MEIO AMBIENTE -  Como atrair corrupião

Manchetes da semana - 23 a 29-11-2024

COP29 chega a acordo de US$ 300 bilhões anuais para luta contra crise climática

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), em Baku, no Azerbaijão, terminou com um acordo aprovado de US$ 300 bilhões por ano de apoio a países em desenvolvimento na luta contra a crise do clima. Em reação ao anúncio feito na manhã de domingo em Baku, no Azerbaijão, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que esperava um resultado mais ambicioso. Para ele, era fundamental que a conferência entregasse algum resultado, para manter viva a meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5° C. As cifras foram bem aquém do que se esperava, um contraste com a demanda dos países em desenvolvimento, que buscavam mais de US$ 1 trilhão em apoio. As nações mais vulneráveis ao caos climático chamaram o acordo de uma “ofensa”, alegando que ele não forneceu o volume necessário de recursos. Ainda ficou em suspense o debate sobre as formas de transferência dessas cifras e a transparência de todo o processo. O objetivo é que esses recursos sejam destinados a financiar a transição energética em nações em desenvolvimento, bem como apoiar a adaptação e a mitigação dos danos causados pelo aquecimento global. Vale lembrar que esses pontos ainda são desdobramentos do Acordo de Paris, assinado em 2015.

Após novo acordo bilateral, Bahia exportará uva para a China

A Bahia exportará uva ao país asiático nos próximos anos, conforme informou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A China é o principal parceiro comercial do Brasil e abriu quatro mercados para produtos da agropecuária brasileira em acordos firmados por ocasião do encontro bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping. Após crescimento exponencial e recorde de exportações de uvas frescas, o produto brasileiro chega aos consumidores chineses com registro de 2% no comércio mundial desta fruta. A China é um grande consumidor de uvas premium e importou mais de US$ 480 milhões deste produto no ano passado.

A exigência saiu na conclusão da COP29, no Azerbaijão, e já apresenta os mesmos impasses e frustrações com quem espera avanços em defesa do planeta. Na foto acima, a liderança Alessandra Korap Munduruku, durante a COP29 - Foto: COP29
A exigência saiu na conclusão da COP29, no Azerbaijão, e já apresenta os mesmos impasses
e frustrações com quem espera avanços em defesa do planeta. Na foto acima, a liderança
Alessandra Korap Munduruku, durante a COP29 – Foto: COP29

Indígenas querem co-presidência da COP30

A COP29, em Baku, no Azerbaijão, abriu caminho para uma edição em um país democrático, daqui a um ano. A expectativa é que a COP30, no ano que vem em Belém (PA), traga mais abertura aos movimentos sociais e menos pressão das indústrias e que não haja retrocessos. As últimas edições foram realizadas em países de sistema político autoritário, e com forte pressão da indústria da mineração: em 2022, no Egito; em 2023, no Catar; e a atual no Azerbaijão. A previsão era que a COP29 finalizasse com um acordo de financiamento climático aos países em desenvolvimento de U$ 1 trilhão, mas a realidade foi outra. Muitas nações, sobretudo as mais ricas, não aceitam se responsabilizar pelos os impactos ambientais e sociais no planeta. Países como o próprio Azerbaijão continuam defendendo a exploração de combustíveis fósseis. Financiamento climático inclui programas de compensação e mitigação para projetos que têm o objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa e combater a crise climática. Uma dessas ações é investir em energias renováveis. Os textos finais dessas metas ainda precisam ser mais claros sobre justiça climática, inclusão de jovens e gênero, desmatamento, adaptação, etc. Mas o que tudo indica é que muita coisa será adiada para definição na COP30. O governo brasileiro, através do Ministério dos Povos Indígenas, já está traçando estratégias para reforçar ainda mais a participação. Na COP29, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) reivindicou uma co-presidência indígena para a COP30 e o fim da era do combustível fósseis, cuja exploração tem sido uma das principais quedas de braço entre indústria do petróleo e movimentos sociais e ambientais nas conferências do clima.

