A indicação é que a demanda por profissionais altamente qualificados para o agronegócio será ainda maior este ano, com ganhos salariais atraentes
O Agronegócio é um dos setores da economia brasileira que mais irão contratar profissionais com alta qualificação, elevando assim as perspectivas de ganhos salariais neste mercado. A informação consta da edição de 2024 do guia salarial da consultoria Robert Half, especializada em recrutamento e seleção.
A pesquisa feita pelo guia aponta, por exemplo, que funções como de gerente de fazenda lideram o ranking dos maiores salários, que variam entre R$ 19 mil e R$ 25 mil. Ainda conforme o guia, outros salários interessantes também estão sendo oferecidos para outras ocupações do agro moderno como representante técnico de vendas, cientista de dados, operador de drones e assistente de vendas. Para esses cargos, por exemplo, os vencimentos mensais variam de R$ 5 mil até R$ 14 mil.
A seleção de trabalhadores com alta qualificação profissional (superior e técnica) tem sido um desafio para o setor do agro. A ampliação do uso e a rápida evolução dos recursos tecnológicos usados no agronegócio brasileiro abriram nos últimos anos uma enorme demanda por profissionais com uma formação mais completa e ao mesmo tempo altamente técnica. Essa evolução tecnológica é muito rápida no agro, com maquinários e ferramentas de irrigação que envolvem o uso de softwares de última geração. É um setor que hoje trabalha com muitos dados técnicos, complexos, e apresenta a necessidade de se recrutar profissionais com uma capacitação científica e acadêmica. Os profissionais com capacidade de adaptação às ferramentas tecnológicas que estão surgindo serão valorizados cada vez mais pelo mercado. Prova disso é que entre as posições em destaque, duas, cientista de dados e operadores de drones, são ligadas diretamente às inovações no campo.
A carência por profissionais melhores qualificados existe também em ocupações que exigem grau de estudo abaixo do ensino superior. Entra aí a importância daquele que pretende ocupar uma posição profissional no setor concretizar o ensino técnico médio voltado para o agronegócio. Destaca-se nesse grupo o curso para técnico-mecânico em maquinário agrícola, cuja capacitação tem duração de um ano aproximadamente.
Outro ponto importante a ser lembrado é que, devido a onda de investimentos do exterior (multinacionais) pelas empresas do setor, o domínio de um segundo idioma, especialmente o inglês, segue sendo um complexo desafio na busca por profissionais. Isso é um alerta para os candidatos. Além de toda a capacidade técnica, o segundo idioma conta muito.
Há uma forte demanda por profissionais especializados em produtos, equipamentos e serviços específicos. Portanto, é muito comum que as empresas do setor disputem os mesmos talentos, o que potencializa os desafios. Candidatos dedicados ao aperfeiçoamento contínuo no segmento terão o poder de “dar as cartas” para os empregadores em busca dessa mão de obra. As taxas de desemprego no agro para a população qualificada – a partir de 25 anos e com ensino superior completo – são baixas, próximas dos 3%. Para se manterem atraentes aos profissionais, as empresas que pretendem ter os melhores, terão de estabelecer políticas de trabalho claras, bons pacotes de benefícios e remuneração compatível, pois a concorrência para recrutamento dessa mão-de-obra valorizada será acirradíssima.