APICULTURA -  Como montar um apiário

Manchetes da semana - 28-09 a 04-10-2024

Exportação inédita de algodão pelo Porto de Itaguaí

A Brado transportou, pela primeira vez no país, algodão das fazendas de Mato Grosso pela ferrovia até o porto de Itaguaí (RJ) com destino à exportação. A operação ocorreu no início de julho. A primeira carga foi exportada em caráter de teste até o terminal do Sepetiba Tecon com destino final em Bangladesh, na Ásia. Para a empresa, essa nova rota é um marco na logística do Brasil, mostrando que há potencial e alternativas para diversificarmos os trajetos, os portos e os modais de transporte, buscando sustentabilidade, segurança e qualidade de serviço. O trabalho foi realizado em parceria com a MRS, a Maersk, o Sepetiba Tecon e a Cargill. A combinação das operações ferroviárias da Brado e da MRS evitará a emissão de cerca de 177 toneladas de CO2 por viagem, o equivalente a emissão anual de 38 veículos. Seriam necessárias 1.264 árvores para absorver essa quantidade de carbono. A viagem teste da nova rota transportou 40 vagões, que levaram 40 contêineres carregados com pouco mais de mil toneladas de pluma de algodão.

Angola, Coreia do Sul, México e Reino Unido abrem novos mercados para o Brasil

O governo brasileiro informou as recentes aprovações sanitárias para a abertura de mercados em quatro países. O Reino Unido e o México autorizaram a importação de Grãos Secos de Destilaria (DDG) do Brasil, sem a necessidade de certificação fitossanitária, o que contribuirá para diversificar o uso de subprodutos de grãos no mercado externo e impulsionar a indústria brasileira de biocombustíveis. O México também autorizou, sem exigência de certificação fitossanitária, a importação de farinha e “pellets” (ração compactada) de feno destinados à alimentação animal. Além disso, as autoridades sanitárias de Angola, Coreia do Sul, México e Reino Unido aprovaram a importação de dois outros produtos brasileiros: flor seca de cravo da Índia e fibra de coco. Essas aberturas oferecerão novas oportunidades para o setor de especiarias, bem como para o de fibras naturais, o qual pode beneficiar-se do potencial de crescimento das indústrias de construção e de manufatura nesses países. Com essas novas autorizações, o agronegócio brasileiro chega à 138ª abertura de mercado em 2024, totalizando 216 novas oportunidades desde o início de 2023.

Brasil e China

Brasil e China firmam acordo para agilizar comércio exterior

Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil e a China assinaram um memorando de entendimento com o objetivo de integrar o Portal Único de Comércio Exterior brasileiro ao sistema equivalente chinês. A medida busca aumentar a agilidade, eficiência e segurança nas operações comerciais entre os dois países. O documento estabelece a “Cooperação em Janelas Únicas de Comércio Exterior” e visa à interoperabilidade dos sistemas, permitindo a troca de informações e reconhecimento de ferramentas e protocolos aduaneiros. Entre as possibilidades da integração está o reconhecimento de Operadores Econômicos Autorizados, além da troca de dados logísticos e certificados aduaneiros, como os de origem e o ePhyto – documento fitossanitário eletrônico que tem como objetivo reduzir custos, prazos e a burocracia para exportadores. Em 2023, US$ 56 bilhões das exportações brasileiras para a China exigiram certificados sanitários e fitossanitários, correspondendo a cerca de metade de todas as exportações brasileiras para o país asiático. A interoperabilidade entre os sistemas tem o potencial de otimizar significativamente essas operações.

Azeite brasileiro ganha prêmio internacional

A produtora de azeites Estância das Oliveiras conquistou o primeiro lugar no Prêmio Mario Solinas Quality Award, um dos maiores prêmios internacionais de azeite. A premiação é a única organizada oficialmente pelo COI (Comitê Oleícola Internacional) órgão internacional oficial que normatiza a atividade de olivicultura no mundo. As chuvas no Rio Grande do Sul quase impediram a participação no prêmio pelas dificuldades logísticas impostas pela interdição dos aeroportos. Foi a primeira vez que a marca participou desta premiação, pois normalmente este concurso ocorre em fevereiro, mês que as oliveiras no Sul estão iniciando a colheita das azeitonas. Neste ano, a premiação ocorreu no final de setembro e a Estância das Oliveiras conquistou o primeiro lugar com seu azeite de maior produção, o Blend Exclusivo, azeite produzido com as azeitonas espanholas Arbequina e Arbosana, além da azeitona grega Koroneiki, cultivados na cidade de Viamão, a 28 quilômetros de Porto Alegre.

