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Manchetes da semana – 07-08 a 13-09-2024

Manchetes da semana - 07-08 a 13-09-2024

Incêndio queima 10 mil hectares do Parque da Chapada dos Veadeiros

Um incêndio destruiu 10 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. De acordo com a administração da unidade de conservação, a área atingida é ainda uma estimativa e fica entre o Paralelo 14 e a Cachoeira Simão Correia. A chefia do parque informou que ainda não sabia o que ou quem provocou o incêndio, o que sinaliza que as autoridades entendem que pode ter sido criminoso. Desde o início do incêndio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o PrevFogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), escalaram efetivos para ajudar a debelar o incêndio, junto com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás. Além dos brigadistas, o combate às chamas conta com duas aeronaves air tractor que estão lançando água para resfriar as linhas de fogo e facilitar o combate terrestre e auxiliando no monitoramento aéreo da região.

Brasil abre um novo mercado agro a cada três dias

Julio Ramos, secretário adjunto de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) revelou que, até o momento, 103 novos mercados foram abertos apenas este ano, elevando para 181 o total de novos mercados conquistados nos últimos 20 meses. São 103 novas oportunidades para o produtor brasileiro e para a agroindústria. Ele ressaltou que a média atual é de um novo mercado aberto a cada três dias, demonstrando a preparação do Brasil para se consolidar como um dos principais exportadores de produtos agropecuários no cenário global. Além disso, Ramos enfatizou a importância da rastreabilidade e da sustentabilidade nas práticas agrícolas brasileiras, destacando que o país se preparou para atender às exigências internacionais, o que permitiu se tornar um líder em exportações de produtos como algodão, carne com osso, e pescados. O Brasil é visto hoje como um modelo de produção sustentável e de alta qualidade.

Publicada Portaria Interministerial que define os 11 novos postos de adidos agrícolas

Portaria define 11 novos postos para adidos agrícolas

O Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores definiram os locais dos 11 novos adidos agrícolas do Brasil no exterior. As futuras adidâncias serão na Argélia, Bangladesh, Chile, Costa Rica, Emirados Árabes Unidos, Etiópia (incluindo União Africana, Djibuti e Sudão do Sul), Filipinas (incluindo Ilhas Marshall, Micronésia e Palau), Irã, Malásia (incluindo Brunei), Nigéria e Turquia. Os locais constam em Portaria Interministerial Mapa/MRE nº 18, de 02 de setembro de 2024 publicada Diário Oficial da União (DOU). Os adidos agrícolas assessoram as representações diplomáticas do Brasil no exterior. Eles são responsáveis por prospectar oportunidades de comércio, investimento e cooperação para o agronegócio brasileiro. A ampliação das adidâncias agrícolas dos atuais 29 para 40 postos foi autorizada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Decreto nº 12.125, de 31 de julho de 2024. Com a iniciativa, o Brasil terá sete adidos agrícolas em embaixadas da África, além de novos quadros na Ásia e na América Central. As novas adidâncias refletem o reconhecimento da importância do agronegócio e de sua maior inserção no mercado internacional para o Brasil. Com os novos postos serão potencializadas ainda mais as oportunidades para o setor, gerando empregos e renda para os brasileiros, principalmente em virtude das aberturas de mercados.

PR suspende por 90 dias queima controlada no campo

Está suspensa por 90 dias no Paraná qualquer queima controlada para atividades agrossilvopastoris, incluindo o método usado para a despalha de cana-de-açúcar. A Portaria nº 338, de 06 de setembro de 2024, publicada pelo Instituto Água e Terra (IAT) prevê ainda que as usinas de produção de açúcar e álcool ficam responsáveis por comunicar sobre a proibição aos fornecedores de matéria-prima. A combinação de áreas há muito tempo sem chuva e a baixa umidade relativa do ar com as altas temperaturas atípicas para o inverno fez com que o Paraná atingisse nesta semana o período de maior vulnerabilidade para queimadas ambientais. A medida busca amenizar a ocorrência de incêndios florestais em todo o Estado.

