Os mineiros estão unidos para tornar o Queijo Minas Artesanal Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade e a KombiQueijo é uma das principais estratégias de divulgação
Com anúncio marcado para o próximo dia 5 de dezembro, o Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA), símbolo da cultura e identidade mineira, pode finalmente se tornar Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Em apoio a essa candidatura histórica, um grupo de apaixonados pela iguaria lançou, em Araxá, no Alto Paranaíba, a missão Rumo ao Patrimônio Cultural. Durante o mês de novembro, a bordo de uma Kombi, eles farão uma jornada especial que levará em uma redoma de vidro um queijo de mais de quatro quilos para percorrer as dez principais regiões produtoras do estado.
O Queijo Minas Artesanal se destaca pelo seu modo de fazer. Famoso por ser feito a partir de leite de vaca cru e por manter métodos tradicionais em pequenas propriedades rurais, a iguaria é fonte de renda para milhares de pessoas no estado. Atualmente, são reconhecidas 10 microrregiões produtoras. Somente produtores dessas regiões têm autorização para usar o nome da localidade na rotulagem, conforme o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
O produto é regulamentado pela Lei Estadual nº 23.157, de 18 de dezembro de 2018, que define o Queijo Minas Artesanal como o queijo produzido em conformidade com a tradição cultural e histórica de cada região. O processo deve seguir normas específicas, incluindo o uso de leite integral fresco e cru da própria propriedade, sem adição de conservantes ou corantes, resultando em uma massa uniforme e com sabor característico.
Organizada por Maricell Hussein, integrante da Comissão para a Promoção da Candidatura, a missão é tanto uma celebração quanto um ato simbólico de união dos mineiros em torno desse movimento que busca o reconhecimento deste símbolo de Minas no cenário mundial. Não se trata de apenas uma viagem, é um evento cultural em movimento. Eles querem mostrar que todos estão focados e unidos em prol dessa causa.
A Kombi estilizada, carinhosamente chamada de KombiQueijo, além de ser um atrativo à parte, carrega em seu interior, em uma redoma de vidro, um Queijo Minas Artesanal de 4 Kg percorrendo todas as regiões produtoras do estado. A comitiva será recebida com festa por prefeituras, associações e produtores ao longo do caminho. O percurso também poderá ser acompanhado por todos os entusiastas, pois a KombiQueijo tem um QR Code e poderá ser rastreada em tempo real, permitindo ao público acompanhar cada parada e as celebrações ao longo do caminho.
Araxá foi o ponto de partida da missão e já passou Uberlândia (Triângulo Mineiro), Abadia dos Dourados (Cerrado), Serra do Salitre (Serra do Salitre), São Roque de Minas (Canastra), Lima Duarte (Serras da Ibitipoca) e Tiradentes (Campo das Vertentes). Antes da conclusão da jornada, a KombiQueijo faz uma parada em Belo Horizonte, programada para o dia 17 deste mês, onde o queijo será exibido e recebido no Mercado Central(https://mercadocentral.com.br/). A previsão é que o retorno a Araxá ocorra no dia 18 de novembro. Serão quase três mil quilômetros percorridos.
A candidatura
A candidatura começou em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro, com o apoio do governo de Minas Gerais, Secult-MG, Iphan e Iepha-MG. Desde então, diversas ações foram realizadas para fortalecer a candidatura, incluindo uma missão internacional ao Marrocos, onde foram distribuídos materiais promocionais e promovida uma degustação de queijos mineiros para sensibilizar delegados internacionais.
Em março de 2023, o Iepha-MG formalizou a candidatura junto ao Iphan, que encaminhou a documentação à Unesco. O processo de análise é rigoroso e inclui uma avaliação da relevância cultural do Queijo Minas Artesanal e sua salvaguarda por órgãos brasileiros. Durante o ciclo de candidatura, diversas ações de promoção foram realizadas para destacar a importância dessa tradição centenária e engajar tanto a sociedade quanto os delegados internacionais.
Em dia 19 de outubro, por exemplo, o governo de Minas lançou, no Palácio da Liberdade, a campanha “Uma tradição única no mundo: Queijo Minas Artesanal rumo ao título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco”. A campanha conta também com um selo especial, dentre outras ações de promoção do Queijo Minas Artesanal e da cozinha mineira no Brasil e internacionalmente. A KombiQueijo é uma dessas ações.
A cada cidade visitada, um pedaço de um mapa das regiões produtoras será entregue, formando, ao final, um grande quebra-cabeça simbólico. Os kombeiros estão muito confiantes que a Unesco vai reconhecer, no dia cinco de dezembro no Paraguai, o modo de fazer o QMA e esperam celebrar na ExpoQueijo essa conquista, montando o quebra-cabeça em um pedestal e unindo esse mapa com todas as regiões, projetando a cultura do queijo mineiro para o mundo.
O roteiro pelas cidades que ainda serão visitadas
13/11 – Diamantina (Diamantina)
14/11 – Serro (Serro)
15/11 – Santuário do Caraça, Catas Altas (Entre Serras da Piedade ao Caraça)
16/11 – Santuário Nossa Senhora da Piedade, Caeté (Entre Serras da Piedade ao Caraça)
17/11 – Belo Horizonte
18/11 – Retorno para Araxá (Região de Araxá)