Gigante brasileira se torna maior exportadora de frutas

A Agrícola Famosa, maior exportadora de frutas do Brasil, deu um passo estratégico em sua expansão internacional ao adquirir a empresa espanhola El Abuelo, referência na produção de melões e melancias na europa. A fusão das duas empresas cria o maior fornecedor dessas frutas para o mercado europeu, consolidando uma receita conjunta de R$ 1,4 bilhão (230 milhões de euros), conforme dados de 2023. A aquisição da El Abuelo permite à Agrícola Famosa garantir o fornecimento de melões e melancias durante os 12 meses do ano, algo inédito para o mercado europeu. Atualmente, o Brasil lidera a produção dessas frutas de agosto a fevereiro, enquanto países como América Central, Senegal e Espanha suprem o mercado entre março e agosto.

Nuvem de veneno atinge acampados que lutam pela terra no Pará

Um grupo de luta pela terra acampado próximo à BR-163, no município de Novo Progresso, no Pará, no início da semana com o barulho de um avião que jogava agrotóxico em uma área próxima. Logo, o cheiro forte do produto chegou aos barracos de lona e diversas pessoas começaram a passar mal. O grupo de aproximadamente 70 pessoas, incluindo mulheres e crianças, está acampado há um mês na área que pertence ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável Terra Nossa, mas que, segundo o Incra, foi ocupada ilegalmente pelo fazendeiro Ari Friedler. Desde que chegou ao local, conhecido como Fazenda Hebrom, o grupo foi cercado por uma equipe de 14 seguranças armados contratados por Friedler e Bruno Heller, alvo de uma mega-operação da Polícia Federal em agosto de 2023. Conhecido como um dos maiores desmatadores da Amazônia, Heller é acusado de grilar uma área de mais de 20 mil hectares vizinha à terra ocupada ilegalmente por Friedler. Destes, cerca de 1.900 hectares estão dentro do PDS Terra Nossa. Além da intimidação constante, os seguranças fecharam o acesso ao acampamento, obrigando o grupo a se dividir. Uma parte ficou do lado de dentro da porteira. Se saírem, não voltam mais. Outra parte ficou do lado de fora, impedida de entrar. Alimentos, água e medicamentos precisam ser passados por cima da cerca. as ameaças aumentaram nos últimos dias, e os funcionários da Fazenda Hebrom estão construindo uma cerca para limitar ainda mais a circulação das famílias. O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) informou que os novos acontecimentos são graves e que está tomando medidas urgentes.

A tricampeã nacional Carina FIV do Kado
A tricampeã nacional Carina FIV do Kado

Vaca brasileira é a mais cara do mundo

Uma vaca brasileira da raça nelore quebrou o recorde mundial, que pertencia à outra vaca brasileira, e agora, é a vaca mais cara do mundo. Carina FIV do Kado custa, nada mais, nada menos, que R$ 24 milhões. A valorização no preço de Carina foi consolidada em um leilão realizado em Foz do Iguaçu (PR) no último final de semana, quando uma cota de 25% do animal foi arrematada por R$ 6,015 milhões. Carina tem três anos de idade e ostenta os títulos de tri Grande Campeã da raça Nelore da Exposição Internacional de Nelore (Expoinel) de 2023 e 2024 e Grande Campeã da Expozebu 2024. Ela é uma doadora de óvulos super-requisitada no mundo da pecuária de corte devido às suas características físicas e valor genético. A nelore já tem três “donos”, a Casa Branca Agropastoril, RS Agropecuária e a Nelore RFA. Com o lance final, Carina passou a ser a vaca mais cara do mundo, tirando o posto da vaca Viatina, que é avaliada em R$ 21 milhões. O comprador de Carina, a Syagri Agropecuária, de Nova Ponte (MG) vai pagar 30 parcelas de R$ 200,5 mil.

