APICULTURA -  Como montar um apiário

Manchetes da semana - 08 a 14-02-2025

Produtores sustentáveis de MG terão desconto em crédito rural

Médios e grandes produtores rurais que participam do Programa Certifica Minas terão um incentivo adicional para investir em boas práticas agrícolas. Aqueles que comprovarem a adoção de métodos sustentáveis, por meio de programas reconhecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), poderão obter um desconto de 0,5% na taxa de juros em operações de custeio do Plano Safra 2024/2025. Em Minas Gerais, produtores certificados pelo Certifica Minas sairão na frente, uma vez que o programa estadual é um dos reconhecidos pelo governo federal na promoção da sustentabilidade agrícola. O reconhecimento do Certifica Minas como uma política pública eficaz é um incentivo à melhoria contínua da qualidade, sustentabilidade e competitividade dos nossos produtos agropecuários. O Mapa já possui o registro dos produtores que participam do programa. A fonte de informação dos agentes financeiros é a plataforma AgroBrasil+Sustentável, integrada ao Governo Digital (gov.br). O produtor certificado pode acessar o documento na plataforma e apresentá-lo ao seu agente financeiro para pleitear o desconto.

Produtores do Serro recebem kits para melhoria do Queijo Minas Artesanal

A região do Serro tem uma tradição secular na produção de queijos Minas Artesanal (QMA), mas seus produtores estão sempre procurando se atualizar para a melhoria da qualidade da iguaria. A Emater-MG, a Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro (Apaqs) e a Prefeitura Municipal do Serro fizeram uma parceria para a compra de 60 kits laboratoriais, que estão sendo distribuídos a produtores de 11 municípios da região. O kit é composto por vidrarias e reagentes necessários para a realização de análises de acidez de pingo e do leite, além de instrumento para medir volumes e equipamento para aferir umidade e temperatura das salas de maturação. O recurso, oriundo de emendas parlamentares, foi obtido pela Prefeitura do Serro e disponibilizado para a associação, que elaborou o projeto com a ajuda da Emater-MG. Os técnicos da empresa estabeleceram as orientações técnicas no processo de compra e terão um papel fundamental de assistência aos produtores beneficiados.

A vaca nelore Viatina 19
A vaca nelore Viatina 19

Vaca Nelore pode levantar R$ 100 milhões na Bolsa de Valores

A bolsa do Brasil, a B3, facilita a entrada e operação no mercado financeiro, desde o hedge (conhecido como cobertura ou limite, é um instrumento para assegurar preços de determinados ativos para compra ou venda futura) até o registro de títulos do agronegócio, passando por CPR, LCA, CRA e futuros do boi gordo, milho, café e soja. Além disso, é uma empresa de infraestrutura do mercado financeiro e atua, com credibilidade, solidez e robustez operacional, impulsionando o agronegócio brasileiro. Na pecuária de corte, a B3 exerce um papel importantíssimo nos preços futuros do boi gordo, facilitando os travamentos de preços diminuindo os riscos da atividade. Os mercados futuros para a pecuária indicam os preços do gado que são formados por meio da compra e venda na Bolsa, representando o ápice das forças de oferta e demanda. Não é só de boi gordo que vive o mercado financeiro, quem pode estar prestes a entrar neste mercado é uma das matrizes mais importantes da raça nelore na atualidade. Viatina-19 FIV Mara Móveis, a matriz que alcançou o valor recorde de valorização de R$ 21 milhões em leilão em 2023, tornando-se então a mais cara do mundo, pode estar próxima de um IPO. Atualmente a matriz mais cara da história é Carina FIV do Kado, avaliada em mais de R$ 24 milhões. Antes de ser desbancada, Viatina-19 FIV Mara Móveis havia conquistado o reconhecimento do Guinness World Records, como a vaca mais valiosa do mundo. Hoje, Viatina-19 possui um condomínio de três criadores que detém sua propriedade, são eles: Casa Branca Agropastoril, Agropecuária Napemo e Nelore HRO. Os empresários devem transformar a matriz numa empresa para atrair investidores, com cotas para acionistas através de um IPO (Em inglês, IPO é a sigla para “initial public offering”, ou “oferta pública inicial” em português), incluindo investidores comuns alheios ao mundo da pecuária, a primeira vez que a matriz receberá novos sócios realizando uma oferta de ações ao mercado. Ela se torna, então, uma matriz de capital aberto com papéis negociados no pregão da Bolsa de Valores. Só de produção, leilões e aspirações a Viatina-19 dobrou o preço de Carina FIV do Kado. Carina bateu o recorde de preço em leilão, mas ainda é nova (3 anos) e não produz como Viatina. Estima-se o preço de uma matriz pelo valor de 15 a 20 aspirações dela. Viatina produz R$ 3 milhões por mês. Por essa conta, ela já passa fácil de R$ 40 milhões e já teve oferta fora de leilão de R$ 45 milhões. Várias filhas da vaca foram vendidas por até R$ 4 milhões e uma chegou a R$ 6 milhões e mais de 15 crias dela estão competindo em pistas. O sucesso da Viatina-19 tem basicamente uma resposta: tecnologia, principalmente a transferência de embriões, uma importante ferramenta para o melhoramento genético. A técnica consiste na multiplicação do material genético de fêmeas de alto valor, de forma rápida do que o convencional. Além disso, ela facilita o transporte e comercialização de material genético por meio de embriões congelados.

