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Manchetes da semana – 14 a 20-09-2024

Manchetes da semana - 14 a 20-09-2024

Herpesvírus provoca o fechamento temporário da Sociedade Hípica Paranaense

Recentemente, o herpesvírus (EHV) equino voltou a preocupar o meio do cavalo, isso porque a Sociedade Hípica Paranaense, com sede em Curitiba, suspendeu todas as competições de hipismo e fechou suas instalações até segunda ordem por causa da confirmação de dois casos de herpes equina. Parte dos animais da hípica paranaense que competiram em São Paulo foi colocada em quarentena de 28 dias. Essa é uma das medidas adotadas pela entidade e reforçada pelas organizações que representam o hipismo brasileiro, que alertam para a gravidade da situação. A Confederação Brasileira de Hipismo emitiu comunicado afirmando que está em contato com os órgãos competentes federais e estaduais para definir medidas sanitárias.

Governo investiga mais de 20 pessoas por incêndios florestais no RJ

O governo do Rio de Janeiro informou que mais de 20 suspeitos são investigados pela polícia por provocar incêndios florestais no estado. Desde que o governador anunciou a criação do gabinete de crise para combate às queimadas, foram combatidos 1.280 incêndios florestais. Foi autorizada a reabertura das unidades de conservação gerenciadas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), após queda no número de focos de incêndio florestais. Das 39 unidades, 11 são parques que podem receber novamente visitação pública, sem restrições.

As chamas atingiram a unidade de conservação e cobriram o Distrito Federal com fumaça

Fogo queima 700 hectares do Parque Nacional de Brasília

O fogo que consome o Parque Nacional de Brasília e deixou parte da capital do país tomada pela fumaça segue avançando. O incêndio já consumiu 700 hectares da área de proteção ambiental, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Polícia Federal investiga a origem do sinistro. Uma densa e escura coluna de fumaça pode ser vista saindo do parque, também conhecido como Água Mineral. Com 152 dias sem chuvas este ano no Distrito Federal (DF), o tempo quente e seco dificulta o trabalho das equipes e facilita a propagação das chamas. O período em que o Distrito Federal enfrentou uma seca mais aguda foi em 1963 com 163 dias sem chuvas, informou o Instituto Nacional de Meteorologia. O trabalho de combate ao fogo conta com 93 combatentes de instituições como ICMBio, Corpo de Bombeiros e PrevFogo, com a ajuda de um avião e um helicóptero.

Vale identifica trincas superficiais em barragem de Ouro Preto

A Vale informou que está conduzindo verificações adicionais na barragem Forquilha III, na mina de Fábrica, em Ouro Preto, Minas Gerais. Segundo a empresa, inspeção de rotina identificou trincas superficiais na estrutura. A mineradora ressaltou que as condições de estabilidade da construção seguem inalteradas. De acordo com comunicado, a barragem Forquilha III está em nível de emergência 3 e é monitorada em caráter permanente e conta com uma estrutura de contenção a jusante (é o fluxo normal da água, da correnteza, de um ponto mais alto para um ponto mais baixo) e tem a respectiva Zona de Autossalvamento evacuada, sem a presença de comunidades.

Incêndios atingem 49 fazendas e 20 municípios de MT

O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, juntamente com o Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) do estado informou a ocorrência de focos de incêndio em 49 fazendas, distribuídas em 20 municípios do estado. As propriedades rurais com focos de incêndio estão nos municípios de Tabaporã, Nova Maringá, Diamantino, Santa Rita do Trivelato, Itanhangá, Santa Carmen, Alto Paraguai, União do Sul, Luciara, Vila Rica, Canabrava do Norte, São Félix do Araguaia, Querência, Confresa, Santa Terezinha, Porto Alegre do Norte, Cocalinho, Campinápolis, Santa Cruz do Xingu e Ribeirão Cascalheira. Além disso, o BEA monitorava incêndios na Área de Proteção Ambiental dos Meandros do Rio Araguaia, em Cocalinho; na Terra Indígena Apiaká Kayabi Munduruku, em Juara; na Terra Indígena Capoto Jarinã, em Peixoto de Azevedo, e na Aldeia Utiariti, em Campo Novo do Parecis. O Corpo de Bombeiros só não entrou nos locais porque é necessária autorização dos órgãos federais. A instituição informou ainda que, em Mato Grosso, foram registrados 888 focos de calor de acordo com o Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desses, 479 se concentram na amazônia, 362 no cerrado e 47 no pantanal. Os dados são do Satélite de Referência (Aqua Tarde). O governo de Mato Grosso decretou estado de emergência em virtude da seca severa e dos incêndios florestais em mais de 50 municípios.

Pastagem degradada para conversão em área agricultável

Governo vai destinar US$ 1,3 bilhão do Fundo Clima para recuperação de pastagens

O governo federal vai destinar cerca de US$ 1,3 bilhão dos recursos do Fundo Clima para o programa nacional de recuperação de pastagens degradadas e conversão em áreas agricultáveis. A captação dos recursos internacionais será feita por meio do Eco Invest Brasil, programa de hedge cambial (o sistema envolve o uso estratégico de derivativos financeiros para compensar as perdas potenciais decorrentes das mudanças nas taxas de câmbio. Um exemplo prático é o contrato a termo, onde duas partes concordam com uma taxa de câmbio fixa para uma transação futura) da Secretaria do Tesouro Nacional para atrair investimentos externos voltados à transformação ecológica. Os recursos serão disponibilizados aos produtores com juros de até 6,5% ao ano, dez anos de pagamento e carência. Esse valor já está reservado, com o Tesouro destinando US$ 1 bilhão, o que pode chegar a US$ 1,3 bilhão com participação dos bancos. O programa é tido como uma das prioridades da pasta para dobrar a produção brasileira de alimentos sem abertura de novas áreas. A captação via Eco Invest foi a saída encontrada pelo governo para a internalização dos recursos externos, minimizando as variações cambiais. A expectativa é que os recursos possam ser disponibilizados aos produtores até o fim do ano.