Tropa de choque da PM invade aldeia no MS e ataca indígenas

A Tropa de Choque da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul (PMMS) reprimiu com bombas, spray de pimenta e bala de borracha indígenas da Terra Indígena Dourados que protestam por acesso à água potável. A repressão foi fartamente registrada pelos indígenas. Um vídeo mostra policiais com escudos dentro da aldeia Jaguapiru, derrubando e levando um homem à força e atirando com bala de borracha à queima-roupa na perna de uma mulher. Outro registra uma indígena sentada em uma cadeira com a orelha sangrando, sendo acudida por parentes. Após meses sem água e com a situação especialmente grave nas aldeias Jaguapiru e Bororó, os indígenas dos povos Terena e Guarani Kaiowá se mobilizaram. Desde a última segunda-feira (25) bloqueiam a rodovia MS-156, que liga Dourados (MS) a Itaporã (MS), e outros pontos na estrada que dá acesso ao Hospital da Missão Evangélica Caiuá, dentro da aldeia. Todos os locais foram reprimidos pela PM. A reivindicação principal é o imediato início da perfuração de poços na Terra Indígena Dourados, onde vivem cerca de 20 mil pessoas. A crise hídrica na comunidade se arrasta há décadas e se intensificou nos últimos meses com a escassez do abastecimento feito por caminhões-pipa.

Câmara aprova projeto que regulamenta produção de bioinsumos agrícolas

A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana Projeto de Lei nº 658, de 2021, que regulamenta a produção, o uso e a comercialização dos bioinsumos na agropecuária, na produção de peixes ou no plantio de florestas. A proposta será enviada ao Senado. A medida prevê a dispensa de registro para a produção própria, contanto que não seja comercializada. É instituída ainda uma taxa para financiar o trabalho de registro e fiscalização por parte da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura.

Queijo Minas Artesanal
Queijo Minas Artesanal

Queijo Minas Artesanal é analisado pela Unesco como patrimônio cultural

O Queijo Minas Artesanal, um dos símbolos da cultura gastronômica brasileira, está sob os holofotes internacionais. Ele integra a lista de 63 candidaturas que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) está avaliando para o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A decisão será tomada durante a 18ª sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, que acontece entre 4 e 9 de dezembro de 2024, em Kasane, Botsuana. O título de Patrimônio Cultural Imaterial reconhece práticas, tradições e expressões culturais que são transmitidas de geração em geração e desempenham um papel fundamental na identidade de comunidades. Entre os elementos já reconhecidos estão expressões artísticas, saberes culinários, festividades e práticas sociais.

Rio Iguaçu recebe peixes nativos para repovoamento

O Rio Iguaçu, no Paraná, será repovoado com 1,3 milhão de peixes de espécies nativas como parte da segunda etapa do Projeto Rio Vivo. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e executada pela Superintendência Geral das Bacias Hidrográficas e Pesca (SBHP). A soltura é 18% superior ao total de peixes lançados na fase inicial, entre 2021 e 2022, que contabilizou 1,1 milhão de exemplares. No total, 2,626 milhões de peixes serão soltos em rios estaduais nesta fase, incluindo as bacias dos rios Iguaçu, Ivaí, Piquiri e Tibagi. A meta do projeto é repovoar as bacias com 10 milhões de peixes até 2026, priorizando espécies como traíra (Hoplias malabaricus), lambari (Astyanax bimaculatus), dourado (Salminus brasiliensis) e pintado (Pseudoplatystoma corruscans). O investimento para o atual ciclo é de R$ 557,8 mil. Os peixes são soltos em estágio juvenil, garantindo maior taxa de sobrevivência em comparação aos alevinos. A proposta também contempla a preservação das bacias hidrográficas e o equilíbrio ecológico das regiões envolvidas.

