O inseto está presente em cerca de 80% dos plantios de pínus no país, com áreas atingidas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais
Em uma assembleia geral do Funcema (Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais), ocorrida em 24 de abril último na Embrapa Florestas, além das ações desenvolvidas para o controle da vespa-da-madeira nos três estados do sul, foram feitas também novas discussões sobre a entrada da nova espécie de Sirex, um tipo de vespa que acomete o pínus (principalmente em Pinus taeda e Pinus eliottii) no estado de São Paulo. Reuniram-se associações de produtores da região sul, representantes do conselho do Funcema, técnicos da Embrapa Florestas e empresas florestais.
Essa espécie entrou em São Paulo e está causando muito dano em plantios de pínus resinados. Técnicos da Embrapa estiveram nesses plantios algumas vezes nesse mês de abril, e também promoveram cursos sobre a vespa-da-madeira (Sirex noctilio) e sobre o uso do nematoide (Deladenus siricidicola) de nome comercial Nematec, principal inimigo natural da praga. Em maio, um novo curso será ministrado para os produtores de pinus da região.
A Associação de Resineiros do Brasil (Aresb) negocia com o Funcema sua entrada no sistema para poder participar e receber as doses do nematoide. Esse ano as empresas estão programadas para realizar a inoculação do nematoide nos plantios de pinus atacados, mas ainda não se sabe qual será a eficiência, uma vez que trata-se de outra espécie de vespa. Este é um ano de testes ainda será preciso fazer muita pesquisa.
Novas reuniões estão previstas com outras instituições da região sul para discutir medidas para conter o avanço desta nova espécie para os estados do Sul. A nova espécie está ocorrendo em São Paulo e os pesquisadores ainda não sabem o risco de ela entrar no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A vespa da madeira
A vespa-da-madeira (Sirex noctilio) é a principal praga de plantios de pinus no país. Ao depositar seus ovos nas árvores, a fêmea deste inseto também deposita um fungo e uma muco-secreção que matam a árvore. Suas larvas também formam galerias no interior da árvore, o que afeta a qualidade da madeira, limitando seu uso ou tornando-a imprópria para o mercado. O inseto ataca principalmente plantios sem manejo, causando o apodrecimento da árvore. Copa amarelada e respingos de resina no tronco são indícios de infestação.
Atualmente, a vespa-da-madeira está presente em cerca de 80% dos plantios de pínus no país, com áreas atingidas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, ou seja, em cerca de 1,4 milhões de ha, dos quase 1,7 milhão de ha plantados no país.
Medidas preventivas
- realizar os desbastes nas épocas adequadas, para evitar o surgimento de um grande número de plantas estressadas;
- realizar desbastes seletivos, retirando-se árvores mortas, dominadas, bifurcadas, doentes e danificadas, as quais são
atrativas à praga; - intensificar o manejo em sítios ruins, com solos rasos e pedregosos;
- retirar restos de poda e desbaste, principalmente, aqueles com diâmetro superior a 5 cm, pois estes apresentam condições para o
desenvolvimento da praga; - evitar realizar operações de poda e desbaste dois meses antes e durante o período de revoada dos adultos, que ocorre, geralmente, da segunda quinzena de outubro a primeira quinzena de janeiro, ou então realizá-las em áreas com menor risco de ataque;
- utilizar medidas de prevenção, detecção e controle de incêndios florestais;
- treinar empregados rurais, de serrarias e de transporte de madeira para identificação da praga;
- instalar grupos de árvores-armadilha próximos de regiões com a presença da praga.