Estabelecido o modelo de gastos semelhante ao da pandemia de Covid para combate a incêndios

Até o fim do ano, o governo federal terá à disposição um orçamento de emergência climática para enfrentar os incêndios florestais que atingem cerca de 60% do país. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino autorizou a União a emitir créditos extraordinários fora dos limites fiscais para o combate às chamas. Com a autorização de Dino, o governo poderá enviar ao Congresso Nacional medida provisória (MP) apenas com o valor do crédito a ser destinado. Embora, por definição, os créditos extraordinários estejam fora da meta de déficit primário e do limite de gastos do atual arcabouço fiscal, a decisão de Dino evita que os gastos voltem a ficar dentro das limitações, caso o Congresso não aprove a MP ou o texto perca a validade. Na prática, a decisão cria um modelo de gastos semelhante ao adotado na pandemia de Covid-19. Dino também flexibilizou a regra para a manutenção e a contratação de brigadistas temporários. Até o fim do ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) não precisarão esperar três meses para recontratar os brigadistas com contrato expirado.

Cidade fluminense inaugura farmácia de plantas medicinais

Com objetivo de democratizar o acesso a plantas medicinais e à fitoterapia (forma de tratamento que utiliza ervas medicinais para tratar e prevenir doenças), foi inaugurada a primeira Farmácia Viva de Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A iniciativa é fruto do projeto Farmacopeia Mari’ká, realizado pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), ligada à prefeitura, e pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Cerca de 30 espécies de plantas medicinais são cultivadas em 4 mil metros quadrados, na Fazenda Nossa Senhora do Amparo, da Codemar. Além da produção de medicamentos, a iniciativa promove a qualificação de pequenos produtores rurais para o plantio dessas ervas. A Farmácia Viva pretende promover a saúde para a população, mas também a geração de renda para os produtores. O próprio projeto vai fornecer mudas das plantas certificadas aos agricultores associados e comprar a produção deles para processar.

Frutos atacados pela monilíase, doença devastadora para o
cacaueiro, cujo agente causal é o fungo Moniliophthora roreri

Produtor de cacau teme que COP “leve” monilíase ao Pará

A pouco mais de um ano do início da COP 30, em Belém, no Pará, uma preocupação começou a tirar o sono dos produtores de cacau do estado que temem que o grande afluxo de pessoas para a conferência do clima possa levar à região a monilíase, uma doença devastadora para a cultura, e que já afetou lavouras em países que enviarão representantes ao encontro. A enfermidade já destruiu plantações de cacau em países latino-americanos, como Equador e Peru. E acendeu o alerta entre autoridades sanitárias e produtores no Brasil após a confirmação de dois focos no país, o primeiro em Cruzeiro do Sul, no Acre, em julho de 2021, e o segundo no Amazonas, na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, em outubro de 2022. Acre e Amazonas, porém, não cultivam a amêndoa. A monilíase pode ser introduzida por transporte e plantio de material vegetal infestado e até por sacarias, equipamentos e roupas utilizados em plantações onde a enfermidade existe. Por isso, o deslocamento de pessoas oriundas de áreas com ocorrência da monilíase para aquelas sem a presença da doença pode disseminar o patógeno, com o transporte involuntário dos esporos do fungo.

Setor de energia quer investir em baterias para propriedades rurais

A UCB, empresa fabricante de baterias, como as que são usadas em celulares e urnas eletrônicas, está direcionando sua atenção para o setor agropecuário a partir da observação do crescente movimento de produtores rurais que buscam gerar sua própria energia. A adoção de fontes de energia renováveis, como eólica, fotovoltaica e biomassa se dá pela busca de sustentabilidade, seja ambiental ou financeira, mas com benefícios em ambos os casos. Em áreas remotas, é possível encontrar propriedades que não estejam conectadas à rede elétrica, ou seja, off-grid, e há a utilização de motores a diesel, por exemplo, por isso, a empresa tem estudado o agro desde o final de 2023, enxergando um grande potencial de investimento. Mirando em atender tanto as pequenas propriedades quanto as maiores, com capacidades de armazenamento que evoluem de kilowatts (kWh) a megawatts (MWh), a UCB está investindo R$ 380 milhões em uma nova planta em Extrema (MG) que irá produzir contêineres de baterias para atender a grandes projetos de armazenamento de energia.

Operação contra seca no Amazonas já prendeu 186 pessoas

A fiscalização ambiental do Amazonas já realizou a prisão e apreensão de 186 pessoas envolvidas em crimes ambientais durante operações de combate à seca no estado realizadas desde o início deste ano. As informações constam em boletim de monitoramento sobre a estiagem elaborado pelo Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental criado pelo governo amazonense. Ao todo, 62 municípios do Amazonas encontram-se em situação de emergência pela seca. Além da disponibilidade de água, a situação afeta principalmente a pesca e o transporte aquaviário, principal meio de locomoção na região. Segundo a Defesa Civil, já foram entregues 1,12 mil toneladas de alimentos a mais de 461 mil pessoas atingidas pela seca no estado.

