Manchetes da semana – 31-08 a 06-09-2024

Aqui você encontra em notas as últimas e mais importantes notícias semanais do agronegócio nacional e internacional

Dívidas de produtores gaúchos serão prorrogadas por oito anos

O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, anunciou novas medidas para as dívidas de produtores rurais gaúchos, que prorrogam os débitos e atendem também demandas de cooperativas e cerealistas. O pacote de reconstrução para o estado será feito em dez anos. Dívidas de produtores e cooperativas serão renegociadas no prazo de oito anos e de cerealistas em cinco, todas com carência para o pagamento. Já a renegociação das dívidas com bancos anunciadas anteriormente seguem com prazo de quatro anos. Por ora, a mudança está nas Cédulas de Produtor Rural (CPR), que terão prazo de oito anos para pagar com juros de 9,5%. Contudo, bancos públicos têm o compromisso de tirar o risco da operação para que a taxa de juros caia para 7%, o que atende o pleito das entidades gaúchas.

Incêndios atingiram mais de 8 mil propriedades rurais em 317 municípios de SP

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo informou que os incêndios no interior paulista atingiram 8.049 propriedades em 317 municípios, distribuídos em 39 regionais. A autarquia explicou que os números foram obtidos junto às Regionais da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão da pasta. A regional de Itapetininga foi a única em que não houve registro de incêndios em propriedades rurais, segundo o levantamento. Entre as principais cadeias produtivas com impacto dos incêndios estão a bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, produção de cana-de-açúcar, fruticultura, heveicultura, cafeicultura, eucalipto e apicultura. O prejuízo total é estimado em mais de R$ 1 bilhão. O governo estadual comunicou que não existiam mais focos de incêndio ativos. No entanto, a possibilidade de queimadas voltou a aumentar, com a previsão de altas temperaturas e baixa umidade do ar.

Etanol feito com sisal pode mudar realidade de produtores

Um projeto da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) quer promover a diversificação tecnológica para produtores baianos de sisal. A iniciativa quer destinar a maior parte da matéria-prima que não é aproveitada na produção de etanol e melhorar a realidade do setor. Tapetes e cordas são alguns dos produtos artesanais que são obtidos através da fibra produzida pelo sisal (Agave sisalana). É a partir dela que muitas famílias se sustentam, no chamado Território do Sisal, localizado no semiárido do nordeste da Bahia, que abrange 20 municípios. De acordo com uma pesquisa da Unicamp em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano, apenas 4% da planta é aproveitada, ou seja, 96% do vegetal não é utilizado. Essa pode ser uma oportunidade de reaproveitar o material descartado, fazendo o uso na fabricação de biocombustível, bioetanol, além de outros produtos como bioinseticidas e ração, por exemplo.

Agronegócio demitiu 365 mil pessoas em um ano

Seis das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em julho, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contudo, na passagem do trimestre terminado em abril para o encerrado em julho, houve demissões na agricultura, pecuária e aquicultura, com 23 mil demissões. Já em relação ao patamar de um ano antes, o corte na agricultura é bem maior: dispensa de 365 mil pessoas. Além disso, os setores de transporte e armazenagem, menos 48 mil vagas; serviços domésticos, menos 29 mil; indústria, menos 46 mil, também reduziram os seus quadros. Houve geração de postos de trabalho em informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (199 mil), comércio (368 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (584 mil), construção (90 mil), outros serviços (93 mil) e alojamento e alimentação (48 mil).

Desemprego cai a 6,8% no trimestre até julho e marca novo recorde

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,8% nos três meses até julho, em linha com o esperado por economistas e marcando o menor nível para o período desde o início da série do governo, em 2012, evidenciando a força do mercado de trabalho no país em um momento em que o Banco Central tem reiterado surpresa com a força da atividade econômica. A taxa recuou 0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior, de fevereiro a abril, e caiu 1,1 ponto sobre o mesmo período de 2023, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população desocupada caiu para 7,4 milhões no trimestre, menor número de pessoas procurando por uma ocupação no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa de julho ficaria exatamente em 6,8% no período. No trimestre, o rendimento médio real das pessoas ocupadas, que vinha em alta desde maio na comparação trimestral, ficou estável frente ao período anterior, em R$ 3.206, com alta de 4,8% na comparação anual.

