Aqui você encontra em notas as últimas e mais importantes notícias semanais do agronegócio nacional e internacional
Bayer terá de pagar indenização bilionária por Roundup
Um júri na Pensylvania decidiu que a Bayer terá de pagar uma indenização de US$ 2,25 bilhões para um americano que alega ter sido diagnosticado com câncer devido ao uso do agrotóxico Roundup. Foi uma das maiores perdas da gigante alemã em cinco anos de litigâncias contra o produto desenvolvido pela Monsanto, empresa comprada pela Bayer em 2018. Os jurados decidiram que a Bayer deveria pagar US$ 250 milhões em compensações e US$ 2 bilhões em punições ao americano John McKivision, pelo uso do herbicida em seu jardim por anos. Ele teve linfoma non-Hodgkin’s, que vem sendo associado à exposição ao Roundup.
Uberlândia vai transformar lodo de esgoto em fertilizante e combustíveis
A Prefeitura de Uberlândia, na região do Triângulo Mineiro, vai produzir biocarvão para fertilizantes e combustíveis a partir da transformação do lodo do esgoto da estação de tratamento de esgoto Uberabinha, operado pela Dmae. A prefeitura inaugurou o Centro de Inovação em Sustentabilidade (CIS) na estação de esgoto, onde vai funcionar uma planta-piloto para a produção desses materiais. O objetivo é fazer o processamento de todo o lodo de esgoto do município. Todos esses produtos servirão para aqueles que quiserem adquirir crédito de carbono, favorecendo Uberlândia na questão ambiental. O Dmae trata o esgoto mais de 700 mil pessoas em Uberlândia, e a produção de lodo de esgoto gira em torno de 21 mil toneladas por ano. Hoje, 100% desse material é direcionado para o aterro sanitário do município.
Deputado pede à PGR prisão de líder do MST
O deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de instauração de inquérito e prisão preventiva contra João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A ação foi motivada por declarações controversas feitas por Stedile em uma entrevista à Folha de S.Paulo, na qual afirmou que as ocupações de terra aumentariam ao longo de 2024. O deputado argumenta que as declarações de Stedile podem ser interpretadas como incitação à desordem e criminalidade, justificando assim a necessidade de uma resposta legal. O parlamentar também solicita à PGR a realização de busca e apreensão na sede do MST, quebra do sigilo financeiro e bloqueio das contas do movimento e de seus líderes, além da quebra do sigilo de dispositivos eletrônicos vinculados ao movimento. Outro deputado federal, senhor Ubiratan Sanderson (PL-RS), policial federal, também acionou a PGR, pedindo uma investigação sobre a possível prática de “incitação de esbulho possessório”. Ele alega que os produtores rurais no sul do país não aceitam “invasões” de propriedades privadas e destaca uma suposta cooperação entre o MST e o governo federal para ameaçar o campo. A PGR agora avaliará os pedidos dos deputados e determinará se há base legal para a instauração do inquérito. A tentativa de criminalização dos movimentos populares continua.
Clima afeta as lavouras de milho no RS
As recentes chuvas generalizadas em todo o território o estado do Rio Grande do Sul desempenharam um papel crucial no restabelecimento dos níveis de umidade do solo, aliviando as preocupações anteriores em algumas regiões que enfrentavam condições restritivas para o desenvolvimento das lavouras. No entanto, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), esses eventos climáticos resultaram na suspensão temporária das operações de colheita, causando um progresso menor em comparação aos períodos anteriores, atingindo 25%. Os resultados continuam sendo variáveis, predominando produtividades abaixo das projeções iniciais. Além disso, ventos causaram danos mais intensos em algumas áreas, levando ao acamamento em lavouras, enquanto o plantio avançou minimamente, atingindo 97% da área projetada. O estado fitossanitário apresenta disparidades regionais e de época de plantio, com destaque para a incidência, em maior ou menor grau, da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), responsável pelo enfezamento.