Canadá retoma a importação de carne bovina brasileira

A Agência Canadense de Inspeção Alimentar (CFIA) comunicou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a aprovação da atualização do Certificado Sanitário Internacional (CSI) para exportação de carnes frescas desossadas e produtos cárneos processados crus, derivados de bovinos, de origem Brasileira, para o Canadá. Com a aprovação, poderão exportar os produtos os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia, além de 14 municípios nos estados do Mato Grosso e cinco no Amazonas que são reconhecidos, desde 2021, como livres de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Nesses locais, atualmente há onze estabelecimentos habilitados a exportar produtos cárneos de bovinos. Já Santa Catarina, único estado reconhecido pelo Canadá como livre de febre aftosa sem vacinação, possui apenas um frigorífico habilitado.

Vista da seca no rio Paraguai – Foto: Jorge Adorno/Reuters

Rios da América do Sul registram baixas recordes

O Rio Paraguai, importante via de escoamento de grãos, atingiu uma baixa recorde na capital do Paraguai, Assunção, com os níveis da água atingidos por uma severa seca rio acima no Brasil, que prejudicou a navegação ao longo das hidrovias na Amazônia. A profundidade do rio Paraguai, medida em relação a um índice “zero” em vez do leito do rio, caiu abaixo de 0,82 metro negativo, quebrando o recorde anterior de baixa em outubro de 2021, segundo os dados da Diretoria Nacional de Meteorologia e Hidrologia. O órgão espera que o nível do rio continue caindo sem previsão de chuva. O rio Paraná, na Argentina, também está perto das mínimas do ano em torno do centro de grãos Rosário. Os rios Paraguai e Paraná começam no Brasil e acabam se unindo e desaguando no mar perto de Buenos Aires. Eles são rotas importantes para o comércio de soja, milho e outros produtos. O sistema Paraguai-Paraná é uma hidrovia de mais de 3.400 quilômetros que atravessa Argentina, Brasil, Uruguai, bem como o Paraguai e a Bolívia.

Petrobras e Embrapa assinam cooperação para pesquisas em produtos de baixo carbono e fertilizantes

A Petrobras e a Embrapa assinaram um Termo de Cooperação (TC) para desenvolver estudos técnicos em matérias-primas renováveis para obtenção de produtos de baixo carbono, incluindo biocombustíveis, química verde e fertilizantes. A parceria envolve o desenvolvimento pela Petrobras de soluções tecnológicas e a implantação de unidades industriais para produção de biocombustíveis e bioprodutos. Em contrapartida, a Embrapa desenvolve um protocolo de culturas agrícolas de baixo carbono, como a soja, envolvendo técnicas agrícolas racionais, como o protocolo de certificação desta cultura. O termo de cooperação também inclui o desenvolvimento de culturas alternativas à soja, como macaúba, culturas de entressafra e consorciadas, como o milho safrinha, carinata (espécie de oleaginosa), entre outras opções que refletem o leque de opções para agroenergia nos diferentes biomas e sistemas de produção do país.

Lula diz que o agronegócio e o MST têm a mesma importância

O presidente Lula afirmou que o agronegócio brasileiro enfrenta uma divergência com o governo do PT por razões ideológicas e não por falta de recursos e apoio. Também mencionou o papel do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesse cenário, afirmando que as críticas dirigidas são injustas. “Há décadas os sem-terra não invadem terras produtivas, mas o agronegócio mantém uma postura de rejeição. Tanto o MST quanto o agronegócio são fundamentais para o Brasil”, destacou. Ao ser questionado sobre as dificuldades de sua gestão com o agronegócio, o presidente ressaltou que defende o MST e valoriza tanto os grandes exportadores quanto os pequenos produtores. “Os grandes exportadores garantem qualidade e abrem mercados internacionais. Já os pequenos produtores, que representam quase 5 milhões de propriedades de até 100 hectares, são os que colocam comida na mesa dos brasileiros. Eles criam frangos, suínos e outros alimentos essenciais. Ambos são igualmente importantes”, explicou Lula.

Divisão do cinturão citrícola em 5 setores e 12 regiões

Incidência de greening desacelera em 54% no cinturão citrícola de SP

A pressão do greening no cinturão citrícola do estado de São Paulo em 2023 foi 54% menor neste ano em comparação a 2023, conforme levantamento divulgado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). O documento destaca como motivos as medidas de controle mais eficazes, a melhoria das práticas agrícolas e as temperaturas mais altas para a desaceleração da doença. A redução da incidência contraria as expectativas, visto o recorde de população de psilídeo registrado em 2023. O estudo revelou que a ocorrência de temperaturas mais altas que o normal em todo o cinturão citrícola no segundo semestre de 2023 e início de 2024 pode ter acelerado o crescimento dos brotos e interferido na multiplicação da bactéria causadora do greening.

