CAMPING -  Dicas para escolher a barraca ideal

Manchetes da semana - 05 a 18-04-2025

Guerra comercial vai derrubar commodities agrícolas e minerais em todo o globo

A guerra comercial capitaneada entre Estados Unidos e China teve mais um capítulo nesta semana. Os asiáticos anunciaram tarifas recíprocas a todos os bens importados dos norte-americanos, respondendo o tarifaço de Trump na mesma moeda. Diante deste cenário, o economista Roberto Troster avalia que o movimento natural é que os negócios entre as duas potências diminua e, com isso, a atividade econômica global também tenda a cair e, com isso, o preço das commodities (minerais e agropecuárias) vão despencar. Caindo esses preços, a rentabilidade das empresas no Brasil e de todas as empresas industriais do mundo também caem por conta de um nível de atividade menor e de concorrência maior. Segundo o analista, a queda das bolsas de valores é só o primeiro reflexo de uma guerra sem vencedores. Essas quedas são apenas o primeiro choque de algo que não vai terminar em curtíssimo prazo, possivelmente vai ter mais ações e reações. Para o analista, trata-se de uma política míope do governo norte-americano em que todos sairão perdendo.

Exportações agropecuárias aumentaram 4,6% no primeiro trimestre

As exportações agropecuárias brasileiras tiveram alta de 4,6% no primeiro trimestre, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Apesar do número positivo, as vendas da soja, a principal commodity agrícola produzida e exportada pelo país para a China – maior compradora do mundo – caíram 10,4% no período. De forma geral, os embarques ao gigante asiático tiveram recuo de 13,2% entre janeiro e março. No entanto, as vendas gerais de café aumentaram 69,8%. A indústria de transformação também apresentou indíces positivos de exportação, com avanço de 5,6% no trimestre, ao passo que a indústria extrativa teve tombo de 16,7%.

Bandeiras do MST nas cercas de áreas ocupadas pelo movimento no Abril Vermelho
Bandeiras do MST nas cercas de áreas ocupadas pelo movimento no Abril Vermelho

No Abril Vermelho, MST ocupa áreas em todo o país

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirma ter realizado mais de 20 ocupações de propriedades rurais, secretarias de agricultura e uma fazenda experimental de universidade desde 1º de abril. Uma área às margens da BR-116, em Minas Gerais, foi ocupada por mais de 600 famílias de agricultores e agricultoras, dando início ao Abril Vermelho no estado e nacionalmente, começando o período de reafirmação da luta em território mineiro. Para o movimento, foi simbólico iniciar o abril por Minas Gerais, ainda mais com o governador Romeu Zema (Novo), que publicamente se manifesta a favor da violência no campo e contrário ao direito que o povo mineiro tem de produzir alimentos, ter acesso à terra e ter uma vida digna no campo. Já no estado de SP, cerca de 400 famílias participaram de uma ocupação na Usina São José, em Rio das Pedras. A ação teve como objetivo denunciar o crime ambiental de contaminação do Rio Piracicaba, ocorrido em julho de 2024, que matou cerca de 250 espécimes de peixes. Segundo a Cetesb, até o dia da manifestação, a usina não havia pago a multa e nem ingressado com documentação formal para pleitear nova licença de operação. Desde a ocorrência do desastre a empresa se mantém inerte em relação às sanções que lhe foram impostas.

Pescadores quilombolas estão preocupados com projeto de porto em manguezal

Moradores e grupos da sociedade civil do Maranhão estão preocupados com os planos de construção de um grande porto e uma ferrovia no nordeste do estado, devido ao potencial de impacto sobre o meio ambiente e as terras usadas por comunidades marginalizadas. Alguns moradores temem que a construção do projeto Grão-Pará Maranhão (GPM), que inclui o Terminal Portuário de Alcântara, de 1.180 hectares, no município de Alcântara, e a ferrovia Maranhão Railway (EF-317), com 520 quilômetros de extensão, destrua casas, terras agrícolas e áreas de pesca das comunidades locais. Embora alguns aprovem o projeto, outros apontam irregularidades no processo de licenciamento ambiental e de consulta às comunidades. A empresa por trás do projeto GPM, é a Grão-Pará Multimodal S.A.. O porto será construído sobre uma vasta extensão de manguezais localizada na costa nordeste da amazônia, as Reentrâncias Maranhenses – área protegida que faz parte do tratado de Ramsar para proteção de áreas úmidas. O local abriga 50% da população de aves costeiras do país, incluindo o maçarico-de-bico-virado (Limosa haemastica) e o maçarico-galego (Numenius phaeopus), além de áreas de floresta tropical e de matas de babaçu (Attalea speciosa). Para membros da comunidade e ambientalistas da região, a obra pode acabar matando toda a biodiversidade dos mangues e das áreas alagadas, principalmente os peixes que sustentam a pesca artesanal, sem contar o impacto do tráfego de navios e outras embarcações. A parte portuária do projeto ocupará quase 90% do quilombo Vila Nova da Ilha do Cajual, localizado no território quilombola de Alcântara, área que abriga múltiplas comunidades e descendentes de africanos escravizados que fugiram no século 19. A comunidade de Vila Nova é composta por 51 famílias que vivem da pesca e da agricultura de pequena escala.

Vacina brasileira contra a gripe aviária em humanos aguarda fase de testes

A primeira vacina brasileira contra a gripe aviária em humanos, desenvolvida pelo Instituto Butantan, recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e iniciará os testes clínicos com 700 voluntários em Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo. O estudo clínico será conduzido pelo Plátano Centro de Pesquisas Clínicas e tem como objetivo avaliar a segurança e a eficácia imunológica do imunizante. Os voluntários, divididos em dois grupos etários (18 a 59 anos e 60+), receberão duas doses da vacina ou do placebo, com intervalo de 21 dias entre as aplicações. Apenas um em cada sete participantes receberá a substância sem princípio ativo. O acompanhamento será feito durante sete meses, com visitas e exames clínicos. Antes do início da vacinação, os participantes passarão por uma triagem com exames bioquímicos, hematológicos e sorológicos no Real Hospital Português. A análise da resposta de imunidade celular será realizada na Fiocruz Pernambuco.