BNDES vai ajudar RS no planejamento de enfrentamento ao clima extremo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá auxiliar o Rio Grande do Sul no planejamento de ações para prevenir desastres e impactos à população em casos de eventos climáticos extremos. O estado, que enfrentou enchentes classificadas como a maior catástrofe climática da história da região, agora sofre com o calor intenso. O banco e o governo do Estado do Rio Grande do Sul assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para estruturar um plano estratégico de resiliência climática de médio e longo prazo que proteja o estado contra o clima extremo. Pelo acordo, o BNDES fará o planejamento do Projeto Resiliência, Inovação e Obras para o futuro do Rio Grande do Sul (RioS), que tem como objetivo definir a estratégia estadual de resiliência climática da região hidrográfica do Rio Guaíba. O trabalho inclui a realização de estudos técnicos para projetos de adaptação climática e gestão de risco. O banco e o governo do estado também assinaram um termo aditivo a um contrato já existente para desenvolver o anteprojeto do Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres e o Centro Estadual de Logística Humanitária do Estado do Rio Grande do Sul, além de ações de habitação social. O aditivo prevê que o BNDES fornecerá suporte técnico na elaboração do anteprojeto de engenharia e arquitetura para viabilizar o processo licitatório desses centros, que será conduzido pelo Estado do Rio Grande do Sul.

Produtores devem organizar tratoraço em São Paulo

No dia 17 de dezembro de 2024, foi anunciada a revogação do artigo 351-A do RICMS (Regulamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), por meio do ofício nº 24/2024, que prevê um aumento de 10,8% no ICMS sobre o amendoim. Essa medida entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025 e deve causar graves impactos ao setor produtivo de amendoim no estado de São Paulo, responsável por liderar a produção e o processamento da cultura no Brasil. A nova tributação afeta não apenas os produtores, mas toda a cadeia produtiva. Para o agricultor, o aumento significa uma redução no valor pago por cada saco de amendoim, o que pode inviabilizar operações agrícolas. Estima-se que mais de R$ 300 milhões deixem de circular anualmente, atingindo indústrias, beneficiadores e exportadores que dependem da cultura para gerar empregos e movimentar a economia. São Paulo é responsável por mais de 90% da produção nacional de amendoim, consolidando o estado como referência na exportação do grão. A cadeia produtiva envolve desde pequenos agricultores até grandes beneficiadoras e indústrias de alimentos. Com o aumento do ICMS, toda essa estrutura fica ameaçada, podendo gerar perda de competitividade no mercado internacional e uma consequente redução de empregos diretos e indiretos. Diante deste cenário, produtores de amendoim do estado, publicaram um manifesto através das redes sociais convocando manifestação com tratoraço ainda na próxima semana. Desde 2011, a produção de amendoim no estado cresceu 342,5%, a área plantada aumentou 258,7%, e a produtividade registrou um avanço de 132,38%.