Cavalo Caramelo é atração na abertura oficial da Expointer

O cavalo Caramelo, que ficou conhecido por sobreviver no telhado de uma casa durante as enchentes no Rio Grande do Sul, foi a grande atração da tradicional cerimônia de abertura oficial e desfile dos animais campeões da Expointer, no Parque Assis Brasil, em Esteio (RS). A presença do animal, que se transformou em símbolo de resistência do Rio Grande do Sul diante da tragédia, também foi uma indicação do tema principal da solenidade: a retomada do agronegócio do estado e a necessidade de auxílio aos produtores.

Touros duelam durante a cerimônia de abertura da Expointer

A abertura oficial da 47ª Expointer destacou a força da agricultura e da pecuária do Rio Grande do Sul, presenteando os visitantes com os principais destaques e campeões deste ano no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Um dos eventos mais aguardados do calendário agropecuário brasileiro, começou com uma disputa inesperada e eletrizante. Na pista central, durante a cerimônia de abertura, o Grande Campeão Polled Hereford, Bortolozzo, e o touro Hudson, o mais pesado da raça Limousin nesta edição, protagonizaram um duelo que paralisou a atenção de todos os presentes. A cerimônia, que teve a apresentação da banda da Brigada Militar e de músicos gaúchos, contou com os tradicionais desfiles dos campeões e uma programação dedicada a exaltar a resiliência do povo gaúcho após as enchentes. Enquanto o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, discursava sobre o futuro promissor e a superação dos desafios do setor, um embate de força bruta se desenrolava entre os dois gigantes bovinos. De um lado, Bortolozzo, um jovem reprodutor de quase três anos, já consagrado como Grande Campeão da raça Polled Hereford. Do outro, Hudson, um veterano de quase seis anos e impressionantes 1.450 quilos, coroado como o touro mais pesado da Expointer. O que deveria ser uma simples exibição dos animais na cerimônia de abertura transformou-se em uma verdadeira batalha de titãs. O embate durou pouco mais de 30 segundos, mas foi o suficiente para exigir a intervenção de sete tratadores, que contiveram os animais e os separaram, puxando-os para lados opostos da arena. Nenhum dos dois combatentes saíram feridos.

Javaporcos destroem de 5% da safra em região de Mato Grosso

Os produtores rurais do município de Água Boa, MG, estão enfrentando o desafio de crescentes ataques de javaporcos causadores de destruição às lavouras de milho na região. Os prejuízos podem alcançar até 5% da produção de milho segunda safra, com alguns produtores relatando estragos ainda maiores em áreas específicas. Esses ataques têm forçado alguns agricultores a abandonar o cultivo de milho em determinadas áreas, numa tentativa de evitar as investidas dos porcos selvagens. A gravidade da situação é evidenciada pelos relatos de agrônomos e produtores rurais, que destacam o impacto significativo desses animais nas colheitas. Nesta temporada, a situação só não foi pior devido à estiagem no início do ano, que levou muitos agricultores a substituir o milho pelo plantio de gergelim na segunda safra. Até o momento, as lavouras de gergelim não foram atacadas pelos javaporcos. O controle desses animais é fundamental para proteger as lavouras e mitigar os prejuízos no setor agropecuário. Sem medidas efetivas de caça e controle, o impacto dos java-porcos pode continuar a crescer, colocando em risco não apenas a produção de milho, mas também outras culturas e o equilíbrio econômico das propriedades rurais na região.

