Além do prejuízo econômico para a pecuária, representa um grave problema de saúde pública, por tratar-se de uma zoonose
A leptospirose é uma doença de caráter infeccioso que pode acometer equinos em qualquer fase da vida. É amplamente disseminada pelo mundo e ocorre, especialmente, em regiões de clima semelhante ao do Brasil, e também afeta os equinos. Em nosso país, os períodos mais quentes e úmidos tornam a doença epidêmica, já que as bactérias causadoras conseguem sobreviver melhor nessas condições ambientais.
A doença é causada por bactérias do gênero Leptospira. Além do prejuízo econômico para a pecuária, representa um grave problema de saúde pública, por tratar-se de uma zoonose. A infecção pode ocorrer de forma direta por meio da urina de rato ou de outros animais afetados pela doença, quando os cavalos entram em contato com água ou solo contaminado com urina, fetos abortados e secreções uterinas de animais infectados.
A doença em cavalos pode se manifestar de diferentes maneiras e pode variar em gravidade. Os sintomas podem incluir:
- febre;
- letargia;
- fraqueza;
- falta de apetite;
- mucosas pálidas;
- icterícia (quando as mucosas e a pele ficam com coloração amarelada)
- abortos;
- nascimentos de animais prematuros;
- uveíte (inflamação em qualquer lugar do revestimento interior pigmentado do olho, conhecido como úvea ou trato uveal).
Os sintomas que devem ser observados nos animais para diagnosticar mais rapidamente a doença. Assim que o criador perceber algum desses sintomas, deve procurar ajuda de especialista. Por isso, seguir um protocolo de imunização para essa enfermidade é essencial, principalmente no período pré-estação de monta, evitando perdas reprodutivas e abortos.
Em casos mais graves, a doença pode causar danos nos rins e no fígado. Os cavalos podem se tornar portadores assintomáticos da bactéria, representando um risco de infecção para outros animais e até mesmo para humanos. Tudo isso, evidentemente, se reflete em forte prejuízo para os criadores, já que afastará o plantel de suas atividades.
O diagnóstico é baseado em exames clínicos, histórico de exposição e testes laboratoriais, como a detecção do DNA da bactéria. O tratamento da leptospirose em cavalos geralmente envolve o uso de antibióticos. A prevenção da doença inclui a redução do contato com água e solo contaminado, bem como a manutenção de boas práticas de higiene no ambiente em que o animal vive e os cuidados veterinários adequados. Para prevenção, é muito importante também manter o calendário vacinal de todo o plantel em dia. Através das vacinas, é possível não somente resguardar os cavalos contra a leptospirose, como também promover a saúde e bem-estar dos animais e das pessoas. A vacinação pode ser realizada a partir dos três meses de idade com repetição anual.
Para auxiliar os criadores a proteger os seus animais, a vacinação é comprovadamente eficiente contra a leptospirose equina. A vacina é composta de suspensões inativadas de L. bratislava, L. canicola, L. copenhageni, L. grippotyphosa, L. hardjo, L. icterohaemorraghia e L. Pomona adsorvidas pelo gel de hidróxido de alumínio.