
Aqui você encontra em notas as últimas e mais importantes notícias semanais do agronegócio nacional e internacional
Brasil vai ao Japão discutir abertura de mercado e acordo com o Mercosul
Lula viaja ao Japão e ao Vietnã entre os dias 24 e 29 de março. No Japão, vai negociar a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira, demanda histórica do Brasil. Além disso, buscará avanços nas negociações para um acordo comercial entre o gigante asiático e o Mercosul. No Vietnã, o presidente debate um plano de ação para elevar o país ao nível de Parceiro Estratégico do Brasil, tipo de relação superior ao que as duas nações mantém atualmente. Entre os países do Sudeste Asiático, apenas com a Indonésia há esse grau de proximidade. Esse encontro tem sido tratado pelo Itamaraty como prova do prestígio que o governo japonês concede ao país. Isso porque os japoneses restringem as visitas de chefes de Estado estrangeiros há apenas uma por ano. O Japão é o segundo maior parceiro do Brasil na Ásia, atrás apenas da China, e o 11º maior parceiro comercial do Brasil no mundo. Além disso, o país abriga a quinta maior comunidade de brasileiros no exterior, com 200 mil pessoas. Também é o nono que mais investe no Brasil, com estoque de US$ 35 bilhões em 2023, aumento de 23% em relação ao ano anterior.
Maduro entrega 180 mil hectares de terras ao MST
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está presente na Venezuela há mais de 20 anos e apoia publicamente o governo de Nicolás Maduro. Em mais uma prova de estreitamento das relações, o presidente do país entregou mais de 180 mil hectares de terras expropriadas do estado de Bolívar, no sul do país, para o grupo brasileiro para uma iniciativa de produção agroecológica batizada de “Pátria Grande do Sul”. Segundo Maduro, as terras serão utilizadas para produzir alimentos para a população venezuelana, bem como a do norte do Brasil, além de serem exportados para outros países, desde que uma aliança entre camponeses, indígenas e militares seja concretizada. No projeto divulgado estão contempladas culturas como banana, mandioca, frutas, cana de açúcar, abóbora, carne de frango, suína e bovina, além de leite e derivados, feijão, hortaliças e milho. As terras entregues foram expropriadas durante o governo de Hugo Chávez na década de 2000 e são consideradas como “resgatadas”.

Projeto que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil foi assinado
Lula assinou esta semana o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem recebe até R$ 5 mil por mês. O governo fez um recálculo e passou a estimar que a renúncia com a ampliação da isenção do Imposto de Renda custará cerca de R$ 27 bilhões. O prazo de entrega da Declaração Anual do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2025, ano-calendário 2024, já está em vigor e termina às 23h59 do dia de 30 de maio. O programa gerador da declaração também já se encontra disponível. As pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888 ou possuíam bens acima de R$ 800.000,00 em 31 de dezembro de 2024, assim como aquelas que obtiveram receita bruta da atividade rural acima de R$ 169.440, são obrigadas a declarar. As pessoas que receberam até dois salários mínimos mensais durante 2024 estão dispensadas de fazer a declaração. O prazo para a entrega das declarações é de 17 de março a 30 de maio de 2025. O não cumprimento pode acarretar multas a partir de R$ 165,74, podendo chegar a 20% do imposto devido. Além disso, o CPF do produtor pode ser bloqueado, dificultando o acesso a financiamentos, venda de bens e créditos rurais.
Inscrições do Programa de Aquisição de Alimentos são prorrogadas
O prazo para as organizações familiares inscreverem propostas no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi prorrogado. Agricultores e agricultoras familiares terão até o próximo dia 31 para transmitir os projetos de Compra com Doação Simultânea (CDS) para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa prorrogação para o envio dos projetos visa ampliar as oportunidades das organizações da agricultura familiar para entrega da sua produção para atendimento da população em situação de insegurança alimentar e nutricional. A Compra com Doação Simultânea tem como finalidade o apoio aos agricultores familiares, por meio de cooperativas e associações, a partir da compra de sua produção. Os alimentos adquiridos são destinados ao abastecimento da rede socioassistencial e de Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional, como restaurantes populares e cozinhas solidárias.
Tecnologia mapeia viveiros escavados de aquicultura com imagens de satélite e IA
A Embrapa, em parceria com instituições de pesquisa e inovação, desenvolveu uma nova metodologia para mapear automaticamente viveiros escavados, o principal sistema de produção de peixes no Brasil. O método, aplicado inicialmente no Paraná, utiliza imagens de satélite de alta resolução e inteligência artificial para identificar viveiros com 90% de precisão. Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista internacional Aplicações de Sensoriamento Remoto: Sociedade e Meio Ambiente. A inovação combina imagens do programa Iniciativa Internacional da Noruega para o Clima e Florestas (NICFI) com algoritmos de aprendizado de máquina, como o Random Forest, para classificar as áreas de piscicultura. A tecnologia reduz em 90% o tempo e o esforço necessários para mapear os viveiros.