França se mantém contra o acordo entre a União Europeia e o Mercosul
O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que seu país continuará se opondo ao acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul porque, em seu estado atual, de acordo com ele, permitiria a importação de produtos que não seguem as regras europeias. O Primeiro-Ministro francês, Gabriel Attal, e parlamentares de diferentes espectros políticos também expressaram oposição ao acordo. Isso ocorre em um momento de crescentes protestos de agricultores na Europa. A Comissão Europeia planeja apresentar uma avaliação do impacto dos acordos de comércio. O acordo UE-Mercosul enfrenta oposição na França, Irlanda e no Parlamento Europeu. As críticas se concentram nas importações agrícolas previstas para a UE. O acordo está em negociação há cerca de 20 anos. Mais de 100 parlamentares franceses enviaram uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pedindo um “não firme” ao acordo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as negociações para o fechamento do acordo comercial seguem em nível técnico pelos negociadores-chefes, o que foi confirmado pelo bloco europeu.
Protestos de agricultores chegam a Paris
Há duas semanas, agricultores estão protestando contra o preço de alimentos e a burocracia do setor na França. Eles se opõem ao acordo Mercosul-União Europeia por razões como baixos salários, impostos elevados, burocracia e padrões exigentes da UE. Além disso, temem o impacto dos acordos de livre comércio na agricultura europeia. Agricultores de vários países europeus, incluindo Polônia, Espanha, Alemanha, Romênia, França e Bélgica, estão protestando. Eles argumentam que os acordos de livre comércio representam uma ameaça à agricultura da UE. Na região metropolitana de Paris as ações se intensificaram e rodovias importantes foram bloqueadas com tratores e feno. Representantes do segmento implementaram um cerco por tratores a Paris. Entre as reivindicações estavam a redução de impostos, subsídios, diminuição do preço do diesel e melhores condições de trabalho e só assim destravarão as estradas. Outra crítica do setor foram as políticas ambientais que, segundo eles, prejudicam a rentabilidade e a competitividade da produção agrícola diante de “vizinhos menos rigorosos”. O uso do glifosato está no centro do debate.
A Fnsea, a maior central agropecuária do país, informou que irá divulgar uma lista com 40 “exigências” dos produtores às autoridades. A tensão persistiu nas estradas que cercam Paris, com agricultores franceses que mantiveram os bloqueios até quinta-feira passada. A revolta dos agricultores expõe aos europeus uma realidade que o Brasil conhece bem: a dificuldade de manter a floresta em pé, devido ao valor econômico da terra produtiva. Uma das medidas contra as quais os agricultores europeus se rebelaram foi a obrigatoriedade de destinar 4% das terras cultiváveis para conservação da natureza (produtores muito pequenos são isentos). Nessas áreas, não é possível cultivar comercialmente nem usar pesticidas. Os agricultores que não cumprirem essa regra não podem receber subsídios da UE. Essa regra já foi postergada e agora, sob pressão, a UE decidiu nesta semana adiá-la novamente, para 2025, e flexibilizá-la, dispensando os produtores que se comprometerem a destinar ao menos 7% de sua área para cultivos que fixem nitrogênio na terra. Isso reforça a posição tradicional do Brasil de que a manutenção das florestas é um serviço para o mundo que precisa ser remunerado. Ontem, quinta-feira, os agricultores decidiram suspender os protestos e retirar os bloqueios de estradas em todo o país, após o governo ter anunciado novas medidas em meio a dias de protestos. Mesmo assim, ontem agricultores atearam fogo em fardos de feno em frente ao Parlamento Europeu em Bruxelas, na Bélgica. Os manifestantes também jogaram pedras e ovos na fachada da sede do Parlamento e utilizaram centenas de tratores para travar a entrada do prédio.