Raça Jersey se consagrou com Suprema Campeã do gado de leite na Expointer

A vaca Nanda Celebrity Aviostoso, da raça Jersey, conquistou o título de Suprema Campeã do Gado de Leite na Expointer 2024. Criada pelo expositor Carlos Jacob Wallauer, de Salvador do Sul, RS, a vaca destacou-se pela sua excelente conformação e características genéticas superiores, que foram fundamentais para sua vitória. A raça Jersey mais uma vez se destacou pela sua excelência encantando o público com suas características únicas. Entre os bovinos de leite, a raça registrou um aumento de 89,39%, passando de 66 para 125 animais inscritos. O aumento da participação da raça se deu devido ao Circuito Nacional da Raça Jersey, pois os animais vencedores nesta etapa se credenciam para concorrer ao campeonato nacional, que é uma escolha virtual, feita por todos os jurados das etapas, das campeãs nacionais.

Agronegócio é o principal responsável pela perda de vegetação nativa

Estudo do MapBiomas, revela uma perda acelerada de área vegetal nativa entre 1985 e 2023, chegando à marca de 33% de todo o território nacional no ano passado. O relatório considera áreas de vegetação nativa, além das matas e florestas, superfícies de água e áreas naturais não vegetadas, como praias e dunas. O processo de antropização de áreas de vegetação nativa ocorre, principalmente, pela expansão da agropecuária, segundo o instituto. O Brasil tem atualmente 64% de seu território coberto por vegetação nativa. Em 1985 eram 76%. Nesse mesmo período, a área de pastagem expandiu 79%, 72,5 milhões de hectares a mais do que há 39 anos. Já a agricultura cresceu 228%, um aumento de 42,4 milhões de hectares de cultivo, principalmente de grãos voltados para exportação.

RS conquista adesão ao Sisbi-POV

O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a conquistar a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sisbi-POV), informou a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O Sisbi-POV faz parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), e tem o objetivo de padronizar e harmonizar os procedimentos de inspeção de produtos de origem vegetal para garantir a inocuidade e qualidade desses produtos. O Sisbi-POV do Rio Grande do Sul é voltado para a atividade de inspeção e fiscalização da uva, vinhos e derivados da uva e do vinho.

Retirada do programa de estatização, Ceagesp terá investimento

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse que serão feitos estudos sobre as condições de operação e defasagem da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). No último mês, a empresa deixou de constar no Programa Nacional de Desestatização (PND). Por conta do PND, a companhia deixou de investir em infraestrutura e essas pendências serão revertidas em 2025. O investimento principal será feito por meio de convênios com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para financiamento de estruturas de armazenamento público, e com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para qualificação dos agricultores e distribuidores.

Risco de incêndio fecha 80 unidades de conservação em São Paulo

A Fundação Florestal, órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do estado (Semil), anunciou o fechamento emergencial de 80 Unidades de Conservação da região metropolitana e do interior de São Paulo, por conta do atual risco de incêndios florestais, valendo até o dia 12 de setembro, podendo ser alterada, caso as condições mudem. No período, as equipes da fundação terão como prioridade ações de prevenção e combate a incêndios, monitoramento territorial e prestar apoio às comunidades vizinhas, caso seja necessário.

Expointer encerra com R$ 8,1 bilhões em negócios

A 47ª Expointer mostrou a resiliência e perseverança do Rio Grande do Sul ao bater recorde no volume de negócios. A feira movimentou R$ 8.100.265.792,24 em seus nove dias, número 1,41% superior ao registrado no ano de 2023. O número de visitantes foi de 662 mil até as 10:30 de domingo (1º/9). As vendas e leilões de animais tiveram um aumento de quase 50%, com R$ 18.985.280 comercializados. O Pavilhão da Agricultura Familiar registrou recorde de vendas, chegando a R$ 10.880.097, número superior em 25,44% ao do ano passado. O setor automobilístico também teve aumento de 25% no volume de vendas, ficando com R$ 592.045.000. Máquinas e Implementos Agrícolas registraram R$ 7,39 bilhões em intenções de negócios, 0,57% a mais que em 2023.