Governo destinará R$ 750 milhões do Orçamento para o MST
O governo federal, por meio do Ministério do Planejamento, pretende destinar R$ 750 milhões para duas ações que envolvem diretamente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): R$ 400 milhões para a aquisição de alimentos da agricultura familiar e R$ 350 milhões para o Fundo de Terras e da Reforma Agrária. Para viabilizar o gasto, a tendência é que recursos destinados a programas sociais, como o Bolsa Família, sejam reduzidos. A decisão de remanejar os recusos ao grupo, encaminhada para aprovação à Comissão Mista de Orçamento (CMO) e ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre, ocorre dias após o presidente Lula visitar um assentamento do movimento.
Apreensões de ovos contrabandeados nos EUA aumentam à medida que preços sobem
Agentes de fronteira dos Estados Unidos enfrentam um aumento significativo nas apreensões de ovos contrabandeados, com um avanço de 36% no número de interceptações neste ano, em comparação ao ano passado. Isso tem ocorrido principalmente por causa do alto preço dos ovos nos EUA, que atingiu um recorde de US$ 5,90 por dúzia, impulsionado por um surto de gripe aviária. No ano passado, o valor chegava a US$ 3 a dúzia. Em comparação, os ovos no México são vendidos por menos de US$ 2 por dúzia. De acordo com a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP), viajantes estão comprando ovos mais baratos no México e tentando trazê-los para os EUA, apesar da proibição, já que ovos não inspecionados podem espalhar doenças. Nas regiões da fronteira do Texas, o aumento foi ainda mais acentuado, chegando a 54%. Em algumas cidades, como San Diego, na Califórnia, os números mais que dobraram. As penalidades para o contrabando incluem multas de até US$ 300, além da eliminação dos ovos apreendidos, conforme os protocolos da CBP.
Proposta na Câmara pode gerar crédito específico para agricultura familiar
O texto do Projeto de Lei nº 4653/24 que está em apreciação na Câmara dos Deputados prevê a criação de uma modalidade específica de crédito rural direcionado ao desenvolvimento da agricultura familiar e dos empreendimentos rurais familiares. O objetivo da proposta é promover a produção agroecológica, a industrialização e a comercialização de produtos. O texto também estabelece a oferta de recursos adequados e a flexibilização de garantias para os jovens rurais. O intuito é corrigir uma falha histórica de direcionamento desigual dos recursos do crédito rural, favorecendo também a criação de oportunidades para permanência do jovem no campo. O texto também altera a lei que trata do crédito rural. Atualmente, as modalidades de crédito rural se destinam a produtores rurais de capacidade técnica e substância econômica reconhecidas; crédito rural orientado com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do produtor e sua família; cooperativas de produtores rurais; crédito para comercialização; e programas de colonização e reforma agrária. Para a modalidade de desenvolvimento da agricultura familiar, o projeto prevê a destinação de recursos controlados do crédito rural equivalentes a pelo menos 50% do valor médio dos contratos concedidos para essa modalidade no ano safra anterior, multiplicado pelo número de estabelecimentos familiares identificados no país. Jovens com idade entre 16 e 29 anos, integrantes de unidades familiares de produção agrária, também poderão obter crédito sem a obrigatoriedade de oferecer garantias.

Nível de umidade atinge menor grau em 30 anos e pode prejudicar safra de milho
A falta de chuvas nas últimas semanas reduziu a umidade do solo em importantes áreas produtoras de milho segunda safra no Brasil, exigindo acompanhamento contínuo do desenvolvimento das lavouras. A precipitação acumulada desde o início de fevereiro atingiu o menor nível em 30 anos, enquanto temperaturas elevadas aceleraram a evapotranspiração no centro-sul do país. Nos últimos dez dias, os volumes de chuva foram baixos na maior parte do país, variando entre 0 e 20 mm. Modelos meteorológicos divergem sobre os volumes esperados para os próximos dias. Segundo analistas, o período seco não representa uma ameaça imediata ao milho segunda safra, mas, se persistir até o fim de abril, o potencial produtivo poderá ser comprometido.
Participação brasileira na Gulfood 2025 registra recorde de negócios
As empresas brasileiras que marcaram presença na Gulfood 2025, maior feira de alimentos e bebidas do mundo árabe, conseguiram alcançar um marco histórico, com um total de US$ 3,5 bilhões em negócios realizados e projetados para os próximos 12 meses. O evento ocorreu em fevereiro em Dubai, reunindo mais de 5,5 mil expositores e 100 mil profissionais do setor. A delegação brasileira foi composta por 120 empresas, organizadas pela ApexBrasil, com a colaboração de projetos setoriais de entidades como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE). Durante o evento, os estandes brasileiros ofereceram degustações de produtos nacionais, incluindo carnes halal e bebidas não alcoólicas. O mercado dos Emirados Árabes Unidos(https://u.ae/en) se apresentou como uma grande oportunidade para os produtos brasileiros, com 446 novas possibilidades identificadas pela ApexBrasil, especialmente nas áreas de alimentos como castanha de caju e cevada, além de artigos manufaturados e máquinas e equipamentos de transporte.
Maior manancial de água do mundo é ameaçado por venda de áreas de pesquisa em SP
A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), que monitora 39 áreas de experimentação ligadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) alertou esta semana que se acontecer a venda de áreas de pesquisa no estado de São Paulo poderá comprometer a preservação do bioma do cerrado e colocar em risco o aquífero Guarani, maior manancial de água doce subterrânea do mundo. O governo estadual confirmou que realiza estudos para vender fazendas, consideradas pela APqC lugares essenciais para a conservação do bioma e para produção científica. Atualmente, o bioma cobre apenas 3% da vegetação original paulista, e, mesmo assim, é determinante para melhorar a absorção e liberação gradual de água da chuva, que, em paralelo, protege o aquífero. O desmatamento do bioma tem sido uma preocupação crescente, e segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desde 2001, São Paulo perdeu 831,91 km² de cerrado. Apenas no ano passado, 281 áreas sofreram intervenções irregulares, de acordo com o Painel Verde do governo estadual.