A maior mobilização indígena do país, o Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, reuniu povos originários de diversas regiões para denunciar ataques aos seus direitos e reforçar a resistência contra o Marco Temporal (Lei 14.701/2023), também conhecido como "Lei do Genocídio Indígena" - Foto: Eline Luz/ANDES-SN
A maior mobilização indígena do país, o Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília,
reuniu povos originários de diversas regiões para denunciar ataques aos seus direitos e
reforçar a resistência contra o Marco Temporal (Lei 14.701/2023), também
conhecido como “Lei do Genocídio Indígena” – Foto: Eline Luz/ANDES-SN

Não somente é inconstitucional, o marco temporal é imoral

O secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Luis Ventura Fernández, comentou as expectativas para o 21º Acampamento Terra Livre (ATL) que ocorreu em Brasília e destacou que o tema do marco temporal seguirá no centro das discussões, diante da insistência do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) em “forçar” uma conciliação sobre um tema em que “não é possível conciliar nada”. Para ele o país passa por um momento extremamente grave, de grave retrocesso, e o ATL pode ser um marco nesse sentido. Fernández considera que o marco temporal constitui o maior apagamento da violência contra os povos indígenas acontecida antes da Constituição Federal de 88, sendo a maior certidão da impunidade para as atrocidades cometidas contra os povos indígenas e para a expulsão dos povos de seus territórios, não somente é inconstitucional, mas imoral. O secretário-executivo do Cimi se soma à Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) na denúncia da “ilegitimidade” da Câmara de Conciliação, estabelecida pelo ministro do STF, e da qual os movimentos indígenas se retiraram em agosto de 2024.

Governo destina verba do Fundo Amazônia a extrativistas do Amazonas

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram um investimento de aproximadamente R$ 39 milhões do Fundo Amazônia em apoio a pequenos produtores rurais e extrativistas no estado do Amazonas. A iniciativa vai beneficiar diretamente 2,4 mil famílias — mais de 10 mil pessoas — distribuídas em 76 comunidades da região do médio rio Juruá. A ação será executada pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), em parceria com outras quatro associações locais. O objetivo é consolidar cadeias socioprodutivas sustentáveis nas áreas de óleos vegetais, açaí e pescado, fortalecendo a economia regional e promovendo o desenvolvimento com base na preservação da floresta. A iniciativa contempla comunidades ribeirinhas com difícil acesso a centros urbanos — em alguns casos, a viagem até uma cidade pode levar até 52 horas. Com recursos não reembolsáveis, o projeto viabiliza a melhoria da qualidade dos produtos locais por meio de investimentos em beneficiamento, transporte e armazenagem, além da capacitação de cerca de 1.190 pessoas. A proposta inclui ainda a implantação de sistemas agroflorestais em áreas degradadas e o manejo florestal sustentável de 1,8 milhão de hectares, com impactos positivos na conservação da biodiversidade e na geração de renda.

Bayer solicita revisão da Justiça dos EUA em casos de câncer associados ao uso de herbicidas

A Bayer, gigante alemã que atua no setor agroquímico, pediu à Suprema Corte dos Estados Unidos que decida se a legislação federal pode anular milhares de ações judiciais estaduais que acusam a empresa de não ter alertado sobre os riscos de câncer relacionados ao seu herbicida Roundup. A empresa defende que a revisão da Suprema Corte americana é necessária para resolver a divergência existente entre as cortes de apelação sobre a questão da pré-emissão, ou seja, se a legislação federal deve prevalecer sobre as leis estaduais no que diz respeito a alegações de falha na advertência, alegando que a interpretação de algumas cortes estaduais e federais cria incertezas legais e poderia prejudicar a estabilidade jurídica e a uniformidade nas regras de rotulagem de produtos agrícolas nos Estados Unidos. Em uma petição, a Bayer pede que à Suprema Corte analise o caso de Missouri, que resultou em uma indenização de 1,25 milhão de dólares a um homem diagnosticado com linfoma não-Hodgkin após usar o produto em um jardim comunitário em St. Louis. O rótulo aprovado pela EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) para o produto não inclui qualquer alerta sobre riscos de câncer. A empresa argumenta que a legislação federal sobre pesticidas impede que estados adotem requisitos adicionais de rotulagem, o que, na visão da Bayer, também proíbe ações baseadas em falhas na advertência de produtos conforme as leis estaduais.

Projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados libera o FGTS para compra de máquinas agrícolas
Projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados libera o FGTS para compra de máquinas agrícolas

Projeto de lei libera o FGTS para compra de máquinas agrícolas

O texto, em análise na Câmara dos Deputados, altera a Lei do FGTS. O Projeto de Lei 4515/24 prevê o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para compra de máquinas e implementos agrícolas. Atualmente, a legislação já permite sacar o FGTS em algumas situações, como na demissão sem justa causa, na concessão da aposentadoria, para quitação de financiamento imobiliário ou em casos de câncer (trabalhador ou dependentes). A mudança na lei contribuirá para a subsistência do trabalhador rural e de sua família, lembrando que agronegócio representa hoje quase 27% das ocupações no Brasil. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio empregou 28,6 milhões de pessoas no primeiro semestre de 2024. O número representa 26,85% de todas as ocupações no país, evidenciando o peso do setor na geração de empregos. Desde 1988, com a promulgação da Constituição Federal, os trabalhadores rurais passaram a ter os mesmos direitos garantidos aos urbanos, incluindo o acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A medida visa fortalecer a capacidade produtiva e garantir melhores condições de subsistência para os trabalhadores rurais e suas famílias. O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, de Trabalho, de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Governo prorroga emergência zoossanitária para gripe aviária

O Ministério da Agricultura prorrogou por 180 dias a vigência do estado de emergência zoossanitária para a gripe aviária em todo o território nacional. Até agora, não há registro da doença em criação comercial, o que mantém o Brasil com status de país livre de influenza aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O estado de emergência zoossanitária foi declarado em maio de 2023 e prorrogado duas vezes. Com isso, o governo federal pode adotar medidas de erradicação do foco de forma mais rápida, mobilizar verbas da União e articular com outros ministérios, organizações governamentais e não governamentais, bem como aplicar ações integradas para conter a disseminação da doença pelo Brasil.