Brasil rumo à autossuficiência de panga

O Estado de São Paulo deu um passo importante para fortalecer a cadeia produtiva do peixe pangasius (Pangasianodon hypophthalmus) com a inauguração do primeiro frigorífico das américas dedicado exclusivamente a essa espécie, no município de Mococa. Trata-se de uma espécie de bagre tubarão nativo dos rios do Sudeste Asiático. Apesar do nome, não é um tubarão. É encontrada na bacia do Mekong, bem como no rio Chao Phraya, e é fortemente cultivada para alimentação nessa região. O pangasius no Brasil tem o mercado consumidor já consolidado, haja vista a quantidade de filés importada no ano passado, 40 mil toneladas, que poderiam ser fornecidas pelos aquicultores locais. A nova estrutura é relevante para o desenvolvimento do setor aquícola, com o potencial de geração de renda e apoio aos pequenos produtores rurais. O pangasius, um peixe de água doce conhecido no Brasil como filé de panga, tem ganhado popularidade devido ao seu sabor suave, carne branca e textura macia. Atualmente, a produção nacional não atende à demanda interna, o que leva o Brasil a importar grandes quantidades do pescado, principalmente do Vietnã. Para incentivar a produção estadual, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo disponibilizou R$ 5 milhões por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP). O frigorífico de Mococa foi construído pelo Grupo Colpani e será abastecido pela Cooperpanga, uma cooperativa com 40 produtores da região. Em plena operação, a unidade deve movimentar cerca de R$ 300 milhões por ano.

Gripe aviária infecta vacas leiteiras da Califórnia

Vacas em três fazendas leiteiras na Califórnia, o maior estado produtor de leite dos EUA, testaram positivo para gripe aviária, informou o Departamento de Agricultura do Estado. A infecção amplia o surto do vírus H5N1 em gado leiteiro para um total de 14 estados nos EUA. Desde março, mais de 190 rebanhos foram infectados em todo o país, juntamente com 13 trabalhadores de fazendas de laticínios e aves, segundo dados federais. A transmissão do vírus das aves para as vacas gerou preocupações adicionais sobre a possibilidade de adaptação do H5N1 para se espalhar entre humanos. No entanto, autoridades federais afirmam que o risco da gripe aviária para o público em geral continua baixo, ressaltando que o processo de pasteurização inativa o vírus presente no leite. Os rebanhos leiteiros infectados, localizados na região do Vale Central do estado, começaram a apresentar sintomas em 25 de agosto. Vacas infectadas geralmente sofrem temporariamente com redução na produção de leite. As fazendas leiteiras infectadas foram colocadas em quarentena e as vacas doentes estão isoladas e sendo tratadas nas fazendas, enquanto vacas saudáveis ​​foram liberadas para continuar enviando leite para pasteurização. Até o momento, nenhum caso humano foi confirmado na Califórnia segundo as autoridades.

Déficit de auditores compromete a fiscalização agropecuária nos aeroportos

A falta de auditores fiscais federais agropecuários (AFFAs) nos principais aeroportos brasileiros representa um desafio significativo para o controle da entrada de produtos de origem animal e vegetal proibidos no país. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), esses profissionais são essenciais na fiscalização de bagagens e cargas internacionais, desempenhando um papel crucial na prevenção da entrada de pragas e doenças que podem afetar plantações e rebanhos, com potenciais repercussões para a economia nacional. O fluxo de passageiros e cargas nos principais aeroportos do país aumentou consideravelmente. Apesar do baixo número de profissionais em atividade, o trabalho realizado mantém a operação dentro dos padrões de excelência e segurança, embora com dificuldades diárias. A categoria alerta sobre os riscos dessa situação, pois os auditores precisam fiscalizar uma ampla variedade de itens em todos os voos internacionais que chegam ao Brasil, sendo necessário ter pessoal suficiente para que essas operações sejam sempre realizadas nas melhores condições possíveis. O setor conta o reforço que virá dos concursos no futuro próximo, mas ainda assim não será o suficiente. É preciso centenas de novos auditores espalhados por todo o país. A situação em outros estados também é preocupante. Nesse contexto, os auditores irão votar, nos próximos dias, em assembleia geral, sobre a possibilidade de decretar “estado de mobilização” da categoria, um passo que pode levar à paralisação ou greve. A insatisfação da carreira está relacionada a uma proposta recente do Ministério da Agricultura (Mapa), sugerindo mudanças na estrutura das superintendências regionais. Segundo os auditores, essas alterações podem favorecer nomeações políticas nos cargos de chefia, comprometendo a imparcialidade das fiscalizações não só em aeroportos, mas em frigoríficos e outras operações essenciais.