Produção florestal no RS indica possível escassez de matéria-prima
Os plantios florestais na região administrada pela Emater/RS-Ascar de Passo Fundo seguem em ritmo lento, com um número reduzido de novas áreas implantadas. A maior parte das florestas, estabelecidas na primeira década dos anos 2000, está agora em fase avançada de colheita, o que pode resultar em um cenário de escassez de matéria-prima madeireira nos próximos anos. A região já enfrenta a necessidade de importar madeira, especialmente para fins energéticos, dado o ritmo mais lento dos plantios locais.
Brasileiros consomem menos frutas e hortaliças do que o recomendado pela OMS
Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que apenas 22,5% da população adulta brasileira segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o consumo de frutas e hortaliças. A OMS orienta a ingestão de (NEG)cinco porções diárias em pelo menos cinco dias da semana para promover a saúde e prevenir Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) (doenças cerebrovasculares e cardiovasculares, neoplasias, obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras). A pesquisa analisou dados abrangendo todas as 26 capitais brasileiras e o Distrito Federal entre 2008 e 2023. Foram avaliados dois padrões de consumo: o regular – qualquer quantidade ingerida pelo menos cinco dias na semana – e o recomendado pela OMS. Os resultados mostraram que, em média, 34% da população adulta consumia frutas e hortaliças regularmente, enquanto apenas 22,5% seguiam a recomendação da OMS. Mulheres, pessoas entre 25 e 34 anos e indivíduos com maior nível de escolaridade foram os grupos que mais reduziram o consumo de frutas e vegetais ao longo do período analisado. Entre os fatores que podem ter influenciado essa tendência estão a instabilidade econômica e política dos últimos anos e os impactos da pandemia de COVID-19, que alteraram hábitos alimentares e reduziram o acesso a alimentos saudáveis.
Brasil conquista novos mercados
As autoridades sanitárias da Bósnia e Herzegovina aceitaram o Certificado Sanitário Internacional proposto pelo Brasil para a exportação de carne bovina. Com cerca de 3,2 milhões de habitantes, o país já importa produtos florestais e do complexo sucroalcooleiro do Brasil, apresentando uma demanda crescente por carne bovina que abre espaço para o abastecimento via importação. O Mali também concluiu entendimento sobre os modelos de Certificados Sanitários Internacionais (CSIs) para a exportação de sete produtos agropecuários do Brasil para aquele país: bovinos e bubalinos vivos, sêmen de bovinos, de ovinos e de caprinos, bem como embriões de bovinos, ovinos e caprinos. Nos últimos três anos, as exportações do agro brasileiro para o país somaram cerca de US$ 5 milhões. O país conta com mais de 23 milhões de habitantes e uma população predominantemente rural, o que oferece grande oportunidade de crescimento para as exportações de insumos agropecuários do Brasil. Com esses anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 42 aberturas de mercado em 2025, totalizando 342 novas oportunidades de negócio desde o início de 2023.

Expodireto Cotrijal encerra 25ª edição sem divulgar público e volume de negócios
A 25ª edição da Expodireto Cotrijal chegou ao fim nesta semana em Não-Me-Toque, RS, sem a tradicional divulgação de números oficiais de negócios e visitação. Essa foi a primeira vez que os organizadores deixaram de informar os resultados do evento. Segundo a organização, a decisão de não informar o balanço final de público e negócios tem relação com a ideia de não fazer uma “competição” com outras feiras agropecuárias do estado, como Expointer e Fenasoja. Em edições anteriores, mesmo em um cenário adverso para o produtor rural do estado, a feira divulgou a movimentação de negócios. Fontes ligadas ao agronegócio comentaram que uma das razões para a não divulgação dos dados seria não “chamar a atenção” para altos valores de negócios fechados no RS em um momento em que os produtores rurais gaúchos estão mobilizados para conseguir a securitização de suas dívidas rurais. Em 2024, o volume de negócios da Expodireto foi de R$ 7,9 bilhões, e a feira recebeu mais de 377 mil visitantes.
Produção de café do Brasil terá núcleo de inteligência
A Fundação Procafé se uniu à C3 Consultoria para criar um núcleo de inteligência para cafeicultura do Brasil. O objetivo é organizar um banco de dados sobre o setor, que possibilite padronizar algumas práticas para melhorar a produtividade dos cafezais. O Núcleo de Inteligência para o fortalecimento da Cafeicultura (NIFC) deverá estruturar informações precisas sobre produção, eficiência e sustentabilidade nas lavouras. O banco de dados poderá ajudar a definir estratégias de manejo e aumentar a produtividade de forma sustentável. Um dos destaques da iniciativa é o programa “A Maior de Todas as Produtividades”, que avaliará o desempenho de lavouras em diferentes regiões e sistemas de cultivo.
Ministério adia início de programa contra mal da vaca louca
O Ministério da Agricultura adiou para março de 2026 o início da vigência do Programa Nacional de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) atualizado, que prevê medidas oficiais de prevenção e vigilância e para a manutenção do status de risco insignificante para a doença conhecida como mal da vaca louca. O novo programa foi instituído em setembro do ano passado, mas esse já é o segundo adiamento do prazo para início da aplicação das medidas. Inicialmente, a previsão era outubro de 2024. A data passou para maio de 2025 e agora março de 2026. O adiamento tem como objetivo garantir um processo mais harmonizado com demais países, que são destinos dos produtos de origem animal do Brasil.