Brusone pode reduzir produção mundial de trigo

De acordo com as informações da Embrapa, as mudanças climáticas estão intensificando a proliferação do fungo causador da brusone, uma doença que ameaça significativamente a produção global de trigo. Segundo o estudo, intitulado “Production vulnerability to wheat blast disease under climate change” (Vulnerabilidade da produção de trigo à brusone sob mudanças do clima) publicado na revista científica Nature Climate Change, a brusone pode afetar até 13,5 milhões de hectares de cultivo, com potencial de reduzir em 13% a produção mundial de trigo. O estudo reúne dados de pesquisadores do Brasil, Estados Unidos, México, Alemanha e Bangladesh, organizados pelo Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT). A brusone, causada pelo fungo Pyricularia oryzae Triticum (Magnaporthe oryzae patótipo Triticum), é considerada uma das doenças mais recentes e economicamente importantes para o trigo. O fungo ataca principalmente folhas e espigas, podendo comprometer até 100% do rendimento da cultura em casos extremos. Sua disseminação é favorecida por condições climáticas específicas, como altas temperaturas e umidade, porém de acordo com os pesquisadores, a doença também tem sido observada em condições climáticas adversas, como em climas frios ou com baixa umidade.

Ministro defende fim do uso do fogo na agricultura

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, defendeu o fim do uso do fogo no manejo da agricultura e a realização de trabalhos preventivos para evitar queimadas e incêndios nas áreas rurais. Ele afirmou que é preciso incrementar a mecanização no campo para eliminar a queima controlada e aumentar a punição a quem inicia os focos de forma criminosa. Para ele é preciso fazer uma grande mudança cultural na agricultura brasileira, no sentido de superar o uso do fogo no manejo da agricultura. Afirmou ainda que é preciso dialogar com os agricultores para o desenvolvimento de um trabalho preventivo de aceiros para evitar que o fogo se espalhe dentro das propriedades, além de uma ação de punição daqueles que, porventura, tenham botado fogo de uma maneira criminosa nas propriedades. Teixeira disse que o uso do fogo não gera nenhum “ganho” no campo. “As perdas são imensas do uso do fogo no manejo do campo. É muito importante que superemos isso”.

Chuva preta

Chuva preta avança pelo país e pode afetar agricultura e pecuária

Além da preocupação com a saúde humana, especialistas alertam para possíveis prejuízos causados pela chuva preta sobre a agricultura, especialmente sobre produtos hortifrutícolas. Pecuaristas também devem estar atentos à água do gado. O fenômeno que aconteceu no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, tem chance de se repetir no estado e ainda chegar ao sudeste do país por uma frente fria. Conhecida também como “chuva escura” ou “chuva negra”, é uma combinação das precipitações com o excesso de poluentes e fuligem das queimadas que acontecem no país há mais de um mês. Por isso, a água da chuva preta não deve ser consumida ou utilizada para preparo de alimentos. Já na agricultura, ela pode ter efeitos preocupantes. Essa chuva contém black carbon (carbono negro), que é um poluente gerado pela queima incompleta de biomassa e combustíveis fósseis. Ao ser depositado no solo junto com a chuva, o carbono negro pode impactar negativamente a qualidade do solo e da água. Isso pode afetar a disponibilidade de nutrientes para as plantas, prejudicando o seu crescimento. Os poluentes podem alterar a composição química do solo e afetar a absorção de nutrientes pelas plantas, reduzindo a produtividade das culturas. Além disso, a produção pode ser afetada pelo comprometimento fotossintético da planta.

Governo revoga programa temporário de ajuda ao agronegócio do RS

O Ministério da Agricultura revogou a Portaria MAPA nº 683, de 28 de maio de 2024 que criou o Programa Emergencial de Reconstrução do Agronegócio no Rio Grande do Sul (PERSul) e o Gabinete Itinerante da Pasta no estado. O programa havia sido instituído no fim de maio para auxiliar o restabelecimento das atividades agropecuárias no estado após as enchentes e inundações que afetaram boa parte do território gaúcho. Inicialmente, a previsão era que a iniciativa tivesse duração até 31 de dezembro deste ano.