A recordista vaca Ibiza FIV Surreal com bezerro ao pé

Vaca é a mais valorizada da raça Nelore Pintado

A vaca Ibiza FIV Surreal, de 3 anos e 9 meses, é a matriz mais valorizada da raça Nelore Pintado no Brasil. Ela alcançou o feito ao ter a cota de 33% negociada por R$ 3,15 milhões no leilão luxuoso da Syagri Agropecuária em Nova Ponte (MG), elevando o seu valor para R$ 9,45 milhões. Até então, o recorde da raça originária da Índia e trazida ao país na primeira metade do século passado pertencia a Idolatria FIV V3, com R$ 9,09 milhões. Principal atração do remate que teve todos os 25 lotes vendidos e faturamento de R$ 17,6 milhões, Surreal foi adquirida pelas empresas Nelore Pintado do Netinho e Nelore Pintado das Américas. O pagamento será feito em 30 parcelas de R$ 105 mil. O restante da campeã progênie adulta deste ano pertence a Nelore Ibiza, Nelore Pintado OT, Grupo Everest e Grupo GAP. Com genética de qualidade, a vaca possui filhos que estão em destaque no mercado após títulos em diversas competições. A condição a valorizou de R$ 6,4 milhões para R$ 9,4 milhões em poucos meses.

Melhor mel do país é gaúcho

O mel produzido no Rio Grande do Sul pelo Apiário do Máximo, de Jaquirana, é o melhor do Brasil, segundo concurso da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Já o Apiário Cambará, de Cambará do Sul, ficou com a quarta colocação. Ambos concorreram na categoria Mel Claro do Brasil no Prêmio CNA Brasil Artesanal 2024. Foram inscritos e avaliados 297 tipos de mel pelo júri técnico da instituição. Na última etapa, os dez melhores foram avaliados pelo júri popular. Adriana De Bortoli da Silva, proprietária da Apicultura do Máximo, explica que o negócio começou quando se casou com seu marido, que, por sua vez herdou a profissão do bisavô, pioneiro no segmento em Cambará do Sul. A família já está na quinta geração de apicultores, e após um processo de profissionalização e cursos, inclusive proporcionado pelo Sebrae RS, o negócio prosperou.

MST quer assentamento imediato de famílias acampadas há mais de uma década em todo o país

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem realizado conversas com ministros do governo e com o próprio presidente Lula para tentar avançar na pauta agrária. Segundo os dirigentes do movimento, há um passivo de demandas represadas pelas últimas gestões, que vão desde a necessidade de orçamento e investimento em agroindústria, passam pela solução de conflitos agrários e vão até atendimento de famílias que estão há décadas à espera de regularização de seus assentamentos. O MST estima que existam cerca de 100 mil famílias à espera do assentamento definitivo, e reclama da paralisia do governo Lula 3 em relação à pauta agrária. Para a direção nacional do movimento, trata-se de um cenário bastante difícil porque já se passou um ano e meio de governo e não se tem nenhuma família assentada, nenhuma terra decretada, o que é extremamente grave.

Turista relata intoxicação por ciguatera em Fernando de Noronha

Uma turista relatou ter sofrido intoxicação alimentar em Fernando de Noronha após o consumo de peixes contaminados com ciguatoxina, em setembro de 2024. A ciguatoxina é uma toxina encontrada em algumas espécies de peixes que não pode ser eliminada pelo cozimento ou congelamento, e casos esporádicos de intoxicação têm sido registrados na ilha. A ciguatera é uma forma grave de intoxicação alimentar causada pelo consumo de peixes contaminados com ciguatoxina. Recentemente, turistas e moradores da ilha foram afetados após ingerirem peixes como guarajuba (Carangoides bartholomaei) e barracuda (Sphyraena barracuda), duas espécies carnívoras que acumulam a toxina em seus corpos ao se alimentarem de outros peixes contaminados. A ciguatera não possui um antídoto específico. O tratamento é feito com base nos sintomas, que podem variar de pessoa para pessoa. A ciguatoxina é uma toxina originada pela gambiertoxina, produzida por uma alga marinha. Ela é bioacumulativa, ou seja, à medida que os peixes consomem organismos contaminados, a toxina se acumula em seus corpos, tornando-se mais perigosa ao longo da cadeia alimentar. Peixes carnívoros como a barracuda, que pode atingir até 50 quilos, e a guarajuba, que chega a pesar 14 quilos, são os mais propensos a acumular grandes quantidades dessa substância tóxica. Fatores como a eutrofização de ambientes aquáticos, ou seja, o excesso de nutrientes que estimula a proliferação de algas, e eventos climáticos como o El Niño, que aquece anormalmente os oceanos, contribuem para o crescimento das microalgas que produzem toxinas, aumentando o risco de intoxicação. No dia 1º de setembro de 2023, o governo de Pernambuco emitiu um alerta para a população local e turistas sobre o risco de intoxicação alimentar em Fernando de Noronha. O surto de ciguatera foi identificado após uma série de casos registrados na ilha.

