APICULTURA -  Como montar um apiário

Manchetes da semana - 01 a 14-03-2025

Programa impulsiona a agricultura familiar no sul

O Sebrae, em parceria com o Instituto de Estudos e Assessoria ao Desenvolvimento (Ceades) e com apoio das Superintendências Federais do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) nos estados da região sul, lançou esta semana o Programa Bem Cultivar – Produção de Alimentos Saudáveis. O programa tem como objetivo apoiar a agricultura familiar nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. A duração inicial é de 12 meses e com execução pelo Ceades, tem como meta beneficiar 900 pequenas propriedades rurais, sendo 275 delas em Santa Catarina. O Bem Cultivar oferece capacitação para os produtores, apoio técnico, e incentiva a transição para práticas agrícolas mais sustentáveis, proporcionando um futuro mais próspero e saudável para as famílias rurais. Além da qualificação e do suporte à transição agroecológica, a iniciativa também oferece recursos para a criação de projetos personalizados e visitas técnicas. Esse apoio ajudará os pequenos produtores a melhorar a qualidade de sua produção e a enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais exigente, com foco na sustentabilidade e na produção de alimentos saudáveis.

Portaria facilita declaração de estado de emergência ambiental

Com as mudanças climáticas, os riscos de incêndios florestais são cada vez maiores, tornando necessárias medidas preventivas tanto nas esferas municipal e estadual como na federal. Diante dessa situação, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) publicará uma portaria que facilitará atuações e alertas por parte dos entes federativos. Além de prever a possibilidade de declaração de estado de emergência ambiental, no caso de incêndios florestais, o MMA vai ajudar na identificação de áreas de maior risco, tendo por base dados meteorológicos cada vez mais atualizados.

O projeto, conhecido como Parceiros da Mata, tem como objetivo aumentar a renda dos agricultores familiares - Fotos: Raul Vasconcelos
O projeto, conhecido como Parceiros da Mata, tem como objetivo aumentar
a renda dos agricultores familiares – Fotos: Raul Vasconcelos

Agricultores familiares na Bahia receberão investimentos

Mais de 350 mil agricultores familiares da Bahia devem se beneficiar de um investimento de US$ 150 milhões, provenientes do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo baiano. O projeto, conhecido como Parceiros da Mata, tem como objetivo aumentar a renda dos agricultores familiares, melhorar a segurança alimentar e nutricional e o acesso à água potável e ao saneamento, além de capacitar as populações rurais mais vulneráveis para lidar com os impactos das mudanças climáticas.

São Paulo cria novo mecanismo de financiamento climático

Com o objetivo de acelerar as ações voltadas ao fortalecimento da resiliência climática e restauração ambiental, o governo do estado de São Paulo está construindo um mecanismo de desenvolvimento climático mais atrativo e menos burocrático. Trata-se do Finaclima, uma plataforma de governança pública que vai unir diretrizes públicas a recursos privados para projetos ambientais. A proposta é ampliar a escala de financiamentos de projetos ambientais de forma mais rápida e segura, considerando a meta do governo de São Paulo de restaurar a vegetação nativa e estabelecer sistemas produtivos biodiversos em 1,5 milhão de hectares até 2050, como contribuição para a mitigação de emissões. O novo mecanismo foi desenvolvido após extensos estudos no Brasil e no exterior e contou com o apoio da Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP.

Governo federal declara emergência por risco de incêndios em áreas do Brasil

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima declarou oficialmente emergência ambiental por risco de incêndios florestais no Brasil em 2025 e nos primeiros meses de 2026. O documento especifica quando cada região vulnerável ao fogo deve enfrentar seca mais intensa, período em que o risco de incêndio é maior. A medida permite a contratação emergencial de brigadistas e facilita a adoção de estratégias de enfrentamento às queimadas, que atingiram patamar recorde no Brasil no ano passado. Com essa informação, os agentes públicos terão de tomar as medidas necessárias para agir em conformidade com o risco que está posto. Vai envolver muito trabalho, muita ciência, muita reunião, todo um processo de reestruturação do sistema de enfrentamento a essas emergências climáticas.

A área fica localizada próxima entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, sendo a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas
A área fica localizada próxima entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, sendo
a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas

Técnicos do Ibama recomendam negar licença à Petrobras na Margem Equatorial

Técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomendaram à chefia do órgão negar licença à Petrobras para a exploração da Margem Equatorial na região do Amapá. O Ibama não fechou sua posição ainda sobre o tema. A recomendação dos técnicos ainda será apreciada por coordenadores, diretores e pelo presidente do órgão. Estes quadros podem acatar a sugestão ou solicitar reconsiderações e revisões. Houve uma reunião no Ibama para apresentação do parecer sobre o recurso da Petrobras. O pedido da empresa havia sido negado pelo órgão em maio de 2023. A empresa recorreu e apresentou novos autos, que estão agora sob análise. Na avaliação dos técnicos, o plano apresentado pela Petrobras se diferencia pouco daquele negado em 2023.

80% dos resíduos plásticos encontrados na costa do Ceará vêm da África

Uma análise feita por cientistas da Universidade Federal do Ceará (UFC) em resíduos plásticos encalhados na costa cearense em 2022 constatou que mais de 78% dos itens tinham origem no continente africano, trazidos por correntes transcontinentais. Com o intuito de monitorar e analisar a poluição plástica no litoral, a equipe de pesquisadores realizou coletas de itens encalhados na Praia do Futuro, em Fortaleza; no Porto das Dunas, em Aquiraz; e em Jericoacoara, em Jijoca, escolhidas em razão de seus diferentes níveis de influência das ações humanas. Foram recolhidos manualmente 1.062 itens plásticos, somando 9,7 quilos de resíduos, em novembro de 2022. A investigação foi feita por pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) e teve seus resultados publicados no periódico internacional Science of the Total Environment. Entre o material reunido havia predominância de tampas de garrafas, com 79,8% do total, seguidas por embalagens de cosméticos e potes de alimento, que somavam 16%.

SP eleva limite de crédito para mulheres agricultoras

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo anunciou as novas condições do Feap Mulher Agro SP. Trata-se de linha de crédito exclusiva para mulheres agricultoras. Foram liberados mais R$ 10 milhões ao programa, com teto de R$ 30 mil por produtora. No ano passado, foram liberados mais de R$ 11 milhões, melhorando a infraestrutura agrícola de mais de 240 produtoras paulistas. A expectativa é de que, com mais recursos e a ampliação do teto, o estado reforça a produção de alimentos com ampla representatividade feminina no campo. A beneficiária tem até 84 meses para pagar, carência de até 12 meses e taxa de juros de 2% ao ano. Em 2024, 439 linhas de crédito foram concedidas pelo Feap Mulher, totalizando R$ 11,8 milhões destinados ao desenvolvimento da força feminina no campo. A meta deste ano é liberar 700 linhas.