Governo regulamenta produtos artesanais de origem vegetal

O governo federal sancionou a Lei nº 14.963, de 05 de setembro de 2024 que trata da identificação e da regulamentação dos produtos alimentícios artesanais de origem vegetal, como geleias e doces. Até então, esses itens não eram contemplados pela legislação. De acordo com o texto, o objetivo da lei é assegurar a “genuinidade e a qualidade” dos produtos. Se seguirem as regras de fabricação e forem autorizados pelos órgãos de vigilância e de inspeção sanitária, os itens poderão receber o selo ARTE, cujos detalhes ainda serão definidos. O objetivo é ampliar os mercados para a produção da agricultura familiar, principalmente.

Fávaro anuncia unidade da Embrapa na Baixada Cuiabana

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou a instalação de uma nova unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Mato Grosso. A iniciativa tem como foco o desenvolvimento da Baixada Cuiabana. Nos próximos dias será fincar a placa Embrapa Agrossilvipastoril, Piscicultura e Fruticultura na Baixada Cuiabana. A iniciativa visa adaptar tecnologias para aumentar a produtividade dos pequenos produtores da região. O ministro da Agricultura deu como exemplo Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), onde terras anteriormente consideradas inóspitas se tornaram polos de fruticultura após a atuação da Embrapa, gerando emprego na região, especialmente para pequenos proprietários. “A nossa meta é replicar esse sucesso aqui na Baixada Cuiabana, ajudando a reduzir as desigualdades e promovendo o desenvolvimento sustentável da região”, disse.

Custo da cesta básica recua em 17 capitais

O custo da cesta básica reduziu em 17 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em agosto deste ano. O levantamento é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na comparação com agosto de 2023, houve aumento no valor do conjunto dos alimentos básicos em nove cidades, sendo as maiores altas em São Paulo (5,06%), Goiânia (4,11%), Belém (3,88%) e Vitória (3,53%). Por outro lado, dentre as oito localidades com registro de queda, as mais significativas ocorreram em Recife (-8,20%) e Aracaju (-4,84%). Nos oito primeiros meses deste ano, a maior variação também ocorreu em São Paulo, em que a alta foi de 3,33%, seguido da capital paraense, Belém (3,02%). Os recuos no custo da cesta básica ocorreram em 11 capitais, com variação entre -3,66%, em Brasília, e -0,02%, em Curitiba e Salvador. No que diz respeito ao preço da cesta básica, a capital paulista foi a cidade com maior valor registrado (R$ 786,35).

Safra de laranja 2024/25 no cinturão citrícola sofre queda de 7%

A produção de laranjas no cinturão citrícola de São Paulo e Sudoeste Mineiro para a safra 2024/25 sofrerá uma redução significativa. Segundo a primeira reestimativa divulgada pelo Fundecitrus, a estimativa agora é de 215,78 milhões de caixas de 40,8 kg, uma queda de 7% em relação à previsão feita em maio. A principal causa dessa redução é o menor tamanho dos frutos, resultado de condições climáticas adversas, como temperaturas elevadas e chuvas abaixo do esperado. O volume de chuvas nos primeiros meses da safra foi 31% inferior ao previsto. Além disso, o outono e o inverno apresentaram temperaturas acima da média, intensificando a evapotranspiração e agravando a seca. O clima quente acelerou a maturação das laranjas, o que resultou em um ritmo mais rápido de colheita. Em agosto, cerca de 45% da safra já havia sido colhida, número superior à média histórica para o período, que é de 30%.

O governo ainda não sabe como fará o controle e estuda medidas que incluem o CAR
Foto: Polícia Federal

Governo estuda medidas para tentar zerar desmatamento

O governo federal estuda um conjunto de medidas para incentivar proprietários rurais a não desmatarem nem mesmo áreas de floresta nativa que hoje, legalmente, podem ser desmatadas. Uma das ideias em debate é garantir linhas de crédito rural com juros mais baixos a produtores que optarem por manter áreas de florestas maiores do que o exigido pela lei. Outra ideia é a ampliação da outorga de captação de água para irrigação de plantios em fazendas onde o desmatamento — legal ou ilegal — deixe de existir. O Código Florestal estabelece percentuais de floresta nativa que podem ser derrubadas em propriedades rurais. Os percentuais variam de acordo com as regiões e biomas do país. Mas a meta definida pelo governo Lula é não apenas acabar até 2030 com o desmatamento ilegal — que muitas vezes se dá em áreas públicas invadidas e griladas — como também com o desmatamento legal previsto no Código Florestal. O desmatamento legal se dá, em grande medida, em propriedades rurais privadas, para ampliação de áreas de plantio e de pastagem.