Touro girolando
Touro girolando

Girolando doa doses de sêmen para produtores de leite

Pequenos produtores rurais de Minas Gerais receberão gratuitamente doses de sêmen da raça girolando para inseminação de seus rebanhos, contribuindo para o aumento da produção de leite e da renda das pequenas propriedades. Pela primeira vez, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando doou ao Programa Mais Genética mais de mil doses de sêmen de touros avaliados pelo Teste de Progênie do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). Muitos pequenos produtores não conseguem ter acesso a touros melhoradores da raça, reconhecidos pelo mercado. Essa doação vai mudar a realidade de vários desses produtores, que agora poderão utilizar uma genética melhoradora e capaz de aumentar a produtividade do rebanho. Conduzido pelo Governo de Minas em parceria com prefeituras e Emater-MG, o Mais Genética atende cerca de 8 mil produtores em Minas e, desde que foi criado, já contabilizando mais de 400 mil vacas inseminadas. A segunda etapa da parceria prevê o registro genealógico dos animais, filhos dos touros girolando, nascidos nas fazendas assistidas. A inspeção dos rebanhos será feita por técnicos da associação. Em 2025, serão distribuidas gratuitamente 8 mil doses de sêmen aos rebanhos colaboradores, localizados em várias regiões do Brasil, do Teste de Progênie. Várias entidades receberão as doses, dentre elas a Embrapa Gado de Leite, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) São João do Evangelista, Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM). Também serão beneficiados produtores rurais de várias regiões.

Epamig será curadora do Concurso Internacional de Queijo Artesanal

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Instituto de Laticínios Cândido Tostes (Epamig ILCT) integrará, pelo terceiro ano consecutivo, a curadoria do Concurso Internacional de Queijo Artesanal (Araxá International Cheese Awards), competição que faz parte da programação da ExpoQueijo Brasil. O evento será realizado entre os dias 26 e 29 de junho, no Grande Hotel e Termas de Araxá, proporcionando uma imersão no universo dos queijos, com programação que une gastronomia e cultura. A Epamig ILCT apoia a realização da ExpoQueijo Brasil desde sua primeira edição e, a partir de 2023, passou a integrar a curadoria do Concurso Internacional de Queijo Artesanal. Os produtos são avaliados, pela equipe de curadores, conforme os requisitos do edital, sendo codificados e separados em amostras para a etapa de julgamento do concurso. A Epamig ILCT também é responsável pela capacitação dos jurados.

Vassoura-de-bruxa da mandioca está restrita ao Amapá

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) havia declarado, em 30 de janeiro, emergência fitossanitária para a doença quarentenária Rhizoctonia theobromae (Ceratobasidium theobromae), conhecida como vassoura-de-bruxa da mandioca nos estados do Amapá e do Pará. Contudo, para tranquilizar os produtores, a pasta divulgou nota de esclarecimento com as seguintes afirmações: A doença não tem qualquer relação com a vassoura-de-bruxa do cacaueiro. Trata-se de uma doença nova, detectada oficialmente em julho de 2024 no estado do Amapá; O fungo não representa qualquer risco à saúde humana, apesar de ser altamente destrutivo para as lavouras de mandioca; Até o momento, não há registros da doença no estado do Pará. Embora a emergência tenha sido declarada para os estados do Amapá e do Pará, a presença da doença está confirmada apenas em alguns municípios do Amapá. O Pará foi incluído na medida preventiva por fazer fronteira terrestre com o Amapá, onde a praga segue avançando, e por ser o maior produtor de mandioca do Brasil.

Agricultores vão a Westminster em protesto contra imposto sobre herança, alegando que destruirá as propriedades familiares e reduzirá a produção de alimentos
Agricultores vão a Westminster em protesto contra imposto sobre herança, alegando
que destruirá as propriedades familiares e reduzirá a produção de alimentos

Ingleses fazem tratoraço em Londres

Milhares de produtores rurais britânicos foram a Londres na segunda-feira, com seus tratores — e até um tanque — para as ruas de Westminster. O protesto, organizado pela Save British Farming, foi direcionado às polêmicas reformas do imposto sobre herança do governo trabalhista, que prevê uma taxa de 20% imposta a fazendas que valem mais de £ 1 milhão – cerca de R$ 7 milhões – a partir de abril de 2026. Whitehall, a estrada que é o centro do poder governamental na Grã-Bretanha, foi completamente bloqueada enquanto produtores rurais buzinavam e exibiam faixas condenando a política como uma ameaça existencial à agricultura britânica. Placas dizendo “Sem fazendas, sem comida, sem futuro” e “Os trabalhistas são mentirosos” capturaram a raiva e o desespero de uma comunidade que se sente abandonada pelo governo. O evento, organizado pela Save British Farming, é a terceira vez que produtores rurais se reúnem na capital desde que a chanceler Rachel Reeves anunciou a medida no ano passado. Os fazendeiros estacionaram seus tratores ao longo de Whitehall, com o trecho de veículos voltando até a Trafalgar Square. Quatro tanques também foram vistos no protesto. Até agora, o Partido Trabalhista insistiu que não mudará de ideia em seus planos – mas a organizadora do protesto Liz Webster disse ao The Independent que esperava que a ação levasse os ministros à mesa de negociações. Ela acusou o governo de “marchar para uma crise alimentar”. O protesto acontece enquanto os parlamentares debatem uma petição eletrônica com mais de 148.000 assinaturas pedindo para manter as isenções atuais de imposto sobre herança para fazendas em atividade.