Estudo genético dobra a produção de acerola no Espírito Santo
Uma pesquisa inédita do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) com 12 genótipos de acerola dobrou a produção da fruta, na comparação com a média estadual. A produção alcançou 33 toneladas por hectare em 19 meses ante a média estadual de 14 toneladas registrada em 2023, mas um dos genótipos chegou a 51 toneladas por hectare. O objetivo do estudo é identificar os genótipos mais produtivos e com frutos com características superiores para atender tanto ao mercado de consumo in natura quanto às agroindústrias de processamento de polpa. Seis dos genótipos estudados ultrapassaram a média de Colatina, maior produtor da fruta no Espírito Santo, que colhe 30 toneladas por hectare em seus 12 hectares de produção. No total, o estado cultiva 135 hectares e colhe 1.812 toneladas por ano. Os cultivos predominantes são das variedades BRS Sertaneja, Okinawa e BRS Jaburu. A pesquisa busca ampliar esse horizonte ao testar outras variedades registradas no Mapa. No Brasil, que produz cerca de 60 mil toneladas por ano, a média de produtividade varia de 10 a 50 toneladas por hectare, com destaque para a produção de Pernambuco, Ceará e Bahia. Segundo os técnicos, com 51,7 toneladas por hectare, o resultado para o produtor é excelente porque a fruta rica em vitamina C pode dar um rendimento aproximado de R$ 135 mil/ha, com custo de produção em torno de 30%.
Aquicultura emite dez vezes menos carbono do que pecuária na amazônia
A aquicultura emite dez vezes menos gases de efeito estufa e utiliza entre 20 e 100 vezes menos terra por tonelada de proteína animal produzida do que a pecuária. É o que aponta um estudo publicado na revista Nature Sustainability por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos. O estudo analisou dados da atividade em cinco países que abrigam a amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). O Brasil lidera a produção de peixes na região, com o estado de Rondônia à frente na criação de espécies nativas. Os pesquisadores alertam que, embora a aquicultura tenha potencial de crescimento na amazônia, é fundamental considerar fatores como a complexidade do licenciamento ambiental, que varia entre os estados, e a necessidade de monitoramento contínuo para assegurar a sustentabilidade da produção. Os pesquisadores sugerem utilizar pastagens degradadas para instalar tanques de aquicultura, evitando o desmatamento adicional, pois essa prática emite menos gases de efeito estufa do que deixar essas áreas abandonadas e é mais produtiva, já que a produção de uma tonelada de peixe requer menos terra do que a de carne bovina.
Mercado de máquinas agrícolas ainda vê incertezas para as vendas em 2025
O setor vem de um ano de retração. Em 2024, as vendas caíram 19,8%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), devido a um cenário de preços dos grãos em baixos patamares e de financiamentos mais caros, em função das altas taxas de juro. O ano de 2025 começou positivo. Em janeiro, a comercialização no mercado brasileiro cresceu 55% sobre o mesmo mês de 2024, passando de 2.105 unidades para 3.264 máquinas. A alta foi puxada pelos tratores, que tiveram um aumento de 61,4% no mesmo comparativo, de 1.861 para 3.004 veículos. Já as vendas de colheitadeiras cresceram 6,55%, de 244 para 260 unidades. Algumas culturas agrícolas que tiveram fortes altas de preços, como café e laranja, contribuíram para esse aquecimento de mercado no início do ano. O mercado já mostra uma reação no início de 2025, o produtor começou comprando mais. No entanto, ainda que tenha produtor demonstrando disposição para investir, o cenário para 2025 é incerto, afirmam fabricantes. Os preços ainda em patamares considerados baixos para produtos como a soja; os altos custos dos financiamentos e a escassez de crédito rural têm gerado dúvidas entre as fabricantes sobre como será o comportamento do mercado.

modo de viver e portadora de referência à identidade e à memória histórica do povo
STF confirma a legalidade da prática da vaquejada em todo o país
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu confirmar a validade da Emenda Constitucional nº 96, de 06 de junho de 2017, que reconhece a vaquejada como uma prática cultural e esportiva regulamentada em todo o Brasil. Além de ser um símbolo das tradições nordestinas, a atividade movimenta cerca de R$ 800 milhões por ano, abrangendo desde a realização de eventos até o comércio de animais e equipamentos utilizados na competição. A decisão do STF representou uma vitória para os defensores da vaquejada, que argumentam que a prática é um elemento fundamental da cultura regional e que pode ser realizada de forma responsável, respeitando normas de bem-estar animal. A principal argumentação para manter a legalidade da vaquejada foi apresentada pelo relator do caso, ministro Dias Toffoli, que defendeu que a atividade não pode ser comparada a práticas como a farra do boi, considerada ilegal pelo STF por envolver violência deliberada e descontrolada contra os animais.
Funai é denunciada no Maranhão pela demora na demarcação de terras
Lideranças dos povos Akroá-Gamella, Kariú-Kariri, Tremembé do Engenho e Tremembé da Raposa estão denunciando a Funai pela demora nos processos que garantirão a demarcação de seus territórios. As lideranças relatam que já buscaram a instituição diversas vezes para cobrar o andamento dos processos administrativos de demarcação dos territórios. O Jornal Tambor entrevistou Gabriel Serra, advogado do Conselho Indigenista Missionário, e João Tremembé, liderança dos povos originários do município de São José de Ribamar. Segundo o indígena, a lentidão da Funai no processo demarcatório dos territórios acaba facilitando a entrada de mais invasores e o aumento da violência contra os povos. Além disso, as consequências para os indígenas são alarmantes. Para João, é urgente que o órgão avance nos processos, pois o território já passou por diversos casos de violência de grileiros, que invadem e destroem. De acordo com o advogado, a falta de servidores destinados ao suprimento da equipe de trabalho e a ausência de respostas da Funai sobre as dúvidas das lideranças e das assessorias jurídicas, acaba ocasionando a morosidade da demarcação.
Greening começa a mudar o mapa da citricultura no Brasil
O avanço do huanglongbing (HLB ou greening), pior doença dos cultivos de citros do mundo, está deslocando a cultura no País. O tradicional Cinturão Citrícola, formado por São Paulo (à exceção do litoral), Triângulo Mineiro e sudoeste de Minas Gerais, incorpora novos estados: Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Distrito Federal, formando o Cinturão Citrícola Expandido (CCE). Cientistas da Embrapa e do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) avançam em estudos de zoneamento de riscos climáticos e fitossanitários para auxiliar citricultores brasileiros na migração para uma nova região produtora no Brasil. O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) – que indica os riscos climáticos envolvidos na produção agrícola em diferentes regiões brasileiras –, os alertas fitossanitários e a indicação de diversas medidas de manejo, têm como missão apoiar o produtor na difícil tomada de decisão pela mudança de endereço dos plantios com vistas à preservação dos pomares e sua consequente sustentabilidade comercial e financeira. O Zarc considera riscos de até 20, 30 e 40% para a perda da produção associados a todas as fases de desenvolvimento dos frutos, desde a floração, passando pela frutificação, até a colheita. Acesse a publicação da Embrapa “Expansão do cinturão citrícola – Quais as aptidões e os riscos climáticos?” CLICANDO AQUI.