Mercado de fungicidas para milho quadruplica em oito anos
O mercado brasileiro de fungicidas destinados ao cultivo de milho registrou um crescimento expressivo, ultrapassando quatro vezes o valor movimentado na safra 2014/2015. De acordo com dados revelados nos estudos FarmTrak milho Verão e FarmTrak milho Safrinha, conduzidos pela Kynetec Brasil, o montante saltou de R$ 561 milhões para expressivos R$ 2,8 bilhões. Os resultados destacam que 85% desse movimento total, equivalente a R$ 2,4 bilhões, está relacionado ao plantio realizado na segunda safra, enquanto os 15% restantes, totalizando R$ 412 milhões, correspondem ao cultivo de verão. Comparado à safra anterior (2021/2022), quando o mercado de fungicidas movimentou R$ 2,25 bilhões, observou-se um aumento de 26% nas transações desses produtos.
Setor brasileiro de árvores cultivadas alcança receita bruta de R$ 260 bi
Os dados mais recentes sobre o crescimento do setor florestal mostram que a atividade bateu recorde e se consolidou como um dos motores da economia nacional. O relatório anual de 2023 da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) revela que o ramo brasileiro alcançou uma receita bruta de R$ 260 bilhões em 2022, valor 6,3% maior em relação ao ano anterior. A contribuição do setor com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi de 1,3%, maior percentual em 11 anos. O crescimento reforça o peso do setor florestal na produção de riqueza brasileira, indicando que seguindo nessa dinâmica o setor vai continuar crescendo.
Brasil pode registrar até 4,2 milhões de casos de dengue
O ano de 2024 deve registrar 1.960.460 casos de dengue no Brasil. Essa estimativa, entretanto, pode variar de 1.462.310 até 4.225.885 de casos. Os números foram divulgados esta semana pelo Ministério da Saúde. Nas quatro primeiras semanas do ano, o país já contabiliza um acumulado de 217.841 casos prováveis da doença. Há ainda 15 mortes confirmadas e 149 em investigação. A incidência é de 107,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de letalidade está em 0,9%. No balanço anterior, que englobava as três primeiras semanas de 2024, o país registrava 12 mortes e 120.874 casos prováveis da doença. Havia ainda 85 óbitos em investigação. O mosquito Aedes aegypti, transmissor de todas as arboviroses que atualmente circulam no país chegou a ser erradicado do território brasileiro por volta de 1950, como resultado de uma série de medidas para o controle da febre amarela. Entretanto, dadas as atuais proporções de infestação, é impossível sonhar com esse cenário novamente. Segundo o infectologista Antonio Carlos Bandeira, o Aedes veio para ficar. O infectologista manifestou ainda preocupação com o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue no país, que não circulava de forma epidêmica há mais de 15 anos.
Haddad se reuniu com Fávaro para discutir medidas emergenciais para agronegócio
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se reuniu na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, com o ministro Haddad para discutirem medidas emergenciais para o setor. O socorro passa por eventual renegociação dos financiamentos do Plano Safra 2023/24. Fávaro apresentou o cenário da agropecuária brasileira, que nos últimos anos vem se destacando com safras recordes mas também sofrendo os impactos das mudanças climáticas, com estiagens e chuvas intensas. As equipes técnicas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério da Fazenda estão trabalhando no levantamento da situação de endividamento dos produtores rurais e um diagnóstico conjunto será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para anúncio das propostas ao setor agropecuário.
CNA pede à Agricultura 6 medidas de apoio a produtores afetados pelo El Niño
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) está pedindo ao Ministério da Agricultura em caráter de urgência a adoção de 6 medidas emergenciais de apoio aos produtores rurais afetados pelo fenômeno climático El Niño. As medidas são divididas em dois eixos: ações voltadas ao crédito rural e instrumentos de política agrícola de apoio à comercialização. O documento foi entregue na última quarta-feira, pelo vice-presidente da CNA, José Mario Schreiner, ao ministro da agricultura, Carlos Fávaro.