Desmatamento no cerrado emite 135 milhões de toneladas de CO2 desde 2023

O desmatamento no cerrado gerou a emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2, de janeiro de 2023 a julho de 2024. O volume que corresponde a 1,5 vezes o total produzido pela indústria brasileira a cada ano. Levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) com dados obtidos através do SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado), que utiliza satélites ópticos do sensor Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia e compara imagens de áreas com um intervalo mínimo de seis meses, a fim de observar se houve derrubada de árvores. Segundo maior bioma do país e altamente diverso, o cerrado é formado por três tipos de vegetação: a savânica, que predomina e foi a mais destruída no período, a florestal e a campestre. As formações savânicas do cerrado, que compõem 62% da vegetação do bioma, responderam por 88 milhões de toneladas de CO2 (65%) emitidas no intervalo analisado. As queimadas de formações florestais geraram quase 37 milhões de toneladas, enquanto a destruição das formações campestres, que ocupam 6% da área do bioma, resultou na emissão de cerca de 10 milhões de toneladas.

Governo anuncia crédito extra de R$ 514 milhões para o combate ao fogo

Segundo o governo federal, não restam dúvidas de que a maior parte dos incêndios no Brasil tem origem criminosa. Frente a essa situação, o presidente Lula assinou a Medida Provisória n° 1258, de 18 de setembro de 2024 destinando recursos para o combate ao fogo e enviará ao Congresso, uma proposta para aumentar a punição no caso de incêndios florestais. Entre as ações, destaca-se a abertura de crédito extraordinário de R$ 514 milhões, a ser distribuído entre várias áreas do governo, mas, prioritariamente, a ambiental. Novos créditos serão abertos após reunião entre o presidente Lula e governadores ocorrida ontem. De acordo com nota oficial da Casa Civil, os recursos serão direcionados ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima para “o fortalecimento das ações de enfrentamento aos incêndios, em especial no monitoramento das queimadas”.

Áreas do Pantanal no MT destruídas por agrotóxicos jogados
de avião pelo fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes

Maior desmatador do Pantanal forneceu aos principais frigoríficos do país

Imagens aéreas mostram centenas de árvores mortas, sem folhas e com manchas esbranquiçadas em seus galhos. A cena, de 14 de abril, registra parte de uma área de 81,2 mil hectares desmatados ilegalmente com o uso de agrotóxicos. O total devastado é equivalente a quase quatro vezes o tamanho da cidade de Amsterdã. Segundo as autoridades brasileiras, a destruição foi causada pelo pecuarista Claudecy Oliveira Lemes e é a maior já registrada no Mato Grosso, estado com o maior rebanho bovino do Brasil. Em abril, a Repórter Brasil já havia revelado que, ao longo de 2023, Lemes forneceu gado para unidades da JBS, umas das maiores produtoras de carne do mundo. Agora, um novo relatório, publicado pela organização Mighty Earth, revela que outros dois grandes frigoríficos – Marfrig e Minervatambém compraram animais do pecuarista nos últimos anos. O relatório destaca ainda que unidades dos frigoríficos abastecidos por Lemes vendem carne para os principais grupos varejistas em operação no Brasil, incluindo Carrefour, Grupo Pão de Açúcar, Grupo Mateus e Sendas (proprietário do Assaí Atacadista). O estudo foi produzido em parceria com a organização holandesa AidEnvironment e com pesquisa adicional da Repórter Brasil.

Mais de 1,5 mil comunidades estão isoladas na região do médio Solimões por causa da seca

Cerca de 1.554 comunidades estão isoladas somente na região da calha do médio Solimões, trecho da bacia do Rio Solimões onde fica Tefé, segundo a Defesa Civil do Estado do Amazonas. A região abrange também os municípios de Uarini, Alvarães, Tefé, Coari, Jutaí e Fonte Boa. Em todo o estado, 115.378 famílias estão sofrendo os esfeitos da estiagem. O governo do Amazonas distribuiu, até o momento, 31 purificadores de água, sendo dez deles direcionados para a calha do alto Solimões, onde escassez de água chegou mais cedo. Também foram enviadas 100 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.

Produção nacional de peixes salta 5,8% em relação a 2022

A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou dados relevantes sobre a produção de peixes em 2023 no Brasil. Segundo o levantamento, que fornece informações sobre os efetivos da pecuária existentes nos municípios, bem como sobre a produção de origem animal e o seu respectivo valor no ano em questão, divulgou que em 2023, a produção de peixes contabilizou nacionalmente o número de 655,3 mil toneladas, 5,8% a mais do que em 2022. Dentro deste contexto, a PPM 2023 revelou que o destaque ficou com a região sul, que por sua vez, se manteve como a principal produtora de peixes no Brasil – sozinha, ela foi responsável por 34,7 % do total produzido no Brasil no ano passado. Por outro lado, o nordeste e o sudeste ultrapassaram a região norte que agora, estão respectivamente na segunda e na terceira posição. Vale ressaltar que os dados da PPM 2023 são obtidos pela Rede de Coleta do IBGE, mediante consulta a entidades públicas e privadas, produtores, técnicos e órgãos ligados direta ou indiretamente à produção, comercialização, industrialização, fiscalização, fomento e assistência técnica à agropecuária. Por fim, a unidade de investigação da pesquisa é o próprio município.

A doença renal proliferativa é uma ameaça crescente que pode
devastar a produção de salmão com 100% de mortalidade

Brasil abre mercado para o salmão de cultivo da Noruega

O salmão de cultivo da Noruega e outros produtos da aquicultura agora poderão ser exportados para o Brasil, graças a um novo acordo entre a Autoridade Norueguesa de Segurança Alimentar (Mattilsynet) e as autoridades brasileiras. Conforme o acordo, que estabelece as condições para a exportação dos produtos aquícolas da Noruega ao Brasil, desde o dia 15 de setembro a Mattilsynet está autorizada a emitir certificados sanitários para esses produtos destinados ao mercado brasileiro. O certificado abrange todas as espécies e formas de conservação de produtos da aquicultura, desde filés até peixes inteiros e eviscerados, incluindo produtos defumados. No entanto, instalações com suspeita ou confirmação de Vírus da Anemia Infecciosa do Salmão (ISA) ou de Doença Renal Proliferativa (DRP) não poderão exportar seus produtos para o Brasil.

