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Lucro de cordeiros para corte supera o da carne bovina

Ovinos em aprisco

Consumo de leite e queijos de cabra também supera expectativa e produção começa a ganhar mais espaço em Goiás

Considerada uma carne premium, sinônimo de ocasiões especiais, a carne de cordeiro ganhou destaque nos cardápios de bares e restaurantes.

Magra e de fácil digestão, a carne de ovinos tem sabor marcante e grande valor nutritivo. É rica em minerais – como cálcio, fósforo e ferro, sendo também uma excelente fonte de vitaminas do complexo B e proteínas. Seu consumo é mais popular na região Nordeste e no Sul do Brasil, porém, seu baixo teor de colesterol e gordura saturada, somado à maciez dos cortes, tem agradado o paladar de consumidores que buscam mais qualidade na proteína de origem animal.

Esse novo comportamento dos consumidores é uma tendência segundo os especialistas na caprinovinocultura. Para o proprietário da boutique de carnes Boi Verde, Fernando Novelli, o consumo tanto do carré de cordeiro quanto da paleta, da costelinha e do pernil do carneiro está em crescimento constante.

Costela de ovino

Especializado em carnes nobres e outros produtos selecionados, a loja comercializa, mensalmente, cerca de 300 quilos de carne de ovinos. “Hoje, nosso fornecedor em Goiás está se adequando para conseguir nos atender. Importamos carne do Uruguai e do Chile, porque o volume de pedidos dos restaurantes, empórios e supermercados premium que trabalham conosco também tem aumentado. Sabemos que alguns estabelecimentos tiveram dificuldade em repor seu estoque após a quarentena”, frisa o empresário.

Ele conta que acabou de lançar o hambúrguer de cordeiro. “A novidade está sendo um sucesso. O público que aprecia carnes sofisticadas é exigente. Para superar suas expectativas, selecionamos fornecedores diferenciados e gourmetizamos os cortes agregando novos temperos. Em média, o Kg do carré de cordeiro é comercializado por R$ 100 a R$ 130 e o do hambúrguer por R$ 40”, comenta Novelle.

De olho no crescimento do mercado de carnes nobres selecionadas e matérias-primas de qualidade, os produtores goianos estão investindo na criação de ovinos no interior do estado. A atividade, por sua vez, ainda é desenvolvida paralelamente a outras fontes de renda na propriedade.

No último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, Goiás contava com 33 mil caprinos e 113 mil ovinos. Existe um mercado potencial, principalmente para a carne. Contudo, para o sucesso da atividade é de extrema importância a busca por conhecimento e técnicas adequadas de manejo, sanidade e nutrição animal.

Recentemente, temos visto investidores que estão entrando com muita técnica, focados na criação de ovinos e caprinos no Cerrado, com bons projetos. Os animais são versáteis e se adaptam bem ao meio em que habitam. Com boas práticas de manejo e sanidade é possível produzir bem e ingressar com competitividade neste nicho de mercado.

Produtores afirmam que o gargalo para o desenvolvimento da atividade a curto prazo é a dificuldade em encontrar frigoríficos especializados neste tipo de abate. O lucro da criação pode ser obtido tanto por meio da venda de reprodutores e matrizes para outros criadores, quanto pelas proteínas fornecidas pelos animais.

Lucratividade maior

No mesmo espaço que se coloca um bovino adulto é possível criar sete ovinos e, enquanto o intervalo entre partos de uma vaca oscila entre 13 e 15 meses, o intervalo entre partos de uma ovelha é de 7 a 8 meses. A gestação da ovelha dura 7 meses e a da vaca 9,5 meses. Então, tanto o espaço quanto o tempo para formar o rebanho de ovinos são menores e mais viáveis.

Para quem deseja começar na atividade, é preciso fazer um bom projeto e evitar investimentos mirabolantes. Quem está começando não deve comprar ovelhas de origem duvidosa e de qualquer preço, nem fazer galpões gigantes ou alambrados.

Dicas:

Produtores de Goiás afirmam que a taxa de retorno da ovinocultura se mantém acima do boi e o preço pago pelo quilo do animal vivo é bastante valorizado, por isso, mesmo que o produtor não abata na fazenda é um negócio lucrativo.

Lembre-se: não se trata apenas de aumentar os rebanhos, mas de melhorar a qualidade genética de cabras e ovelhas, cuidar da saúde dos animais e zelar pela higiene dos produtos, com vistas a atender mercado interno e externo em longo prazo, por meio de projetos que unam inovação, sustentabilidade e compartilhamento de conhecimentos entre todos que atuam no setor.

Além da carne e do leite, o couro ou a lã permitem a obtenção de uma renda extra para os pequenos criadores.

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