Aqui você encontra em notas as últimas e mais importantes notícias semanais do agronegócio nacional e internacional
Piauí decreta estado de emergência em 106 municípios
O governo do Piauí decretou estado de emergência por conta da seca que acomete 106 municípios, com vigência de 180 dias. A Secretaria de Estado da Defesa Civil (Sedec) está agindo para minimizar os efeitos do período estiagem, elaborando ações emergenciais para dar assistência necessária às famílias afetadas pela estiagem, por meio do fornecimento de água potável. Diante do decreto de estado de emergência, a Operação Carro-Pipa é realizada a partir do credenciamento de pipeiros em diversos municípios do estado.
Brasil abre novos mercados para produtos do agronegócio
O governo brasileiro anunciou a abertura de quatro novos mercados internacionais. Em comunicado conjunto, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmaram a autorização para exportação de bovinos e bubalinos para reprodução no Gabão e de vísceras comestíveis no Chile. Nesta mesma semana foi anunciado o recebimento da autorização da autoridade sanitária do Equador para exportar óleos e gorduras de aves e ruminantes destinados à alimentação animal. Nos primeiros cinco meses deste ano, o Equador importou mais de US$ 140 milhões em produtos agrícolas brasileiros. Entre os itens mais exportados, destacam-se os produtos florestais, cereais e farinhas, que representam cerca de 50% do total exportado para o país. Ainda nesta semana, o governo brasileiro recebeu com satisfação o anúncio, pelo governo de Cuba, a autorização para que o Brasil exporte os seguintes produtos para aquele país: ovos e ovoprodutos, pescados extrativos e seus derivados, gelatina e colágeno, e pescados de cultivo e derivados . As quatro novas aberturas deverão contribuir para o aumento do fluxo comercial entre os dois países. No ano passado, as exportações agrícolas do Brasil para o mercado cubano ultrapassaram US$ 195 milhões. Já a Austrália aprovou certificados sanitários do Brasil para que o país exporte camarões e carne de camarões. Com a inclusão desses novos produtos no portfólio de exportações, o Brasil alcança sua 81ª abertura de mercado em 2024. Desde o início de 2023, foram 160 aberturas de mercado em 57 países.
Exportações brasileiras batem recorde e superávit comercial atinge US$ 42,3 bilhões até junho
As exportações brasileiras atingiram um marco histórico no primeiro semestre de 2024, alcançando US$ 167,6 bilhões, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O superávit comercial brasileiro acumulado até junho atingiu US$ 42,3 bilhões. Somente no mês de junho, as exportações totalizaram US$ 29 bilhões, com um desempenho notável do setor da Indústria Extrativa, que registrou um crescimento de 15,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da leve queda de 1,9% nas exportações de junho na comparação com junho de 2023, o saldo comercial do mês foi positivo em US$ 6,7 bilhões, com importações alcançando US$ 22,3 bilhões. A corrente de comércio de junho apresentou um saldo de US$ 6,7 bilhões, representando um crescimento de 4,6% em relação ao ano anterior. As importações brasileiras em junho totalizaram US$ 22,3 bilhões, marcando um aumento de 14,4% em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do semestre, as importações somaram US$ 125,3 bilhões, refletindo um aumento de 3,9% em comparação ao primeiro semestre do ano passado.
Combate ao greening retira mais de 25 mil mudas irregulares de circulação
O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e sua Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), continua intensificando os esforços no combate ao greening, doença que ameaça gravemente a citricultura do estado. Engenheiros agrônomos e técnicos agropecuários realizaram operações nos municípios de Herculândia e Tupã, onde apreenderam 25.040 mudas cítricas que estavam sendo produzidas e comercializadas de forma irregular. Foram fiscalizados seis locais e identificado mudas cítricas armazenadas a céu aberto. Amostras foram coletadas para diagnósticos em laboratório oficial de cancro cítrico e greening, além de serem destruídas e apreendidas. As ações serão frequentes até que a produção seja regularizada e o comércio irregular cesse. Durante a operação, que contou com o apoio da Polícia Militar Ambiental, foram lavrados quatro autos de infração baseados nas legislações que estabelecem medidas de defesa sanitária vegetal, visando coibir o comércio ambulante de mudas em São Paulo devido aos graves danos econômicos que essa prática gera às lavouras e pomares comerciais.
