APICULTURA -  Como montar um apiário

Matriz com os leitõezinhos ao pé no piquete

A atenção do produtor é muito importante desde as etapas iniciais na criação de leitões

Alcançar as exigências quantitativas e qualitativas do mercado é um desafio para quem atua no setor. O produtor deve estar atento desde as etapas iniciais na criação de leitões, pois delas dependerá a produtividade de toda cadeia posterior.

Vamos apontar algumas situações que devem ser alvo de atenção dos suinocultores. 

1. Leitões nascem com os sistemas termorregulador e imunológico pouco desenvolvidos. Isto demanda cuidados especiais do suinocultor. Fatores ambientais inadequados afetam negativamente os animais. Em oposição, se a ambiência for ajustada e as práticas de manejo seguidas à risca, o desempenho dos suínos é potencializado. 

2. Limpar e secar os leitões recém-nascidos. Logo ao nascerem, os leitões devem ser limpos e secos. Essa prática reduz sua perda de calor corporal. É preciso remover os líquidos fetais e as membranas (principalmente da boca e das narinas) para desobstruir as vias respiratórias. Recomenda-se uma massagem na região dorsolombar, ativando a respiração e a circulação. 

3. Cortar e desinfetar o cordão umbilical. Essa é uma importante porta de entrada para agentes patogênicos, o que pode desencadear inflamações localizadas e infecções generalizadas, além de poder causar hemorragias fatais. Logo após o parto, com a maternidade e as ferramentas em boas condições de higiene, o cordão deve ser cortado de 3 a 5 centímetros abaixo do abdome e o coto umbilical mergulhado em solução de água com iodo.

4. Garantir o conforto térmico. Alterações de temperatura são os principais causadores da inativação do sistema imune dos leitões nas primeiras semanas de vida. A temperatura ideal para eles deve ser de aproximadamente 32°C. As fontes de calor podem ser lâmpadas comuns ou especiais, campânulas, aquecedores ou mantas de aquecimento de piso.

Leitegada dormindo com a matriz em cama de palha

5. Fornecer o colostro. Os anticorpos do sistema imune dos leitões são transferidos para eles através do colostro. A concentração de imunoglobulinas do colostro é mais alta nas primeiras horas após o nascimento, bem como a capacidade de absorção das células do intestino dos leitões. Ou seja, os animais absorvem os anticorpos da mãe com rapidez em suas primeiras horas de vida. É imprescindível, portanto, que a ninhada receba o colostro imediatamente após o parto, diminuindo os riscos de infecções. 

6. Cortar a cauda. O corte do último terço da cauda dos leitões é uma ação preventiva contra o canibalismo, comum entre os suínos. O corte deve ser feito nos primeiros 3 dias de vida com equipamentos que cortem e cauterizem simultaneamente. 

7. Desgastar os dentes. Esta tradicional ação vem sendo bastante questionada por ser muito invasiva e dolorosa, prejudicando tanto o bem-estar dos animais como seu desempenho zootécnico. Estudos que avaliam a relação entre o manejo do corte dos dentes e o ganho de peso da leitegada demonstram que essa prática é desnecessária. Além disso, a portaria 195, de 4 de julho de 2018, proíbe o corte de dentes com alicates e só tolera o desgaste do terço final da cauda quando houver lesões graves na matriz ou leitegada.

8. Aplicar ferro dextran. O ferro é um elemento essencial para a constituição da hemoglobina, proteína presente nas hemácias, células responsáveis pelo transporte de oxigênio no organismo dos mamíferos. Esse mecanismo está ligado ao processo de regulação da temperatura corporal. Além disso, a anemia pode causar baixo desenvolvimento, baixa taxa de conversão alimentar e maior tendência a infecções. Leitões que não recebem suplementação de ferro apresentam mortalidade entre 9% e 60%. 

9. Fornecimento constante de água, desde o primeiro dia, mesmo no aleitamento. O desmame ocorre entre 21 e 35 dias, de acordo com as particularidades de cada granja. De toda forma, com uma semana de vida eles devem começar a receber algum tipo de alimento sólido. 

10. Suplementação alimentar. É uma alternativa importante para aumentar o peso, reduzir a mortalidade por hipoglicemia (que leva à hipotermia) e uniformizar a leitegada. As estratégias nutricionais são possibilidades vantajosas, pois suprem as necessidades energéticas das ninhadas — mais numerosas hoje que há 15 anos, devido aos melhoramentos genéticos.

Esperamos que as dicas ajudem na sua criação. Bom manejo!

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