Inadimplência atinge 7,4% da população rural

A Serasa Experian indica que no segundo trimestre deste ano, considerando apenas dívidas que venceram por mais de 180 dias e que foram contraídas em setores que se relacionam às principais atividades do agronegócio, a inadimplência alcançou apenas 7,4% da população rural que atua como pessoa física no Brasil. Em comparação com os primeiros três meses de 2024, houve uma leve alta de 0,3 pontos percentuais. O quadro pode ser representado como relativamente positivo, pois a variação trimestral foi muito baixa. Mesmo com as dificuldades para acesso a crédito, rolagem de dívida, patamar do preço das commodities, e outros desafios, como os acontecimentos climáticos que afetaram a estabilidade financeira no campo, os números de inadimplência no agro se mantiveram praticamente iguais e a maior parcela dos proprietários rurais do país estão conseguindo honrar seus compromissos financeiros e continuar mantendo um saldo positivo para o setor. A estratificação por porte revelou que grandes proprietários tiveram a maior representatividade e 9,8% deles foram impactados pela inadimplência. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – vieram depois, com 9,3%. Os proprietários de médio porte marcaram 6,9% e os pequenos foram os menos afetados, com apenas 6,6%.

Letreiro do Carrefour

França chama alimentos do Brasil de ‘lixo’ e rejeita acordo Mercosul-UE

A Assembleia Nacional da França votou nesta semana contra o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, com 484 votos contrários e 70 favoráveis. Apesar de não ter força de lei, a votação sinaliza a forte resistência de alguns países europeus ao tratado. Entre as principais críticas dos franceses, destacaram-se as questões relacionadas à carne brasileira. Parlamentares levantaram dúvidas sobre a qualidade do produto, comparando-o de forma negativa com a produção local. O deputado Vincent Trébuchet afirmou que “nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”. Já a deputada Melanie Thomin disse que o acordo seria “tóxico” para os consumidores franceses, uma vez que “hormônios são usados impunemente (na pecuária) no Mercosul.

Em resposta às críticas, o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, defendeu a qualidade e sustentabilidade da produção brasileira, destacando o compromisso do país em seguir práticas ambientalmente responsáveis, buscando reforçar a posição do Brasil no mercado internacional. Para o ministro, o fato de o Carrefour na França não retomar as compras de carnes do Mercosul não gera problemas ao Brasil, pois o fluxo comercial é muito pequeno e se não quiserem comprar carne do Brasil, não tem problema, é livre mercado, mas não pode falar mal dos produtos brasileiros. Disse ainda que quando algum país colocar em cheque a sanidade e a qualidade dos produtos agropecuários brasileiros, o país vai reagir com “altivez”. A carta de retratação do Carrefour francês reconhece que os produtos brasileiros respeitam as normas e, de hoje em diante, ninguém ousará mais questionar de forma banal a qualidade dos produtos brasileiros, porque a reação dos produtores e da indústria sempre será com essa altivez. Já o Presidente Lula disse querer fechar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia ainda este ano e que a posição contrária da França não será determinante para inviabilizar a assinatura, pois se a França não quiser, eles não apitam mais nada. Já a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou em nota, que vai adotar medidas junto à União Europeia contra o Grupo Carrefour e demais empresas francesas que anunciaram que deixariam de comprar carne de países do Mercosul, além de formalizar uma reclamação junto aos órgãos da União Europeia para fazer valer a liberdade econômica e a proteção da produção brasileira naquele mercado específico. Mesmo com a retratação do Carrefour, o dano está feito na imagem da carne do Mercosul, e levará tempo para se recuperar. O dano também afeta o Carrefour, com o boicote no Brasil que no mínimo desperta atenção sobre práticas do grupo no país. De imediato, está dada a lição que “se lacrar, não lucra”. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um requerimento para ouvir o embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, e o CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, sobre a declaração do Carrefour de suspender a compra de carnes do Mercosul. Os parlamentares afirmaram que a preocupação não é com o volume de carne bovina que o Brasil exporta para a França — o que representa hoje menos de 1% da exportação do setor — mas com a reputação da qualidade do produto brasileiro no mercado internacional, o que foi colocado em cheque pelos franceses.