A cepa chamada de clado 1b tem um comportamento mais agressivo do que o clado 2b, que causou um surto global em 2022 - Foto: NIAID
A cepa chamada de clado 1b tem um comportamento mais agressivo
do que o clado 2b, que causou um surto global em 2022 – Foto: NIAID

Brasil registra primeiro caso de nova cepa de mpox

O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de infecção pela cepa 1b da mpox no Brasil. A paciente, uma mulher de 29 anos que mora na região metropolitana de São Paulo, teve contato com um familiar que esteve na República Democrática do Congo, país que enfrenta surto da doença. O caso no Brasil foi confirmado laboratorialmente, por meio da realização de sequenciamento para caracterizar o agente infeccioso. O exame permitiu a obtenção do genoma completo que é muito próximo aos de casos detectados em outros países. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já foi informada sobre o caso e a pasta, junto às secretarias estadual e municipal de saúde, solicitou o reforço da rede de vigilância epidemiológica e o acompanhamento da busca ativa de pessoas que tiveram contato com a paciente. O ministério instituiu o Centro de Operações de Emergências (COE) para a doença que permanece ativo no intuito de centralizar e coordenar as ações. Em 2024, o Brasil registrou 2.052 casos de mpox. Até o início de fevereiro, 115 casos de cepas da doença haviam sido notificados, mas nenhum deles, até então, era da cepa 1b. Nenhum óbito por mpox foi identificado no Brasil ao longo dos últimos dois anos e a maioria dos pacientes apresenta sintomas leves ou moderados.

Pequenos negócios e startups sustentáveis podem receber até R$ 39 mil

Pequenos negócios inovadores e startups com soluções sustentáveis já podem se inscrever no módulo Tração dos programas Sebrae Inova Cerrado e Inova Pantanal. Poderão se inscrever projetos inovadores focados na preservação, conservação ou utilização sustentável de recursos naturais do bioma e que tenham suas soluções aplicadas às seguintes áreas: Agricultura e Pecuária; Alimentos e Bebidas; Bioenergia e Biocombustíveis; Casa e Construção; Comunicação e Entretenimento; Ecoturismo; Floresta; Fármacos, Fitoterápicos e Nutracêuticos; Higiene, Perfumaria e Cosméticos; Logística e Mobilidade; Moda e Design; Químicos e Novos Materiais; Tecnologia da Informação. As iniciativas oferecem capacitação, mentoria e apoio financeiro para empresas formalizadas que atuam na preservação ou no uso sustentável dos recursos naturais dos dois biomas. Será realizada uma única etapa de seleção. Neste módulo, serão escolhidas até 40 propostas para os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e até 20 propostas para os demais estados (Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Piauí e Tocantins). Cada proposta selecionada poderá receber uma bolsa, destinada ao sócio empreendedor da empresa e coordenador da proposta selecionada. O valor estipulado é de R$ 6,5 mil por mês, totalizando até R$ 39 mil.

Produtores do nordeste renegociam até 80% das dívidas com o Desenrola Rural

O programa Desenrola Rural já está em vigor e conseguiu obter os primeiros casos de renegociação de dívidas no estado do Rio Grande do Norte. Os acordos foram celebrados durante o mutirão da mulher trabalhadora, realizado no município de Riachuelo. As ações estão beneficiando agricultores familiares, oferecendo condições especiais para regularizarem a situação financeira e continuarem investindo em sua produção. Coordenado pelo MDA, oferece a agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais, em situação de inadimplência, uma oportunidade de liquidar e renegociar dívidas.

As tarifas de Trump

Produtores de soja dos EUA criticam tarifas de Trump à China

As tarifas de Trump estão fervilhando o planeta. a semana foi de idas e vindas. Segundo a American Soybean Association (ASA), entidade que representa cerca de 500 mil sojicultores do país, as tarifas têm impactos negativos imediatos e, em muitos casos, duradouros nas fazendas norte-americanas e na economia rural de toda a nação e uma guerra comercial entre o país e a China beneficiaria principalmente o Brasil, maior produtor da oleaginosa no mundo e que vem nas últimas décadas aumentando significativamente a suas remessas de produtos agropecuários ao gigante asiático. Reflexo desse crescimento é que em 2024, produtores brasileiros exportaram quase 69 milhões de toneladas do grão ao gigante asiático, atingindo receita de, aproximadamente, US$ 30 bilhões. De acordo com a ASA, seus membros mantém há anos a posição de que não apoiam o uso de tarifas, visto que elas ameaçam mercados importantes e aumentam os custos de insumos para os agricultores. Por ouro lado, Trump afirmou que seu governo estava “apenas começando” e defendeu as tarifas citando o Brasil como um dos países que “cobram demais dos Estados Unidos”. Ele ressaltou que a medida serve como um incentivo para que empresas estabeleçam fábricas nos Estados Unidos. Ainda no pacote de medidas, Trump, assinou ações para aumentar a produção doméstica de madeira, incluindo uma ordem para o Departamento de Comércio investigar possíveis danos que as importações do produto representam para a segurança nacional, o que pode afetar o Brasil. Depois de várias declarações de taxações, Trump recua e adia as tarifas sobre Canadá e México, anunciando a suspensão até 2 de abril. Analistas acreditam que o novo recuo se deveu às pressões da indústria e do agronegócio americano, que consideram as tarifas prejudiciais a seus negócios. Essa incerteza com a política tarifária também ajudou a derrubar as bolsas americanas. O American Farm Bureau afirmou ao site “Farm Progress” que os agricultores apoiam as metas de Trump para garantir segurança e comércio justo com outros países, mas tarifas adicionais, juntamente com tarifas retaliatórias esperadas, afetarão a área rural. Trump está colocando lenha na fogueira.

Destruição de vegetação nativa vira alvo da AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com 12 ações civis públicas (ACPs) contra infratores pela destruição de vegetação nativa nos biomas da amazônia, mata atlântica, do cerrado, pampa e pantanal. Juntas, as ACPs buscam o pagamento de R$ 76 milhões em virtude da destruição de uma área de 6,8 mil hectares em 11 estados brasileiros. Os valores cobrados dos 23 réus dizem respeito ao montante necessário à recuperação das áreas de vegetação nativa degradadas e à indenização por dano moral coletivo, interino e residual e enriquecimento ilícito relativos ao dano ambiental. As demandas foram ajuizadas no âmbito do AGU Recupera, grupo estratégico ambiental instituído em 2023 para atuação em demandas judiciais prioritárias, visando à proteção dos biomas brasileiros e do patrimônio cultural. As ações foram elaboradas a partir de autos de infrações e laudos produzidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Mais dois mercados conquistados pelo Brasil

Maior parceiro comercial do Brasil, a China continua a ampliar os negócios e habilitou as primeiras 21 empresas brasileiras para exportação de gergelim. O país asiático, grande importador global do produto, responde por 38,4% do consumo mundial da semente. Atualmente, o Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de exportação de gergelim, representando 5,31% do comércio global. Os principais estados produtores do país são Mato Grosso, Goiás, Pará e Tocantins. Em 2023, a China importou US$ 1,53 bilhão deste produto. Já a Nigéria aprovou o Certificado Sanitário Internacional proposto pelo Brasil, permitindo a exportação de sêmen bovino para o país africano. A decisão reforça a confiança no sistema de controle sanitário brasileiro e abre novas oportunidades para o setor agropecuário nacional. Com uma população superior a 223 milhões de habitantes e uma das economias mais expressivas da África, a Nigéria importou, em 2024, mais de USD 880 milhões em produtos agrícolas brasileiros. Com essas aprovações, o Brasil alcança sua 34ª abertura de mercado em 2025, totalizando 334 novas oportunidades desde o início de 2023.

