escala de fenologia adaptado de Francelli (1986), por Soares (2020))

Enquanto o monitoramento oficial não é retomado, os agricultores podem adotar medidas de manejo por conta própria ao iniciar o plantio em julho.

Recomenda-se o uso de armadilhas para insetos, disponíveis em agropecuárias, que consistem em folhas amarelas cobertas com cola para prender os insetos que pousarem nelas.

As armadilhas devem ser trocadas semanalmente, e os agricultores devem observar a quantidade de cigarrinhas capturadas para acompanhar a evolução da população da cigarrinha-do-milho na sua lavoura. Duas armadilhas por hectare, instaladas nas bordas das lavouras, são suficientes.

Enfezamento-vermelho; Enfezamento-pálido; Proliferação de espigas; Espigas com danos por enfezamento - Fotos: Embrapa Milho e Sorgo
Enfezamento-vermelho; Enfezamento-pálido; Proliferação de espigas; Espigas com danos por enfezamento – Fotos: Embrapa Milho e Sorgo

Combate cooperativo

Os especialistas recomendam que armadilhas estejam voltadas para o terreno do vizinho, caso ele também plante milho. Isso porque o monitoramento deve ser regional, com a cooperação entre vizinhos. Não adianta uma propriedade fazer e outra não, porque há o risco de o inseto continuar se multiplicando, semelhante ao que acontece com o mosquito da dengue.

Todos os produtores rurais também devem estar atentos ao manejo de entressafra e, no caso do aumento da incidência de cigarrinhas, adotar o controle com bioinseticida já no início da lavoura.

O Comitê de Ação Contra a Cigarrinha-do-milho e Complexo de Enfezamentos é composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura.

Assista ao vídeo “Enfezamentos do Milho” da Embrapa

Assista o vídeo “Cigarrinha-do-milho: como fazer o monitoramento e manejo nas lavouras” da Epagri

Assista o vídeo “Cigarrinha-do-milho: manejo recomendado pela Epagri”

Resumo de recomendações técnicas

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