Ibama multa fazendeiros em R$ 100 milhões por incêndio no Pantanal

Proprietários de uma fazenda em Corumbá, em Mato Grosso do Sul, receberam do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) duas multas que totalizam R$ 100 milhões. A penalidade foi aplicada nesta semana e justificada diante da área atingida pelo fogo. O incêndio florestal dentro da propriedade se estendeu por 333 mil hectares, a maior já consumida pelo fogo no Pantanal, quando se considera apenas uma propriedade como o ponto de início das chamas. A área corresponde a mais de duas vezes o território do município de São Paulo. O incêndio provocado no local se alastrou ainda por outros 135 imóveis rurais. Em nota, o Ibama explicou que o fogo teve origem em vegetação nativa típica do bioma, no interior do imóvel autuado, em junho. Os dois responsáveis foram identificados e multados por danificar vegetação nativa do pantanal com uso de fogo sem autorização do órgão ambiental competente. Toda a área incendiada foi embargada pelo Ibama para permitir sua regeneração.

Queimadas prejudicam o meio ambiente, a segurança das pessoas e a rentabilidade dos produtores rurais - Foto: Peangdao/Getty
Queimadas prejudicam o meio ambiente, a segurança das pessoas e
a rentabilidade dos produtores rurais – Foto: Peangdao/Getty

Faesp contesta próprio vice-presidente e nega proposta sobre queima de cana

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, afirmou ser contra a volta da queimada controlada da cana como protocolo de combate a incêndios. Ele também negou haver qualquer proposta a esse respeito, contestando afirmação feita pelo próprio vice-presidente da entidade, Ciro Pena, que durante evento promovido pela Canaoeste, em Sertãozinho (SP), disse que a Faesp discute pedir a volta da “queima prescrita” da cana e afirmou que seria contra a medida. O presidente da federação diz que a queima – mesmo a controlada – traz malefícios ambientais e sociais, com impactos na emissão de grandes quantidades de gases poluentes e contribui para o aquecimento global e a poluição do ar, causando problemas respiratórios na população, especialmente em áreas próximas às plantações. Executivos da Canaoeste e da Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) também rejeitaram a retomada da queima controlada, argumentando que a técnica acaba mitigando os incêndios, mas o risco de o fogo sair do controle é muito grande. Além disso, o setor lucra com o uso da palha de cana para a produção de energia. Os focos de queimada e incêndio atingiram 414 mil hectares de canaviais mais desenvolvidos e de rebrota. O prejuízo aos canavicultores é calculado em R$ 2,67 bilhões.

Oeste catarinense se consolida como a segunda maior região produtora de leite do Brasil

O grande oeste de Santa Catarina é responsável por 7% da produção de leite em todo o Brasil, conforme dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) divulgados em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com uma produção anual de 2,4 bilhões de litros, a região ocupa a segunda posição no ranking nacional, ficando atrás apenas do noroeste do Rio Grande do Sul, que lidera com 2,7 bilhões de litros. A posição do oeste catarinense se manteve inalterada desde 2021, mesmo após dois anos consecutivos de queda na produção leiteira. Em 2023, a região apresentou um crescimento próximo à média nacional, com um aumento de 2% na produção de leite, superando inclusive o crescimento no número de vacas ordenhadas. Segundo a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), essa retomada se deve ao aumento da produtividade. A produção de leite no grande oeste é composto em grande parte por pequenos agricultores. Com investimentos em pastagens de melhor qualidade, a produção poderia crescer ainda mais e a organização dos produtores em cooperativas tem sido um fator chave para o sucesso da agricultura familiar na região, fortalecendo não só o setor leiteiro, mas também outros segmentos agrícolas. Entre os municípios que se destacam na produção de leite estão Concórdia, Guaraciaba, Itapiranga, São João do Oeste, São José do Cedro, Iporã do Oeste e Tunápolis.