Barco de pesca

Governo cria núcleo para regularização das embarcações de pesca

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) publicou a Portaria MPA nº 427, de 26 de fevereiro de 2025, que cria o Núcleo de Gerenciamento e Execução (NGE) do Programa Nacional de Regularização de Embarcações de Pesca (Propesc). O NGE tem como objetivo regularizar as embarcações de pesca no Brasil, com vistorias, capacitações e atualizações no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP). O NGE também será responsável por garantir a continuidade das análises relacionadas à concessão e renovação das Autorizações de Pesca, buscando sempre aprimorar a gestão da atividade pesqueira no país. A portaria detalha as competências das áreas técnicas do NGE, que funcionará com caráter deliberativo, como uma unidade vinculada à Secretaria Nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa da Pesca e Aquicultura do MPA, coordenando diretamente as ações do Propesc. A criação do NGE junto à implementação efetiva do Propesc buscam o fortalecimento da cadeia produtiva da pesca no Brasil, garantindo o cumprimento das normas de ordenamento, monitoramento e controle. o MPA também publicou a Portaria MPA nº 428, de 26 de janeiro de 2025 com a lista das embarcações inscritas, habilitadas e não habilitadas para a pesca especial temporária da tainha em 2025.

China retalia os EUA com tarifas sobre alimentos e produtos agrícolas

Após as tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e México e uma adicional de 10% contra a China entrarem em vigor, impostas por Donald Trump, os chineses e canadenses anunciaram medidas retaliatórias. Pequim retaliou os americanos com um aumento de próprias tarifas sobre alimentos importados dos Estados Unidos e essencialmente bloqueando vendas para 15 empresas do país. O Ministério das Finanças da China aplicou tarifas de 15% sobre importações de frango, trigo, milho e algodão dos EUA e tarifas de 10% sobre outros alimentos, incluindo soja e laticínios. Além disso, o Ministério do Comércio declarou que 15 empresas americanas, incluindo a Skydio — maior fabricante de drones dos EUA e fornecedora do exército e serviços de emergência do país — não poderão mais comprar produtos chineses sem autorização especial. A China é o maior mercado externo para os agricultores americanos, exercendo forte influência sobre os preços e a demanda nos mercados de commodities do Meio-Oeste dos EUA.

China suspende a importação de carne de 3 empresas brasileiras

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) confirmou a suspensão temporária de importação de carne bovina de três empresas brasileiras pela China. A medida abrange uma unidade da JBS em Mozarlândia (GO), uma da Frisa em Nanuque (MG) e uma da Bon Mart em Presidente Prudente (SP). A Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) realizou auditorias remotas em três estabelecimentos exportadores de carne bovina do Brasil, dois da Argentina, um do Uruguai e um da Mongólia, este último referente às carnes bovina e ovina. Com isso, o GACC determinou a suspensão temporária das importações destes estabelecimentos a partir de 3 de março de 2025. As empresas envolvidas já foram notificadas e estão adotando medidas corretivas para atender às exigências das autoridades chinesas. Os demais estabelecimentos habilitados seguem operando normalmente, assegurando o fluxo das exportações de carne bovina brasileira ao mercado chinês.

Percevejo-barriga-verde (Diceraeus spp.) no milho
Percevejo-barriga-verde (Diceraeus spp.) no milho

Percevejos migram da soja para o milho

Com o encerramento da safra de soja, produtores começam a observar uma preocupante migração de percevejos para as lavouras que receberão o milho na sequência. Entre as principais pragas, destaca-se o percevejo-barriga-verde (Diceraeus spp.), cuja presença intensa pode comprometer o desenvolvimento inicial da cultura. Durante a fase produtiva da soja, a baixa pressão de insetos reduziu a necessidade de aplicações de defensivos, favorecendo agora o aumento expressivo da população da praga nas áreas destinadas ao milho. Diante desse cenário, o manejo antecipado se torna uma estratégia fundamental para evitar prejuízos. A adoção de práticas preventivas pode conter o avanço da praga. O produtor precisa monitorar a lavoura e empregar medidas eficazes para interromper o crescimento populacional dos percevejos.

IMA identifica foco de Sigatoka Negra em Jaíba, MG

Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) informou que, durante uma fiscalização de rotina, identificou um foco da doença Sigatoka Negra em uma propriedade no município de Jaíba, no norte de Minas Gerais. Todas as medidas de contenção já foram definidas pelo IMA e pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com anuência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e serão implementadas imediatamente. A Sigatoka Negra é uma doença fúngica que pode comprometer a produtividade da bananicultura se não for controlada adequadamente. O maior dano provocado pela doença é a morte prematura das folhas, que causa redução da área foliar, induzindo perdas na produtividade e qualidade da fruta. Não existe risco para a população com relação ao consumo de banana. A principal consequência para a planta acometida é a diminuição do número de pencas por cacho, redução do tamanho do cacho e maturação precoce dos frutos no campo ou mesmo durante o transporte. Desde 2007, não havia registros de novos casos de Sigatoka Negra em áreas de grande produção de bananas em Minas Gerais.

Piscicultura brasileira cresce 9,2%

A produção de peixes de cultivo no Brasil atingiu 968,7 mil toneladas em 2024, um crescimento de 9,21% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Esse avanço demonstra a resiliência do setor, mesmo diante da oscilação dos preços da tilápia, principal espécie criada no país. Em um ano marcado pela oscilação de preços da tilápia ao produtor, a espécie mais relevante, a atividade superou adversidades e não apenas manteve o ritmo de crescimento como acelerou o avanço, aproximando-se de 1 milhão de toneladas. A tilápia puxou o crescimento, totalizando 662,2 mil toneladas, um aumento expressivo de 14,36% sobre 2023. Já os peixes nativos enfrentaram dificuldades, com queda de 1,81% na produção, fechando o ano com 258,7 mil toneladas, afetados pela menor oferta na região amazônica. Outras espécies tiveram alta de 7,5%, atingindo 47,8 mil toneladas.

