Jatobá em tupi significa fruto de casca dura, árvore com frutos duros. No passado, foi muito utilizado pelos povos indígenas em momentos de meditação. Assim, o jatobazeiro passou a ser considerado um patrimônio sagrado brasileiro. Os índios serviam os frutos antes de suas rodas de meditação, porque eles trazem equilíbrio aos pensamentos, desejos e anseios. Pesquisas científicas comprovaram que o fruto traz benefícios, como a organização mental.
Seu fruto é comestível. Em seu interior, a polpa é um pó amarelado, de cheiro forte (que lhe rendeu o apelido de fruta chulé), mas muito adocicada. Rico em ferro, é indicado para pessoas com algum grau de anemia. Da casca, pode-se fazer chá, dito como estimulante e fortificante. Sua farinha é consumida no meio rural, seja na forma natural ou na forma de pães, biscoitos, bolos, batida com leite ou como ingrediente em vitaminas de frutas.
Sua madeira é uma das mais valiosas do mundo. Sua seiva é utilizada tradicionalmente como curativa para diversas enfermidades, incluindo a anemia, convalescença e problemas pulmonares. Apesar do seu escasso uso na cozinha brasileira, talvez por conta de seu odor característico, precisa ser difundida e utilizada pelos nossos cozinheiros, para que ela não se perca pelo uso descriminado de sua madeira.
O jatobá, espécie extremamente adaptada aos ecossistemas brasileiros e presente em praticamente todas as latitudes do território nacional, pode ser um bom candidato a desempenhar o papel de faxineiro do ar, pois existem experimentos realizados com mudas da espécie, cujo crescimento parece se acelerar em ambientes ricos em gás carbônico, o nome popular do CO2. Esses estudos indicam que, quando cultivadas por três meses num local com 720 ppm (partes por milhão) de CO2 no ar, o dobro da atual concentração atmosférica, as mudas de Hymenaea courbaril duplicam a absorção de gás carbônico e a produção de açúcares (carboidratos) e aumentam em até 50% a sua biomassa, sobretudo na área foliar e nas raízes, visto que, com essa idade, as plantinhas ainda não produzem caule (madeira). Os trabalhos sugerem que o jatobá pode continuar sequestrando carbono enquanto cresce num ambiente com altas taxas de dióxido de carbono!!!
JATOBÁ (Hymenaea courbaril)
Ocorrência – do Piauí até o norte do Paraná.
Outros nomes – jitaí, jutaí, jutaí açú, jatobeiro, jatobá mirim, jataí, jataí peba, jataí amarelo, jataí vermelho, jataíba, burandã, farinheira, burandã imbiúva, jatobá miúdo, jatobá da catinga.
Características – espécie semidecídua, com 15 a 20 m de altura, e tronco com até 1 m de diâmetro, retilíneo com casca castanha-acinzentada e lisa. Folhas compostas, alternas, elípticas a ovais pergaminosas a coriáceas de 2 folíolos brilhantes de 6 a 14 cm de comprimento. Apresenta inflorescência (cima) terminal com várias flores de coloração branca. Possui fruto (legume) oblongo, castanho , indeiscente, com cerca de l0 cm de comprimento, com 3 a 8 sementes envoltas numa polpa amarelo-pálida, farinácea, doce e comestível.
Habitat – cerrado e cerradão
Propagação – sementes
Madeira – vermelha-escura, muito pesada, dura, difícil de ser trabalhada e altamente resistente ao apodrecimento.
Utilidade – o fruto é consumido “in natura” e sua polpa é aproveitada para fazer farinha. Apresenta uso medicinal, sua resina e entrecasca é usada para problemas respiratórios. A madeira pode ser usada na confecção de móveis, peças torneadas, engenhos, tonéis, carroçerias e vagões; na construção civil como vigas, caibros, assoalhos e esquadrias. Pelo ferimento de seu tronco fornece uma resina conhecida como “jutaicica” ou “copal” empregada na indústria de vernizes. Sua casca fornece corante amarelo. Sua resina, folhas e sementes são utilizadas na medicina caseira. A polpa das sementes é rica em cálcio e magnésio e além de fornecer alimento a fauna, é ótima para alimentação humana. Seus frutos são comercializados em feiras regionais de todas as regiões onde ocorre esta planta.
Florescimento – outubro a dezembro
Frutificação – julho a janeiro
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