MPA e MMA definem as regras e cotas para a pesca da tainha em 2025
O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) publicaram a Portaria Interministerial MPA/MMA nº 26, de 29 de fevereiro de 2025, que estabelece o limite de captura, para o ano de 2025, nas regiões sul e sudeste do Brasil, as cotas de captura por modalidade e área de pesca, e as medidas de registro, monitoramento e controle associadas, da espécie tainha (Mugil liza). Segundo os órgãos, o limite de captura total da espécie tainha é de 6.795 mil toneladas. Toda a definição foi feita com base na avaliação de estoque mais recente da espécie, publicada em 2023, e considerando as discussões do Grupo de Trabalho da Tainha.
Fiscalização apreende mais de 30 mil litros de azeite adulterado
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) desclassificou duas marcas de azeite de oliva por fraude. As ações de fiscalização foram conduzidas pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov). As amostras dos produtos foram analisadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária e, com base nos resultados das análises físico-química dos produtos foram considerados impróprios para o consumo, resultando na apreensão de 30,99 mil litros de azeite de oliva. Os produtos apreendidos foram das marcas Doma, de Santa Catarina, e vendidos na rede Comercial Zaffari Ltda., e Azapa, de São Paulo, comercializado na rede Master Sonda Hipermercados. As análises confirmaram as presenças de outros óleos vegetais na composição dos produtos em desacordo com os requisitos da instrução normativa que regulamenta os padrões de qualidade e identidade do azeite de oliva. A comercialização desses produtos configura infração e os respectivos estabelecimentos poderão ser responsabilizados. Há evidências já comprovadas de que a grande maioria das marcas que estão sendo vendidas hoje no Brasil, são adulteradas na sua classificação de rótulo como azeite extravirgem e na verdade são virgem.
Combate à vassoura-de-bruxa da mandioca ganha reforços
Nesta semana, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) instituiu, por meio da Portaria SDA/Mapa nº 1.253, de 14 de março de 2025, o Centro de Operações de Emergência Agropecuária (COE-Mapa) Vassoura de Bruxa da Mandioca. A medida tem como objetivo fortalecer a articulação entre órgãos públicos federais, estaduais e instituições de pesquisa na implementação de estratégias fitossanitárias para a cultura da mandioca. A iniciativa decorre da declaração de estado de emergência fitossanitária estabelecida pela Portaria Mapa nº 769, de 29 de janeiro de 2025, que reconhece a necessidade de intensificar a adoção de medidas coordenadas para o controle da vassoura de bruxa. O COE-Mapa Vassoura de Bruxa da Mandioca atuará na interlocução com diferentes esferas institucionais, assegurando a execução de ações alinhadas às diretrizes da política fitossanitária nacional. Entre as atribuições do centro estão a coordenação de ações entre as instituições envolvidas, com o objetivo de apoiar o Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas (DSV/Mapa) na execução das estratégias de resposta à emergência, bem como subsidiar o secretário de Defesa Agropecuária na otimização das ações e divulgar informações técnicas à sociedade.

CRA aprova Alegrete como capital nacional da linguiça tradicional campeira
O município gaúcho de Alegrete, no sudoeste do estado, poderá ser a capital nacional da linguiça tradicional campeira, de acordo com proposta aprovada em votação final pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal. O Projeto de Lei nº 2314, de 2023 agora segue para sanção, caso não haja requerimento para votação no Plenário. A defesa da homenagem tem em vista o reconhecimento de Alegrete pela gastronomia campeira e, especificamente, pela produção artesanal da linguiça tradicional in natura, muito apreciada na região da Campanha e da Fronteira do Rio Grande do Sul. A linguiça tradicional campeira passou a ser encontrada em todos os açougues como item obrigatório de um bom churrasco.
Setor vitivinícola do Rio Grande do Sul celebra safra histórica
Um ano para ficar na história. O Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS) prevê a colheita de 750 mil toneladas de uva no estado, em 2025, com predominância na região da Serra Gaúcha. Em relação ao ano passado, o acréscimo foi de 38,5% na cadeia produtiva de vinhos, espumantes, sucos e derivados do fruto. Os resultados positivos e a qualidade excepcional dos produtos prometem aquecer a comercialização e impulsionar o setor. Espera-se a safra das safras dos últimos anos. A partir da colheita, o setor possui excelente capacidade e tecnologia para produzir produtos de altíssima qualidade dentro das indústrias, impulsionando o mercado. A perspectiva é que o mercado neste ano se amplie e o setor tenha um ano com um bom aumento na comercialização de produtos vitivinícolas, dada a qualidade da safra, uma das melhores já colhidas.
Ministério aumenta controle sobre atuação de peritos do Proagro
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) criou uma comissão para monitorar e revisar o cadastro dos peritos encarregados pelas comprovações de perdas do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), espécie de seguro rural público gerido pelo Banco Central. O colegiado poderá apurar irregularidades e, consequentemente, aplicar sanções e penalidades aos profissionais que atuam na área, inclusive o descredenciamento em caso de fraude, dolo ou má-fé. A Pasta também definiu a área técnica que será responsável pelo credenciamento e gestão dos peritos do Proagro, cuja lista será pública. As medidas são uma resposta aos comandos dados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para melhorar a governança da política, após indícios de falhas, fraudes e de risco moral no programa. Os peritos são profissionais credenciados e contratados pelas instituições financeiras para constatar se houve perdas na produção do agricultor que contratou o financiamento para custeio da lavoura, requisito que gera o reembolso do crédito para esses mesmos agentes.