Cavalo Crioulo se torna o mais caro da história

Um feito histórico marcou o mercado dos cavalos crioulos na última edição da Expointer. A venda de 5% do cavalo Jacinto Cala Bassa TE estabeleceu um novo recorde, superando uma marca que perdurava por mais de uma década. Com apenas 6 anos, o animal de pelagem colorada foi avaliado em impressionantes R$ 22 milhões, tornando-se o cavalo mais caro da raça até hoje. A extraordinária valorização do equino é reflexo não apenas de sua linhagem prestigiosa, mas também de suas conquistas nas competições e de seu perfil promissor. Ao participar de eventos como a Expointer, Bocal de Ouro e leilões renomados, o animal viu seu valor crescer consistentemente, tornando-se o cavalo mais caro da história da raça Crioula. O leilão refletiu o prestígio e a importância do cavalo crioulo no cenário nacional. Jacinto Cala Bassa TE carrega uma genética notável, sendo filho de dois campeões renomados: AS Malke Sedutor e Dinastia Cala Bassa – uma das éguas mais prestigiadas e conceituadas entre os criadores da raça. Além disso, a trajetória que vem sendo escrita por esse animal nas pistas e competições é, com certeza, um dos principais fatores que contribuíram para que ele torna-se o cavalo crioulo mais caro da história, superando o JLS Hermoso. Após uma trajetória de ascensão nas competições, o cavalo consolidou seu status ao vencer o Bocal de Ouro 2024. Em uma disputa acirrada, ele garantiu o bronze na final do Freio de Ouro.

São Paulo inaugura Casa de Agricultura Ecológica

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo inaugurou a Casa de Agricultura Ecológica da zona leste – CAE Leste. O espaço passa a ser um ponto de atendimento especializado para agricultores da região, oferecendo tecnologias agrícolas que incentivam a produção urbana na cidade. A zona leste da cidade é caracterizada por ser um dos principais pontos com agricultura urbana no município. Na plataforma Sampa+Rural há cerca de 800 pontos mapeados que produzem frutas, legumes e verduras para comercialização ou até mesmo para subsistência. A CAE Leste é a segunda inaugurada pela Prefeitura de São Paulo. A primeira, localizada em Parelheiros, extremo sul da cidade, foi inaugurada em 2006, sendo um ponto de encontro entre os agricultores da região com os agrônomos da gestão municipal.

Fávaro anuncia inclusão do SouABR para desconto nos juros do crédito rural

O Ministério da Agricultura vai incluir o programa SouABR (Algodão Brasileiro Responsável) no rol de programas de boas práticas rurais certificados pela pasta. O anúncio foi feito pelo ministro Carlos Fávaro, na abertura do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em Fortaleza(CE). O certificado é um reconhecimento público, que será publicado no Diário Oficial da União, do SouABR. Com esse reconhecimento, todos os produtores que têm o certificado SouABR ganham um desconto de 0,5% nas taxas de juros do Plano Safra. O SouABR é um selo da Abrapa que atesta que as lavouras são produzidas em conformidade com boas práticas socioambientais, sustentáveis e trabalhistas avaliadas com base em 183 critérios. A associação estima que 82% da produção nacional seja chancelada pelo certificado.