Rio Grande do Sul registra 72 focos de raiva herbívora

Atualmente, o estado do Rio Grande do Sul registra 72 focos de raiva herbívora, doença que tem como vetor de transmissão o morcego hematófago ou morcego vampiro. Os últimos dois focos foram identificados no município de Erval Grande, na região de Erechim, no norte do estado. Os técnicos estão em alerta com as áreas afetadas pelo morcego no início deste mês. Foi traçada uma área perifocal de cinco quilômetros, onde a inspetoria está visitando as propriedades e tentando rastrear agressões de morcegos hematófagos naquela região. E também foi traçado um raio de 12 quilômetros em redor do foco, onde se está trabalhando com captura de morcegos hematófagos pelo Núcleo de Controle da Raiva e um raio maior de 25 quilômetros onde os produtores estão sendo orientados a realizar a vacinação. A raiva herbívora não tem cura e é transmitida entre os morcegos em suas próprias colônias, que eventualmente contaminam bovinos, equinos, suínos e ovinos. A transmissão da doença ocorre quando os morcegos tentam se alimentar do sangue desses animais e causam lesões em seus couros, os deixando suscetíveis a desenvolverem a raiva.

União destinará R$ 4,5 bi ao programa Rotas

O programa Rotas de Integração Sul-Americana, criado no ano passado, tem como objetivo criar rotas logísticas para o comércio intrarregional e abrir mais alternativas logísticas para o Pacífico. O programa dispõe de recursos para fazer as ligações rodoviárias e hidroviárias. Porém, precisa de parcerias para construir novas ferrovias. Reunindo 190 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) o Rotas contará com R$ 4,5 bilhões em recursos do orçamento no ano que vem. A China manifestou interesse na ferrovia bioceânica.

Reforma agrária reduz pobreza no campo e alivia tensões sociais nas zonas urbanas - Foto: Codevasf
Reforma agrária reduz pobreza no campo e alivia tensões sociais nas zonas urbanas – Foto: Codevasf

Mais crédito para a reforma agrária

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma resolução que autoriza assentados da reforma agrária que atingiram os limites previstos nas linhas Pronaf A e A/C a fazerem novas contratações de crédito, tanto para investimento quanto custeio. Para ter direito a novas contratações, os beneficiários devem estar adimplentes em relação às operações de crédito rural, ou seja, devem estar com os pagamentos das parcelas quitados. Para investimento, o limite por beneficiário é de R$ 50 mil, podendo esse valor ser dividido em uma ou mais operações. Para custeio, o limite é de R$ 20 mil por ano agrícola. Nas operações de investimento, ganham desconto de 25% sobre cada parcela aqueles que pagarem até a data de seu vencimento. Essas condições valem para quem contratar essas operações até 30 de junho de 2027.

Mapa autoriza aplicação em plantas de 21 novos inseticidas à base de imidacloprido

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) autorizou através do Ato nº 55, de 22 novembro de 2024, a aplicação foliar de mais 21 defensivos agrícolas com princípio ativo imidacloprido sobre milho, soja, algodão, citros, entre outras plantas. Até então, esses produtos genéricos eram autorizados somente para o tratamento de sementes. O imidacloprido é utilizado para controle de pragas como percevejo, mosca branca e vaquinha, nas lavouras de soja; pulgão e mosca branca, no cultivo de algodão; e cigarrinha e tripes, no milho e outras culturas. Com a decisão do Mapa, sobe para 65 o número de pesticidas a base de imidacloprido.