Arrozeiros e governo federal alinham estratégias para garantir abastecimento
Representantes do setor arrozeiro e do governo federal discutiram e alinharam estratégias para garantir o abastecimento de arroz no mercado nacional. A reunião visou valorizar o produto brasileiro e assegurar que os consumidores tenham acesso ao cereal, evitando a necessidade de grandes importações. De acordo com a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), foram definidas ações em conjunto com o Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ficou estabelecido um monitoramento dos preços nas diferentes regiões do país como orientar os produtores a abastecerem a indústria, garantindo tranquilidade aos consumidores. Esse acompanhamento visa trazer estabilidade ao mercado. A Federarroz ressaltou que a abertura de diálogo com o governo federal permitiu esclarecer questões cruciais sobre o mercado de arroz, como os riscos que a insistência na importação em larga escala ou a continuidade dos leilões poderia representar para o setor, inclusive ameaçando a área plantada de arroz para a próxima safra.
Brasil se consolida como maior produtor de ração animal da América Latina
Em 2023, o aumento na produção e exportação dos setores de aves e suínos impulsionou a fabricação brasileira de ração animal. Um levantamento apontou o Brasil como o maior produtor de ração animal da América Latina e o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. De acordo com o levantamento “Alltech Agri-Food Outlook 2024”, o Brasil encerrou 2023 com um crescimento de 1,84% em relação ao ano anterior, produzindo cerca de 1,5 milhão de toneladas de ração animal. Globalmente, a produção de ração ficou estável em 1,29 bilhão de toneladas métricas, uma leve queda de 140 mil toneladas. A presença no mercado global, especialmente com a influenza aviária controlada, proporcionou oportunidades no mercado externo, resultando em um aumento nas exportações. O estudo reuniu dados de 142 países e mais de 27 mil fábricas de ração.
Exportações de carne bovina alcançam recorde histórico no primeiro semestre
O Brasil registrou no primeiro semestre de 2024 o melhor desempenho já registrado em suas exportações de carne bovina, conforme dados compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) com base nos números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Ao longo do semestre, as exportações alcançaram 1,29 milhão de toneladas, representando um aumento de 27,3% em relação ao mesmo período de 2023, que totalizou 1,019 milhão de toneladas. O faturamento atingiu US$ 5,69 bilhões, um crescimento de 17% comparado ao primeiro semestre do ano anterior, superando apenas o valor registrado em 2022, durante o cenário de pandemia, quando as exportações alcançaram mais de US$ 6,19 bilhões. Em junho de 2024, as exportações totalizaram 220.184 toneladas, movimentando US$ 953,09 milhões, um resultado ligeiramente abaixo dos recordes dos meses anteriores. Os principais importadores da carne bovina brasileira neste ano foram liderados pela China, que adquiriu 565.654 toneladas no valor de US$ 2,5 bilhões, marcando um crescimento de 10,2% em volume. Em seguida, destacaram-se os Emirados Árabes Unidos, com quase 95 mil toneladas importadas (aumento de 238%) e US$ 435 milhões; seguidos pelos Estados Unidos, que importaram 85.395 toneladas (alta de 19,7%) resultando em US$ 515 milhões. A carne bovina in natura representou 87,7% do volume exportado pelo Brasil no período, totalizando 1,13 milhão de toneladas. A maior parte dessas exportações consiste em carne sem osso, que representa 88% do total. A carne com osso, por sua vez, ainda enfrenta restrições em alguns mercados devido a requisitos específicos de certificação.