PIB da agropecuária cai 2,3% no 2º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária registrou baixa de 2,3% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o recuo é de 2,9%. Já o da indústria marcou alta de 1,8% no segundo trimestre ante o primeiro. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB do setor apresentou avanço de 3,9%. Quanto aos resultados do setor de serviços, houve alta de 1,0% no período. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB apresentou avanço de 3,5%. No âmbito geral, o PIB brasileiro registrou alta de 1,4% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, houve alta de 3,3%. Ainda segundo o instituto, o PIB do segundo trimestre de 2024 totalizou R$ 2,888 trilhões.

MPF aciona justiça para contratação de brigadistas contra incêndios

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma Ação Civil Pública contra a União, pedindo a liberação urgente de verbas para a contratação de brigadistas. De acordo com o órgão, no último dia 22 de agosto foi expedida uma recomendação para a contratação de mais de 450 brigadistas e disponibilidade de aeronaves para combate aos incêndios na região norte. Como o MPF não teve resposta, recorreu à Justiça. Na ação, o Ministério solicita de forma urgente que o Governo Federal libere a verba para contratação de 15 brigadas com 30 brigadistas temporários cada. Além disso, que garanta equipamentos de proteção individual e de combate ao fogo, aeronaves com capacidade para transportar até 12 mil litros de água em cada voo e helicópteros equipados com dispersores de água. É sugerido, inclusive, que a União requisite bombeiros militares de outros estados, como alternativa à contratação. A estimativa dos recursos necessários é do Ibama em Rondônia, com quem as equipes devem atuar para controlar os incêndios da região. Segundo a entidade, atualmente ela possui apenas 205 brigadistas distribuídos em oito bases que atendem o estado e o sul do Amazonas. O Ministério Público Federal pede ainda que a União seja condenada a pagar R$ 50 milhões a título de compensação pelos danos morais coletivos. Outro pedido da Ação Civil Pública é que a Força Nacional de Segurança e o Exército Brasileiro envie homens em quantidade suficiente para garantir o patrulhamento do entorno das áreas onde ocorrem o combate às queimadas. E, ainda, que os agentes brigadistas que trabalham na área de gestão do Ibama em Rondônia, que atendem também no Acre, sul do Amazonas e oeste do Mato Grosso, ganhem escolta.

Japão abre mercado para abacate

O Brasil poderá exportar abacate para o Japão. O aval foi informado ao governo brasileiro. Ao todo agora são 182 novos mercados abertos em 20 meses de governo do presidente Lula para 53 países – recorde absoluto. O Japão foi o 4º maior destino dos produtos agrícolas brasileiros em 2023, com exportações que totalizaram US$ 4,1 bilhões. Em 2024, as vendas de produtos agrícolas foram de US$ 1,71 bilhão nos primeiros sete meses. No segmento de frutas, o país asiático importou US$ 3,29 milhões do Brasil em 2024.

ICMBio suspeita que incêndio na Floresta Nacional de Brasília foi criminoso

O incêndio que se espalha pela Floresta Nacional de Brasília (Flona) desde a manhã de terça-feira (3) pode ter sido criminoso. Essa é a principal suspeita das autoridades do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O incêndio, que já comprometeu aproximadamente um terço da reserva, ameaça também pequenas propriedades rurais e áreas de agricultura familiar que circundam a unidade de conservação. De acordo com o chefe da Flona, Fábio Miranda, três homens foram vistos na mata no momento em que o fogo começou. As características do incêndio não são as mesmas de um incêndio ocasional, fruto de uma queima de manejo de propriedade que saiu do controle e passou para a unidade de conservação, explicou Miranda. Para o chefe da Flona, é possível afirmar o caráter criminoso do incêndio. Até o momento, cerca 1,2 mil hectares, já foi consumido pelas chamas. De acordo com o ICMBio, 93 combatentes trabalham para apagar as chamas.