Tocantins pode receber R$ 1 bilhão em créditos de carbono

O Tocantins deve receber R$ 2,5 bilhões pela venda de créditos de carbono gerados pelo estado entre 2020 e 2030. A projeção potencial é de mais de 50 milhões de créditos, caso o estado tenha sucesso na redução do desmatamento e degradação de suas florestas. O Governo do Tocantins submeteu o documento de registro do Programa Jurisdicional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) ao padrão ART TREES (Arquitetura para Transações de REDD+, iniciativa voluntária global que busca estimular os governos a reduzirem as emissões evitando o desmatamento e a degradação florestal, bem como, para restaurar florestas e proteger florestas naturais intactas), durante a 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 29), no Azerbaijão. O Tocantins foi o primeiro estado brasileiro a negociar créditos de carbono no mercado internacional e espera receber cerca de R$ 1 bilhão no próximo ano, pois possui 20 milhões de toneladas para serem vendidas. Esses recursos serão repartidos aos beneficiários de maneira percentual.

Abelhas mortas por efeito de agrotóxicos
Abelhas mortas por efeito de agrotóxicos

Agro faz audiência na Câmara em defesa de agrotóxicos que matam abelhas

Uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados serviu de palco para os defensores do uso indiscriminado de agrotóxicos na produção agrícola brasileira. A sessão foi convocada pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) e teve como tema os agrotóxicos à base do ingrediente ativo tiametoxam, do tipo neonicotinoides, feitos a partir da nicotina, que são altamente nocivos a insetos polinizadores, como as abelhas. Alguns desses agentes químicos estão banidos na União Europeia. O nível de toxicidade dessas substâncias chega a ser 800 vezes maior do que o parâmetro para a classificação mais alta existente. A parlamentar assumiu a posição defendida pelas empresas e questionou os estudos científicos apresentados pelo Ibama, advogando pela “desburocratização” da liberação dos agrotóxicos no Brasil.

Trump escolhe Ministra da Agricultura

Brooke Rollins, presidente do America First Policy Institute, foi oficialmente selecionada para servir como Secretária do USDA, equivalente ao Ministério da Agricultura no Brasil. O presidente eleito Donald Trump fez o anúncio afirmando seu “compromisso em apoiar o fazendeiro americano, a defesa da autossuficiência alimentar americana e a restauração de pequenas cidades americanas dependentes da agricultura é inigualável”. O America First Policy Institute (AFPI) é um “laboratório” criado por ex-funcionários de Trump para promover políticas conservadoras. O AFPI defendeu a redução da propriedade estrangeira — especialmente da China — de terras agrícolas dos EUA, uma questão com apoio bipartidário no Congresso. Ela atuou como presidente e CEO da Texas Public Policy Foundation (TPPF) de 2003 a 2018, onde expandiu significativamente a organização e a posicionou como uma grande liderança no estado.

IBGE e Embrapa firmam acordo que aprimora estatísticas na aquicultura

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e a Embrapa Territorial assinaram um acordo de cooperação técnica para aperfeiçoar a identificação de viveiros escavados para aprimorar as estatísticas da aquicultura brasileira. Com duração de 5 anos, o acordo terá um foco inicial na aquicultura, mas poderá ser ampliado para incluir outras atividades agrícolas. A parceria prevê a integração dos dados espaciais do mapeamento de viveiros escavados, que é realizado pela Embrapa Territorial, com os de produção aquícola presentes no Censo Agropecuário. Dessa forma, a expectativa é aumentar o percentual de validação dos tanques mapeados, melhorando assim a precisão do mapeamento, subsidiando ainda de forma prévia os recenseadores com a localização de unidades de produção aquícola, melhorando a cobertura censitária.