Tilápias no tanque de piscicultura
Tilápias no tanque de piscicultura

Ministério lança programa para fomentar criação de peixes por pequenos produtores

O Ministério da Agricultura vai investir R$ 1 milhão no programa Piscicultura Mais Vida, lançado nesta semana, durante ato na Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Nossa Senhora do Livramento, em Mato Grosso. O espaço tem 27 tanques para piscicultura nos quais serão produzidos até 1,5 milhão de alevinos por ano. O programa prevê o fornecimento gratuito desses peixes recém-nascidos para ribeirinhos, quilombolas e indígenas inscritos em programas do governo federal que tenham de estrutura e condições para criação de peixes e, de forma subsidiada, para agricultores familiares da região. Com o investimento, a Estação de Piscicultura da Embrapa será um centro de formação continuada para criadores de peixes com cursos de instrução e nivelamento, bem como referência na produção de alevinos. A meta é atuar na qualificação e quantificação da produção e fornecimento de pescado. A expectativa é atender cerca de 1,5 mil famílias com 1 mil alevinos para cada. Parceria do ministério com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), o programa começará a ser desenvolvido na região da Baixada Cuiabana.

Cotrijal irá ampliar capacidade de armazenagem de grãos

A Cooperativa Cotrijal terá um financiamento de R$ 72,7 milhões do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para investir na ampliação e modernização de seis unidades de armazenagem de grãos. A assinatura da nova linha de crédito foi realizada durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, RS. As unidades que serão ampliadas estão localizadas nos municípios de Soledade, Pântano Grande, Vila Maria, Barros Cassal, Rio Pardo e Candelária. A parceria com o BRDE tem sido importante para o crescimento da cooperativa. A operação também visa a apoiar a Cotrijal, em meio aos problemas econômicos enfrentados pelos produtores rurais associados depois dos recentes eventos climáticos extremos no Estado.

Fiscais agropecuários estão preocupados com Mudança na fiscalização de alimentos

A decisão do Ministério da Agricultura de permitir, por um ano, a comercialização nacional de produtos inspecionados exclusivamente pelos municípios trouxe preocupação para os fiscais federais agropecuários. O governo anunciou que vai conceder a equivalência do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) aos produtores de leite fluído, ovos e mel fiscalizados pelo Sistema de Inspeção Municipal (SIM). Com isso, esses produtos poderão ser vendidos em todo o país, não apenas no município onde é produzido. A medida faz parte do pacote de medidas para tentar baratear os preços dos alimentos. Em nota, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) relatou preocupação com a medida e reiterou a importância do rigor da fiscalização de produtos de origem animal para garantir a sanidade, a qualidade e a conformidade com os padrões internacionais de segurança dos alimentos.

Lula participou do Ato Nacional em Defesa da Reforma Agrária, no Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, MG
Lula participou do Ato Nacional em Defesa da Reforma Agrária,
no Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, MG

Governo vai assentar 12,3 mil famílias acampadas e desapropriar sete áreas para reforma agrária

Na primeira agenda do presidente Lula em um assentamento da reforma agrária nesse terceiro mandato, o governo federal anunciou a entrega de 12.297 lotes para famílias que atualmente estão acampadas. O evento foi realizado no Complexo Adrianópolis, em Campo do Meio, MG. Na ocasião, foram assinados sete decretos de desapropriação de terrenos, que somam mais de 13 mil hectares, para serem destinados para a reforma agrária. Esse tipo de medida não ocorria desde 2016 no país. O presidente ainda assinou portarias para a criação de cinco novos projetos de assentamentos a partir de terrenos adquiridos para solução de conflitos e pagas com o orçamento de 2024, no total de R$ 383 milhões. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, os lotes estão divididos em 138 assentamentos rurais por 24 estados do país e somam 385 mil hectares de terras. Na cerimônia, também foi anunciada a destinação de R$ 1,6 bilhão para o Crédito Instalação em 2025. O recurso é utilizado para financiar famílias recém-assentadas em habitação, apoio inicial e fomento. A estimativa do governo federal é que ao menos 18 mil famílias acessem os recursos para a construção de novas moradias. Os assentados também terão acesso a uma segunda rodada de financiamentos via Pronaf A, com a liberação de crédito de até R$ 50 mil por família, com 25% de rebate e juros entre 0,5% e 1,5% ao ano. A medida foi aprovada no ano passado. De outro lado, em meio à pressão sobre o governo por mais agilidade na reforma agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocupou três áreas na Bahia, Ceará e Espírito Santo. As mobilizações fazem parte da chamada “Jornada de Luta das Mulheres Sem-Terra”, que tem como intuito denunciar a violência sexual no campo e preparar a militância para o “Abril Vermelho”. As ações ocorreram em Nova Redenção (BA), Boa Vista do Tupim (BA), Limoeiro do Norte (CE) e Aracruz (ES). O movimento promete um “Abril Vermelho” mais intenso, caso suas demandas não sejam atendidas. O período marca o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 sem-terras foram assassinados em 1996. Ao longo do “Abril Vermelho”, o MST tem o costume de fazer acampamentos em terras avaliadas por eles como “improdutivas”, no intuito de pleitear que esses espaços possam se tornar assentamentos. No ano passado, este período já foi marcado por um aumento de 150% nas ocupações, em relação a 2023. A insatisfação com o governo federal não data de hoje. Em dezembro, irritados com a demora, o movimento articulou ações em três estados — Rio Grande do Sul, Pará e Mato Grosso do Sul. Alinhado a isso, parte do movimento também pede a demissão do ministro Paulo Teixeira. Segundo o movimento, a pasta não tem priorizado a reforma agrária e o titular “não tem conhecimento do campo para traçar estratégias”. o Palácio do Planalto tem pedido “calma” aos militantes, alegando restrições orçamentárias. O governo argumenta que o programa de reforma agrária estava paralisado desde a gestão Michel Temer, o que exigiria compreensão por parte do movimento diante das dificuldades atuais.

Governo federal confirma tarifa zero para importação de 11 alimentos

O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), decidiu reduzir a zero as tarifas do imposto de importação de 11 alimentos. A medida anunciada impôs a redução a zero do imposto de importação de alimentos com potencial de importação, incluindo carnes, sardinha, café torrado, café em grão, azeite de oliva, açúcar, óleo de palma, óleo de girassol, milho, massas e biscoitos e entra em vigor a partir de hoje. Lula orientou o governo a realizar iniciativas que possam contribuir para o aumento da oferta de alimentos e para a redução dos preços praticados no mercado, ainda que a elevação seja atribuída a fatores climáticos e externos, mirando proteger especialmente as famílias de baixa renda, que podem destinar até 40% da sua renda à alimentação.