Criada a Câmara Setorial para Agropecuária Indígena

Após participar do encontro do presidente Lula com o cacique Raoni Mepuktire e lideranças do Xingu, na Aldeia Piarauçu, em Mato Grosso, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu a presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Eliane Xunakalo e representantes de diversas terras indígenas para tratar das demandas de aprimoramento da agricultura indígena. Como forma de dar mais agilidade, após um estudo realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Fávaro autorizou a criação da Câmara Setorial de Agropecuária Indígena. As Câmaras Setoriais e Temáticas do Mapa são importantes fóruns de discussão entre os diversos elos das cadeias produtivas, reunindo entidades representativas de produtores, empresários, instituições bancárias e de outros parceiros no setor, além de representantes de órgãos públicos e de técnicos governamentais para discutir questões de interesse da cadeia produtiva, tais como manejo, processo produtivo, comercialização, entre outros. Com a representação direta de agricultores indígenas em debates regulares envolvendo todo o setor, as demandas da agricultura indígena chegam diretamente para atender aquilo que realmente é necessário para o desenvolvimento da produção. A Fepoimt representa cerca de 60 mil indígenas de 46 povos que vivem em Mato Grosso. Participaram da reunião 20 representantes de diferentes regiões e segmentos. No encontro, foram discutidas medidas para auxiliar a produção agrícola dos povos indígenas e o incremento de programas do Mapa.

Cardume de atuns
Cardume de atuns

Embrapa e ICMBio assinam acordo para rastrear atum brasileiro

O projeto de rastreabilidade eletrônica dos atuns e afins para exportação será desenvolvido em uma parceria da Embrapa, responsável pelo Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade – SIBRAAR, e da Paiche Consultoria com o Instituto Chico Mendes através de acordo de cooperação técnica. A rastreabilidade e a adoção de boas práticas na produção e exportação de pescado são essenciais para atender os padrões regulatórios internacionais e garantir a qualidade do produto. A Embrapa reconhece a importância desses processos e propôs o desafio de inovação para desenvolver soluções digitais e ciber-físicas que apoiam a identificação e certificação de produtos de origem animal e vegetal. Com a tecnologia Sibraar, a Embrapa busca padronizar e facilitar o acesso às informações sobre a origem das matérias primas, contribuindo para a transparência dos processos de agroindustrialização. A colaboração com instituições como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão e fiscalização de quatro Unidades de Conservação Federal, integrantes do Núcleo de Gestão Integrada Grandes Unidades Oceânicas, que representam 25% da Zona Econômica Exclusiva do Brasil é fundamental para ampliar o alcance do Sibraar no setor pesqueiro permitindo que os consumidores tenham acesso a informações detalhadas sobre as práticas produtivas e extrativistas, especialmente do atum (Thunnus thynnus). Esta parceria tem potencial não só de beneficiar os consumidores, fornecendo-lhes maior segurança alimentar, mas também apoia a sustentabilidade e a competitividade da indústria pesqueira nacional.

Produtores endividados no RS buscam apoio no governo federal

Estratégias de apoio aos agricultores gaúchos vêm sendo discutidas amplamente pelas entidades do setor nos últimos meses e lideranças do agronegócio gaúcho estiveram reunidas em Brasília (DF) com representantes do Ministério da Fazenda para discutir medidas de apoio aos produtores rurais afetados pelas perdas das últimas safras. A comitiva, formada por entidades do setor e parlamentares, defendeu a necessidade de recursos com prazos e juros compatíveis para reduzir o endividamento no campo, agravado por estiagens e pela enchente de maio de 2024. Entre as demandas apresentadas está a prorrogação dos vencimentos das dívidas dos produtores e a securitização, que não avançaram junto ao governo federal. A proposta é que casos mais críticos sejam avaliados individualmente pelas equipes técnicas dos ministérios e instituições financeiras, em articulação com as entidades do agro. Segue a mobilização de apoio ao projeto de lei sobre a securitização.

MPA divulga novo prazo para aquicultores entregarem o RAP

Estendido para 30 de abril o novo prazo anunciado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) de acordo com a com a Portaria MPA Nº 449 para que aquicultores realizem o envio do Relatório Anual de Produção da Aquicultura em Águas da União (RAP). O MPA ressalta que o relatório é individual e obrigatório para todos os cessionários com contratos de uso em Águas da União. O órgão também destaca que em síntese, o RAP é uma ferramenta fundamental para que o próprio MPA possa orientar e fiscalizar o cumprimento das obrigações contratuais desses aquicultores. Por fim, o relatório também é usado para auxiliar na elaboração do Boletim da Aquicultura em Águas da União, que por sua vez, é uma iniciativa do ministério para consolidar dados e promover análises sobre a produção aquícola em Águas da União. Para preencher o relatório CLIQUE AQUI.

