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Mulheres paranaenses produzem café especial

Grãos de café nas mãos de uma das Mulheres do Café do Norte Pioneiro

Há dois anos, um grupo de mulheres de Jesuítas, Iracema do Oeste e Formosa do Oeste, municípios do Paraná, se comprometeram em dar uma “chacoalhada” na produção de café local. Uma história que vale a pena ser contada!

O compromisso era produzir um café especial que tivesse um sabor que se destacasse.

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) e a Copacol apoiaram o projeto e disponibilizaram técnicos para acompanhar o processo.

Em reuniões com estes técnicos, as produtoras aprendem práticas para todas as fases da cultura, desde o cuidado com o solo e produção da muda até a comercialização, o que possibilita aumento da rentabilidade e aprimoramento da qualidade.

Entendendo a situação

Altos custos e dificuldades com mão de obra são entraves para que a cafeicultura voltasse com a mesma força de outrora nas terras tomadas hoje por soja e milho. Porém, havia uma crença no potencial da região para produzir cafés diferenciados, proporcionando maior valor agregado.

Em 2018, em discussões do Grupo Feminino da Copacol, o assunto ganhou força, motivado também pelo exemplo de grupos que se formavam no Paraná, como o Mulheres do Café do Norte Pioneiro.

Um minilote de duas sacas foi trabalhado no mesmo ano na propriedade de uma das participantes e representou a região no concurso Café Qualidade Paraná ficando entre os 10 melhores.

Uma trajetória de muito aprendizado

O grupo, de sete mulheres, foi incentivado a fazer plantios em suas propriedades e acompanhar o desenvolvimento. Algumas das participantes vinham de famílias que tinham experiência com o café, mas abandonaram o cultivo em favor do plantio da soja.

Há um ano, parte do mesmo terreno recebeu duas mil mudas, com previsão de aumento. As participantes contam que a atividade vai muito além de apenas produzir, que tem sido um aprendizado, que enxerga a cultura do café de outra maneira, num processo contínuo de aprendizagem sobre o plantio, a bebida, os tipos de bebidas especiais…

Sucessão é uma preocupação constante

E as participantes acreditam que o café será grande atrativo para fixar os jovens no campo. “A gente está querendo que eles também tenham esse amor pelo café porque a gente foi criado no café, a gente sabe como é o café”, afirmam.

A valorização do produto

Especialistas apontam que o café especial, colhido seletivamente, possibilita importante adicional de ganho. Enquanto o produto beneficiado é vendido por cerca de R$ 7,00 o quilo, o selecionado encontra compradores dispostos a pagar até R$ 30,00.

Além da melhoria na produção e na qualidade, o grupo de cafeicultoras do Oeste já coloca em prática a verticalização da atividade, isto é, investe no beneficiamento. Elas efetuam a torra e discutem a melhor forma de comercialização.

O projeto já está num patamar avançado e o produto já tem sua marca. Mais uma forma de se diferenciar no mercado: “Café na Lata, Mulheres do Café de Jesuítas”.

Parcerias comerciais garantem crescimento

O “Café na Lata, Mulheres do Café de Jesuítas” já é o café fornecido para a Sicredi Nossa Terra. Esta parceria foi importantíssima, pois garantiu investimentos para o aumento na escala de produção. Este ano, foi de 60 quilos por mês. Mas do jeito que a coisa tem crescido, a tendência é bastante positiva. Especialistas que atuam dando apoio ao projeto esperam que este sucesso seja mais um incentivo para o engajamento de novas cafeicultoras.

A propriedade que serve como unidade de referência para a escola pertence ao casal de produtores Celina e Gilberto de Oliveira. “Fomos para a roça, estamos colhendo o café cereja, bem vermelhinho, estamos secando de uma forma toda especial para ter uma bebida especial”, disse Celina. “Tem sido muito gratificante”.

Com o espírito do cooperativismo sempre presente, o grupo tem se reunido para a colheita seletiva do café que vai representar a região no Concurso Estadual Café Qualidade Paraná.

Depois disso, o lote será industrializado e oferecido aos apreciadores como um café exclusivo e limitado.

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