Brasil tem capacidade para alcançar fatia de 13% do mercado global de cacau

Antigo líder da produção mundial de cacau na década de 1980, o Brasil é o único país que tem condições de voltar a ser um grande ator global do segmento e ainda estruturar todos os elos da cadeia produtiva “fora da porteira”, uma vez que já tem um parque industrial instalado e um dos maiores mercados consumidores de chocolate do mundo. Essa conclusão foi traduzida em números pelo Instituto Aya, consultoria que apoia projetos de transição verde da economia brasileira e que está colaborando nas discussões para a construção do Plano de Transformação Ecológica pelo Ministério da Fazenda. Um relatório produzido pela consultoria conclui que o Brasil tem capacidade de gerar até US$ 2,3 bilhões em receita na cadeia do cacau, o que representaria 13% do mercado global, e criar até 300 mil empregos no setor até o fim da década. Em projeções mais modestas, o desenvolvimento da cadeia da amêndoa no país poderia gerar ainda US$ 1,5 bilhão até 2030, o que já representaria 9% do mercado global. O Brasil possui vantagens comparativas em todas as etapas da cadeia produtiva do chocolate, que podem ser aproveitadas para aumentar sua participação no mercado global, a começar pela etapa dos insumos agrícolas. Com o apoio da Embrapa e do Comitê Executivo do Plano de Cacauicultura (Ceplac), o país tem hoje uma das maiores produções de mudas e maquinários de cacau. Além disso, o Brasil também tem experiência com a produção de cacau em sistema agroflorestal, o que demanda mudas de outras espécies de árvores nativas ou de outras espécies alimentares para sombrear os cacaueiros e compor a paisagem, área em que o país também tem expertise. Dentro das porteiras, o potencial de expansão da produção está nas áreas de pastos degradados.

(King Kong é o búfalo aquático mais alto do mundo, medindo 1,85 metro do casco à cernelha, superando em 50 cm a média da espécie
King Kong é o búfalo aquático mais alto do mundo, medindo 1,85
metro do casco à cernelha, superando em 50 cm a média da espécie

Búfalo mais alto do mundo entra para o Guinness

Na Tailândia, um gigante dos campos acaba de entrar para o Guinness World Records. Trata-se de King Kong, o búfalo aquático mais alto do mundo, que mede 1,85 metro do casco à cernelha, superando em 50 cm a média da espécie. Apesar da estatura imponente, o animal é descrito como “um cachorrinho brincalhão”, encantando todos que convivem com ele na Fazenda Ninlanee, em Nakhon Ratchasima. O imponente King Kong nasceu em 1º de abril de 2021, e sua altura excepcional ficou clara desde cedo. Segundo Cherpatt Wutti, um dos funcionários da fazenda, a diferença de tamanho em relação aos outros búfalos aquáticos era perceptível já nos primeiros meses de vida. Inspirado no icônico monstro do cinema, o nome King Kong foi escolhido para refletir a imponência do animal. Hoje, aos três anos, ele continua crescendo e chamando a atenção, tanto pelo tamanho quanto pela personalidade dócil. O búfalo-aquático (Bubalus bubalis), também conhecido como búfalo-doméstico, é amplamente criado na Ásia, América do Sul e outras regiões tropicais.

Gigante da tecnologia pretende mudar o agro brasileiro e mundial

A Bosch, referência global em tecnologia e inovação, está intensificando sua atuação no agronegócio com um investimento robusto de R$ 700 milhões. Esse montante inclui R$ 521 milhões captados junto à Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) (R$ 470 milhões) e ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) (R$ 51 milhões), em créditos subsidiados e subvenções, além de R$ 200 milhões de recursos próprios da empresa para os próximos três anos. O objetivo é transformar o setor agropecuário com soluções tecnológicas inovadoras. Os recursos serão aportados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas áreas de mobilidade sustentável, indústria 4.0, sistemas inteligentes para o agronegócio e remanufatura de componentes automotivos. A ideia é que o investimento da Bosch seja feito até 2027. Os recursos captados fazem parte do programa federal Mais Inovação, integrante do Plano Nova Indústria Brasil (NIB). Para acelerar essas iniciativas, a empresa prevê ainda a criação de um Centro de Competência Global, que será implantado no Brasil ainda este ano, para desenvolver e produzir tecnologias voltadas ao agronegócio mundial. Além do investimento milionário, a Bosch pretende contratar 100 novos colaboradores no Brasil e na Argentina, reforçando seu compromisso com a expansão das soluções tecnológicas no setor agropecuário. Com um investimento de impacto, a Bosch se posiciona como protagonista na revolução do agro digital, promovendo eficiência, sustentabilidade e competitividade global para o agronegócio brasileiro e mundial.

Projeto obriga a PRF a fiscalizar o transporte de jumentos para garantir o bem-estar

O projeto de lei nº 3.279/2024 que tramita na Câmara dos Deputados estabelece que a Polícia Rodoviária Federal deve fiscalizar todos os veículos que transportem asnos, jumentos ou jegues (os chamados asininos) e verificar as guias de trânsito animal (GTAs), a documentação de propriedade, compra e venda, além das condições físicas dos animais. O texto tramita na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados. O projeto é muito importante para assegurar o bem-estar animal. Isso obedeceria ao entendimento do STF por ocasião do julgamento da ADPF 640, que determina que os animais apreendidos em situação de maus-tratos não podem ser abatidos. O abate de jumentos continua sendo realizado no Brasil para a exportação da pele do animal para a China. A partir da pele é produzido o eijao, produto da medicina tradicional chinesa feito a partir do seu colágeno, com propriedades supostamente afrodisíacas e rejuvenescedoras.

Milho transgênico

Congresso do México proíbe cultivo de milho transgênico

O Congresso do México aprovou uma reforma constitucional que proíbe o cultivo de milho transgênico e protege as variedades nativas do grão originário do país. A iniciativa promovida pela presidente Claudia Sheinbaum foi aprovada com 97 votos a favor e 16 contra no Senado, uma semana após a Câmara dos Deputados aprovar a medida. A normativa agora deve ser aprovada pelos congressos locais de pelo menos 17 dos 32 estados do país, onde o partido governista tem maioria. A reforma foi proposta por Sheinbaum depois que, em dezembro, o México perdeu uma disputa comercial contra os Estados Unidos no âmbito do tratado comercial USMCA, integrado pelos dois países e o Canadá. Os Estados Unidos contestaram uma norma mexicana adotada pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador (2018-2024), que restringia as importações de milho geneticamente modificado. O painel de resolução de divergências decidiu a favor dos Estados Unidos e o governo de Sheinbaum anulou a norma. A modificação constitucional aprovada não se refere às importações, mas estabelece que o cultivo de milho no México “deve ser livre” de modificações genéticas feitas “com técnicas que superem as barreiras naturais”. Isto permite o cultivo de grãos melhorados por meio de métodos de reprodução baseados em práticas tradicionais, enquanto impede o cultivo de milho alterado com “técnicas de biotecnologia moderna”, indica a iniciativa.