Rio Paraná vai receber mais de 1 milhão de peixes
A CTG Brasil, controladora das usinas hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira, no estado de São Paulo, pretende soltar mais de 1 milhão de peixes no rio Paraná em fevereiro. As solturas ocorrerão em diferentes pontos dos reservatórios das usinas, abrangendo rios como o Sucuriú e São José dos Dourados, Vila dos Operadores, além dos municípios de Santa Clara D’Oeste e Santa Albertina, no interior de São Paulo. Serão soltos 1,050 milhão de peixes de três espécies: curimbatá, pacu-guaçu e piapara. Esses peixes, com comprimento entre 15 e 20 centímetros, são produzidos na Piscicultura da CTG Brasil, em Salto Grande (SP). Desde 2016, quando a empresa assumiu a gestão do programa, já foram soltos mais de 25 milhões de peixes nas bacias dos rios Paraná e Paranapanema.
Ibama retoma licenças para caça de javalis
A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) considera um avanço a retomada do Sistema de Informação de Manejo de Fauna (Simaf) para emissão de novas solicitações de autorização de controle de javalis, anunciada pelo Ibama na última semana de 2023. A medida visa garantir o manejo adequado e responsável da espécie, promovendo a segurança pública e a preservação do meio ambiente. Para a ABCS a decisão do Ibama é essencial para reforçar o controle sanitário da produção suinícola. O javali (Sus scrofa), espécie exótica que se alastra pelo país, é responsável por prejuízos à produção agrícola e por causar riscos sanitários a suinocultura, podendo passar doenças aos animais de produção, causando impactos negativos ao setor.
Colégios agrícolas vão receber drones durante o Show Rural
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) vai receber 23 drones e outros equipamentos da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel, no oeste do estado, na semana que vem. A entrega será realizada na tenda do Sindicato Rural de Cascavel, na próxima quarta-feira (7). Os equipamentos foram adquiridos mediante parceria entre o governo do estado e a entidade agrícola, por meio do Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O investimento foi de cerca de R$ 3 milhões. As ferramentas serão destinadas a mais de 1,5 mil alunos dos colégios agrícolas em todas as regiões do estado, que já tiveram 11 mil horas de cursos de capacitação. Com os novos equipamentos, os alunos terão acesso ao que há de mais moderno no que diz respeito à inovação tecnológica no setor.
Potranca brasileira ganha medalha de ouro na Arábia Saudita
A excelência da criação brasileira de Cavalo Árabe alcançou um feito histórico durante a Exposição de Psaiahf, realizada em Riyadh, na Arábia Saudita. A potranca Shahbrys HVP, originária do HVP Arabians (Haras Vila dos Pineiros), de Indaiatuba (SP), destacou-se ao obter uma extraordinária nota de 93.8, conquistando o posto de pontuação mais alto entre todos os animais apresentados no evento. O animal não apenas justificou sua pontuação, mas também conquistou a cobiçada Medalha de Ouro na categoria Potranca. O pai de Shahbrys HVP, o cavalo brasileiro Royal Asad, também deixou sua marca ao ser reconhecido como o genitor dos Campeões Júnior Macho Ouro e Campeão Potro Ouro do evento.
Desemprego fecha 2023 com menor média anual desde 2014
O percentual de trabalhadores brasileiros desempregados encerrou o ano de 2023 em 7,4% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a taxa média de desocupação no país durante o primeiro ano do novo governo ficou em 7,8%, 1,8 ponto percentual a menos do que os 9,6% registrados em 2022. O desemprego médio em 2023 foi o menor já registrado desde o ano de 2014. Para o instituto, os dados de 2023 confirmam a tendência de recuperação do mercado de trabalho após o impacto da pandemia do novo coronavírus. A queda da taxa de desocupação ocorreu fundamentalmente por uma expansão significativa da população ocupada, ou seja, do número de pessoas trabalhando, chegando ao recorde da série, iniciada em 2012. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada cresceu 5,8% no ano e chegou a 37,7 milhões de pessoas, o mais alto da série.