Conab vai doar sementes de arroz para agricultores familiares do RS

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou a aquisição de 480,4 mil quilos de sementes de arroz para doar às associações de agricultores familiares nos municípios gaúchos de Nova Santa Rita, Eldorado do Sul e Viamão. A compra do produto da safra de 2023/24 seria feita por meio de leilão eletrônico, nesta semana, mas foi adiado para a próxima segunda, dia 9. Os recursos estão sendo destinados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que disponibilizou um crédito orçamentário de R$ 2,5 milhões para a Companhia operacionalizar a compra das sementes para a agricultura familiar.

Lei da “desnegativação” de produtores rurais do RS é sancionado

O PL 25/2024 originou a Lei 14.958, de 3 de setembro de 2024 que foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve facilitar o acesso ao crédito para os produtores rurais do Rio Grande do Sul afetados pelas enchentes de maio. O texto permite que os bancos e instituições financeiras concedam financiamentos mesmo com impedimentos e restrições legais. Esse era um pedido importante do setor do agronegócio gaúcho e já está em vigor desde a publicação no Diário Oficial da União. Nas reuniões com o governo federal, representantes dos produtores rurais reforçavam a dificuldade em acessar os recursos disponibilizados. O setor ainda espera pela resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) com as definições sobre a repactuação de dívidas. O governo ofereceu prazo de oito anos e um ano de carência para a renegociação das dívidas dos produtores rurais, com taxa de juros de no máximo 10%.

Ministério da Justiça autoriza três novas terras indígenas após seis anos sem demarcação

Após um jejum de seis anos, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou a demarcação de três Terras Indígenas (TIs): Apiaká do Pontal e Isolados, no município de Apiacás (MT), Maró e Cobra Grande, em Santarém (PA). A demarcação de TI mais recente no país foi feita em 2018. A estimativa é de que a medida beneficie mais de 1,2 mil indígenas. Dentre os três contemplados, o processo mais antigo estava aberto há mais de duas décadas. As três portarias reconhecendo as demarcações foram assinadas pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em cerimônia no Palácio da Justiça em Brasília (DF). O encontro teve a presença de lideranças indígenas das TIs demarcadas. A demarcação na TI Apiaká abrange 982,3 mil hectares, beneficiando 234 pessoas das etnias Apiaká e Munduruku, além de indígenas isolados. Na Cobra Grande, de 8,9 mil hectares, vivem 583 representantes dos povos Arapium, Jaraqui e Tapajó. Já a TI Maró, cuja área é de 42,3 mil hectares, engloba 400 indígenas Borari e Arapium.

Inquérito sobre morte de 235 mil peixes no rio Piracicaba cita Ajinomoto e Raízen

A Ajinomoto, multinacional do ramo alimentício responsável por marcas como Sazón e Vono, entrou no radar das investigações sobre um derramamento de melaço de cana-de-açúcar que teria matado ao menos 235 mil peixes no rio Piracicaba. A mortandade ocorreu em julho deste ano e é considerada o maior desastre ambiental já registrado no rio. O Ministério Público apura se a Ajinomoto era uma das empresas destinatárias do melaço produzido pela Usina São José, investigada pelo derramamento. A usina nega ser a responsável pelas mortes. O inquérito do Ministério Público também busca esclarecimentos sobre possíveis relações entre as empresas do Grupo Farias, que administra a Usina São José, e a Raízen, joint venture entre Cosan e Shell. Em julho, a usina foi multada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em R$ 18 milhões, uma das maiores multas aplicadas em toda a história da instituição.