Falta de mão de obra qualificada é desafio para energia solar no Brasil

Com o crescimento da demanda para instalação de painéis de energia solar, o Brasil começa a enfrentar um desafio que já causa problemas nos EUA: a falta de mão de obra qualificada. A energia solar fotovoltaica, junto com a eólica, é a fonte de energia renovável que mais cresce no Brasil. Em 2023, 93,1 % da eletricidade gerada veio de fontes renováveis, dos quais 16,5% são de geração solar, atrás apenas da geração hidrelétrica. De acordo com a Absolar (Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica), a participação da energia solar já está em 19,4% da matriz elétrica brasileira. Apesar do crescimento acelerado, falta gente, e o mercado se sustenta em grande parte com a mão de obra proveniente de outras áreas.

Escavadeiras e tatuzões são usados para revolver os rios em busca de ouro, com graves impactos ambientais - Foto: Fernando Martinho
Escavadeiras e tatuzões são usados para revolver os rios em busca de ouro,
com graves impactos ambientais – Foto: Fernando Martinho

Capital do ouro ilegal resiste a operações contra o garimpo na Amazônia

A estrada Transgarimpeira, que leva esse nome por causa do garimpo, atividade que não está sujeita às mesmas exigências ambientais rigorosas impostas à mineração comercial em grande escala, é conhecida como “a estrada do ouro”, segundo o agentes do ICMBio, responsável por proteger as unidades de conservação. A estrada fica em Itaituba, município do Pará com uma área do tamanho da Paraíba e conhecida por ser a capital brasileira do ouro ilegal. Ela abriga cerca de 16% de todas as áreas de mineração do país e é responsável pela produção de 75% de todo ouro ilegal do Brasil, de acordo com um relatório feito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Itaituba também concentra a maior parte dos esquemas de lavagem ilegal de ouro descobertos pelas autoridades. Estendendo-se por 190 km, a Transgarimpeira é o centro nevrálgico da indústria do garimpo de Itaituba. A estrada fica a 300 km do centro do município, atravessando uma área que nos anos 1980 fora destinada à mineração artesanal. Mais de 40 anos depois, contudo, as ferramentas rudimentares que deveriam ser usadas ali foram substituídas por um maquinário caro, aumentando os danos ambientais causados pelo garimpo. De acordo com especialistas, uma escavadeira pode fazer, em um dia, o que três homens usando um tatuzão levariam 40 dias para fazer. Nesse mesmo tempo, várias unidades de conservação foram criadas sobre a reserva de garimpo, aumentando os conflitos entre garimpeiros e fiscais ambientais. A maioria dos garimpos aqui são ilegais. São garimpos de 30 hectares, 40 hectares. A Área de Proteção Ambiental do Tapajós (APA Tapajós) está repleta de minas de ouro clandestinas. Os garimpos são permitidos nesse tipo de unidade de conservação, mas apenas se licenciados. Pela primeira vez que o ICMBio montou um acampamento na Transgarimpeira — por motivos de segurança, as fiscalizações anteriores se resumiam a incursões rápidas de helicóptero. A operação, que envolveu 27 policiais, faz parte da ofensiva do presidente Lula contra a mineração ilegal na amazônia brasileira. De acordo com o Ibama, 150 retroescavadeiras e 600 dragas, usadas para revirar o leito do rio em busca de ouro, foram destruídas no primeiro ano do mandato de Lula, em 2023. Como resultado, o desmatamento ligado ao garimpo na amazônia caiu 30% em relação a 2022. Mas os garimperios ainda resiste, e os órgãos de fiscalização ambiental terão muito trabalho pela frente.

Queimadas de agosto tiveram um aumento de quase 800% em relação a 2023

No mês de agosto o estado de São Paulo registrou 658.638 hectares de áreas queimadas sendo 328.248 hectares só no dia 23 de agosto. Neste mês, foram registrados 11.628 focos de incêndios no estado, um aumento de 227% em relação à média histórica esperada para o mês, que fica em torno de 3.550 focos. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 780% dos focos. Os dados foram mapeados pelo Orion, sistema de gestão climática criado pela GMG Ambiental, que monitora incêndios, desmatamento, escassez híbrida e desastres climáticos por meio de imagens de satélites orbitais. A GMG Ambiental é parceira da Canaoeste, que monitora os incêndios nas áreas dos produtores rurais de cana-de-açúcar associados à entidade desde 2017.