MPF pede erradicação dos búfalos selvagens

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública, com pedido liminar, para que seja determinado o controle e a erradicação de búfalos na região da Reserva Biológica Guaporé (Rebio Guaporé), no oeste rondoniense. Na ação, o órgão lembra que o crescimento desordenado da espécie já traz danos ambientais e pode trazer riscos econômicos e sanitários e, por isso, o MPF pede erradicação dos búfalos selvagens. A população de búfalos, que soma mais de 5 mil animais e ocupa 12% da reserva, não é vacinada e nem está submetida a controle sanitário. O MPF pede que o um plano de controle utilize métodos que causem o menor sofrimento possível aos animais e danos colaterais ao meio ambiente. Para o órgão, a existência descontrolada desses animais, inclusive, pode manchar a credibilidade da cadeia da pecuária de Rondônia, prejudicando gravemente a economia local. De acordo com a ação, os búfalos exóticos foram introduzidos, em 1953, na antiga Fazenda Pau D’óleo, de domínio do então Território Federal do Guaporé, hoje domínio do estado de Rondônia. Contudo, a fazenda foi abandonada e 36 animais se reproduziram livremente em um habitat com farto alimento e nenhum predador. Estima-se que, até 2030, essa população chegue a 50 mil e ocupe mais da metade da área da Rebio.

Ruralistas prometem sustar poder de polícia da Funai

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vai pedir ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a urgência na tramitação de mais de 10 projetos de decretos legislativos (PDLs) que pedem para que sejam anulados os efeitos do decreto presidencial que regulamentou o poder de política para a Fundação Nacional do Índio (Funai). Os projetos serão apensados, ou seja, vão ser analisados conjuntamente. No Senado, mais quatro propostas semelhantes também tentar sustar a decisão de Lula. Alguns itens questionados pela bancada ruralista são incisos do decreto que conferem à Funai a aplicação de medidas cautelares como apreensão e destruição de bens, além da lacração de instalações de particulares “empregados na prática de infração”. A FPA diz ainda que o ato possibilitará ao órgão autuar sobre áreas cujo processo de demarcação ainda está sob análise.

Uma pessoa testou positivo para a cepa H5N1 da gripe aviária poucos dias depois que gado foi relatado como infectado - Foto: Edwin Remsberg
Uma pessoa testou positivo para a cepa H5N1 da gripe aviária poucos
dias depois que gado foi relatado como infectado – Foto: Edwin Remsberg

Primeiro caso de gripe aviária em humano transmitido por gado leiteiro é confirmado nos EUA

O Distrito de Saúde do Estado de Nevada, nos Estados Unidos, confirmou o primeiro caso humano de gripe aviária H5N1 transmitido por gado leiteiro. O paciente, um adulto, foi exposto ao gado leiteiro infectado enquanto trabalhava em uma fazenda no Condado de Churchill. O indivíduo apresentou conjuntivite, mas não houve relato de outros sintomas, e está em processo de recuperação. Segundo o Distrito, as pessoas próximas ao paciente e outros trabalhadores da fazenda estão sendo monitorados para sintomas, recebendo equipamentos de proteção individual, além de testes e medicamentos antivirais. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) avalia que o risco de transmissão para o público em geral é baixo, e pontua que, até o momento, não há evidências de transmissão de pessoa para pessoa do vírus. Contudo, as autoridades alertam no comunicado que pessoas com maior exposição a aves ou gado leiteiro, como trabalhadores de fazendas, podem estar em risco elevado. O Distrito de Saúde reforça que a principal forma de prevenção contra a influenza aviária H5N1 é evitar o contato direto com aves selvagens ou outros animais infectados. A recomendação inclui não tocar em animais doentes ou mortos, manter os animais de estimação afastados deles e evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos, especialmente aves e ovos.