A vaca da raça gir leiteiro, Jacarta Recreio, campeã do torneiro leiteiro da FEMEC 2025 com 64,850 kg de leite por dia
A vaca da raça gir leiteiro, Jacarta Recreio, campeã do torneiro
leiteiro da FEMEC 2025 com 64,850 kg de leite por dia

Vaca campeã em lactação impressiona com 64,8 kg de leite por dia

A FEMEC 2025, realizada pelo Sindicato Rural de Uberlândia (MG) no Parque de Exposições Camaru, consagrou Jacarta Recreio como a grande campeã do Torneio Leiteiro, com uma média impressionante de 64,850 kg de leite por dia, a maior lactação de todas as vacas participantes do torneio. A vitória reforça não apenas o excelente desempenho da vaca, mas também o legado genético de uma linhagem que vem transformando a pecuária leiteira nacional. O animal é mais um destaque da Fazenda Recreio e já havia chamado atenção, em 2024, ao vencer o torneio leiteiro de Cordeiro. Desta vez, na FEMEC, superou 29 animais de alta performance, consolidando-se como um dos maiores nomes da raça. A vitória de Jacarta Recreio reforça a qualidade genética que garante resultados consistentes e superiores.

Polícia Civil resgata galos utilizados em rinhas

Dez galos utilizados em rinhas, que eram mantidos em condições inadequadas e submetidos a maus-tratos, foram resgatados pela Polícia Civil de Mato Grosso, em ação realizada pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema). O proprietário dos animais, de 32 anos, foi autuado em flagrante pelo crime de maus-tratos de animais, caracterizado pela prática de rinhas, previsto no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais. As diligências iniciaram após os policiais da Dema receberem uma denúncia de que em uma residência no bairro Parque do Lago, na cidade de Várzea Grande, MT, dez galos eram mantidos engaiolados, em espaços exíguos, com características de preparação para rinhas, evidenciado pelo corte das esporas, em alguns exemplares. Com base na denúncia, os policiais foram até o local, onde constataram a veracidade dos fatos. As aves estavam na casa, em inadequadas para manutenção dos animais. No local, ficou caracterizado o funcionamento das rinhas de galo, sendo apreendidas cinco gaiolas, quatro colchões vermelhos, utilizados como área de combate, um timer característico para cronometragem de rinhas, além de apetrechos como luvas, tesouras e medicamentos, utilizados para preparação dos animais para os combates.

Tratoraço na Bahia reúne produtores contra mudanças no Proagro

Cerca de 190 máquinas tomaram as ruas de Adustina, no interior da Bahia, durante um tratoraço realizado por produtores da região da SEALBA, fronteira agrícola formada por municípios de Sergipe, Alagoas e Bahia. A região é reconhecida pela forte produção de milho. A manifestação faz parte do movimento nacional #VamoSalvarOProagro e teve como principal alvo as recentes alterações no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que, segundo os produtores, encarecem o seguro, reduzem a cobertura e comprometem a continuidade da produção agrícola. As mudanças, que deveriam proteger o setor diante de perdas climáticas, vêm sendo vistas como um desamparo à classe produtora, gerando apreensão e revolta entre agricultores de diversas regiões do Brasil, que clamam por soluções urgentes e mais sensíveis à realidade do campo. Para os produtores, as novas regras estão tornando a atividade inviável. Na região da SEALBA, são utilizados aproximadamente 300 mil hectares cobertos pelo Proagro tradicional. Com as mudanças, as alíquotas subiram de 8% para até 23%, o que encarece de forma significativa o seguro. Eles também criticam os critérios técnicos adotados. Com as alterações, a cobertura do seguro passou a considerar o zoneamento agrícola de risco, o que prejudica muitos municípios da região onde o risco é superior a 40%, limitando a apenas 50% do valor assegurado.

O javali europeu (Sus scrofa), espécie exótica, se dispersou descontroladamente pelo país e vem ampliando os prejuízos econômicos e ambientais
O javali europeu (Sus scrofa), espécie exótica, se dispersou descontroladamente
pelo país e vem ampliando os prejuízos econômicos e ambientais

MG elabora projeto de lei para eliminação de javalis

Animais de grande porte, que podem percorrer 300 km em 24 horas e pesar 300 quilos, os javalis (Sus scrofa) têm invadido propriedades rurais do Triângulo Mineiro e região, assustando produtores e prejudicando diversas lavouras. Cálculos do Sindicato dos Produtores Rurais do Município de Sacramento mostram que a invasão dos animais encarece custos de produção e já levou cerca de 40% dos agricultores da região a mudarem de atividade. Esse cenário foi exposto em audiência pública conjunta realizada Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). As dificuldades para o manejo desses animais foram discutidas na Comissão de Desenvolvimento Econômico e nas Comissões de Agropecuária e Agroindústria e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Convidados e deputados defenderam que se tenha uma legislação estadual estabelecendo uma política de controle da espécie, tema materializado com o Projeto de Lei (PL) 1.858/23 que autoriza o controle populacional e o manejo sustentável do javali-europeu (Sus scrofa) em todas as suas formas, linhagens, raças e diferentes graus de cruzamento. Agora, a matéria aguarda parecer da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para então ser levada ao Plenário em 1º turno. Na ocasião da audiência sugeriu-se que uma possível lei estadual sobre a matéria deixe o controle do javali nas áreas privadas a cargo da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seapa) e, nas áreas públicas, a cargo da pasta do Meio Ambiente, ficando os proprietários rurais desobrigados de obter autorização para o controle dos animais.

Tarifaço de Trump mexe com a economia mundial

Trump elevou a taxação das importações da China para 125%, com efeito imediato, segundo ele com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais. Até então, a taxação adicional da China estava em 104%. Por outro lado, Trump reduziu a taxação de 75 países para 10% por 90 dias, enquanto negocia com os chefes de estado e governo desses países, com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos EUA para negociar uma solução para os assuntos em discussão, e que esses países não retaliaram de forma alguma os EUA, também segundo ele. A China então, elevou sua tarifa retaliatória sobre importações dos EUA, de 84% para 125%, também sinalizando que não vai mais igualar eventuais novas elevações de tarifas pelos EUA, com o argumento de que as importações americanas não são mais comercializáveis nos níveis atuais. Para os chineses, mesmo que os EUA continuem impondo tarifas mais altas, isso não fará mais sentido econômico e se tornará uma piada na história da economia mundial. As bolsa mundiais foram afetadas negativamente. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China representa um risco significativo de uma forte contração do comércio bilateral. As projeções preliminares sugerem que o comércio de mercadorias entre as duas economias pode diminuir em até 80%. Os efeitos macroeconômicos negativos não se limitarão aos dois países, mas se estenderão a outras economias, especialmente às nações menos desenvolvidas.