ONU faz alerta crítico para elevação do nível do Oceano Pacífico

A ONU emitiu um alerta para a elevação do nível do Oceano Pacífico. O relatório das Nações Unidas apontou que a maior causa é o derretimento de geleiras provocado pelo aquecimento global. Para as pequenas nações insulares do Pacífico, a crise climática é uma corrida existencial contra o tempo. A cada dia que passa sem ações substanciais do resto do mundo para reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa e, com isso, conterem o aquecimento global, fecha-se uma janela de oportunidade para se evitar o pior, uma crise inimaginável – o que, no caso dessas comunidades, é seu próprio desaparecimento da face da Terra. Organização Meteorológica Mundial (OMM) destacou que a região do Pacífico é particularmente vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas, em especial a elevação do nível do mar, onde esse aumento foi três vezes mais rápido do que a média global para as últimas três décadas.

Força Nacional combaterá incêndios florestais em seis estados

O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou, através da Portaria MJSP nº 773, de 17 de setembro de 2024, o uso da Força Nacional de Segurança Pública em municípios dos estados do Amazonas, do Pará, de Rondônia, de Mato Grosso, de Roraima e do Acre para atuar no combate a incêndios florestais, por 90 dias. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). O texto explica que os profissionais da Força Nacional vão trabalhar em articulação com os órgãos de segurança pública e defesa social destes seis estados e da União, bem como com os órgãos e entidades públicas responsáveis pela proteção do meio ambiente, nestas localidades. Especificamente, os efetivos de polícia judiciária e de polícia técnico-científica da Força Nacional de Segurança Pública atuarão em apoio às polícias civis dos estados e à Polícia Federal na investigação e combate das causas de surgimento de incêndios por ação humana. A quantidade de agentes ainda será definida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio
no Parna Brasília – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

A concentração de partículas finas no ar da capital do país cresceu cerca de 350 vezes durante o incêndio de grandes proporções que consumiu 1,4 mil hectares do Parque Nacional de Brasília nesta semana. Antes do incêndio, na manhã do domingo (15), o ar da capital registrava concentração de 4 microgramas por metro cúbico (µg/m3) de Moléculas de Partículas (MP) de tamanho 2,5, considerada uma molécula mais fina. Na madrugada da terça-feira (17), o ar de Brasília registrou 1,3 mil µg/m3 da MP 2,5. Somente na quinta-feira (18) a poluição voltou a cair de forma sustentada.

Proposta de lei pretende reformar regras para assentamentos rurais

O Projeto de Lei (PL 3558/2024) da deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), pretende reformular as diretrizes para a criação de assentamentos rurais no Brasil, visando estabelecer critérios mais rigorosos para a autorização desses assentamentos. De acordo com o projeto, a criação de novos assentamentos só poderá ocorrer se os projetos existentes no estado e no município atingirem determinados índices mínimos de ocupação e produtividade. Especificamente, 80% dos assentamentos estaduais e 90% dos municipais devem estar ocupados de forma regular por pelo menos dois anos, e 70% dos lotes já criados precisam ser produtivos. A deputada defende que não se pode permitir que o INCRA continue criando assentamentos sem uma regularização clara e o Estado tem o dever de regularizar todos os assentamentos já existentes antes de distribuir novas terras, evitando a continuidade de uma reforma agrária que não se concretiza. Outra inovação do projeto é a exigência de que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) publique anualmente, em seu site oficial, os índices de ocupação e produtividade de todos os assentamentos, promovendo maior transparência na gestão do programa nacional de reforma agrária.

Receitas das exportações do agronegócio caíram 9,5% em agosto

As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,1 bilhões em agosto deste ano, valor 9,5% menor que os US$ 15,6 bilhões exportados no mesmo mês do ano passado. Houve redução da quantidade embarcada (-7,4%) e retração nos preços dos produtos enviados ao exterior (-2,3%) em relação a julho, segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. Uma das quedas mais fortes foi nas exportações de milho (-35,2%), que caíram de 9,36 milhões de toneladas em agosto de 2023 para 6,06 milhões no mês passado, reflexo da safra menor do cereal em 2023/24. A soma das exportações de grãos diminuiu de 18,14 milhões de toneladas em agosto de 2023 para 14,43 milhões de toneladas em agosto de 2024. Parte dessa retração foi compensada pela expansão das vendas externas de açúcar, que aumentaram em 347,96 mil toneladas, e de carne bovina in natura, com incremento de 32,2 mil toneladas no período. Os preços dos produtos embarcados caíram 8,6% na comparação com agosto de 2023. Os principais produtos exportados no mês passado foram do complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, cereais, farinhas e preparações e produtos florestais.