Conab recebe quase R$ 1 bi para compra de até 500 mil toneladas de arroz

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que os R$ 998 milhões em crédito extra disponibilizados para a companhia por meio da Medida Provisória nº 1.260, de 2024 serão destinados para o lançamento dos contratos de opção de venda de arroz. A cifra é destinada à formação de estoques públicos. A MP autoriza a companhia a lançar os mecanismos de opção para compra de até 500 mil toneladas de arroz. A medida é mais uma ação dentro da retomada dos estoques públicos no país e visa incentivar a produção do grão, bem como apoiar os agricultores.

Sementes de juçara sendo lançadas de helicóptero em unidade de conservação no Paraná - Foto: IAT-Litoral
Sementes de juçara sendo lançadas de helicóptero em unidade de
conservação no Paraná – Foto: IAT-Litoral

50 mil sementes de palmito-juçara são dispersadas em unidades de conservação paranaenses

O Instituto Água e Terra (IAT) promoveu a primeira ação de restauração ambiental por meio da dispersão aérea de sementes de palmeira-juçara (Euterpe edulis) em diferentes pontos do litoral do Paraná. O evento-teste ocorreu em cinco Unidades de Conservação de Proteção Integral: Parque Estadual do Palmito (Paranaguá), Estação Ecológica do Guaraguaçu (Paranaguá), Estação Ecológica do Rio das Pombas (Pontal do Paraná), Parque Estadual do Rio da Onça (Matinhos) e Parque Estadual da Ilha do Mel (Paranaguá). Foram lançadas aproximadamente 50 mil sementes, obtidas como condicionante estabelecida no licenciamento ambiental de uma empresa que começou a operar na região. A iniciativa contou com o apoio do helicóptero que atende exclusivamente o órgão ambiental. Com o sucesso da ação, o escritório do IAT no Litoral, responsável pela força-tarefa, está finalizando o cronograma para novas expedições do tipo.

Governo vai acionar seguro-defeso para famílias do NO e NE atingidas por seca

O Ministério do Trabalho reforçou que a pasta vai acionar o seguro-defeso para famílias do norte e nordeste afetadas pela seca. Além disso, linhas extraordinárias de crédito também estão sendo formuladas para os trabalhadores e empresários atingidos pelas queimadas em todo o país, a exemplo das ações adotadas em prol do Rio Grande do Sul. Os valores do seguro-defeso devem começar a ser depositados neste mês, por uma questão operacional com a Caixa Econômica Federal. Todos os pescadores artesanais que precisam do dinheiro já estão mapeados na base de dados e receberão os valores conforme a duração da estiagem. O monitoramento mostrou que a região norte teve a situação mais severa e registrou seca extrema. Entre junho e julho, o fenômeno se intensificou em todas as cinco regiões do Brasil e se expandiu nos territórios de todas as regiões nesse período. Acre e Amazonas lideram o ranking.

Após incêndios, São Paulo reabre hoje 69 parques estaduais

O estado de São Paulo reabriu 69 parques estaduais. As unidades de conservação, administradas pela Fundação Florestal, estavam fechadas desde o dia 1º de setembro para priorizar a prevenção e combate a incêndios durante o período crítico de seca. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), a decisão foi tomada após uma reunião do gabinete de crise do governo estadual e foi baseada nas condições climáticas previstas e no grau de risco de incêndios florestais. Até o momento, 33 pessoas foram presas pela polícia por suspeita de causarem incêndios em vegetação. As equipes da Fundação Florestal seguem monitorando, combatendo focos de incêndio e sensibilizando comunidades do entorno. Em caso de aumento no risco ou ocorrências de incêndio, as unidades de conservação poderão ser fechadas novamente para garantir a segurança dos visitantes. No entanto, outras 13 unidades de conservação permanecerão fechadas pelo menos até o dia 12 de outubro. Segundo a Semil, são parques localizados em áreas sem chuva e com focos de incêndio no entorno.