Prescrição livra pecuarista que desmatou área do pantanal

A Justiça de Mato Grosso decidiu reconhecer a prescrição do crime ambiental que levou o Ministério Público a denunciar o pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, acusado de ter derrubado, sem autorização, 3,8 mil hectares de vegetação nativa do pantanal. Segundo a decisão, em casos como esse, a prescrição ocorre depois de cinco anos — a derrubada que levou à denúncia ocorreu entre 2013 e 2018. O Ministério Público vai entrar com recurso para tentar reverter a decisão por entender que se trata de um crime permanente, já que o desmate causou dano de efeito contínuo ao bioma. Na denúncia que apresentou à Justiça em setembro do ano passado, o MP afirmou que, além de ter derrubado a vegetação nativa, Lemes deixou de recuperar a área e continuou a utilizá-la com fins econômicos. Isso teria impedido sua regeneração natural.

Pará inicia programa obrigatório de rastreabilidade bovina

O Governo do Pará lançou o Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), que pretende identificar individualmente todo rebanho do estado até 2026. O lançamento foi realizado durante evento no Parque de Exposições Orlando Quagliato, em Xinguara (PA), com a identificação do primeiro animal do programa de rastreabilidade. Segundo dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o estado soma 24,84 milhões de cabeças, segundo maior rebanho do país, distribuídas em cerca de 165,9 mil propriedades. Atualmente, as iniciativas de rastreabilidade existentes no estado são baseadas em dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e das Guias de Trânsito Animal (GTAs) e são promovidas pela iniciativa privada. Já o novo sistema será de adesão obrigatória e gerido pela Adepará e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, tornando-se a primeira iniciativa de rastreabilidade na amazônia adotada como política pública.

Governo de Goiás lançou o programa Cerrado em Pé
Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Goiás cria programa para remunerar produtores por preservação do cerrado

O governo de Goiás lançou o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), chamado “Cerrado em Pé”. O programa prevê o pagamento anual de R$ 498 por hectare para o proprietário rural que se comprometer a preservar áreas de cerrado além do que é exigido por lei. Quem se comprometer a recuperar pelo menos uma nascente degradada por ano receberá valor ainda maior, de R$ 664 por hectare. Os recursos serão do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema). O limite máximo a ser remunerado é de 100 hectares por propriedade. Para se inscrever no PSA, o proprietário rural precisa ter no mínimo dois hectares de área passível de supressão vegetal, ou seja, que eles ainda poderiam desmatar legalmente para usar para o plantio ou criação de gado ou outra atividade econômica. O programa não contempla reservas legais ou áreas de preservação permanente (APPs), que já são protegidas por lei.

Fávaro pede suspensão da Lei Antidesmatamento à União Europeia

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, entregou uma carta ao representante da União Europeia no Grupo de Trabalho do G20 Agro, em Mato Grosso, solicitando a suspensão da Lei Antidesmatamento e a revisão da abordagem punitiva aos produtores que cumprem a legislação vigente. As reuniões estão sendo realizadas na Chapada dos Guimarães, localizada a cerca de 90 quilômetros de Cuiabá. A carta foi dirigida ao comissário europeu para Agricultura e Desenvolvimento Rural, Janusz Wojciechowski, e simultaneamente às autoridades competentes em Bruxelas. Durante a reunião bilateral com a União Europeia, Carlos Fávaro lembrou que o Brasil possui uma das legislações de proteção ambiental mais rigorosas do mundo, o Código Florestal, em vigor desde 2012. Ele também destacou a instituição, em dezembro de 2023, do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). Fávaro ressaltou que as mudanças climáticas estão avançando mais rapidamente do que o previsto e que é preciso mudar a forma de produzir. Segundo o ministro, o Brasil conta atualmente com cerca de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial para a agricultura, o que pode permitir ao país dobrar sua produção de alimentos nos próximos 10 anos por meio do Programa de Conversão de Pastagens Degradadas. Isso possibilitaria, inclusive, o cumprimento do “compromisso de desmatamento zero até 2030. Mas precisamos da ajuda da União Europeia para dar continuidade a este programa”, afirmou Carlos Fávaro aos representantes da delegação. De acordo com proposta da União Europeia, a partir do final de 2024, os produtores de soja, carne (e couro), madeira, borracha, café, cacau e óleo de palma precisarão comprovar que suas produções cumprem a legislação brasileira e que não são oriundas de áreas com desmatamento, seja ele legal ou ilegal, para continuarem exportando para os países do bloco.