Samarco lança plataforma de indenizações a pescadores e aquicultores

A Samarco anunciou o lançamento do Sistema Agro-Pesca (SAP), uma plataforma digital destinada à solicitação de indenizações individuais específicas para pescadores e aquicultores familiares que estão na ação do Rio Doce, projeto que representa os interesses das pessoas que foram impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana no ano de 2015. Em resumo, o processo deve ser conduzido por um advogado ou defensor público, com honorários pagos diretamente pela Samarco, limitados a 5% do valor da indenização, sem que haja deduções no valor recebido pelos beneficiários. Sendo assim, cada indenizado terá direito a R$ 95 mil, pagos em parcela única. O prazo para ingresso e entrega da documentação na plataforma é de 60 dias após o lançamento, com encerramento em 04 de junho de 2025. No entanto, é importante ressaltar que esta indenização não é cumulativa com outras modalidades de indenizações individuais, como PIM, AFE, Novel ou PID. No entanto, os beneficiários poderão continuar acessando o Programa de Transferência de Renda (PTR) sem prejuízo.

Nova estação meteorológica automática em Porto Alegre marca início da modernização da rede climática no RS
Nova estação meteorológica automática em Porto Alegre marca
início da modernização da rede climática no RS

Rio Grande do Sul terá 98 estações meteorológicas instaladas até o fim de 2025

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou a ampliação de 50 para 98 estações meteorológicas no Rio Grande do Sul até o fim de 2025. Além do aumento no número de unidades, o projeto prevê também a modernização das áreas já em atividade. De acordo com o informe, a primeira, dentre as novas estações meteorológicas automáticas, foi instalada e já começou a operar na sede do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Porto Alegre. As estações transmitem os dados por sinal de internet e, em caso de indisponibilidade, por satélite. Em operação de rotina, os dados serão captados e transmitidos com intervalo de uma hora. Porém, as estações são capazes de transmitir em intervalos de 15 minutos, com o objetivo de prevenir eventos extremos. Os sensores das novas estações captam instantaneamente as variações atmosféricas, como temperatura e umidade do ar, radiação atmosférica, precipitação, direção e velocidade do vento e pressão atmosférica.

Conab espera safra recorde de grãos para o ciclo 2024/25

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 7º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25. A estimativa indica uma colheita de 330,3 milhões de toneladas de grãos, volume que, se confirmado, será o maior já registrado na série histórica da companhia. O volume previsto representa um aumento de 32,6 milhões de toneladas em comparação com a safra de 2024/25. Esse incremento se deve, em parte, pelo aumento da área plantada, prevista em 81,7 milhões de hectares. Foram incorporados 1,7 milhão de hectares ao total registrado no ciclo anterior. Além disso, as condições climáticas favoráveis registradas na primeira safra nas principais regiões produtoras também foram um fator decisivo para o aumento de total estimado.

Novos mercados abertos para o Brasil

As autoridades sanitárias do Marrocos aprovaram a proposta de Certificado Sanitário Internacional, que atualiza os requisitos para a exportação de carne bovina. A medida autoriza a entrada de miúdos bovinos para o país africano. O Marrocos representa uma oportunidade promissora para o mercado brasileiro que, em 2023, o país importou mais de US$ 43 milhões em produtos derivados da carne animal. O Brasil foi o maior fornecedor. Além da carne, em 2024, o Brasil exportou US$ 1,36 bilhões de dólares em produtos agrícolas para o mercado marroquino. Outro anuncio importante é que o Brasil passará a exportar óleo de aves destinado à alimentação animal para o Peru, após conclusão da negociação entre os governos dos dois países. Em 2024, mais de US$ 755 milhões em produtos agropecuários brasileiros foram vendidos à nação vizinha, com destaque para produtos florestais, carne de frango, cereais, óleo de soja e café. Com população de 34 milhões de habitantes e pecuária em constante expansão, o Peru tem demanda crescente por insumos voltados à nutrição animal. Nesta semana, o ministro Fávaro, se reuniu com os ministros da Agricultura e Bem-Estar da Índia, Shivraj Singh Chauhan, e Agricultura do Irã, Gholamreza Nouri Ghezeljeh. Os encontros tiveram como objetivo estreitar as relações de comércio e intensificar a cooperação em pesquisa e tecnologia agropecuária entre o Brasil e os dois países. As reuniões aconteceram de forma separada e paralelamente à programação do Grupo de Trabalho de Agricultura (AWG) do Brics, coordenado pelo Mapa. Durante o encontro, Fávaro destacou a importância da aproximação entre Brasil e Índia, reforçando a orientação do presidente Lula para o fortalecimento das relações internacionais. Ele também citou o pleito da Índia para a abertura do mercado brasileiro à romã indiana, tema já em análise pelo Mapa. O ministro solicitou agilidade por parte da Índia na análise para abertura do mercado do feijão guandu brasileiro, além de manifestar interesse em exportar outros produtos como erva-mate, noz-pecã e ampliar as vendas de carne de aves ao mercado indiano. Fávaro também ressaltou a ligação histórica entre os países no que se refere à genética bovina, pois cerca de 80% do rebanho bovino brasileiro é formado por zebuínos, originários da Índia. Com o trabalho da Embrapa, o Brasil alcançou avanços significativos no melhoramento genético dessas raças. O Brasil reforçou seu interesse em ampliar as exportações de frutas, pescados e carne de aves com o Irã, além de tratar da ampliação do comércio de fertilizantes, especialmente ureia. O ministro iraniano demonstrou disposição em aprofundar o diálogo técnico e científico com o Brasil e ressaltou o respeito do povo iraniano pelo Brasil. Outro anúncio importante é que o Brasil está “na iminência” de receber nos próximos dias autorização do governo chinês para a exportação de pescado para o país asiático. Secretários do Ministério da Agricultura e Pecuária se reunirão em Brasília na próxima semana com integrantes do governo chinês para tratar, entre outros temas, da abertura de mercados. Existe a expectativa de avanços nas negociações envolvendo as exportações de bens produzidos no Brasil como frutas, carnes e grãos secos de destilaria, um subproduto do etanol de milho.