“Arroz da Gente” vem fortalecer a produção da agricultura familiar
O Governo Federal anunciou o lançamento do programa “Arroz da Gente”, uma série de medidas voltadas para fortalecer a produção de arroz na agricultura familiar em diversas regiões do Brasil. A iniciativa inclui acesso facilitado a crédito com juros reduzidos, apoio técnico, garantias de comercialização e a adoção de tecnologias adaptadas às realidades locais, como pequenas máquinas, colheitadeiras e silos secadores. Coordenada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em colaboração com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Consórcio Nordeste, movimentos sociais, sindicatos e centrais de economia solidária, o programa inicialmente beneficiará 200 municípios em estados das regiões nordeste, centro-oeste, norte e sudeste. O programa prevê o suporte a cerca de 10 mil famílias produtoras, proporcionando assistência técnica, apoio para aquisição de tecnologias de baixo impacto ambiental, como maquinário e estruturas de armazenamento, visando a eliminação da colheita manual, além de facilitar a comercialização. A Conab utilizará ferramentas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Contrato de Opção de Venda para auxiliar na distribuição do produto. Além disso, o governo planeja incentivar o uso de sementes tradicionais através do PAA, ampliando a produção desse importante alimento da cesta básica nacional. Como parte das ações, está prevista a elaboração de um diagnóstico da produção de arroz, feijão e mandioca pela agricultura familiar, visando fortalecer políticas públicas que beneficiem territórios e melhorem a qualidade de vida das populações locais.
Mapa incentiva a produção de chocolates finos de aroma
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), trabalha no fomento e pesquisa do setor cacaueiro no Brasil. Um dos trabalhos da Ceplac é o incentivo à produção de chocolates finos de aroma, também chamados de bean to bar, que se trata da produção do chocolate a partir da utilização da amêndoa do cacau ou tree to bar. Neste processo, o fabricante do chocolate é também um produtor de cacau. Sendo uma das precursoras do chocolate fino de aroma no Brasil, a Ceplac produz esses chocolates como um incentivo à verticalização de produção. Esse chocolate é produzido com duas finalidades que são a pesquisa e a promoção da qualidade do cacau fino de aroma e dos chocolates bean to bar e tree to bar. O chocolate fino leva, em geral, apenas três ingredientes: cacau ou nibs de cacau, manteiga de cacau e açúcar; e o teor de cacau é geralmente superior a 50%. A receita do chocolate tem perfil de torra específico para cada lote de cacau, que deve ser livre de conservantes e aromatizantes artificiais, gorduras transgênicas e/ou hidrogenadas, emulsificantes artificiais. Os principais estados produtores destes chocolates estão localizados no sudeste, nordeste e no norte do país: São Paulo, Bahia, Espírito Santo e o Pará.
Brasil se destaca como o maior produtor mundial de laranja
Segundo o Agro em Dados de julho da Seapa de Goiás, a laranja, originária da Ásia e introduzida no Brasil nas primeiras décadas da colonização, é uma das frutas mais cultivadas e consumidas no país, apreciada tanto pelo seu sabor in natura quanto pelo seu suco, além de suas propriedades nutracêuticas. O Brasil se destaca como o maior produtor mundial de laranja, contribuindo com cerca de 34,0% da produção global, conforme dados do USDA. Além da laranja, a citricultura nacional abrange outras frutas como tangerina, lima ácida e limão, fortalecendo o agronegócio brasileiro. A Laranja Pêra é a variedade mais plantada, sendo versátil tanto para consumo direto quanto para processamento industrial. Para a safra 2024, estimativas do IBGE apontam uma produção nacional de 15,3 milhões de toneladas de laranja, cultivadas em uma área de 570 mil hectares. Apesar da redução de 1,0% na produção em comparação à safra anterior, fenômenos típicos da bienalidade negativa da cultura. A produção de laranja concentra-se nos polos citrícolas de São Paulo, Triângulo Mineiro e Sudeste Mineiro, com São Paulo liderando com 74,6% da produção nacional.