A égua Figueira Luekim Sapecado

Égua alcança o valor mais alto do Mangalarga Marchador

O I Leilão Elite Luekim e Convidados Especiais entrou para a história ao registrar um faturamento recorde na comercialização de exemplares da raça Mangalarga Marchador. O evento, que já era aguardado com grande expectativa pelo mercado, superou todas as projeções e consolidou-se como um marco para a raça. O grande destaque do leilão foi a venda de 50% da égua Figueira Luekim Sapecado, que alcançou a impressionante soma de 30 parcelas de R$ 185.000, totalizando mais de R$ 5,5 milhões. Esse valor fez com que a égua batesse R$ 11 milhões em valorização. Essa negociação reforçou o prestígio da raça no Brasil, chamando a atenção de criadores e investidores. A égua Figueira Luekim Sapecado não apenas alcançou um valor expressivo no leilão, mas também possui uma trajetória vitoriosa que justifica o alto investimento. Ela foi Campeã das Campeãs Nacional de Marcha Jovem 2023, destacando-se por sua marcha equilibrada, conforto e excelente desempenho em competições. Filha do renomado reprodutor Palhaço Porteira Azul, conhecido por transmitir aos seus descendentes uma marcha impecável e temperamento dócil, a égua também herdou qualidades da mãe, Celeste Elfar, que contribuiu com atributos de elegância e resistência. Essa combinação genética, aliada à sua conformação física e beleza estética, fez de Figueira Luekim Sapecado uma das éguas mais cobiçadas do mercado, tornando o leilão um dos eventos mais comentados no calendário de criadores da raça. O Haras MH2, que arrematou 50% da égua.

Banco Central volta a subir a taxa básica de juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu na última quarta-feira (18) elevar a taxa básica de juros (Taxa Selic) em 25 pontos-base, para em 10,75% ao ano. A decisão do colegiado de diretores do BC foi unânime – todos os nove membros votaram pela alta. Em seu comunicado sobre a decisão, o Copom avaliou que o atual cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista. A nova alta da taxa básica de juros (Selic) deve trazer novos impactos para o mercado de crédito e para a economia, principalmente para os produtores rurais que devem iniciar a Safra 2024/2025.

PF prende político acusado de garimpar 3 toneladas de ouro em terras indígenas

Um esquema bilionário de garimpo ilegal de ouro na amazônia começou a ser desmantelado pela Polícia Federal (PF) na semana passada, com a prisão de 13 suspeitos, incluindo um funcionário público e quatro policiais. A investigação aponta que a empresa de um servidor da Prefeitura de Redenção, no sul do Pará, comprava ouro extraído ilegalmente da Terra Indígena Kayapó e de outras lavras irregulares nos estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso e Roraima. O líder da organização criminosa, segundo a PF, é Pedro Lima dos Santos, sócio da Mineradora Dente Di Leone e supervisor na secretaria de obras da prefeitura de Redenção. Vereador entre 2013 e 2017 pelo PSDB, Pedro Lima ficou como suplente em 2016 pelo PSC e em 2020 pelo Democrata (atual União Brasil), chegando a assumir o cargo por alguns meses em 2024. De acordo com a investigação, a mineradora comercializou 3,14 toneladas de ouro ilegal entre 2021 e 2023, faturando R$ 847 milhões com a venda para empresas intermediárias.

Governo sanciona lei que cria política nacional de incentivo ao cultivo de coco

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei nº 14.975, de 18 de setembro de 2024 que cria a Política Nacional de Incentivo à Cocoicultura de Qualidade, com o objetivo de elevar a produtividade, a competitividade e a sustentabilidade da produção brasileira de coco. A política prevê orçamento da União para fomentar as ações, operações de crédito internas e externas firmadas com entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras para fomentar a cadeia produtiva e financiamentos rurais para a produção, a industrialização e a comercialização.

Organizações denunciam assassinato de indígenas Guarani Kaiowá

Após o assassinato de um jovem indígena, na última quarta-feira (18), no município de Antônio João (MS), coletivos e organizações publicaram uma nota em solidariedade aos Guarani Kaiowá que manifesta repúdio à violência contra os indígenas. Neri Guarani Kaiowa, de 22 anos, foi assassinado com tiro na cabeça em uma área de retomada, durante uma ação da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul. As agressões começaram na noite de quinta-feira (12), quando os indígenas retomaram a fazenda Barra, sobreposta à Terra Indígena Nhanderu Marangatu. Eles foram atacados pela PM, que fazia a proteção da propriedade. Três pessoas foram baleadas e uma delas foi hospitalizada. Os denunciantes exigem que as autoridades do Estado brasileiro, governo e Judiciário, priorizem a proteção das comunidades indígenas para evitar mais derramamento de sangue, pois a recorrente onda de violência e violações de direitos contra povos indígenas Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul é inaceitável.

Governo de MS buscará indenizar produtores com áreas em terras indígenas

O governador do estado de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, participou de reunião em Brasília com o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, quando foi apresentada documentação sobre áreas em litígio no estado e discutida a morte do indígena Neri Guarani Kaiowá pela polícia militar, em conflito na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, ocorrida na última quarta-feira (18). Na ação, policiais buscavam cumprir liminar obtida por um casal de produtores rurais que mantém fazenda na área há anos e que estava ocupada pela tribo Guarani Kaiowá desde a semana passada. Durante enfrentamento, os militares atingiram o indígena com um tiro na cabeça. O governador afirmou que está trabalhando para encerrar o conflito, buscando a solução por meio da indenização dos proprietários nas áreas onde isso couber.