MPA e BRICS se reúnem e discutem novos rumos da pesca e aquicultura

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) participou de uma Reunião Técnica com representantes do BRICS(https://brics.br/pt-br), bloco esse que reúne 11 países emergentes, incluindo o Brasil. O encontro teve como foco o papel estratégico dos sistemas alimentares aquáticos na segurança alimentar e nutricional global, além de tratar sobre a captação de recursos para impulsionar os setores pesqueiro e aquícola. Em síntese, ressaltou-se a relevância de incluir a pesca e a aquicultura na agenda do BRICS. O MPA levou à mesa a necessidade de fortalecer o setor, alinhando-o às prioridades e ao plano de ação que será desenvolvido para os próximos anos. Esse diálogo dá continuidade a debates iniciados com a criação do BRICS. A primeira reunião ocorreu em Moscou, em 2010, seguida por um segundo encontro em Chengdu, no ano seguinte. Naquela época, foi elaborado o primeiro “Plano de Ação para a Cooperação Agrícola dos Países do BRICS“, que incluía iniciativas voltadas à produção pesqueira e aquícola para o período de 2012 a 2016. Dessa forma, agora, o MPA retoma as tratativas, destacando as novas demandas do setor, como sustentabilidade, segurança alimentar, inclusão social e econômica, além do fortalecimento das comunidades produtoras.

Turismo rural em Lima Duarte se expande

O turismo rural, uma das grandes apostas no setor do agronegócio, recebeu um novo impulso na região de Lima Duarte, MG, com a capacitação de 15 novos agentes, realizada pelo Sistema Faemg Senar em parceria com o Sindicato Rural de Lima Duarte. A cerimônia de formatura ocorreu na sede do sindicato e contou com a presença de participantes de Juiz de Fora, Lima Duarte, Olaria e Pedro Teixeira. Com a formação desse grupo, foram desenvolvidos 15 novos roteiros turísticos, com foco na valorização das belezas naturais, históricas e gastronômicas da região, ampliando as opções turísticas além dos tradicionais atrativos do Parque Estadual de Ibitipoca. O grupo, denominado “Encantos das Gerais – Turismo Rural”, tem como objetivo diversificar e enriquecer a oferta de turismo local. O programa abre portas para que mais pessoas conheçam as riquezas da região, além de gerar oportunidades econômicas para os moradores locais, destacando-se a relevância da gastronomia como um atrativo turístico e promovendo produtos artesanais da região. A comida mineira é um dos maiores patrimônios do estado, e integrar a gastronomia ao turismo rural é uma excelente oportunidade para impulsionar o setor. Conheça mais sobre os roteiros oferecidos e contrate os pacotes CLICANDO AQUI.

A maior usina de biogás do mundo produzida a partir de efluentes cítricos será implantada em Bebedouro, SP
A maior usina de biogás do mundo produzida a partir de
efluentes cítricos será implantada em Bebedouro, SP

Maior usina de biogás do mundo a partir da citricultura será implantada no interior de São Paulo

A Louis Dreyfus Company (LDC), multinacional francesa e uma das líderes globais na produção e comercialização de sucos cítricos, lançou oficialmente nesta semana a construção da maior usina de biogás do mundo produzida a partir de efluentes cítricos, localizada em Bebedouro, SP. A nova planta terá uma área total de aproximadamente 200 mil m² e uma capacidade inicial de tratar 400 m³/h de efluentes cítricos gerados na unidade local da LDC, podendo gerar mais de 50 mil Nm³/dia de biogás. A expectativa é de uma redução superior a 20% nas emissões de CO₂ da operação em Bebedouro, alinhada ao compromisso global da companhia com a sustentabilidade. O grande diferencial do projeto é a utilização de um inóculo específico desenvolvido pela própria LDC, que decompõe com eficiência os resíduos orgânicos provenientes do processamento de cítricos, como laranjas e limões. Durante a fase de testes piloto, a LDC atingiu resultados que superaram em até 16% a eficiência de tecnologias já existentes no mercado. O biogás produzido substituirá o gás natural tradicionalmente usado nas indústrias da companhia, o que representará uma economia estimada em 50% no consumo de combustíveis fósseis da unidade.

Cervejaria canadense vende caixa com 1461 latas para população “suportar” o governo Trump

Logo após assumir o segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump elegeu a palavra “tarifa” como uma de suas preferidas. O republicano já disse a frase em mais de uma ocasião e, por enquanto, os alvos preferenciais têm sido Canadá, México e China. Os canadenses já reagiram com medidas práticas, como a retirada de produtos norte-americanos de supermercados. Agora, a resposta vem em tom de ironia: a tradicional cervejaria Moosehead Breweries, fundada em 1867, lançou uma caixa gigante com 1.461 latas de cerveja, de 473 ml cada, para que a população possa “suportar” os próximos quatro anos do chefe da Casa Branca. Para a cervejaria, a caixa é suficiente para aguentar um mandato presidencial completo. A ideia é que ao consumir uma lata por dia, o super engradado dure até 2029, quando a era de Donald Trump no poder chega ao fim. Lembrando que, pela Constituição dos Estados Unidos, ele não pode mais tentar se reeleger.

Sebrae subsidia 70% em biotecnologia para pequenos pecuaristas

O uso de biotecnologias e melhoramento genético está ajudando na produtividade, eficiência e rentabilidade de pequenos produtores da pecuária. A estratégia faz parte do programa Leite & Genética que se utiliza da Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) para elevar a taxa de prenhez do rebanho. O incentivo resulta em bezerros mais robustos e vacas com maior capacidade para produzir leite. A iniciativa, parte das ações de tecnologias inovadoras realizadas pelo Sebrae do Rio Grande do Norte, está com inscrições abertas até 30 de maio para pequenos empreendedores pecuaristas que queiram aumentar a eficiência e a rentabilidade, a partir de um rebanho mais produtivo e sustentável. E para garantir que esses produtores tenham acesso às biotecnologias, o Sebrae/RN vai fornecer subsídio de até 70% no valor do pacote do programa. A iniciativa existe desde 2013 e beneficiou mais de dois mil produtores rurais. A partir do programa Leite & Genética já nasceram cerca de 35 bezerros através das biotecnologias IATF e Fertilização in Vitro (FIV).

Feijão com arroz

Supersafra de arroz e feijão devem reduzir inflação dos alimentos

Na contramão do ovo e do café, por exemplo, a combinação mais tradicional no prato do brasileiro segue acumulando desvalorização e aliviando o bolso do consumidor. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a produção de arroz em 12,1 milhões de toneladas e de feijão em 3,29 milhões de toneladas. O efeito sazonal da colheita dos dois produtos da cesta básica devem fazer os preços caírem e, com isso, resultar em queda do nível inflacionário dos alimentos dentro do Índice de preços ao consumidor (IPCA). O feijão preto caiu 5,36% em fevereiro, enquanto o carioca recuou 3,33% e o arroz caiu 1,6%. Em 12 meses, o feijão recuou mais de 20% e o arroz, quase 4%. No entanto, o processo inflacionário atual não é decorrente somente da alta de alimentos e essa alta de alimentos não é provocada por qualquer problema dentro do agronegócio, mas está ligada, basicamente, a duas coisas: alta da taxa de juros e alta da inflação.