Em setembro, o indicador do robusta fechou a R$ 24,72 acima do preço médio mensal do arábica
Em setembro, o indicador do robusta fechou a R$ 24,72 acima
do preço médio mensal do arábica

Pela primeira vez, média mensal do café robusta supera a do arábica

Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP mostra que, pela primeira vez, a cotação média mensal do café robusta superou a do arábica. Em setembro, o indicador Cepea/Esalq do robusta fechou a R$ 24,72 acima do preço médio mensal do arábica. No início dessa semana, segundo o Cepea, a cotação do robusta estava em R$ 1.511,53 a saca de 60 quilos, enquanto a arábica estava em R$ 1.493,95, uma diferença de R$ 17,58 entre as variedades. Pesquisadores do Cepea ressaltam que os preços do robusta já haviam superado os do arábica no encerramento de agosto deste ano e também em alguns momentos entre outubro de 2016 e janeiro de 2017, mas esta foi a primeira vez que a média mensal da variedade fechou acima da do arábica.

Pesquisa quer tornar óleo de soja mais saudável

Uma pesquisa que vem sendo desenvolvida pela Embrapa Soja, com sede em Londrina (PR), busca dar ao óleo de soja, normalmente utilizado para as frituras por imersão, propriedades semelhantes às do azeite de oliva. Segundo os pesquisadores, os consumidores procuram a qualidade do azeite de oliva, que é o mais oleico e baixo saturado, o que o torna mais saudável para a alimentação humana. A pesquisa está mexendo na composição química do óleo para deixá-lo tão benéfico quanto o azeite de oliva e transformá-lo em um óleo de soja nobre. Considerado inferior se comparado também a óleos como os de canola e girassol, que da mesma forma que o azeite de oliva têm altos índices oleicos, o óleo de soja tem em sua composição, em média, 20% de ácido oleico. As opções que fazem parte da categoria mais saudável, por sua vez, têm esses níveis acima de 70%. A meta dos pesquisadores da Embrapa é aumentar para até 80% os níveis de ácido oleico no óleo de soja, semelhante ao padrão do azeite de oliva. Os estudos estão sendo feitos desde 2014, e as variedades do grão de soja com maior índice oleico devem estar no mercado dentro de três a quatro anos.

Produtor afetado pela seca em Minas poderá renegociar dívidas

A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) anuncia, após reunião com o Banco do Brasil, que os agricultores afetados pela seca severa no estado poderão rever suas dívidas com condições exclusivas. O banco vai renegociar os contratos de custeio e as parcelas que tenham vencimento ainda este ano. Mesmo com a renegociação, os agricultores continuam tendo acesso a linhas de crédito, sejam pequenos, médios ou grandes produtores. Para saber como acessar as condições, os produtores devem procurar uma agência do Banco do Brasil.

Tratores
Tratores

Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas registra queda de 25,8% em 2024

Em agosto de 2024, a indústria de máquinas e implementos agrícolas registrou um crescimento de 8,4% frente ao mês anterior, com uma receita de R$ 6,4 milhões. No entanto, na comparação com agosto de 2023, há um recuo de 15,8%. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). No acumulado do ano, a receita líquida vinda das vendas de máquinas agrícolas passa de R$ 38,9 milhões, montante 25,8% inferior frente ao mesmo intervalo do ano passado. Queda também no acumulado de 12 meses. Com arrecadação de R$ 61,06 milhões, a baixa em relação ao mesmo período passado é de 26%. De janeiro a agosto, as vendas internas de tratores e colheitadeiras registram uma queda de 29% na comparação com os oito primeiros meses do ano passado. A exportação do segmento também caiu no período: 29,9%. Cenário que resulta numa queda total de 29,1%. Para analistas do setor, devido às condições climáticas que atingem os produtores e empreendedores rurais desde meados do ano passado, essa queda já era esperada.