Mico leão dourado (Leontopithecus rosalia)

Polícia Federal prende suspeito de contrabandear micos-leões-dourados

A Polícia Federal (PF) realizou a Operação Cifra Dourada para desarticular um grupo especializada no tráfico nacional e internacional de animais silvestres da fauna brasileira ameaçados de extinção. Na ação, agentes federais cumpriram mandado de busca e apreensão no município de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de janeiro, contra um homem suspeito de ser caçador profissional de micos-leões-dourados (Leontopithecus rosalia), responsável pelo fornecimento desses animais a um grupo que levava os animais para o exterior. A ordem judicial foi expedida pela 2ª Vara Federal de Niterói, na região metropolitana do Rio. Durante as buscas, os policiais apreenderam armadilhas de caça de micos.

Dino quer discutir possibilidade de desapropriação de terras com desmatamento e queimadas criminosos

Após audiência de conciliação para ouvir representantes de dez governos estaduais sobre medidas de combate às queimadas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino emitiu um despacho pedindo que todos os envolvidos na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 743 se manifestem sobre possível aplicação ou modificação do artigo 243 da Constituição Federal nos casos de desmatamento ilegal ou aplicação de restrições à propriedade, identificando possíveis travas a programas de regularização fundiária em áreas de incêndios dolosos. Ajuizada pela Rede Sustentabilidade, a ADPF tem o ministro como relator. O artigo 243 da Constituição evocado por Flávio Dino prevê que propriedades rurais e urbanas onde haja “culturas ilegais” ou exploração de trabalho escravo devem ser expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular. O caso judicial analisado pelo ministro envolve os estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O despacho do ministro surge em meio a uma divergência evidenciada entre o Congresso Nacional, o governo federal e o STF a respeito do combate às queimadas. O ministro Flávio Dino solicitou que sejam oficiados os Tribunais Federais Regionais da 1a e 3a Regiões (TRF-1 e TRF-3) e os Tribunais de Justiça dos dez estados para que levantem dados sobre inquéritos civis públicos ou policiais, ações civis públicas e penais relativos a crimes ambientais ocorridos na Amazônia Legal e no Pantanal. O magistrado pediu ainda que sejam adotadas medidas para assegurar a “adequada tramitação legal, com duração razoável dos processos” para esses casos.

Mais de 20 mil colmeias foram perdidas em desastre climático no RS

O Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de mel do Brasil, sofreu com o desastre climático do segundo trimestre de 2024. Mais de 20 mil colmeias foram perdidas com as chuvas intensas, inundações e deslizamentos, colocando em risco a produção de mel, a polinização de diversas culturas e a renda de milhares de famílias de apicultores e meliponicultores. Diante desse cenário, a Embrapa Meio Ambiente, por meio do projeto Observatório de Abelhas do Brasil, com Foco no RS, elaborou um relatório que quantifica os prejuízos e que aponta propostas para a recuperação do setor apícola e a construção de um futuro mais sustentável para a apicultura gaúcha. O relatório é voltado para tomadores de decisão e traz os resultados do levantamento realizado pelas equipes do Observatório de Abelhas após as enchentes.

Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis)

Infestação de bicudo-do-algodeiro cresce 4 vezes

Em 2024, a temporada de cultivo de algodão foi marcada por um aumento expressivo na população do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), principalmente no Estado do Mato Grosso. Dados da Fundação MT indicam que a infestação foi quatro vezes maior do que na safra 2022/2023. Para a próxima safra, essa praga segue como uma grande preocupação, tanto pelo aumento da sua incidência quanto pelos graves prejuízos que pode causar. Em casos extremos, o bicudo é capaz de destruir até 90% de uma área de plantio, tornando-se uma das pragas mais destrutivas para o algodoeiro. Para enfrentar a praga, uma alternativa é o uso de tecnologias avançadas de monitoramento, como plataformas que preveem áreas de maior pressão de pragas. A Arc™ farm intelligence, por exemplo, oferece previsões detalhadas sobre o comportamento do bicudo, permitindo que o manejo seja feito no momento e local ideais, reduzindo os danos de forma precisa. Usando modelagem preditiva baseada em dados em tempo real a partir de sensores no campo, a nova plataforma permite aos produtores e consultores visualizar os focos emergentes de pragas, o que permite direcionar os produtos de proteção de cultivos exatamente onde e quando eles são necessários, para um controle mais sustentável e econômico. Dentre as várias pragas que afetam essa cultura, o bicudo exige maior atenção devido à sua enorme capacidade reprodutiva. Um único casal pode gerar milhões de descendentes ao longo de uma safra, com um ciclo de desenvolvimento médio de apenas 20 dias entre ovo e adulto.

Ministro Flávio Dino suspende lei de Mato Grosso que penaliza ocupações ilegais

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu medida cautelar para suspender a eficácia da Lei nº 12.430, de 05 de fevereiro de 2024, do estado de Mato Grosso, que impõe sanções a ocupantes ilegais de propriedades privadas rurais e urbanas. A decisão foi tomada em ação direta de inconstitucionalidade (ADI 7715) movida pelo Procurador-Geral da República, sob o argumento de que a referida legislação estadual invade competências privativas da União. A Lei nº 12.430/2024 de Mato Grosso estabelece sanções para indivíduos comprovadamente envolvidos em invasões de propriedades privadas: vedação de recebimento de auxílio ou benefícios sociais estaduais; proibição de tomar posse em cargos públicos de confiança; restrição de firmar contratos com o poder público estadual. Essas sanções permaneceriam até que os infratores cumprissem integralmente as penalidades impostas, respeitando o direito ao contraditório e à ampla defesa. A decisão será submetida ao Plenário do STF.