No G20 Agro, agricultura familiar busca recursos para recuperação de áreas degradadas

Ações voltadas para o fomento da agricultura familiar no Brasil estão entre os temas debatidos no Grupo de Trabalho do G20 Agro. Entre as prioridades, segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, está a mobilização de recursos internacionais para a recuperação de áreas degradadas nessa atividade. “O Brasil precisa da agricultura familiar. Muitos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros vêm dela: o arroz, o feijão, os legumes, as verduras, as frutas e até mesmo a proteína animal”, afirmou o ministro. Além de ser essencial para a alimentação, a agricultura familiar também é importante para a inserção econômica da população. Segundo Paulo Teixeira, é preciso apoiar o agricultor, pois sem esse suporte, ele pode acabar nas periferias das cidades, sem trabalho, renda e moradia.

Delegação do MST e o Presidente Maduro no programa “Con Maduro +”

Venezuela e MST anunciam projeto de produção de alimentos

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) implementará um projeto conjunto com o governo da Venezuela para a produção de alimentos em uma área de mais de 10 mil hectares no estado Bolívar, no sul do país. O trabalho em conjunto foi anunciado pelo presidente Nicolás Maduro durante o seu programa de televisão semanal Con Maduro +. O MST atua no país há quase 20 anos em parceria com as comunas venezuelanas, ajudando em projetos de agroecologia, além de formação técnica e a produção de alimentos orgânicos. O Presidente Maduro formou uma equipe para acompanhar o trabalho, encabeçada pelo ex-ministro da Agricultura, Castro Soteldo. O programa segue convocação feita pelo presidente no final de agosto. Maduro usou o boné do MST em entrevista coletiva e pediu o envio de uma brigada de mil agricultores da organização ao país para produzir em solo venezuelano e afirmou que esse será um grande projeto produtivo, elogiando o trabalho do Movimento não só na Venezuela, mas também no Brasil. “O MST tem uma experiência maravilhosa. Respeitam a terra, produzem na terra, praticam a solidariedade, os valores humanos. Bem-vindo, MST!”, disse Maduro. A coordenadora da brigada do Movimento na Venezuela, Simone Magalhães, se reuniu com o chefe do Executivo e afirmou que o trabalho do MST no Brasil é um sucesso. De acordo com Magalhães, além da produção de alimentos orgânicos, a organização também tem como ponto fundamental a formação teórica.

Fávaro anuncia acesso a financiamentos para produtores afetados por queimadas

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou o acesso a crédito do Plano Safra 24/25, por meio do Programa de Financiamento de Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro), para os produtores atingidos pelas recentes queimadas em vários estados brasileiros, especialmente nas regiões centro-oeste, sudeste, norte e no estado do Paraná. Para esta safra, foram disponibilizados R$ 7,6 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão já foi contratado e liberado aos produtores rurais. O Governo Federal autorizou que os R$ 6,5 bilhões restantes sejam utilizados por aqueles afetados pelas queimadas. O ministro Fávaro destacou que, como consequência das queimadas, as áreas se tornaram improdutivas e degradadas, o que permite que os produtores utilizem essa linha de crédito, incentivando a produção em áreas de baixa produtividade. “Já temos uma linha renovável, onde basicamente estão sendo investidos recursos para a recuperação de pastagens degradadas, para que elas voltem a ser áreas produtivas. No caso de um incêndio, ele também é um fator que degrada o solo, queimando toda a matéria orgânica existente, alterando a composição do solo e exigindo investimentos. Por isso, vamos autorizar o acesso desses produtores a essa linha de crédito”, explicou o ministro.