Cão no meio do rebanho de vacas leiteiras

Aprovado o Cadastro Nacional de Animais Domésticos

Em uma decisão que promete impactar positivamente a gestão e o bem-estar de animais de estimação no Brasil, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei nº 2230, de 2022, que autoriza a criação de um Cadastro Nacional de Animais Domésticos. A medida segue agora para sanção presidencial. O cadastro é uma proposta que busca centralizar informações sobre animais criados para companhia ou entretenimento. A base de dados deverá reunir informações como: Identidade do tutor: Nome, CPF e endereço; Dados do animal: Raça, idade real ou presumida, sexo, vacinas aplicadas, doenças tratadas e contraídas; Histórico do pet: Informações sobre venda, doação ou óbito, além do uso de microchip. A legislação exclui animais voltados à produção agropecuária, como bovinos e suínos, reforçando seu foco em pets e animais de companhia.

Ministro apoia PL da Reciprocidade, que protege exportações brasileiras de regras desiguais

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, manifestou apoio ao Projeto de Lei nº1406, de 2024, o chamado PL da Reciprocidade. A proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, busca impedir que exportações brasileiras sofram prejuízos devido a regras ambientais consideradas rigorosas e desiguais impostas por outros países. O projeto prevê a não aceitação de acordos internacionais que possam restringir de forma discriminatória o comércio de produtos brasileiros. O Brasil já adota normas sanitárias e ambientais rígidas, garantindo uma produção de alimentos sustentável e respeitosa ao meio ambiente, estando preparado para discutir boas práticas ambientais, rastreabilidade e transparência em seus processos com qualquer país ou bloco comercial. O objetivo é assegurar aos consumidores a qualidade e a sustentabilidade dos produtos brasileiros.

Abertura de mercado na Bósnia e Herzegovina para exportação de carne de aves

O governo brasileiro recebeu o anúncio, pelo governo da Bósnia e Herzegovina, da autorização para que o Brasil exporte carne de aves para aquele país. Entre janeiro e outubro de 2024, as exportações brasileiras de carne de frango somaram US$ 8,17 bilhões, equivalentes a 4,38 milhões de toneladas. Terceiro maior produtor mundial e maior exportador de carne de frango, o Brasil abastece aproximadamente 170 países com essa proteína animal, contribuindo assim para a segurança alimentar e nutricional de seus parceiros comerciais. Com essa nova autorização, o agronegócio brasileiro alcança sua 204ª abertura de mercado neste ano, totalizando 282 aberturas em 62 destinos desde o início de 2023.

Agricultores familiares na linda no campo
Agricultores familiares na linda no campo

Lei autoriza R$ 500 mi para agricultura familiar

O Presidente Lula sancionou a Lei nº 15.034, de 27 de novembro de 2024 que autoriza o governo a aumentar a participação em até R$ 500 milhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO), no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O objetivo da norma é reforçar as garantias de acesso de financiamento para os agricultores. A nova legislação que pode beneficiar trabalhadores do campo em todo o País. Na assinatura da lei, o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, enfatizou que o investimento será importante também para incentivar a alimentação saudável ao beneficiar a agricultura ecológica e orgânica por linha de crédito do Pronaf. Teixeira citou que houve aumento do financiamento para a produção de itens como: feijão (176%); cebola (56%); batata (24%); laranja (28%); açaí (226%).

Queda nas vendas de máquinas agrícolas chega a 26% em 2024

As vendas de máquinas agrícolas, como tratores e colheitadeiras, apresentaram uma significativa retração em 2024, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). Até o mês de outubro, a queda acumulada foi de 26,9% em comparação ao mesmo período de 2023. Os tratores registraram uma redução de 22,9% nas vendas totais, enquanto as colheitadeiras sofreram uma diminuição ainda mais acentuada, de 59,7%. Esse desempenho negativo é resultado de uma série de fatores, incluindo a desaceleração nos investimentos do setor agrícola, bem como a retração tanto da demanda interna quanto da externa. No mercado doméstico, as vendas de tratores caíram 22,1%, enquanto as exportações recuaram 29,4%, refletindo um ambiente menos favorável para o maquinário agrícola brasileiro no mercado global. Em relação às colheitadeiras, os números são ainda mais expressivos. As vendas totais caíram de 6.529 unidades em 2023 para apenas 2.631 unidades até outubro de 2024, representando uma diminuição de 59,7%. Esse declínio foi observado tanto no mercado interno quanto no externo, com as exportações despencando 48,7%.