Brasil quer criar dez novos postos para adidos agrícolas

O Ministério da Agricultura encaminhou um pedido de verba específica no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 para criar dez novos postos para adidos agrícolas ao redor do mundo no ano que vem. Neste ano, já foram criados e nomeados 11 novos adidos agrícolas, o que permitiu um salto de 29 para 40 representações diplomáticas do agronegócio espalhadas pelos cinco continentes. Caso seja aprovado, o orçamento vai permitir a expansão para 50 postos. Só após a aprovação do orçamento haverá definição dos países onde os postos serão criados. O Brasil quer manter o foco na expansão comercial com a Ásia, no fortalecimento das relações com países das Américas e no incremento da cooperação técnica com o continente africano. O orçamento da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura passou de R$ 21 milhões, em 2023, para R$ 24 milhões, neste ano. O pedido para 2025 é por R$ 40 milhões, em parte para contemplar a criação dos novos postos de adidância agrícola.

PF começa a prender suspeitos de incêndios

Os inquéritos instaurados pela Polícia Federal (PF) para apurar a onda de incêndios que se espalhou pelo país começaram a dar resultados. A corporação já deflagrou três operações e prendeu cinco pessoas suspeitas de envolvimento em queimadas no Pará, Acre e Distrito Federal. Até a semana passada, a PF já havia aberto 85 investigações, mas nenhuma pessoa havia sido presa. A corporação intensificou os esforços para identificar e responsabilizar os autores de queimadas criminosas em várias regiões do país. Uma das linhas das apurações é que parte dos incêndios seja motivada por uma “retaliação” ao governo do presidente Lula, que tem intensificado o combate aos crimes ambientais, como o desmatamento e o garimpo ilegal. Há ainda a suspeita de que, em alguns casos, o fogo foi usado para criar novas áreas para grilagem. Em outra frente, especialmente em São Paulo, a investigação da Polícia Federal não descarta que facções criminosas estejam por trás dos episódios e atuaram para causar o esgotamento das forças de segurança e gerar o caos no país.

Silvicultura garante rendimentos como forma de aposentadoria
Silvicultura garante rendimentos como forma de aposentadoria

Investidores apostam em árvores para colher aposentadoria

A silvicultura permite o retorno a longo prazo e tem sido a escolha de muitos investidores para colher os rendimentos como forma de aposentadoria. Essa descoberta abre novas oportunidades no universo das aplicações financeiras. O sistema de aposentadoria convencional apresenta vários problemas, como a perda do poder de compra, já que a correção do benefício nem sempre acompanha a inflação. Muitos profissionais entram no sistema de aposentadoria, mas, como alternativa, podem optar pela previdência privada. O problema é que a aposentadoria privada não é tão atraente aos olhares de quem deseja aproveitar a terceira idade com mais tranquilidade financeira, e é nessa hora que os investimentos alternativos entram em pauta. Quem investe em silvicultura acompanha o crescimento das árvores, que no final de um ciclo, que acontece entre 17 anos a 20 anos, serão cortadas e transformadas em lucro. As florestas comerciais têm sido cada vez mais uma opção de quem deseja ter o lucro final. O investimento funciona a longo prazo e não depende das oscilações do mercado financeiro tradicional, como a bolsa de valores. É uma aplicação que proporciona mais segurança, e dentro das opções alternativas é uma das mais conservadoras, porque está diretamente relacionada ao crescimento das árvores. As exportações de produtos florestais brasileiros para a europa cresceram 27,1% no primeiro semestre de 2024, quando comparado ao mesmo período do ano passado, demonstrando o potencial visualizado pelos produtores que apostam no potencial do Brasil para a silvicultura.