Seca no RS “encolhe” pés de soja e tira mais de R$ 13 bi da economia

A estiagem castigou as lavouras no RS. O estado, que há menos de um ano sofreu com inundações sem precedentes, agora faz as contas de quanto vai perder não com o excesso de chuvas, mas com a falta delas. a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) informou que a seca vai causar uma quebra de 30% na produção de soja em relação à estimativa inicial, de 21,6 milhões de toneladas. Em uma área de plantio de 6,7 milhões de hectares, quase a mesma do ciclo anterior, a produção chegará a 15 milhões de toneladas. A quebra da safra de soja, a principal cultura agrícola do estado, poderá levar a perdas de R$ 13,5 bilhões na economia e se for incluído outras culturas, esse valor pode subir para R$ 14 bilhões.

Desmatamento na Amazônia Legal tem queda de 64,26% em fevereiro

O desmatamento na região da Amazônia Legal em fevereiro teve queda de 64,26% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No mês passado foram desmatados 80,95 km² na Amazônia Legal, em comparação com uma área desmatada de 226,51 km² no mesmo mês do ano passado. A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, englobando os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

O peixe-leão (Pterois volitans) capturado em Fernando de Noronha
O peixe-leão (Pterois volitans) capturado em Fernando de Noronha

Maior peixe-leão do mundo é capturado no Brasil

O maior peixe-leão (Pterois volitans) do mundo foi capturado no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. O espécime mede 49 centímetros, tamanho que ultrapassou os registros de recordes anteriores de Venezuela (45,7 cm) e Estados Unidos (47,4 cm). O fato gerou um alerta entre especialistas sobre a expansão da espécie exótica invasora no arquipélago. O crescimento expressivo do peixe-leão na região indica a alta disponibilidade de alimento para esse predador, o que compromete a biodiversidade local. Para os pesquisadores isso representa que os peixes-leão em Noronha estão realmente crescendo muito porque eles têm bastante presa e entre os alimentos estão os peixes locais, o que é bem preocupante, devido aos impactos que eles podem causar na biodiversidade de Noronha. O peixe-leão é originário do Indo-Pacífico e foi identificado no Brasil pela primeira vez em 2014 e registrado oficialmente em Noronha em 2020. A espécie tem uma alta taxa reprodutiva, podendo liberar até 30 mil ovos por vez, e sua voracidade é alarmante: é capaz de consumir até 20 peixes em apenas 30 minutos, o que tem o potencial de impactar severamente as populações de peixes nativos.

Brasil oferece cooperação técnica em sustentabilidade agrícola aos países do Brics

A primeira reunião técnica presencial sob presidência brasileira do Grupo de Trabalho da Agricultura dos Brics foi realizada nesta nesta semana, em Brasília. As discussões tiveram como assuntos principais o fortalecimento das mulheres rurais e da agricultura resiliente. O Mapa destacou que os países do bloco são protagonistas na produção de alimentos e na segurança alimentar global. Com isso, os encontros são de grande importância para o compromisso de cooperação agrícola, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável. Trata-se do principal setor a mitigar, contribuir e otimizar os desafios da sociedade humana, seja a segurança alimentar, seja a segurança energética. Os países dos Brics podem desenvolver, produzir e gerar bioenergia e biocombustíveis. Na agenda, estão inclusas sessões para discutir os preços dos alimentos, a aliança global contra a fome e a pobreza, o fortalecimento da agricultura familiar e a pesca sustentável, entre outros assuntos não detalhados pelo grupo. A pasta ressaltou que a sustentabilidade é um pilar primordial da agropecuária brasileira e colocou à disposição dos países parceiros a cooperação técnica do Brasil nesse tema.

Setor de máquinas agrícolas do Brasil pode se beneficiar com a taxa do aço de Trump

Já estão em vigor as tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio dos Estados Unidos, sem exceções ou isenções, para todos países exportadores. O Brasil, que é o segundo maior fornecedor dessas commodities para o mercado norte-americano, deve ser impactado e, no caso do setor de máquinas agrícolas, possivelmente de forma positiva. Para analistas, essa medida pode beneficiar a exportação de máquinas agrícolas brasileiras para os Estados Unidos, já que os equipamentos norte-americanos podem ser prejudicados pela alta dos preços. A competitividade das máquinas produzidas nos Estados Unidos será comprometida. Se isso acontecer no mercado americano, vai favorecer outros mercados. Então, não tem como o americano sair do fornecedor brasileiro e ir para o fornecedor turco, pois todos foram afetados.

Colheita mecanizada de batatas em fazenda chinesa
Colheita mecanizada de batatas em fazenda chinesa

China desenvolve batatas adaptadas ao clima quente

Com o aquecimento global ameaçando a produtividade agrícola, cientistas chineses estão empenhados no desenvolvimento de variedades de batata capazes de prosperar em temperaturas elevadas. O projeto visa mitigar os impactos climáticos sobre a agricultura e garantir a segurança alimentar em um cenário de crise, onde as mudanças climáticas ameaçam afetar a produção de alimentos essenciais. A pesquisa está sendo conduzida em uma instalação no noroeste de Pequim, onde as plantas são cultivadas sob temperaturas simuladas, três graus acima da média das principais regiões produtoras de batata da China, como Hebei e Mongólia Interior. Os primeiros resultados indicam que o calor acelera o crescimento das batatas em até 10 dias, mas, ao mesmo tempo, pode reduzir consideravelmente sua produtividade, o que exige o desenvolvimento de novas estratégias para garantir a viabilidade da cultura. O projeto faz parte de um esforço global e conta com a colaboração do Centro Internacional da Batata (CIP), no Peru, além do apoio do governo chinês. Os pesquisadores não apenas buscam variedades mais resistentes ao calor, mas também investigam formas de adaptação agrícola para enfrentar eventos climáticos extremos, como secas e inundações, com o objetivo de assegurar a continuidade da produção. Diante dos desafios impostos pela crise climática, a China, maior produtora mundial de batatas, aposta na inovação científica para enfrentar os efeitos do aquecimento global.

Nível do mar subiu mais do que previsto em 2024

O nível global do mar subiu mais do que o esperado em 2024, o ano mais quente já registrado na Terra, segundo uma análise da agência espacial americana Nasa divulgada nesta semana. O aumento do ano passado se deveu a um aquecimento incomum dos oceanos, combinado com o derretimento do gelo terrestre, como os glaciares. Esse fenômeno é consequência das mudanças climáticas provocadas pelas atividades humanas, já que o nível do mar sobe à medida que a temperatura média da superfície da Terra aumenta, impulsionada pelas emissões de gases de efeito estufa. De acordo com a Nasa, que monitora o fenômeno por meio de imagens de satélite, o nível do mar aumentou 0,59 centímetro em 2024, muito mais do que os 0,43 centímetro previstos pelos cientistas. Segundos pesquisadores, cada ano é um pouco diferente, mas o que está claro é que o nível do oceano continua subindo e o ritmo desse aumento está cada vez mais rápido. Nos últimos 30 anos, de 1993 a 2023, o nível médio do mar aumentou 10 centímetros.