Governo vai regularizar povos e comunidades tradicionais em áreas de florestas públicas

O governo federal vai reconhecer e regularizar a situação de povos e comunidades tradicionais que vivem em áreas de florestas públicas não destinadas da União na Amazônia Legal. A Portaria MMA/MDA nº 1.309, de 4 de fevereiro de 2025 definiu os procedimentos para a regularização do uso e ocupação dessas áreas por esse público. Segundo o texto, o governo irá emitir Contratos de Concessão de Direito Real de Uso (CCDRU) para conceder as terras e viabilizar a produção nesses locais, principalmente de produtos extrativos da sociobiodiversidade. São cerca de 28 povos e comunidades tradicionais que vivem nessas áreas, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário. A extensão territorial ocupada atualmente não foi informada. As ações de campo para levantamento dos territórios ocupados estão previstas para começar em março, no Acre, Amazonas e Maranhão. A expectativa é que os primeiros CCDRUs sejam assinados durante a COP30, em Belém, em novembro. O documento é um acordo formal que concede o uso de uma área protegida, como é o caso das florestas públicas federais não destinadas. O reconhecimento e regularização dos povos e comunidades tradicionais já eram previstos na Lei nº 11.284, de 02 de março de 2006, mas ainda faltava a definição dos procedimentos a serem adotados.

Sul Global foi mais atingido por eventos extremos em 30 anos

O novo Índice de Risco Climático 2025 da Germanwatch revela que os países do Sul Global foram os mais atingidos por desastres naturais nas últimas três décadas. O levantamento estima que, entre 1993 e 2022, eventos como inundações, tempestades e ondas de calor causaram quase 800 mil mortes e US$ 4,2 trilhões em perdas econômicas. O relatório destaca que países como Dominica, Honduras e Mianmar estão entre os mais afetados, enquanto nações da União Europeia, como Itália e Espanha, também enfrentam impactos crescentes. Além disso, o estudo aponta que os incêndios na amazônia e as inundações no Brasil reforçam a urgência de medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Especialistas alertam que os impactos serão ainda mais severos se não houver ações globais mais ambiciosas para adaptação e redução das emissões de gases do efeito estufa. A COP30, que será realizada no Brasil, pode ser decisiva para reforçar o financiamento climático e a proteção dos mais vulneráveis. O relatório completo pode ser acessado em sua versão em inglês CLICANDO AQUI.

Nozes pecã no pé
Nozes pecã no pé

Quebra de safra de noz pecã no RS pode chegar a 40%

O Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan) estima quebra de 40% da safra de noz pecã do Rio Grande do Sul. A estimativa é de que sejam colhidos 4 a 5 mil toneladas. Após perdas devido às enchentes de maio, logo após a abertura oficial da colheita, os produtores de pecã enfrentam outro desafio: forte calor e chuvas insuficientes. A entidade busca um regime tributário diferenciado para a pecã, a exemplo do que foi conquistado pelos produtores de oliveiras e azeites de oliva e que passou a valer a partir de janeiro deste ano, com redução de 12% para 4% no ICMS. O assunto foi tema de uma reunião entre o IBPecan na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul (Sedec). O argumento do instituto é de que este tratamento tributário incentivaria os produtores a ingressarem na formalidade e traria mais competitividade à pecã frente a outras nozes e castanhas, bem como maior ingresso de receitas, com o aumento do consumo. A entidade teria defendido a adoção de sistemas de irrigação, lembrando que é o quarto ano com estiagem. A demanda será levada à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural e Irrigação (Seapi).

Uso de biológicos cresce na produção de frutas e hortaliças

O uso de bioinsumos na produção de frutas, legumes e verduras (FLVs) está em expansão no Brasil, impulsionado pela maior aceitação dos produtores, ampliação da oferta e melhoria na logística de distribuição. Além disso, os bons resultados obtidos com o emprego desses insumos fortalecem a tendência de crescimento do setor. Apesar de representar atualmente 6% do mercado de biológicos, a produção de FLVs desponta como um dos segmentos com maior potencial de adoção. Isso devido às características do mercado, como consumo in natura, cultivo intensivo em áreas menores, exigências quanto à qualidade e maior preocupação com relação à contaminação por agroquímicos. Outro fator que estimula o uso de biológicos no cultivo de FLVs é o ciclo curto de muitas culturas e a necessidade de produtos com menor período de carência antes da colheita. Essa característica torna os bioinsumos uma alternativa atrativa aos defensivos químicos tradicionais. Outro fator é que muitas culturas de menor interesse comercial por parte da indústria de químicos, não têm produtos registrados específicos e precisam recorrer aos biopesticidas para controlar pragas e doenças.