Instituído oficialmente o Dia Nacional do Criador de Cavalos
Depois de quase 17 anos de apresentado, nesta semana foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), a Lei nº 15.111, de 17 de março de 2025, que institui oficialmente no Brasil o Dia Nacional do Criador de Cavalos, que passa a ser celebrado em 24 de novembro. Apresentado em outubro de 2008, o Projeto de Lei n° 394, passou 16 anos tramitando pelas diversas Comissões da Casa. À época, justificou-se sua propositura pela expressiva representatividade do segmento para a economia do país, com organizações de criadores em praticamente todos os estados, movimentando cerca de R$2,8 bilhões. Quase 17 anos depois da apresentação da propositura, conforme projeções de órgãos especializados, a cadeia produtiva da equideocultura brasileira responde por mais de R$30 bilhões/ano. A escolha do 24 de novembro, é uma referência à data de fundação da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos do Passo Fino (ABCCPF), sediada em Brasília. A ABCCPF representava à época os interesses das demais entidades, congregando ações para o fortalecimento do setor em nível nacional, tendo entre seus objetivos a instituição do Dia Nacional do Criador de Cavalos para valorizar o segmento e homenagear seus trabalhadores.
Paraná terá banco nacional de antígenos e vacinas contra a febre aftosa
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) firmou parceria com a empresa Biogénesis Bagó na criação de um banco nacional de antígenos e vacinas contra febre aftosa no estado. O banco tem como objetivo ser um estoque estratégico de antígenos para a rápida produção de vacinas contra a doença, em caso de surto. Ele manterá congelados sorotipos virais específicos da doença para a produção e distribuição, em até 72 horas, de imunizantes a todo o território nacional em caso de necessidade. Este será o primeiro banco de antígenos do Brasil, que espera ser oficializado, ainda neste ano, como país livre de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O banco de antígenos é importante para apoiar o país no enfrentamento de surtos pontuais que podem surgir e requerer uma vacinação emergencial, sendo uma ferramenta para a rápida formulação de vacinas para conter um surto localizado e evitar que a doença se espalhe.
Concurso da Embrapa tem quase 280 mil inscritos
O Cebraspe, banca organizadora do Concurso Embrapa, acaba de divulgar dados sobre as inscrições do certame. No total, 279.701 pessoas vão concorrer às 1.027 vagas disponíveis entre os cargos de pesquisador, analista, técnico e assistente. Conheça as quantidades de inscritos por opção e demanda candidato/vaga CLICANDO AQUI. Para mais informações e dúvidas em relação ao edital, entre em contato pelos seguintes canais: [email protected]; (61) 3448-0100; 0800 722 1125.

Prioridades da pesca e aquicultura são apresentados durante reunião no Senado
A convite dos senadores que compõem a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), do Senado Federal, o ministro da Pesca e Aquicultura (MPA), André de Paula, participou de uma sessão onde apresentou as diretrizes e as prioridades do ministério para 2025. Durante a apresentação, o ministro destacou avanços importantes para o setor desde a recriação do MPA em 2023 à inclusão do peixe na cesta básica, como também a isonomia tributária para a ração de pescado. Foi possível também reforçar números atuais da pesca e da aquicultura, além das principais ações e conquistas alcançadas nos últimos dois anos, como a ampliação dos contratos de cessão de águas da União, construção do primeiro Plano Nacional de Pesca Artesanal, melhorias nos sistemas de registro, controle e monitoramento, resgate da estatística pesqueira e aquícola, recadastramento dos pescadores e pescadoras e a retomada do Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca.
EUA mudam exportação de carne para a China e sacodem o mercado global
A recente expiração dos registros de exportação de mais de mil unidades processadoras e abatedoras dos Estados Unidos, que anteriormente exportavam carne bovina para a China, está provocando uma reconfiguração no mercado global de carnes. Essa mudança pode afetar os principais players do setor. Os Estados Unidos detinham cerca de 5% das importações totais de carne da China, mas com a perda da habilitação, essa fatia precisará ser redistribuída entre outros fornecedores. Nos últimos dias, houve especulações de que o Brasil poderia se beneficiar dessa oportunidade, porém essa substituição não deve ocorrer segundo os analistas do mercado. A carne que os Estados Unidos exportavam para a China era prime, de animais confinados da raça Angus, ou seja, um produto grain fed, diferente do perfil predominante da carne bovina brasileira. Dessa forma, os principais países candidatos a ocupar esse espaço seriam a Austrália e, em menor escala, a Argentina, devido à similaridade no padrão da carne e à competitividade de preços dos australianos. Enquanto isso, a carne norte-americana que perderia o mercado chinês deverá ser redirecionada para outros compradores, como o Japão e a Coreia do Sul, que já importam esse tipo de produto. Atualmente, mais de 390 frigoríficos dos Estados Unidos estão enfrentando restrições que os impedem de exportar carne bovina para a China. O governo chinês não renovou as autorizações dessas plantas, cujos prazos expiraram no início do ano. Até agora, não há indícios de que novas permissões sejam emitidas, o que sugere que a China possa estar usando essa medida como uma forma de pressão política no contexto da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Desde 19 de fevereiro, quatro frigoríficos já perderam a habilitação, enquanto outros 386 viram suas permissões expirarem em 16 de março. No portal da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC), o status dessas unidades foi alterado para “atrasado”, e fontes do setor confirmaram a falta de renovação das licenças, reforçando o impacto dessa decisão. Esses frigoríficos representam cerca de 60% das unidades norte-americanas habilitadas para exportar carne bovina à China, que totaliza 654 plantas. Atualmente, restam apenas 249 frigoríficos com permissões válidas, sendo que 137 dessas autorizações se estendem até 2029. Outras 20 plantas terão suas permissões expiradas em 2025, enquanto 15 unidades enfrentam suspensão temporária das exportações. Por outro lado, em 17 de março, a China renovou as permissões de cerca de 70 unidades norte-americanas que exportam carne suína e de aves, cujas licenças haviam expirado no dia anterior. No entanto, a situação das carnes bovinas segue sem solução. Os Estados Unidos têm uma rede considerável de frigoríficos habilitados para exportar carnes para a China, com 594 unidades de aves e 590 de suínos autorizadas. No entanto, três frigoríficos avícolas e dez de carne suína enfrentaram interrupções temporárias nas exportações.
Copom eleva juros básicos da economia para 14,25% ao ano
A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar mais uma vez os juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, o maior valor da taxa em quase 10 anos. O país, com juros reais de 8,79%, fica somente atrás da Turquia (11,90%), Argentina (9,35%) e Rússia (8,91%). O Copom afirmou que as incertezas externas, principalmente pela política comercial do país, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Em relação ao Brasil, o texto informa que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação no crescimento. Segundo o Copom, a inflação cheia e os núcleos (medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia) continuam em alta. O órgão alertou que existe o risco de que a inflação de serviços continue alta e informou que continuará a monitorar a política econômica do governo.