Inflação cai para 0,21% em junho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou taxa de 0,21% em junho deste ano. A taxa é inferior à observada em maio (0,46%) mas superior à observada em junho do ano passado, quando foi registrada uma deflação (queda de preços) de 0,08%. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o IPCA acumula taxa de inflação de 2,48% no ano de 2024 e 4,23% no acumulado de 12 meses.
Na Bolívia, MAPA firma atos para aumentar a oferta de fertilizante na agropecuária brasileira
O MAPA firmou dois atos com a Bolívia com objetivo de aumentar a oferta de fertilizantes no Brasil, visando ampliar produtividade do agro brasileiro e aumentar a competitividade do setor. Os acordos ocorreram durante o encontro bilateral entre o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Bolívia, Luis Arce, em Santa Cruz de la Sierra. O primeiro documento é um acordo de cooperação de comercialização de fertilizantes e cloreto de sódio. Já o segundo é um memorando de entendimento de exportação de fertilizantes ao Brasil. O objetivo é estabelecer os termos e as condições para a exportação de fertilizantes e suas matérias-primas para o Brasil, com foco no fortalecimento do agro local. Os atos também buscam promover e implementar a cooperação técnica e científica por meio de intercâmbio tecnológico, pesquisa, desenvolvimento e inovação entre as partes.
Safra catarinense de maçã encerra com produção quase 24% menor
Os fruticultores catarinenses colheram cerca de 423 mil toneladas de maçã na safra 2023/2024, a menor colheita da série histórica mapeada pelo Observatório Agro Catarinense. Esse volume é cerca de 24% menor do que o registrado na safra anterior, quando a produção atingiu quase 555,2 mil toneladas. Os dados são do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). A colheita da maçã em Santa Catarina encerrou no mês de junho. Problemas climáticos prejudicaram a produtividade dos pomares, especialmente dos cultivares Gala e Fuji. Essas duas representam quase 98% do total de maçãs produzidas em Santa Catarina. O excesso de chuvas no período da floração reduziu a produtividade dos pomares e também levou a problemas fitossanitários.
Número de pessoas trabalhando no agronegócio bate recorde
O agronegócio brasileiro registrou no primeiro trimestre deste ano um ritmo de contratações mais acelerado que os demais setores no país, atingindo nível recorde de empregados, segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No primeiro trimestre do ano, foram registradas 28,6 milhões de pessoas contratadas no agronegócio brasileiro, um recorde da série histórica, iniciada em 2012. O número de contratados avançou 3% (ou 827 mil pessoas) no primeiro trimestre, ante igual período de 2023. No mercado de trabalho total do Brasil, o aumento no período foi de 2,3% (ou 2,38 milhões de pessoas).
Búfala brasileira é a maior produtora de leite do mundo
Uma búfala de Piquete, cidade do interior de São Paulo, conhecida como “Soja da Mantiqueira”, alcançou um feito extraordinário ao quebrar o recorde mundial de produção diária de leite entre bubalinos. Durante o Torneio Expass Agro, renomada feira de agronegócio realizada em Minas Gerais em junho, o animal registrou a marca impressionante de 39,8 kg de leite em apenas duas ordenhas. Esse resultado superou o recorde anterior de 37 kg, estabelecido por uma búfala do Paquistão. Seu proprietário, o produtor rural Thiago Mendes Mansfeld, compartilha que o recorde alcançado foi uma surpresa para todos os competidores. De acordo com ele, o animal passa por cuidados diários com a alimentação e com o estilo de vida. Ela tem o acompanhamento de um zootecnista, que tem o cuidado de buscar várias fontes na hora de formular sua dieta. Conta muito também a seleção genética, quando se procura replicar os melhores animais para a produção.