Maioria das refeições “plant-based” não são saudáveis

A preocupação com a saúde tem impulsionado mudanças alimentares em milhares de pessoas pelo mundo. Uma das alternativas adotadas é a redução no consumo de produtos de origem animal, como a carne, e o aumento de vegetais. Mas, ao mesmo tempo, em que a escolha por alimentos saudáveis cresce acompanhada da oferta em restaurantes especializados, há uma preocupação: os pratos são realmente bons e livres de grãos refinados, frituras de imersão e gordura saturada como o divulgado? Saiba que muitas refeições “veganas” não são tão saudáveis quanto você pensa!!! Novas pesquisas revelam que grãos refinados, frituras e gorduras saturadas são comuns em pratos de restaurantes à base de plantas. Um estudo desenvolvido por pesquisadores de Kentucky e Illinois, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica Nutrients, apontou que muitas refeições à base de vegetais não são exatamente como deveriam ser. Durante três anos, 561 restaurantes espalhados pelo mundo foram incluídos na pesquisa, sendo 278 veganos e vegetarianos e 283 onívoros (sem restrições, mas com opções veganas e vegetarianas no cardápio). A maioria das análises aconteceu nos Estados Unidos, e incluiu estabelecimentos de países como Austrália, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha, Irlanda, Japão, Panamá, Portugal, Hungria, Brasil e Suíça. Os restaurantes veganos e vegetarianos tiveram uma porcentagem maior de opções saudáveis entre os 3,6 mil pratos analisados. Outro destaque foi a nota máxima. Apenas 2% ofereciam pratos sem grãos refinados, gordura saturada e ingredientes fritos e ainda informações nutricionais como os teores de sódio e açúcar. Por outro lado, 26% dos restaurantes sem restrições e 14% dos veganos e vegetarianos tiveram nota zero na avaliação. Conforme os pesquisadores, o estudo mostrou que existem muitos alimentos vegetais não saudáveis ​​rotulados como saudáveis nos dois tipos de restaurantes, mas as melhores opções são mais oferecidas nos espaços veganos e vegetarianos. Dos 3,6 mil pratos, quase 2,5 mil tiveram pontuações reduzidas pela presença de alimentos não permitidos na dieta: grãos refinados (1.408), gordura saturada (321) e fritura (768), com maior presença nos estabelecimentos veganos e vegetarianos (1732 contra 765).

Robô agrícola Prospr, carro-chefe da Yamaha Agriculture, veículo autônomo e híbrido concebido para realizar várias tarefas de pomares e vinhedos
Robô agrícola Prospr, carro-chefe da Yamaha Agriculture, veículo autônomo
e híbrido concebido para realizar várias tarefas de pomares e vinhedos

Japonesa Yamaha envereda pelo agro para lançar robôs com IA

Motocicletas, instrumentos musicais, motores náuticos… O universo da marca japonesa Yamaha é suficientemente diversificado para fazer o conglomerado japonês ser reconhecido mundialmente em vários ambientes. No mundo rural, um pouco menos, embora a empresa literalmente sobrevoe o setor com equipamentos como helicópteros pulverizadores não tripulados – há cerca de 2,2 mil deles em operação no Japão, ajudando no manejo de cerca de 800 mil hectares de campos de arroz. Há cerca de 40 anos no mercado ela atua na automação agrícola através da Yamaha Motors. Mas somente no final de fevereiro passado oficializou a criação de uma subsidiária focada no desenvolvimento de soluções de alta tecnologia para o setor. É a Yamaha Agriculture que nasce com a ambição de se colocar entre os líderes da emergente indústria de equipamentos autônomos turbinados com inteligência artificial para o trabalho em campo. A nova empresa terá como ponto de partida as tecnologias desenvolvidas pela Robotics Plus, empresa de automação agrícola da Nova Zelândia, e da australiana The Yield, especializada em sistemas de análise de dados com inteligência artificial para operações agrícolas. Combinando as duas, a Yamaha pretende oferecer robôs pulverizadores e voltados para a limpeza de lavouras, além de plataformas de inteligência agrícola com insights para tomadas de decisões para produtores de culturas especiais como uvas e maçãs. Seus primeiros mercados devem ser os países da Oceania e os Estados Unidos. O “carro-chefe” deve ser o Prospr, equipamento autônomo comercializado pela Robotics Plus. O robô agrícola já é utilizado na automação de tarefas em propriedades produtoras de uvas viníferas na Nova Zelândia.

Mil famílias sem terra conquistam assentamento no norte da Bahia após 17 anos de espera

Depois de quase duas décadas de resistência, cerca de mil famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão próximas de conquistar a posse do seu território na região do Perímetro Irrigado do São Francisco, no norte da Bahia. O anúncio foi dado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para os acampados, que agora se deslocam para as novas áreas que serão transformadas em assentamentos. A vitória marca um capítulo fundamental na luta pela democratização do acesso à terra e reafirma o compromisso com a reforma agrária popular e a produção de alimentos saudáveis. A conquista desses assentamentos significa mais do que o direito à terra, é a possibilidade de um futuro digno para milhares de pessoas e famílias agricultoras, promovendo segurança alimentar, justiça social e o desenvolvimento da agricultura familiar. Segundo o MDA, o Programa Terra da Gente pretende entregar até abril 12.297 lotes para famílias em 138 assentamentos em 24 estados para acelerar a reforma agrária em todo país. Desse total, 23 áreas estão na Bahia, totalizando 37.528,93 hectares.

Corte Interamericana condena Estado brasileiro por violar direitos dos quilombolas de Alcântara

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) declarou que o Estado brasileiro é responsável por violar os direitos de 171 comunidades quilombolas de Alcântara, MA. No anúncio, a corte determina que o Brasil indenize as comunidades pelos danos materiais e imateriais sofridos ao longo dos anos. Além disso, a decisão determina que o Estado brasileiro conclua a demarcação dos 78 mil hectares do território, garantindo a posse coletiva das comunidades, e realize a retirada de invasores da área pertencente aos quilombolas. As violações se concentraram a partir do processo de instalação e operação de uma base militar de lançamento de foguetes no território, entre as décadas de 70 e 80. A instalação da base implicou na remoção forçada de 312 famílias de 32 comunidades, gerando impactos de longo prazo nos modos de vida dos moradores, como restrições à circulação, ao uso dos recursos naturais e interferência em atividades cotidianas dos quilombolas, como a prática da pesca. Para a liderança quilombola Maria do Nascimento, a decisão representa um ato de reparação pelo que os moradores da área sofreram ao longo do processo de invasão das suas terras.