Indea confirma caso de raiva bovina em MT

O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) confirmou caso de raiva bovina em uma propriedade rural no município de Porto Estrela, a 200 quilômetros de Cuiabá. O animal, que morreu na semana passada com sintomas da doença, teve a infecção confirmada por exames laboratoriais. Este é o 14º caso confirmado da doença em bovinos no estado em 2024. Após a confirmação, o Indea notificou a Secretaria de Saúde de Porto Estrela e os proprietários de 83 fazendas localizadas em um raio de 10 quilômetros da área afetada, instruindo-os a aplicar mais de uma dose da vacina nos bezerros.

Queimadas podem afetar imagem do Brasil no mundo

O final de agosto foi marcado por um período de clima seco e muitos focos de queimadas espalhados pelo país. Produtores rurais de diversas regiões, especialmente de São Paulo, relatam prejuízos significativos, como é o caso da cana-de-açúcar, com danos que ultrapassam os R$ 500 milhões. E para o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, as queimadas podem afetar a imagem positiva que o Brasil vem construindo no mundo. O entendimento do chefe da agência de promoção é de que governos anteriores agravaram a reputação do Brasil, mas que é preciso ponderar que o atual governo tem feito medidas para reverter isso, inclusive no combate aos incêndios.

Parceria que fortalece setor pesqueiro e aquícola

A fim de promover ações de desenvolvimento sustentável da pesca e aquicultura brasileiras, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) assinou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo o MPA, o ACT tem o intuito de unir esforços para fomentar a capacitação de pequenos e médios produtores, tudo para promover o intercâmbio de conhecimento, inovação, competitividade e sustentabilidade nas atividades relacionadas à pesca e aquicultura. A parceria tem o objetivo de contribuir ainda para a formalização e organização do setor, fortalecendo as cadeias produtivas e promovendo a geração de emprego e renda nas comunidades pesqueiras e aquícolas. Ou seja, ao investir na qualificação dos profissionais e no desenvolvimento de um ambiente de negócios mais favorável, o acordo vai agregar de forma direta no crescimento econômico sustentável, que por sua vez, é importante para a continuidade da atividade pesqueira e aquícola no Brasil.

Inscrições para o PAA Leite são prorrogadas em GO

O Governo de Goiás prorrogou o prazo das inscrições do Programa de Aquisição de Alimentos do Estado de Goiás – PAA Leite. Os produtores de leite interessados em participar do programa terão até 22 de setembro para apresentar as propostas. Com orçamento de R$ 10 milhões, o programa vai adquirir leite integral de produtores para beneficiar mais de 17 mil famílias em vulnerabilidade social. O cadastramento das propostas é realizado exclusivamente por meio da Plataforma do PAA Goiás, disponibilizada no site da Emater Goiás e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Os técnicos da Emater estão preparados para dar todas as orientações necessárias aos produtores durante o período de inscrições.

Brasil pode aumentar participação no mercado mundial de mel

O Brasil está entre os maiores exportadores de mel do mundo, e segundo dados do IBGE (2021), o país teve cerca de 350 mil produtores e registrou um recorde de mais de 61 mil toneladas produzidas. Em 2022, o Brasil exportou 36.886 toneladas de mel. No entanto, este produto reconhecido mundialmente por sua qualidade e sabor enfrenta uma séria ameaça: o mel fraudulento/artificial. Ou seja, aquele que é adulterado e é uma mistura de xaropes, açúcares e outros produtos, que carecem de propriedades nutricionais e benefícios para a saúde. Além disso, eles podem conter substâncias nocivas, como antibióticos, metais pesados e pesticidas. Nesse sentido, a NSF, organização global independente, destaca que é importante que as empresas fabricantes e toda a cadeia de suprimentos desse segmento tenham uma certificação que valide a rastreabilidade e autenticidade do produto. Isso permitirá e dará um alto valor ao produto, aumentando sua participação no mercado e nas exportações. De acordo com a Associação dos Exportadores de Mel (ABEMEL), em 2022, as exportações de mel no Brasil somaram mais de 110 milhões de dólares, sendo os principais destinos de exportação os Estados Unidos, Alemanha e Canadá.