União Europeia propõe adiamento de um ano da lei de antidesmatamento

A Comissão Europeia afirmou nesta semana que deverá propor um adiamento de um ano na implementação de sua emblemática lei que proíbe a importação de commodities ligadas ao desmatamento, atendendo a pedidos de indústrias e governos de todo o mundo. A lei foi saudada como um marco na luta contra a mudança climática, mas governos e indústrias, do Brasil à Malásia, afirmam que ela é protecionista e pode acabar excluindo milhões de agricultores pobres e de pequena escala do mercado da UE. Também houve alertas generalizados do setor de que a lei interromperia as cadeias de suprimentos da União Europeia e aumentaria os preços. Cerca de 20 dos 27 estados-membros da UE pediram a Bruxelas, em março, que limitasse e possivelmente suspendesse a lei, dizendo que ela prejudicaria os próprios agricultores do bloco, que seriam proibidos de exportar produtos cultivados em terras desmatadas. A proposta precisará da aprovação do Parlamento Europeu e dos estados-membros, informou a Comissão. Acrescentou que também estava publicando documentos de orientação adicionais. A orientação e o adiamento de 12 meses proposto têm como objetivo garantir o sucesso da EUDR (Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento), que é fundamental para abordar a contribuição da UE para a questão global premente do desmatamento, segundo a Comissão, acrescentando que não estava questionando os objetivos ou a substância da lei.

Queimadas aumentam em São Paulo e atingem 10 municípios

Os incêndios em áreas de mata no estado de São Paulo aumentaram nesta semana. De acordo com a Defesa Civil, dez municípios paulistas estão com focos de incêndio ativos na área rural. Estão enfrentando incêndios os municípios de Pirapora do Bom Jesus, na região de Osasco; São Luiz do Paraitinga e São José dos Campos, no Vale do Paraíba; Luiz Antônio, na região de Ribeirão Preto; Guararapes, próximo a Araçatuba; Bebedouro, na região de Barretos; Nazaré Paulista, Piracaia e Serra Negra, na região de Campinas; e Salmourão, na região de Presidente Prudente. Segundo o governo do estado, além das equipes em terra, os focos de fogo estão sendo combatidos com a utilização de sete aeronaves, cinco aviões e dois helicópteros. A Defesa Civil mantém ativo o alerta de Risco Elevado para incêndios florestais nas regiões de Campinas, São Paulo e Itapetinga. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de perigo devido a baixa umidade para a região norte do estado, na região de Ribeirão Preto, Franca e São José do Rio Preto.

Elevação de preços dos alimentos preocupa consumidores
Elevação de preços dos alimentos preocupa consumidores

Queimadas elevam preços de alimentos e preocupam consumidores

Os incêndios que têm devastado a amazônia, o cerrado e o pantanal acendem um alerta para diferentes setores socioeconômicos do Brasil. Em meio à maior seca da história recente do país, os impactos ambientais também estão refletindo diretamente no bolso dos consumidores. Nos próximos meses, alimentos como verduras, legumes e frutas tendem a ter seus preços elevados devido aos danos causados ao solo das plantações. Setembro já é tradicionalmente um período de aumento no custo desses produtos, em função da transição entre o inverno e a primavera. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o país registrou mais de 68 mil focos de queimadas somente no mês de setembro, representando um aumento de 144% em comparação com o mesmo período de 2023. Com o solo desestruturado, a recuperação da produção agrícola demanda tempo, o que pode gerar escassez de alimentos e consequente diminuição da oferta. A seca também compromete a navegabilidade dos rios, obrigando os fornecedores a recorrerem ao transporte rodoviário, que tem custos mais elevados. Bancos e consultorias estimam que o preço dos alimentos pode subir entre 4,5% e 7,5% nos próximos meses. Diante desse cenário, é necessário que os consumidores ajustem seus orçamentos para se preparar para gastos mais altos. Nas próximas semanas, os efeitos do aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede o custo de vida de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos – deverão ser sentidos com maior intensidade. A inflação, medida pelo IPCA, afeta profundamente o poder de compra, fazendo com que cada real valha menos. Isso força as famílias a repensarem suas prioridades e buscarem formas de adaptação a um cenário econômico onde a estabilidade financeira se torna cada vez mais desafiadora.

Projeto ameaça atuação de médicos-veterinários

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) publicou nota se posicionando contra o Projeto de Lei nº 3665, de 2024 de autoria do senador Hamilton Mourão que, segundo a entidade, prejudica a atuação de médicos-profissionais e coloca os animais em risco. O projeto dispõe sobre a regulamentação das análises clínicas animais no Brasil, propondo que atividades como coleta, processamento de amostras biológicas de animais, emissão de laudos e responsabilidade técnica por laboratórios de análise clínica animal possam ser exercidas por profissionais de outras áreas. Segundo o CFMV, isso representa uma ameaça à profissão de médico-veterinário e se aprovado, coloca em risco a saúde, a integridade e o bem-estar dos animais, além de permitir que atividades exclusivas da Medicina Veterinária sejam realizadas por profissionais não qualificados, o que contraria a legislação atual.

