O Nelore brasileiro, além de ser considerado hoje como um patrimônio legitimamente nacional, produz carne saudável e natural, exportada para mais de 146 países e cada vez mais demandada por consumidores esclarecidos do mundo todo e é visto como a principal raça da pecuária nacional.
Segundo a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), o Brasil conta com um rebanho de mais de 200 milhões de bovinos de corte e leite criados a pasto com predominância da raça Nelore.
No que tange ao gado de corte, o nelore ou anelorados correspondem a cerca de 80% do total, o que equivale a algo em torno de 100 milhões de cabeças.
Aprimoramento genético
Nas últimas três décadas, a raça também é bastante utilizada no aprimoramento genético do rebanho com o cruzamento com raças europeias das mais variadas.
Este aprimoramento traz grandes benefícios para o produtor, pois maximiza a produtividade o que acarreta maior rentabilidade. Além disso, os ganhos ambientais também são imensos, já que não há necessidade de aumento de pastagens.
O primeiro clone bovino gerado no país a partir de uma célula (clonagem verdadeira) foi utilizando-se a matriz de um nelore adulto.
Origem
A raça ongole (nelore, como é conhecida no Brasil), tem suas origens há cerca de mil anos antes da era cristã. Tudo começou quando os arianos levaram os animais para o continente indiano.
Os indianos consideram o bovino um animal sagrado. Por isso, a maior parte da população é vegetariana e tem o leite como única fonte de proteína animal na dieta. A exploração dos animais é concentrada na produção de leite e no transporte.
O rebanho indiano é constituído, na sua grande maioria, de animais mestiços, de tipos variáveis, em razão da falta de divisões de pastos e das grandes distâncias que são obrigados a percorrer em busca de alimentos durante certas épocas de escassez.
Alguns poucos núcleos de animais foram selecionados pelos criadores locais e constituíam tipos ou raças com características próximas dos troncos fixos existentes. Os troncos conhecidos e considerados puros que deram supostamente origem ao zebu brasileiro são:
- Gado Branco do Norte ou Brahmane;
- Gado Misore do Sul Hallikar, Kangavam, Khillari, Nimari;
- Gado Gir, das regiões de Kathiawar;
- Gado Pardo ou Vermelho Sahiwal, Sindhi;
- Gado Cinza de Madras:
- Norte ou escuro: Hissarr, kankrej, Malvi, Tharparkar;
- Sul ou Claro: Bhagnari, Hariana, Krishna, Nagori, Ongole, Gado de Dhanni do Punjab.
A chegada do nelore ao Brasil
Nellore é o nome de um distrito da antiga Província de Madras, Estado de Andra, situada na costa oriental da Índia, onde foram embarcados os primeiros animais para o Brasil no final do século XIX e início do século XX.
Segundo levantamentos históricos, a raça chegou à costa brasileira no ano de 1868, em Salvador/BA. Dez anos depois, um criador suíço, com propriedade no Rio de Janeiro, o senhor Manoel Ubelhal Lemgruber, importou um casal nelore, aumentando o volume de aquisição em 1883.
Quando os primeiros importadores brasileiros começaram a ir diretamente à Índia, num período que durou dos últimos anos do século XIX até a década de 1920, foram trazidos animais das raças gir, nelore e guzerá, bem como de outras raças zebuínas que não tiveram sucesso no Brasil.
Durante dez anos, as importações foram interrompidas, porém, em 1930 Francisco Ravísio Lemos e Manuel de Oliveira Prata conseguiram licença para importar um lote de quase 200 animais, com a exigência de que os mesmos permanecessem por cerca de 3 meses em quarentena na Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.
Contudo, eram poucos os criadores, especialmente alguns do estado da Bahia, Rio de Janeiro e também do Triangulo Mineiro que interessaram-se pela raça nelore.
Após essa primeira expansão da raça, criadores paulistas e da região central do país começaram a demonstrar interesse pelo nelore.
Os primeiros registros genealógicos da raça ocorreram em 1938. Em 1970, dados da ABCZ já revelam importação de 6,262 mil zebuínos.
Hoje, o animal é considerado o alicerce da cadeia produtiva no país.
Portanto, este contexto teria de mudar radicalmente, e foi especialmente na década de 1960, quando tivemos as mais impactantes importações de nelore para crescimento da raça no Brasil, merecendo destaque a chegada do touro Karvadi, tido como o “pai” da linhagem Nelore Brasileira.
Esse touro foi trazido pelo Médico Veterinário José Deutsch e José Dico a serviço do grande pecuarista Torres Homem Rodrigues da Cunha, acompanhado de outros animais com boas características, tendo como importância um aspecto favorecido por observações de critérios de seleção que estavam sendo desenvolvidos desde os anos de 1930.
Junto a essas importações, destacam-se outros fatores que de alguma forma favoreceram a difusão do nelore em grande parte dos pastos brasileiros, como:
- A utilização da inseminação artificial;
- Formação de pastagens melhoradas e
- Expansão da fronteira agrícola para a região Centro-Oeste e partes da região Norte.
Merecem destaque os grandes genearcas da raça, a exemplo de Karvadi, Taj Mahal, Golias Rastã, Godhavari, Akasamu e Padhu, que ajudaram na base formadora das principais linhagens do nelore até os dias de hoje, assim como de outros touros e das vacas advindas da Índia, que foram importados para padronização da raça no Brasil.