Desenrola Rural entrará em vigor em dez dias

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Programa de Regularização de Dívidas e Facilitação de Acesso ao Crédito Rural da Agricultura Familiar (Desenrola Rural) passará a valer em dez dias. Nesse período, as instituições financeiras deverão adaptar seus sistemas para realizar a renegociação ou liquidação dos passivos, conforme as regras previstas. Estima-se que o programa terá 1 milhão de beneficiários, com desconto de até 90% da dívida. Ele não tem custo para o Tesouro, pois são dívidas dadas como perdidas. O programa poderá ser usado por produtores e cooperativas agropecuárias da agricultura familiar. A formalização das prorrogações ou liquidações deverá ser feita até o fim deste ano. Estão incluídos passivos com fundos constituições, crédito instalação e crédito fundiário, além do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A maior parte das dívidas, porém, são de risco exclusivo das instituições financeiras. A norma também regulamentou uma lei do fim do ano passado que permite a “desnegativação” de produtores com restrições em instituições financeiras ou em cadastros de crédito privados. A medida facilita o acesso a novos financiamentos. A maioria dos endividados têm passivos de até R$ 10 mil. A maior parte dos agricultores com “nome sujo” têm débitos de até R$ 1 mil.

Muitas pessoas estão recorrendo à produção dos seus próprios ovos em casa para driblar a escalada dos preços
Muitas pessoas estão recorrendo à produção dos seus próprios
ovos em casa para driblar a escalada dos preços

Com dúzia de ovos a R$ 60, norte-americanos começam a criar galinhas em casa

A gripe aviária tem causado problemas cada vez maiores à população dos Estados Unidos. Desde o início do surto, há cerca de três anos, o vírus H5N1 exterminou cerca de 120 milhões de galinhas, perus e outras aves em 49 estados norte-americanos, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O efeito prático disso é, obviamente, a redução na oferta de ovos e o aumento dos preços do produto, que já atingem mais de 10 dólares a dúzia (o equivalente a R$ 60). Por conta disso, conforme informações da agência AFP, uma loja de criação de animais no estado de Houston vendeu recentemente 100 galinhas em quatro dias, número que normalmente é alcançado em três semanas, ou seja, muitas pessoas estão recorrendo à produção dos seus próprios ovos em casa para driblar a escalada dos preços. Nas últimas semanas, houve um aumento dramático na demanda por galinhas, com pessoas querendo comprá-las pois os preços dos ovos subiram ou simplesmente não há ovos disponíveis. As vendas de aves dobraram ou até triplicaram.

Safra 2025 pode ser 11,1% maior

A safra agrícola de 2025 deve totalizar um recorde de 325,3 milhões de toneladas, 32,6 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 11,1%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de janeiro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao terceiro Prognóstico da Produção Agrícola de 2025, houve um aumento de 0,8% na estimativa, 2,7 milhões de toneladas a mais. A área a ser colhida na safra agrícola de 2025 deve totalizar 80,9 milhões de hectares, 1,8 milhão de hectares a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 2,4%. Em relação ao terceiro Prognóstico da Produção Agrícola de 2025, houve um aumento de 0,6% na estimativa da área colhida, 472,1 mil hectares a mais.