Ministro Fachin reafirma que marco temporal é inconstitucional
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), reafirmou nesta semana que a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas é inconstitucional. A declaração de Fachin foi proferida durante audiência com parlamentares e representantes de movimentos indigenistas para tratar da questão. O ministro é relator do processo no qual o Supremo definiu que a tese é inconstitucional. Apesar da decisão, o Congresso validou no ano passado o marco temporal ao derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei favorável à tese. Pela tese, os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época. Na audiência, o ministro Fachin reafirmou seu posicionamento contrário ao marco temporal. “A Constituição é um parâmetro de controle quanto ao marco temporal. No julgamento do recurso extraordinário já apreciado, eu já tive a oportunidade de dizer no voto que, à luz do parâmetro constitucional, não tenho dúvida alguma a acerca da inconstitucionalidade do marco temporal”, declarou.
Combate ao Aedes com larvicida vira política nacional
O Ministério da Saúde divulgou nota estabelecendo a ampliação da estratégia criada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor de arborviroses como dengue, zika e chikungunya. A expectativa é de que a transformação da medida em política pública de abrangência nacional contribua para reduzir as populações do inseto, sobretudo em cidades maiores. A estratégia envolve as chamadas estações disseminadoras de larvicidas (EDLs). Trata-se de potes com dois litros de água parada que são distribuídos em locais onde há proliferação dos mosquitos. Em busca de um local para depositar seus ovos, as fêmeas se sentem atraídas. No entanto, antes de alcançarem a água, elas são surpreendidas por um tecido sintético que recobre os potes e que está impregnado do larvicida piriproxifeno. A substância acaba aderindo ao corpo das fêmeas que pousam na armadilha. Dessa forma, elas mesmas levarão o larvicida para os próximos criadouros que encontrarem, afetando o desenvolvimento dos ovos e as larvas ali depositados. De acordo com a nota informativa 25/2024, editada há duas semanas pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, o fluxo para a adoção das EDLs envolve cinco etapas: manifestação de interesse do município, assinatura de acordo de cooperação técnica com a pasta e com a Fiocruz, validação da estratégia com a secretaria de saúde do respectivo estado, realização de capacitações com os agentes locais e monitoramento da implementação. A estratégia deverá ser expandida gradativamente pelo país levando em conta a capacidade dos envolvidos nas três esferas: nacional, estadual e municipal. Inicialmente, esse trabalho contempla 15 cidades. Elas foram escolhidas com base em alguns critérios: população superior à 100 mil habitantes; alta notificação de casos de dengue, chikungunya e zika nos dois últimos anos; alta infestação por Aedes aegypti; e disponibilidade de equipe técnica operacional de campo.
Senado adia para outubro votação sobre marco temporal de terras indígenas
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) adiou para outubro a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que insere no texto constitucional o marco temporal de terras indígenas. A proposta de retirar o texto da pauta partiu do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). O senador defendeu que o colegiado aguarde o resultado da comissão de conciliação do Supremo Tribunal Federal (STF), criada pelo ministro Gilmar Mendes. O próprio Jaques representará o Senado ao lado da líder do PP na Casa, Tereza Cristina (MS), na comissão no STF. O ministro Gilmar Mendes apresentou a proposta aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados para que se faça uma comissão com representantes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, em uma tentativa de se trabalhar a matéria a partir do dia 5 de agosto. Presidente da CCJ, Davi Alcolumbre defendeu a busca de acordo na Suprema Corte, mas garantiu que se os poderes não chegarem a um consenso, pautará a matéria no colegiado em outubro.
Câmara aprova isenção para carnes
A Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto que regulamenta a reforma tributária (Projeto de Lei Complementar 68/2024), com várias mudanças em relação ao projeto original, de autoria do Poder Executivo. A proposta será enviada ao Senado. O projeto regulamenta diversos aspectos da cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto Seletivo (IS), que substituirão o PIS, a Cofins, o ICMS, o ISS e parcialmente o IPI. Na votação dos destaques, por 477 votos contra 3, os deputados aprovaram emenda do deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) que incluiu carnes, peixes, queijos e sal na lista de alimentos com alíquota zero de IBS e CBS. Esta era uma demanda de toda a sociedade brasileira e também do presidente Lula.