O passaporte equestre vai reduzir a exigência de exames frequentes e estimular o cadastramento dos proprietários nos órgãos competentes
O passaporte equestre vai reduzir a exigência de exames frequentes e
estimular o cadastramento dos proprietários nos órgãos competentes

Passaporte Equestre é aprovado por comissão

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou Projeto de Lei 3650/21 que institui o Passaporte Equestre, uma espécie de documento de identidade para facilitar o trânsito de cavalos, asnos e muares em território nacional. A medida favorece a participação dos animais em eventos como cavalgadas, exposições e provas. Atualmente, o transporte de animais no Brasil é regulamentado pela Guia de Trânsito Animal (GTA), conforme a Lei Federal nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. A proposta vai facilitar o transporte dos animais, reduzir a exigência de exames frequentes e estimular o cadastramento dos proprietários nos órgãos competentes. O passaporte será individualizado, digital, com validade de um ano (renovável), e conterá informações atualizáveis como: procedência do animal e dados do proprietário; fotografias e descrição detalhadas (por meio de resenha gráfica); registro genealógico emitido por associação de criadores, quando houver. Para o trânsito do animal serão exigidos também, além do passaporte, exames de sanidade. O regulamento definirá os tipos de exame, entre outros aspectos.

Starlink vai colocar mais 7,5 mil satélites na órbita do Brasil

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou o pedido da Starlink para lançar mais 7,5 mil satélites na órbita do país. A empresa já tinha 4,4 mil satélites em operação e agora chegará a 11,9 mil unidades, o que deve reforçar a sua liderança no segmento de internet rápida por satélites. A decisão do conselho diretor da Anatel aconteceu por meio de votação em circuito deliberativo, longe dos holofotes. A aprovação ocorreu de forma unânime. Com isso, o órgão regulador atendeu integralmente o pleito da empresa americana para a alteração do direito de exploração que já estava em voga, ampliando o número de unidades na órbita e as faixas de frequências utilizadas para transmissão do sinal de internet. A alteração da licença custará R$ 102 mil à empresa de Musk e será válida até 2027.

Projeto para classificar invasão de terra como terrorismo é apresentado

O deputado federal Mauricio Neves (PP-SP) apresentou um projeto de lei que classifica como ato de terrorismo a invasão de propriedades rurais em território nacional. A medida vem em resposta ao avanço das ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que já se apropriou de propriedades privadas em oito estados só em 2025, intensificando o chamado “Abril Vermelho”. A proposta prevê pena de 15 a 30 anos de reclusão para quem participar, organizar ou financiar atos de invasão, com foco na proteção da propriedade privada e na garantia da ordem no campo. Para o deputado, invasão de terra é crime, ameaça quem trabalha e produz, e precisa ser tratada com a gravidade que merece. O parlamentar também criticou a omissão do Governo Federal diante da escalada das invasões e afirmou que o Congresso precisa reagir com firmeza. O projeto agora segue para análise nas comissões da Câmara dos Deputados.

Colheita mecânica de plantio de cânhamo industrial
Colheita mecânica de plantio de cânhamo industrial

Brasil tem até maio para regulamentar cultivo de cânhamo industrial

Em audiência pública em março, organizada pela Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial, realizada na Câmara do Deputados, a pesquisadora Daniela Bittencourt, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, destacou a urgência da regulamentação do cultivo de cânhamo no Brasil, seguindo decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou à União a criação de normas para o setor até maio deste ano. Daniela, que é secretária-executiva da Comissão Permanente sobre Cannabis da Embrapa, questionou por que o Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, ainda não cultiva legalmente uma planta com tamanho potencial econômico, ambiental e social? Ela explicou que o cânhamo industrial, variedade da Cannabis sativa com menos de 0,3% de THC (sem efeito psicoativo), pode ser usado em mais de 25 mil produtos – de fibras têxteis a bioplásticos, cosméticos e materiais de construção. É a partir dessa regulamentação que fica autorizada a importação e o cultivo da planta, por empresas, voltados à produção de medicamentos e outros subprodutos. Especialistas defendem que a regulamentação do cânhamo industrial pode posicionar o Brasil na vanguarda da bioeconomia global. Além dos benefícios ambientais, o desenvolvimento dessa cadeia produtiva pode gerar empregos, reduzir importações e fomentar inovação em setores estratégicos.

Petrobras prevê retomada de fábrica de fertilizantes no Paraná em junho

A Petrobras planeja reiniciar as operações de sua fábrica de fertilizantes do Paraná em junho. A retomada da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa) foi aprovada pela diretoria da companhia em meados do ano passado. Segundo a Petrobras, a unidade está atualmente em fase de manutenção, etapa considerada fundamental para garantir o retorno seguro e eficiente das operações da fábrica, que foi hibernada em 2020. A Ansa está passando por um conjunto de intervenções que visam assegurar a integridade dos equipamentos e a adequação da planta para a retomada da produção. A Ansa tem capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia, o que corresponde a 8% do mercado; 475 mil toneladas/ano de amônia; além de 450 mil m³/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32).