CNA anuncia R$ 100 mi anuais para financiar pesquisas da Embrapa
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou um investimento anual de R$ 100 milhões para financiar pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O fundo terá como líder Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e professor emérito da FGV Agro. O anúncio foi feito durante a edição COP30 do Planeta Campo Talks. O evento discutiu inovação, sustentabilidade e os desafios do agronegócio em meio às mudanças climáticas. Com essa iniciativa, a CNA pretende fortalecer a inovação agropecuária, apoiando pesquisas que possam aumentar a produtividade, melhorar a sustentabilidade ambiental e reduzir custos de produção no campo. Para Rodrigues, a meta é convencer outras entidades e chegar a R$ 1 bilhão por ano. O financiamento privado da pesquisa pública é uma tese antiga do ex-ministro. Em tentativas anteriores, a legislação impedia tais repasses e não permitiu avançar com a proposta de criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). Ele busca entregar uma proposta alinhada e pronta para colocar em prática até o fim de maio deste ano.
Agricultores já podem receber o Garantia-Safra
O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) já começou a realizar os pagamentos do Garantia-Safra referente à safra 2023/2024. No total, 744 municípios serão beneficiados com R$ 670 milhões destinados a 558.686 mil agricultores em todo o Brasil. A política, destinada a produtores com renda mensal de até 1,5 salário-mínimo cuja área plantada varie entre 0,6 e 5 hectares de feijão, milho, arroz, algodão ou mandioca, apoia agricultores familiares que sofreram perdas devido a eventos climáticos adversos, como secas e chuvas intensas, garantindo a segurança econômica e a continuidade da produção no campo. O benefício é concedido aos agricultores e municípios que aderiram ao programa, quando há comprovação de perdas de pelo menos 50% da produção devido a fatores climáticos. Trata-se de uma política essencial que oferece suporte para milhares de agricultoras e agricultores que produzem os alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Além de reduzir os impactos das perdas causadas pelas adversidades climáticas, o programa contribui para a permanência das famílias no campo e para a sustentabilidade da produção agrícola.
Brasil será reconhecido como livre de aftosa em maio
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil receberá o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como área livre de febre aftosa sem vacinação no dia 29 de maio. A medida vai viabilizar o acesso da carne bovina brasileira em mercado mais exigentes, como o Japão. O reconhecimento será um marco histórico, esperado há mais de 50 anos. A expectativa, já confirmada tecnicamente pela OMSA, é que o Brasil cumpriu todos os requisitos. Um grande evento já está sendo programado para o início de junho em Paris, para comemorar o reconhecimento.

Fiscais agropecuários apreenderam mais de 542 mil litros de vinho, cachaça e cerveja em cinco anos
Auditores fiscais agropecuários apreenderam mais de 542 mil litros de bebidas, como vinho, cachaça e cerveja, em cinco anos. O balanço das operações de 2020 a 2025 aconteceu em função do dia 15 de março, Dia do Consumidor. As operações destroem os produtos que apresentam irregularidades e oferecem risco à saúde. Os flagrantes das bebidas foram feitos pelos profissionais que atuam no Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteira) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A lista de produtos apreendidos no período inclui mais de 422 toneladas de agrotóxicos, 213 toneladas de fertilizantes e 573 toneladas de sementes. Além das bebidas, os flagrantes realizados desde 2020 incluem 181 toneladas de produtos de origem animal. Neste grupo estão itens como carne, leite, mel e pescados que seriam destinados ao consumo humano, colocando em risco a saúde da população. Houve, também, a apreensão de 769 toneladas de produtos de origem vegetal, como soja, cebola, alho, milho e azeite, que também seriam comercializados no intervalo de cinco anos.
Produtores enfrentam dificuldades para acessar novo CAR
Produtores rurais paranaenses encontram dificuldade para acessar o Cadastro Ambiental Rural (CAR). A falta de orientação para o uso do novo sistema e também dificuldades de encontrar internet de qualidade na zona rural, são queixas dos produtores. Desde o dia 19 de dezembro o acesso passou a ser feito exclusivamente pela plataforma gov.br. O objetivo da mudança na forma de acesso ao CAR, segundo o governo federal, é para dar mais segurança ao sistema e autonomia aos produtores. Outro assunto que deixa os produtores preocupados é a suspensão automática do CAR, apenas com base em imagens de satélite. A medida está sob avaliação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Com base nas reclamações, o deputado federal Tião Medeiros (Progressistas) solicitou ao Ministério do Meio Ambiente, um prazo mínimo de 12 meses para que todos possam se ajustar à nova exigência. O temor é que muitos agricultores acabem descumprindo a legislação ambiental por dificuldades de acesso ao novo sistema. Outra discussão envolve a proposta de suspensão imediata do CAR para propriedades com desmatamento, supostamente ilegal, com base em sistemas que utilizam imagens de satélites para detectar e mapear áreas destruídas. A ação na Justiça foi movida por partidos que cobram do governo federal, desde a gestão anterior, mais rigidez no combate ao desmatamento. A proposta levanta preocupações, pois, segundo os produtores, o monitoramento pode apresentar inconsistências e essa imprecisão nas análises resulta em riscos severos para os produtores rurais que podem ser penalizados injustamente.
Conab tem aproximadamente meio bilhão de reais para formar estoques reguladores
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem aproximadamente meio bilhão de reais para formar estoques reguladores neste ano, garantindo a contribuição da empresa na tarefa de manter os preços dos alimentos em patamares acessíveis à população. Este ano, a empresa recebeu um reforço de R$ 350 milhões para adquirir e estocar alimentos. O objetivo maior é reduzir preços e distribuir comida de qualidade. Segundo a empresa, a queda dos preços já se manifesta, como no caso do arroz que caiu 6,24% em fevereiro. a tarefa da Conab vai poder ser realizada pela ampliação do plantio e da colheita de produtos da agricultura familiar, graças à ampliação do Plano Safra e ao fortalecimento de políticas públicas. A garantia de compra por preços mínimos pelo governo e a Garantia-Safra, que ressarce pequenos agricultores em caso de destruição da produção por eventos climáticos foram citados como fatores importantes nesse processo.