Gripe aviária: OMS pede maior vigilância de casos em animais e humanos
A Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou que a capacidade do órgão de avaliar e gerir o risco apresentado pela gripe aviária para a saúde humana está “comprometida” em razão de falhas na vigilância de casos em animais em todo o mundo. Compreender como o vírus se espalha e se reproduz em animais é essencial para identificar qualquer mudança que possa aumentar o risco de surtos em humanos ou o potencial para uma pandemia. A organização apelou para que todos os países fortaleçam seus sistemas de vigilância e notificação de casos de gripe aviária em animais e em humanos, pedindo ainda que os países compartilhem amostras e sequências do vírus H5N1 com centros colaboradores da OMS em todo o mundo, mantendo acesso público aos dados. Também cobrou que os países ofereçam proteção para trabalhadores de fazendas e estabelecimentos similares que possam ser expostos ao vírus; que ampliem pesquisas sobre a gripe aviária e que encorajem uma cooperação mais próxima entre os setores de saúde humana e animal.
Deputados “pró-vida” aprovaram lei que facilita agrotóxicos associados a abortos
Segundo a Repórter Brasil 51 dos 56 parlamentares que assinaram o Projeto de Lei 1904/2024 – conhecido como “PL do Estupro” – também foram favoráveis ao chamado “PL do Veneno”, que deu origem à nova Lei de Agrotóxicos (Lei Nº 14.785, de 27 de dezembro de 2023). Enquanto o primeiro equipara o aborto legal após 22 semanas ao crime de homicídio, inclusive em casos de estupro, o segundo pode facilitar a liberação de agrotóxicos com potencial para provocar abortos espontâneos e malformações fetais. Chama a atenção que o mesmo grupo político e ideológico que é conservador, e tem discurso de defesa da vida, é o que apoia as situações que colocam a vida em risco.
Dinamarca será o primeiro país a taxar arrotos e flatulência no gado
A Dinamarca será o primeiro país do mundo a tributar arrotos e flatulências do gado, que contêm o segundo gás com efeito estufa mais presente na atmosfera, uma medida inusitada com a qual pretende atingir seu objetivo de neutralidade de carbono até 2045. A partir de 2030, as emissões de metano causadas pela flatulência de bovinos e suínos dinamarqueses serão tributadas em 300 coroas (R$ 239 na cotação atual) por tonelada equivalente de CO2. O valor aumentará para 750 coroas (cerca de R$ 554) em 2035, no âmbito de um acordo alcançado em junho entre o governo, parte da oposição e representantes dos pecuaristas, da indústria e dos sindicatos.
La Niña terá bastante impacto no agro
Em 2024, o Rio Grande do Sul enfrenta uma devastação sem precedentes devido ao fenômeno El Niño. Chuvas intensas e inundações afetaram mais de 2.3 milhões de pessoas e deixaram milhares desabrigadas em 475 municípios, cobrindo 95% do estado. As inundações causaram graves interrupções nos serviços de energia elétrica e água potável, além de danificar estradas, pontes e outras infraestruturas essenciais. O setor agrícola foi severamente impactado, com previsão de perda de mais de 851 mil toneladas de grãos, especialmente arroz, nos próximos meses, afetando o abastecimento nacional. As incertezas persistem devido à iminente transição do fenômeno El Niño para La Niña, prevista para o segundo semestre. Esta mudança climática terá impactos regionais significativos, afetando a produção agrícola e as exportações de grãos das regiões centro-oeste, sudeste e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Segundo a NOAA, há 75% de chances de os efeitos da La Niña afetarem o Brasil durante a safra 2024/2025. Essas mudanças podem resultar em aumento nas chuvas, alterações nas temperaturas e maior incidência de fenômenos climáticos extremos, impactando diretamente a produtividade das culturas, o plantio e a saúde dos rebanhos.