Expedição inédita vai mapear produtividade de florestas cultivadas do Brasil

A primeira edição da Expedição Silvicultura tem como meta coletar dados e entregar um levantamento, sem precedentes, sobre a produtividade das plantações florestais no Brasil. A iniciativa visa aprofundar o entendimento das condições e desafios da produção florestal no país. Todo o roteiro está previsto para acontecer entre os meses de junho a agosto de 2025, quando especialistas vão percorrer mais de 40 mil quilômetros pelas principais regiões produtoras em 16 estados do país, coletando informações em cerca de 40 mil pontos de controle. Também serão visitadas centenas de propriedades, onde serão realizadas entrevistas com proprietários e gestores florestais, além da coleta de dados quantitativos e qualitativos em cerca de 1.000 parcelas amostrais. As equipes especializadas vão utilizar em campo a combinação de métodos tradicionais e tecnologias avançadas para garantir a precisão e a riqueza dos dados coletados, que vão analisar áreas de cultivo de eucalipto e pinus, além de espécies de destaque regional como teca, acácia-negra, araucária, entre outras. Serão coletados dados biofísicos das árvores, como diâmetro, altura e sanidade, além de informações sobre práticas de manejo, incluindo o uso de insumos e tecnologias. Além de levantar dados de produtividade florestal, a iniciativa investigará tendências de investimento, custos de produção e as percepções e expectativas dos produtores. Também serão avaliadas as práticas socioambientais adotadas nas diferentes regiões, bem como os impactos das mudanças climáticas sobre a produção florestal. A Expedição Silvicultura é uma realização da Canopy Remote Sensing Solutions em parceria com a Paulo Cardoso Comunicações e Embrapa Florestas, e conta com apoio das principais instituições e empresas do setor de base florestal.

Lebre-europeia (Lepus europaeus) conhecido como lebrão
Lebre-europeia (Lepus europaeus) conhecido como lebrão

Lebrão invade lavouras no Brasil e causa prejuízos de até R$ 15 bilhões

A lebre-europeia (Lepus europaeus), popularmente chamada de lebrão, está se tornando um dos maiores vilões do campo brasileiro. Com reprodução acelerada, alto poder de destruição de lavouras e pouco controle oficial, a espécie invasora já ocupa grandes áreas agrícolas, trazendo prejuízos estimados em quase R$ 15 bilhões ao ano — valor atribuído às 476 espécies exóticas invasoras no país, segundo estudo da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES). Originário da europa, o lebrão chegou ao continente sul-americano no século XIX, se adaptou ao pampa uruguaio e hoje avança rapidamente por diversos biomas brasileiros. Atualmente, a espécie já está disseminada nos estados do Sul, em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia, com risco de alcançar o Nordeste pela bacia do Rio São Francisco. Seu poder de reprodução impressiona: são duas gestações por ano, com até 9 filhotes por ninhada, o que acelera sua dispersão em até 45 km por ano. Com hábitos noturnos e saltos que podem atingir velocidades de até 60 km/h, o lebrão é quase impossível de capturar com armadilhas convencionais ou barreiras simples como cercas. Segundo especiailistas, o problema vai além dos campos invadidos. Por falta de ação e omissão dos órgãos ambientais, o lebrão se espalha livremente, assim como outras espécies exóticas, enquanto o controle é burocratizado e restringido por normas ultrapassadas. Apesar do impacto econômico e ambiental, não há uma política nacional consolidada para conter espécies invasoras como o lebrão. O estudo da BPBES aponta que ações de controle ocorrem de forma pulverizada, sem articulação entre os entes federativos e com instrumentos legais subutilizados.

Com membros na Lista Suja, Cooxupé negocia empréstimo “verde” com banco holandês

Segundo reportagem do Repórter Brasil, a Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), que teve quatro cooperados incluídos na última atualização da Lista Suja do trabalho escravo, busca um financiamento de US$ 30 milhões com o FMO (Banco de Desenvolvimento Holandês). Ainda em fase de negociação contratual, o empréstimo, se aprovado, deverá ser usado para que a cooperativa possa adquirir, armazenar e comercializar café certificado pelo padrão Rainforest Alliance. A negociação entre FMO e Cooxupé ocorre desde agosto de 2024. Com o slogan “Banking for a better world” (“Banco para um mundo melhor”, na tradução para o português), o banco de fomento holandês recebe recursos públicos e privados e é supervisionado pelo DNB (Banco Central Holandês). Segundo o FMO, o financiamento para a Cooperativa “tem um selo 100% verde e, potencialmente, um selo 100% de redução de desigualdades”. O primeiro item da lista de exclusão do FMO é trabalho escravo. Esses casos mostram que o banco não opera dentro da sua missão de ajudar o desenvolvimento sustentável, já que está financiando grandes empresas e priorizando o lucro, segundo analisa Merel van der Mark, coordenadora da Coalizão Florestas & Finanças, plataforma que analisa os financiamentos potencialmente causadores de danos socioambientais. Para ela, cabe ao governo holandês a fiscalização dos recursos. “O Estado é o acionista majoritário, então tem o dever de garantir que esse dinheiro está sendo bem empregado, que as políticas estão sendo implementadas devidamente. E isso não está acontecendo”, afirma. Questionado, o FMO informou que ainda está em negociação com a cooperativa e que “as condições de trabalho nas fazendas da Cooxupé continuam sendo um tema crítico e recorrente nas discussões”. O banco informou também que, caso cheguem a um acordo com a Cooperativa, pretende “incluir assistência técnica para ajudar a fortalecer o programa já existente de monitoramento das condições de trabalho entre seus fornecedores”.

Embarcação é apreendida por pesca predatória em reserva de Niterói

Mais de 400 quilos de pescado foram apreendidos pela Polícia Federal numa ação conjunta com o Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea) na Reserva Extrativista Marinha de Itaipu (Resex Itaipu), na região oceânica de Niterói, para combater a pesca predatória. Duas embarcações praticavam a pesca predatória na Praia de Itacoatiara, dentro da área da unidade de conservação, o que é proibido por lei. Os barcos utilizavam uma rede, com 400 metros de comprimento, capturando inclusive espécies ameaçadas de extinção como a raia viola (Pseudobatos horkelii). A maioria do pescado apreendido era sardinha da espécie boca torta (Cetengraulis edentulus). Os produtos apreendidos foram doados para as comunidades do Preventório, em Niterói, e do Rato Molhado, em Itaipu, beneficiando cerca de 100 pessoas. O proprietário da embarcação foi conduzido para a Delegacia da Polícia Federal de Niterói onde foi autuado em flagrante. Ele responderá pela prática do crime de pesca ilegal, cuja pena pode chegar até três anos de reclusão, além de multa. O dono do barco também foi autuado pelo Inea por praticar pesca predatória. A multa pode chegar a R$ 100 mil, com acréscimo de R$ 10 por quilo do produto apreendido.