aeroporto que seriam contrabandeadas para o exterior
STF derruba presunção de boa-fé no garimpo de ouro
O Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu a presunção de boa-fé no comércio de ouro extraído em garimpos do Brasil. Esse entendimento jurídico era questionado por uma ação de inconstitucionalidade dos partidos Rede Sustentabilidade e PSB. A presunção de boa-fé, prevista pela Lei nº 12.844, de 19 de julho de 2013, dispensa que Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) apresentem garantias de procedência do ouro comprado, bastando apenas a palavra do garimpeiro de que a extração foi feita em área legal. Uma liminar de 2023 já havia suspendido a presunção, levando a uma forte queda no volume de ouro extraído via garimpo no Brasil. Outra decisão de 2023 reforçou o cerco ao garimpo ilegal: a exigência de notas fiscais
pela Receita Federal para as compras de ouro como ativo financeiro. Críticos ao pressuposto de boa-fé afirmam que o mecanismo permitia que toneladas de ouro ilegal fossem extraídas via garimpo. A discrepância entre o volume de exportações do metal e a própria produção oficial até 2022 seria um indício de ouro ilegal. O Brasil exportava sete toneladas a mais do que produzia. Com a liminar de 2023, o cenário se normalizou, e as exportações estão abaixo da produção. A queda da produção e de vendas externas coincide com um momento positivo para a extração do metal, já que o preço da commodity está em patamares recordes. Críticos da legislação brasileira afirmam que ela incentiva ilegalidade porque vê a garimpagem como atividade individual e de pequena escala, fazendo poucas exigências. O relatório “Abrindo o Livro-Caixa do Garimpo”, do Instituto Escolhas, aponta, porém, que há grandes financiadores por trás da atividade. Além da presunção de boa-fé, outros pontos criticados são a falta de exigência de pesquisa mineral prévia e a permissão da informalidade nas relações de trabalho. As operações garimpeiras deveriam ser enquadradas como concessões, tornando-as empresas de mineração. Com uma estruturação empresarial, seria mais fácil exigir o cumprimento das legislações ambientais e implementar rastreabilidade no metal brasileiro. O julgamento da ação contra a presunção de boa-fé está previsto para encerrar hoje. Com a manifestação da maioria dos ministros, a decisão já tem caráter irreversível.
Caciques denunciam truculência contra indígenas Pataxó no sul da Bahia
Uma operação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Militar da Bahia cumpriu, 12 mandados de prisão e sete de busca e apreensão na Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, no município Prado, no extremo sul do estado. A ação resultou na prisão de 24 indígenas Pataxó, dos quais nove continuam presos. Os indígenas denunciam que houve emprego de violência policial contra os moradores. Vídeos gravados durante a operação mostram policiais atirando em uma direção não identificada e também agentes discutindo com indígenas. Os relatos incluem invasão de casas e prisões arbitrárias. Uma nota do Conselho de Caciques da TI Barra Velha informa que a operação envolveu “mais de 20 viaturas, alguns helicópteros e drones das forças de segurança das polícias civil e militar”. O documento fala em “ameaças contra crianças, idosos, apontando armas de alto calibre seguem tocando o terror em toda faixa fronteiriça das duas Terras Indígenas: Barra Velha e Comexatiba“. De acordo com nota da Polícia Civil baiana, a ação é parte de uma investigação que apura supostos casos de violência de indígenas na região. Os mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) citam crimes de esbulho possessório (invasão de propriedade) com emprego de violência, roubo com uso de arma de fogo e organização criminosa. O território é uma área marcada pela violência.
Buraco na camada de ozônio sobre a Antártida mostra sinais de recuperação
Um estudo recente publicado na revista Nature Communications relata que o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida está em processo de recuperação. A pesquisa, que analisou tendências recentes e impactos climáticos, confirma que os esforços globais para reduzir a emissão de substâncias nocivas, como os clorofluorcarbonos (CFCs), estão surtindo efeito. O buraco na camada de ozônio, que se forma anualmente sobre a Antártida, é um fenômeno crítico para a proteção da vida na Terra, pois filtra os raios ultravioleta (UV) prejudiciais do sol. Nas décadas de 1980 e 1990, o aumento do uso de CFCs em produtos como aerossóis e refrigerantes levou a uma destruição significativa do ozônio, gerando preocupação global. O estudo revela que, após a implementação do Protocolo de Montreal em 1987 — um acordo internacional para eliminar gradualmente a produção de substâncias que destroem a camada de ozônio —, a situação começou a melhorar. Os dados mostram que o buraco não aumentou nos últimos anos e, na verdade, está em uma trajetória de recuperação lenta, mas consistente.

ferrão e outras 531 especializadas em meliponíneos, as abelhas sem ferrão
Número de apiários registrados em Minas cresceu em 2024
A apicultura em Minas vem ganhando força. Em 2024, 1.085 novos cadastros foram realizados no IMA, 34% a mais que em 2023 (812). A região oeste do estado lidera em número de propriedades registradas, somando 712, com destaque para Formiga, Bambuí e Itapecerica. A unidade do IMA em Montes Claros, no norte de Minas, que atende 47 municípios, tem 454 propriedades registradas, enquanto na de Guanhães (que atende 60 municípios), no Vale do Rio Doce, o número ultrapassa 300. No total, Minas conta com mais de 3.300 propriedades dedicadas à criação de abelhas com ferrão e outras 531 especializadas em meliponíneos, as abelhas sem ferrão. Atualmente, 573 municípios possuem propriedades produtoras de abelhas registradas no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão responsável por executar no estado todas as ações normativas do Programa Nacional de Sanidade Apícola (PNSAp), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Para garantir um controle sanitário efetivo, o IMA realiza o cadastramento, fiscalização e a inspeção de produtos apícolas, além de intervir imediatamente em casos de suspeita ou ocorrência de doenças de notificação obrigatória. Sem essa vigilância constante, doenças e pragas poderiam comprometer apiários inteiros, afetando não apenas a produção, mas também o mercado apícola mineiro. O monitoramento sanitário nos apiários não apenas protege a sanidade das colmeias e a produção de mel, mas também evita ameaças que podem comprometer toda a cadeia produtiva.