Parques estaduais de SP ficarão fechados até o dia 29 devido aos incêndios

O governo de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), prorrogou o fechamento de 81 unidades de conservação do estado até o dia 29 de setembro. Os parques foram fechados no início do mês devido aos riscos de incêndios. É a primeira vez que as unidades são fechadas por causa da severidade climática. Para a Fundação Florestal, a decisão de fechar os parques de forma preventiva foi positiva, uma vez que toda a equipe foi redirecionada para a área de monitoramento. A detecção de novos focos tem sido rápida, diminuindo a probabilidade de um fogo virar um grande incêndio. No momento, apenas os parques estaduais Campos do Jordão e Cantareira estarão parcialmente abertos para os visitantes, nas áreas concessionadas. Em resposta aos alertas emitido pela Defesa Civil de altas temperaturas e baixa umidade do ar para esta semana, situação que pode favorecer a propagação rápida do fogo, sete parques da região metropolitana estão sendo monitorados com mais atenção, além das áreas na região de Ribeirão Preto, onde estão o Parque Estadual Morro do Diabo e o Parque Rio do Peixe.

A mancha vermelho escura representa a emissão de monóxido de carbono da
amazônia, que chegou ao sul e sudeste do país – Fonte: Projeção Copernicus

Amazônia vira o maior emissor de gases de efeito estufa do planeta

O sudoeste da amazônia se tornou a região com maiores emissões de gases de efeito estufa no planeta nos últimos cinco dias, segundo dados do Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia. O projeto aponta que a condição foi causada por um aumento no número de focos de incêndio no local. A conclusão é baseada no volume de aerossóis e de monóxido de carbono captado na área de emissão. Os gases estão associados a substâncias como dióxido de carbono, que também é liberado em incêndios. A medição ocorre em meio a um cenário de seca extrema e queimadas no norte do país. Foram 82 mil focos de incêndio entre 1º de janeiro e 9 de setembro deste ano na amazônia, número que representa o dobro em relação ao mesmo período de 2023. É o segundo pior resultado da série histórica e só fica atrás de 2007, quando foram registrados 85 mil. A cidade com mais focos de calor é São Felix do Xingu (PA), que tem 4.988 pontos, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Europa suspende importação de carne bovina de fêmeas do Brasil

Em uma decisão recente, a União Europeia e o Reino Unido anunciaram a suspensão das exportações de carne bovina proveniente de fêmeas do Brasil, alegando o uso de estradiol na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A medida, efetiva a partir de 6 de outubro de 2024, permitirá apenas a exportação de carne de machos para o bloco europeu até que o Brasil implemente um protocolo que comprove a não utilização do hormônio. Embora a notícia seja relevante, o impacto imediato nas exportações de carne bovina provavelmente será limitado, uma vez que a proporção de vacas no total de animais abatidos tende a reduzir-se no segundo semestre. Contudo, a decisão pode afetar produtores com contratos específicos com frigoríficos, particularmente aqueles que fornecem carne para a Cota Hilton, destinada a cortes nobres e de alta qualidade. A Cota Hilton estabelece um volume limite de exportação de cortes bovinos de alta qualidade, provenientes de países credenciados, para a União Europeia. A característica é de que seja composta por cortes especiais do quarto traseiro de novilhos precoces, desossada, fresca ou resfriada, com alto padrão de qualidade. A cota foi criada em 1979 para limitar a quantidade de carne importada e determinar as características para a padronização de sua produção. A cota brasileira é de 10 mil toneladas de carne desossada por ano. Essa medida será mantida até que o Brasil estabeleça um protocolo comprovando a não utilização de tal hormônio durante a vida das fêmeas de corte.

Diretor-geral da FAO pede ao G20 ações para fortalecer a segurança alimentar global

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), QU Dongyu, instou o G20 a contribuir significativamente para a segurança alimentar global por meio da promoção da transparência nos mercados, evitando restrições comerciais e revitalizando as negociações agrícolas na Organização Mundial do Comércio (OMC). A declaração foi feita durante a reunião de ministros da Agricultura do G20, realizada em Chapada dos Guimarães, Brasil. QU Dongyu destacou que a FAO há muito defende os benefícios de um comércio aberto e baseado em regras para a segurança alimentar global. “Políticas comerciais que promovem a abertura e reduzem barreiras não apenas ajudam a estabilizar os preços dos alimentos e garantem um suprimento constante de produtos alimentícios diversos, mas também fomentam a cooperação internacional”, afirmou. De acordo com análises de dados da FAO, o comércio facilita o acesso a maiores quantidades e preços mais baixos para todos os alimentos, contribuindo significativamente para a diversidade alimentar ao dobrar o número de produtos fornecidos pelos países. Esses efeitos são especialmente significativos para os países importadores líquidos de alimentos, confirmando, por meio de dados e evidências concretas, que o comércio agrícola é essencial para a segurança alimentar e nutricional global.

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