Pará lidera expansão da cacauicultura distribuindo sementes híbridas gratuitamente

O estado do Pará está avançando na expansão da cacauicultura com o Projeto de Distribuição de Sementes Híbridas. Liderada pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), e com o apoio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), a ação objetiva fornecer (NEG)sementes de alta performance, provenientes de cruzamentos genéticos entre variedades distintas de cacau, elevando a produtividade e sustentabilidade das lavouras locais. O projeto, iniciado em 2022 e com previsão de conclusão em 2025, conta com recursos de aproximadamente R$ 1,5 milhão, dos quais R$ 720 mil foram captados pelo Fundo Estadual do Cacau (Funcacau), e o restante proveniente do orçamento da Ceplac. A iniciativa produz e distribui sementes híbridas a pequenos produtores de municípios mapeados como polos cacauicultores, onde as condições agroclimáticas favorecem o cultivo do cacau. As sementes híbridas são geneticamente melhoradas, resultando em uma produtividade que pode variar de 1.000 a 3.000 kg de cacau por hectare, a depender dos cuidados culturais adotados pelo agricultor. Comparativamente, a produtividade média no Pará é de 960 kg por hectare, em contraste com os 300 kg produzidos na Bahia. Esse rendimento elevado posiciona o Pará como um estado de destaque na cacauicultura nacional. Além da produtividade, a ação também promove práticas sustentáveis. Os cacaueiros híbridos são plantados sob sistemas de sombreamento, imitando o sub-bosque de florestas nativas, o que contribui para a preservação ambiental. O sombreamento temporário é mantido até o terceiro ano, quando é substituído por sombreamento definitivo, favorecendo o desenvolvimento sustentável das lavouras.

A premiada, melhor do mundo, Ashby British Strong Ale, de Amparo, SP
A premiada, melhor do mundo, Ashby British Strong Ale, de Amparo, SP

Cerveja paulista é eleita a melhor do mundo

A Ashby British Strong Ale, cerveja criada pelo norte-americano Scott Ashby em 1993 em Amparo, no interior paulista, foi eleita nesta semana a melhor cerveja do mundo na categoria ESB (English-Style Bitter, estilo amargo em tradução livre), na cerimônia de premiação do European Beer Star (EBS), um dos maiores concursos de cervejas do mundo, que ocorre desde 2004, na Alemanha. Famoso por ter uma avaliação rígida em relação às cervejas participantes, o concurso alemão avalia o aroma e o sabor da cerveja, mas também outros critérios são avaliados como espuma, cor, sabor do malte e lúpulo. A premiação segue o modelo das Olimpíadas, com medalhas de ouro, prata e bronze. Premiada pela 10ª vez em concursos internacionais, a Ashby British Strong Ale possui um sabor intenso e marcante. É uma legítima puro malte com tradição das ales inglesas, com quatro tipos de malte e lúpulos aromáticos, que oferecem sabores de amêndoas e frutas amarelas.

Projeto quer proibir fabricação e venda de leite sintético no Brasil

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1999/24, que proíbe a fabricação e a comercialização de leite sintético no Brasil. Apresentado pela deputada Ana Paula Leão (PP-MG), o texto define como leite sintético e qualquer produto obtido por processos químicos, biotecnológicos e engenharia molecular que busque reproduzir as características e propriedades nutricionais do leite animal. O parecer da relatora, deputada Daniela Reinehr (PL-SC), foi favorável ao projeto. Não se tem calculado ainda o impacto da substituição do leite verdadeiro por outras bebidas na economia, no entanto, é perceptível que o lucro do produtor vem reduzindo, em parte devido à concorrência desleal.