AgroGalaxy tem recuperação judicial aceita com dívida de R$ 4,6 bilhões

A AgroGalaxy (AGXY3), uma das maiores fornecedoras de insumos agrícolas do Brasil, recentemente teve seu pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça de Goiás, em meio a um cenário de dívidas que ultrapassam R$ 4,6 bilhões. Esse movimento gerou preocupações no mercado, uma vez que a empresa enfrenta desafios decorrentes de fatores como clima adverso, alta do dólar e taxas de juros elevadas. Desde o pedido, suas ações despencaram mais de 20%, o que evidenciou os problemas financeiros que a companhia enfrenta. O pedido de recuperação judicial foi aceito pela juíza Alessandra Gontijo do Amaral, da 19ª Vara Cível de Goiânia, que concedeu uma liminar suspendendo a execução de dívidas e determinou que a AgroGalaxy apresente um plano de reestruturação financeira dentro de seis meses. A empresa, que afirmou ter dívidas “impagáveis” com bancos, fornecedores e trabalhadores, recebeu um período de proteção de 60 dias para negociar com seus credores.

Desde agosto, em reuniões conduzidas pelo ministro Gilmar Mendes, estão sendo realizadas discussões sobre a constitucionalidade do marco temporal e tentativas de encontrar soluções - Foto: Antonio Augusto/STF
Desde agosto, em reuniões conduzidas pelo ministro Gilmar Mendes, estão sendo
realizadas discussões sobre a constitucionalidade do marco temporal e tentativas
de encontrar soluções – Foto: Antonio Augusto/STF

Lideranças alegam que comissão sobre marco temporal no STF ameaça direitos indígenas

A ministra dos povos Indígenas Sonia Guajajara participou de reunião da comissão especial conciliatória do Supremo Tribunal Federal (STF) criada pelo ministro Gilmar Mendes para discutir a lei do marco temporal. O cacique Raoni criticou a tese do marco temporal. “Vocês estão vendo que estão acontecendo muitas coisas na Terra. O planeta está ficando quente. Os rios estão secando. Devemos pensar em como vamos solucionar isso, devemos preservar e cuidar da floresta”. Raoni cobrou de Gilmar Mendes o fim do marco temporal e que um possível apoio do ministro se transforme em ações concretas. Representantes indígenas declaram que estão em minoria e questionam a presença indígena na comissão, já que a Constituição garante os direitos às terras tradicionalmente ocupadas e é contrária ao marco temporal e que o papel do Ministro Gilmar Mendes é declarar a constitucionalidade do direito, com a derrubada da lei do marco temporal aprovada no Congresso. Para eles essa lei inconstitucional fomenta a violência. Indígenas estão morrendo porque o agronegócio percebe que a lei está do lado deles apoiando. E eles se sentem mais encorajados a exercer a violência contra os povos indígenas, segundo os líderes, que afrimam que o STF está se eximindo de exercer o papel de guardião da constituição. As lideranças esperam e cobram que o STF respeite a constituição e não legitime todas as violências praticadas até agora contra o povo indígena. Destacam o perigo de a comissão dar brecha para a negociação de atividades econômicas em terras indígenas, sobretudo relacionadas à mineração, bem como criar precedentes para a revalidação do marco temporal, tese que o STF já havia declarado inconstitucional.

Cuba e Japão abrem novos mercados para produtos agrícolas brasileiros

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou que os governos de Cuba e Japão autorizaram a entrada de mais produtos agropecuários vindos do Brasil. Com isso, o país chega a 168 aberturas de mercados em 2024. No caso de Cuba, o país poderá exportar sêmen e embriões de ovinos e caprinos. O Japão liberou a entrada de farelo de mandioca, feno, polpa cítrica desidratada, flor seca de cravo-da-índia (Syzygium aromaticum), folha seca de erva-mate (Ilex paraguariensis) e fruto seco de macadâmia (Macadamia integrifolia), com ou sem casca.