Dez cidades do norte e centro-oeste respondem por 20% das queimadas

Dez cidades das regiões norte e centro-oeste respondem por 20,5% das queimadas que atingem o país desde o início do ano, segundo levantamento do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Localizadas nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia, estes municípios concentram 39.247 pontos de incêndio dos 190.943 focos registrados em todo o Brasil, de 1º de janeiro até a última quarta-feira (18). A cidade com o maior número de queimadas é São Félix do Xingu, no Pará, com 6.474 focos. Em segundo lugar, aparece Altamira, no mesmo estado, com 5.250 queimadas. Na sequência, estão: Corumbá (MS), 4.736 focos; Novo Progresso (PA), 4.598; Apuí (AM), 4.308; Lábrea (AM), 3.723; Itaituba (PA), 2.973; Porto Velho (RO), 2.710; Colniza (MT), 2.277; e Novo Aripuanã (AM), 2.198 focos de incêndio. Nove das cidades estão na amazônia, com exceção do município de Corumbá, localizado no Pantanal.

A Vigilância em Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e
Pecuária (Mapa)
atua no combate do trânsito e comércio irregular
de animais, vegetais, produtos e insumos agropecuários

Auditores fiscais agropecuários rejeitam proposta de reestruturação dos serviços de defesa sanitária

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) rejeitou, em assembleia geral realizada na ontem, a proposta de reestruturação das Superintendências Federais do Ministério da Agricultura e da retomada da vinculação dos serviços de defesa agropecuária a esses órgãos. Cerca de 70% da categoria votou contra a iniciativa, que ainda está em fase inicial na Pasta. O receio é que a mudança favoreça interferências políticas no setor. A imparcialidade nas operações de fiscalização é um princípio que não pode ser comprometido. A preocupação é que a nova estrutura fragilize o sistema de inspeção e fiscalização, colocando em risco a segurança dos alimentos do país.

Agronegócio abre de cinco novos mercados no Canadá

O governo brasileiro recebeu a informação de que o Brasil está autorizado a exportar farelo de mandioca, flor seca de cravo-da-índia, fruto seco de macadâmia, erva-mate e polpa cítrica desidratada ao Canadá, sem necessidade de certificação fitossanitária. Ainda em 2024, o Canadá autorizou a importação de feno para alimentação animal, fibra de coco, gelatina e colágeno de origem suína, e mastigáveis de origem aviária, caprina e bovina, além de grãos secos de destilaria (DDG ou DDGS). Assim, o agronegócio brasileiro registrou a 117ª abertura de mercado no ano, somando 195 novas oportunidades em 58 destinos desde o início de 2023.

Investigação aponta policiais como donos de garimpos de ouro em terra indígena

Nas redes sociais, o garimpeiro Raí Souza Lima ostentava uma vida de riqueza pelo mundo, dirigindo carros de luxo e carregando sacolas de compras em Nova York, Londres e Amsterdã. Mas, em setembro de 2023, Lima foi assassinado dentro de uma van em Redenção, no sul do Pará. Foi alvejado por vários tiros, um deles próximo ao olho esquerdo. Passado um ano do assassinato, a morte do “garimpeiro tiktoker” começa a ser esclarecida pela Polícia Federal (PF). O crime é atribuído a um grupo de policiais civis e militares do Pará, suspeitos de formarem uma milícia que controlava garimpos de ouro dentro da Terra Indígena Kayapó(https://terrasindigenas.org.br/pt-br/terras-indigenas/3731), no sul do Pará. Dias antes de ser executado, o garimpeiro Raí usou suas redes sociais para ameaçar os policiais. As ameaças eram parte de uma “disputa territorial” pelo comando do garimpo. A Justiça Federal determinou a prisão dos policiais suspeitos. Eles teriam laços com um esquema ainda maior de mineração ilegal, que envolvia um político responsável por “esquentar” (legalizar) ouro extraído de várias regiões da Amazônia. Na semana passada, a PF prendeu os quatro policiais investigados: Paulo Henrique Santos Pereira, terceiro sargento da Polícia Militar (PM) de Redenção, apontado como executor da morte do garimpeiro Raí; David Jerry Ribeiro dos Santos, terceiro sargento da PM; Vinicius Sousa Dias, delegado da Polícia Civil de Redenção, casado com uma juíza do Tribunal de Justiça do estado; e Danillo Santos Silva, escrivão da Polícia Civil de Redenção. Segundo a PF, os agentes não só permitiam como comandavam a exploração ilegal do ouro na Terra Indígena Kayapó, usando violência e recebendo pagamentos de subornos.

Rebanho bovino bate novo recorde

O rebanho bovino voltou a bater recorde no Brasil em 2023, apesar do ritmo de crescimento ter sido menor, indicam dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O efetivo alcançou 238,6 milhões de cabeças em 31 de dezembro, o que significa uma alta de 1,6% ante o final de 2022 (234,9 milhões). Naquele ano, o avanço havia sido de 4,6% frente a 2021 (224,6 milhões). Os dados integram a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), cuja série histórica começou em 1974. À época, o país tinha 92,5 milhões de cabeças. Ou seja, menos da metade do patamar de 2023 (238,6 milhões). No ano passado, o rebanho bovino superou em 12,7% o número estimado de pessoas no Brasil (211,7 milhões). A projeção de população foi divulgada pelo IBGE em agosto. Na pesquisa anterior, com dados de 2022, a quantidade de bovinos havia superado o número estimado de habitantes no país em 11,4%.

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