Integrantes dos dois países reunidos em Brasília - Foto: Casa Civil
Integrantes dos dois países reunidos em Brasília – Foto: Casa Civil

Brasil e China estabelecem rota marítima direta que reduzirá tempo de transporte em 30 dias e discutem Corredor Bioceânico

Os portos de Salvador, na Bahia, e de Santana, no Amapá, passam a integrar a primeira rota marítima direta entre o Brasil e a China. Desta forma, produtos agropecuários nacionais poderão ser recebidos pelo Porto de Gaolan, no sul do território chinês, sem escalas. O novo trajeto é considerado estratégico para o desenvolvimento das regiões norte e nordeste brasileiras. A expectativa é que produtos como soja, carne bovina e celulose devem ter escoamento mais ágil, enquanto insumos industriais e tecnológicos da Ásia também chegarão com maior rapidez e menor custo. A duração de transporte entre os dois países pode ser reduzida em até 30 dias. Além disso, calcula-se redução de cerca de 30% nos custos de frete. Um dos produtos brasileiros que devem se beneficiar desse trajeto são as frutas, alimentos altamente perecíveis que têm um prazo de validade curto. Outra iniciativa foi discutida entre integrantes do Governo da República Popular da China e o governo brasileiro em reunião em Brasília. Na ocasião os chineses conheceram os projetos de infraestrutura no Brasil. A delegação discutiu sobre a construção do Corredor Bioceânico, uma saída alternativa pelo Oceano Pacífico, facilitando o acesso do Brasil e de outros países da América Latina aos mercados asiáticos. Outra importante característica do corredor é a conexão com a Ferrovia Norte-Sul, integrando as áreas produtoras de commodities agrícolas do centro-oeste à malha ferroviária existente e aos portos do litoral brasileiro. Os chineses também conheceram as obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), no estado de Goiás.

Ferrovia de Integração Centro-Oeste afetará 24 terras indígenas

A construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) deve impactar 24 terras indígenas na Amazônia Legal, sendo 23 em Mato Grosso e uma em Rondônia. Um levantamento da InfoAmazonia revela ainda que a obra atravessará 105 nascentes e afluentes de três importantes bacias hidrográficas brasileiras: Xingu, Tocantins-Araguaia e Tapajós e pode contaminar e destruir cursos d’água fundamentais para a região. Iniciada em 2022, a ferrovia foi orçada em R$ 7,2 bilhões, com previsão de conclusão em 2027. O projeto, que está em fase de estudos para licenciamento socioambientais, prevê uma área de influência direta de 50 quilômetros, na qual comunidades indígenas poderão sofrer com desmatamento, erosão e mudanças nos fluxos hídricos. Seis dessas terras – Manoki, Irantxe, Utiariti, Tirecatinga, Nambikwara e Vale do Guaporé – estão a menos de 10 quilômetros da linha da ferrovia, tornando-se mais vulneráveis aos impactos da obra e à pressão da expansão agrícola. O traçado passa pelos municípios de Água Boa, Lucas do Rio Verde, Gaúcha do Norte, Canarana, Paranatinga e outros com economias ligadas ao agronegócio. A FICO terá um trajeto de 1.641 km, cortando o Mato Grosso de leste a oeste, até Vilhena (RO). Para evitar os avanços da FICO, os indígenas cobram do governo federal um relatório que liste os reais impactos que a obra vai causar.

Petrobras avalia contratar empresa para retomar fábricas de fertilizantes do nordeste

A Petrobras avalia lançar uma concorrência para escolher uma empresa para operar as suas fábricas de fertilizantes nitrogenados na Bahia e em Sergipe, em medida que visa o reinicio da produção nas plantas. O conselho deverá se reunir para avaliar a proposta, que prevê a retomada pela Petrobras da gestão de ambas as unidades do nordeste, que atualmente estão arrendadas para a Unigel. A Petrobras havia arrendado ambas as fábricas em 2019, por 10 anos, mas elas estão paralisadas desde 2023, sob a alegação da parceira de que os altos preços do gás natural no Brasil inviabilizavam a operação de forma lucrativa. A ideia é propor a realização de uma licitação para contratar a empresa que vai tocar a retomada das plantas de fertilizantes.

Porto de Santos
Porto de Santos

Governo Federal abre consulta pública para expansão do Porto de Santos

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) iniciou a consulta pública sobre a revisão da área do porto organizado de Santos, no estado de São Paulo. Aberta à participação da sociedade por 30 dias, a iniciativa busca ampliar a transparência e estimular a participação social nas decisões que envolvem o futuro do maior porto da América Latina. A proposta em análise prevê a expansão da poligonal do Porto de Santos, com a incorporação de 12,6 milhões de metros quadrados distribuídos por quatro municípios. Apresentada em dezembro de 2024 pela Autoridade Portuária de Santos (APS), a ampliação representa um aumento de 162,4% na área atual. O objetivo é atrair novos investimentos, gerar empregos e impulsionar a competitividade do porto no cenário internacional. A consulta pública é uma etapa fundamental do processo administrativo, permitindo que cidadãos, empresas e demais interessados contribuam com sugestões, críticas e observações. Trata-se de uma estratégia que reforça o compromisso com o desenvolvimento sustentável e inclusivo, alinhando os projetos de infraestrutura portuária às necessidades reais da população e aos interesses econômicos do país.