Brasil vai participar da maior feira de alimentos do mundo árabe

Entre os dias 17 e 21 de fevereiro, o público da Gulfood, a maior feira de alimentos e bebidas do mundo árabe, poderá conhecer mais sobre a indústria da carne bovina brasileira, no estande do projeto Brazilian Beef, iniciativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A mostra será realizada no Dubai World Trader Centre, em Dubai, onde mais de 150 mil visitantes, de 120 países, são previstos, e mais de 5 mil expositores estarão presentes. Com área total de 460 m2, o estande do Brazilian Beef na Gulfood levará informações sobre os números do setor, além de atributos do produto brasileiro, como qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. Para chamar ainda mais atenção e despertar o apetite dos visitantes da feira, além do tradicional churrasco, acompanhado de pratos emblemáticos do agro nacional, um chef local foi convidado para preparar comidas típicas do Mundo Árabe, como kafta e esfiha, feitas com carne bovina oriunda do Brasil. Tudo halal, como convém ao país anfitrião e a boa parte dos expositores. O Brasil é um dos maiores provedores de carne halal do mundo. Segundo a Abiec, trata-se de um mercado muito dinâmico, dentre as exportações brasileiras de carne bovina. No ano passado, os países de maioria muçulmana compraram cerca de 18% do total das exportações brasileiras do produto, o que representou um volume de 532 mil toneladas, com receita gerada de cerca de US$ 2,2 bilhões. Os Emirados Árabes Unidos lideraram o ranking de destino, com 132 mil toneladas, 72% mais do que o importado no ano anterior.

Mexilhões
Mexilhões

Defesa Agropecuária não encontra problemas em moluscos no litoral de SP

Técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) constataram que não houve contaminação da carne de ostras e mexilhões por ficotoxinas, substâncias produzidas por diversas microalgas que podem causar sérios agravos de saúde pela ingestão de moluscos bivalves contaminados. O trabalho de inspeção foi realizado após o surgimento de uma mancha vermelha no mar do litoral norte de São Paulo, técnicos da CDA realizaram durante dois dias coletas de material para análises laboratoriais nos cultivos de moluscos bivalves do litoral norte e sul do estado. A ação é parte do monitoramento de rotina executado em cumprimento ao Plano Estadual de Monitoramento de Moluscos Bivalves (PEMMOBI). Com as análises, foi confirmado que a mancha vermelha observada no litoral norte não se tratava de alteração provocada pela presença de algas tóxicas, conforme informações divulgadas anteriormente pelo Grupo Interinstitucional para gestão integrada de riscos associados a florações de microalgas tóxicas, do qual a CDA faz parte em conjunto com as Secretarias de Saúde e Meio Ambiente.

Uso indiscriminado de defensivo agrícola preocupa olivicultores

O uso do herbicida 2.4-D, indicado para controle de plantas daninhas nas culturas de arroz, café, cana-de-açúcar, milho, soja, trigo, pastagem e fruticultura, tem preocupado o setor. O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) vem cuidando do tema e demonstrando preocupação desde a sua fundação em 2017. O instituto esteve sempre atento ao problema, reconhecendo as fiscalizações feitas pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), mas que agora entende ter chegado um momento crucial para a sociedade. O estado vem enfrentando problemas sérios em relação à fruticultura em geral, principalmente na metade sul, onde o plantio de monoculturas extensivas têm se utilizado desse produto de uma forma indistinta, sem controle. As autoridades têm se manifestado mas não de uma forma mais assertiva em relação ao problema. Quem circular pela BR-290 e olhar as margens, verá muitas árvores, principalmente cinamomos, com folhas amareladas, sem frutificação. Também se observa naquelas regiões onde há cursos d’água dentro das propriedades, que a mata ciliar está sendo atingida com muitas árvores secas. O bioma pampa está sendo atingido, onde nas propriedades se encontram muitas frutas silvestres, como a pitanga que não vingou neste ano. Os relatos já se comprovaram também em relação à uva e às oliveiras, representando um prejuízo enorme para a sociedade.

Desmatamento da Mata Atlântica avança em ritmo preocupante

Mais raras e mais ricas em biodiversidade, as florestas maduras da Mata Atlântica desaparecem em um ritmo preocupante. De 2010 a 2020, foram 1.900 Km2 perdidos, o que equivale a quase 200 mil campos de futebol. A conta aparece numa pesquisa publicada na revista científica Nature Sustainability, assinada por pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), da USP (Universidade de São Paulo) e da Fundação SOS Mata Atlântica. Os dados são alarmantes, pois é muito preocupante que, numa década tão recente, ainda se perca 1.900 Km2 da floresta que restou. Essa área faz muita falta para a Mata Atlântica. O bioma é o mais devastado do país, derrubado em grande escala desde a chegada dos colonizadores portugueses, a partir de 1500. O mapeamento do que sobrou desta vegetação começou em 1989 com base em imagens de satélite. O atlas atualizado, publicado anualmente desde 2011, aponta que restam no país 12,4% da cobertura original em bom estado de conservação.