No período de 1939 a 1945 durante a II Guerra Mundial, houve o crescimento da bovinocultura, devido a Europa precisar importar o produto cárneo, e o Brasil foi visto como produtor forte de carne a pasto.
Tendo em vista a este aspecto, grandes indústrias do ramo frigorífico se instalaram no Brasil, como a Anglo e a Swift.
A partir desse período, a raça nelore começou a se destacar pela sua resistência e melhor produtividade em comparação às variadas raças já existentes no país.
Linhagens da raça nelore
O melhoramento da bovinocultura de corte ocorre em todas as raças, mas no Brasil a raça que tem ganhado destaque é a nelore.
O rebanho Nelore brasileiro descende de poucos genearcas, e a maioria deles foram importados da Índia, a partir da década de 1960. Porém, ao utilizar esses genearcas e seus descendentes, houve aumento do processo de endogamia nos animais, necessitando atenção e ações corretivas dos criadores, para que a raça não perca as vantagens em relação a rusticidade, fertilidade e produtividade.
Grupo 1 – Linhagem Karvadi
A principal linhagem que merece destaque até os dias de hoje foi a Karvadi.
O genearca foi introduzido no Brasil em 1963 pelo selecionador Torres Homem Rodrigues da Cunha, proprietário do plantel VR.
Esse touro teve várias premiações dentre elas, foi tetracampeão da Índia e supercampeão da Ásia, sendo o genearca que mais contribuiu no quesito proporção de genes para a população de genes de animais da raça em todo Brasil.
Karvadi era considerado o animal ideal para padrões fenotípicos da época, sendo considerado o touro que mais se assemelhava ao padrão brasileiro.
De acordo à ABCZ (2007) dentre as principais características fenotípicas mais importantes e visualizadas nos descendentes da linhagem Karvadi, destacam-se:
- Boa caracterização racial;
- Musculatura compacta, bem equilibrada;
- Cascos grandes e resistentes;
- Constituição robusta, ossatura forte e bem equilibrada;
- Temperamento ativo;
- Umbigo reduzido.
Grupo 2 – Linhagem Taj Mahal
A linhagem Taj Mahal também deve ser lembrada. Em 1963, o genearca Taj Mahal foi introduzido no Brasil, através do selecionador Veríssimo Costa Junior.
Os pecuaristas destacaram esta linhagem por apresentar um excelente posterior, uma linha perfeita de dorso, sendo que a maior contribuição foi de seu principal descendente, o touro Taj Mahal I.
Segundo as opiniões dos técnicos da ABCZ as principais características fenotípicas observadas nesta linhagem são:
- Carcaça comprida;
- Boa pigmentação da pelagem
- Boa conformação de garupa, osso sacro comprido e não saliente;
- Boa inserção de cauda;
- Temperamento dócil.
Grupo 3- Linhagem Golias
O genearca Golias foi introduzido no Brasil em 1963, pelo selecionador Torres Homem Rodrigues da Cunha, e dentre os touros importados, foi considerado o mais pesado, tendo ganhado importantes prêmios, dentre eles, recordista de peso na Índia.
Entre as principais características fenotípicas, podemos destacar:
- Constituição robusta e ossatura forte;
- Temperamento dócil;
- Acabamento de carcaça precoce, com musculatura bem desenvolvida;
- Boa habilidade materna;
- Bom arqueamento de costelas com tórax amplo;
- Alta rusticidade.
Grupo 4 – Linhagem Godhavari
O genearca Godhavari foi introduzido no Brasil em 1963, pelo selecionador Rubens de Andrade Carvalho. O reprodutor Godhavari teve importância principal na melhoria da raça nelore mocha, destacando os touros: Folguedo OB, Calmante OB, Lajedo OB e Dalamu OB.
Grupo 5 – Linhagem Rastã
Outro genearca importado por Torres Homem Rodrigues da Cunha, em 1963, foi o touro Rastã, sendo que esta linhagem apresenta apenas um desentende, o Touro Eeral.
Os animais dessa linhagem geraram:
- Fêmeas pesadas e férteis;
- Pigmentação firme em animais de pelagem branca;
- Boas matrizes.
Grupo 6 – Linhagem Akasamu e Padhu
Animais importados pelo selecionador Torres Homem Rodrigues da Cunha e posteriormente adquiridos pelo criador Miguel Vita na Bahia, onde se buscou nestes animais unir as características desejáveis, onde Padhu apresentava um bom comprimento de carcaça e Akasamu constava uma boa estrutura óssea e uma musculatura bem desenvolvida.
Grupo 7 – Linhagens Nacionais
A estação experimental de Zootecnia, considerado o Instituto de Zootecnia mais antigo e importante área experimental da raça nelore no Brasil, desde 1951, mantém rebanho da raça, e realizam anualmente prova de ganho de peso de reprodutores de avaliação genética de animais de raça de corte.
A Fazenda Manah localizada na cidade de Uberaba, MG, é selecionador do nelore da Linhagem Lemgruber, que são animais férteis, de temperamento dócil e animais pesados. Seu grande representante é o touro 1646 da MN, que possui todas características citadas.
Grupo 8 – Linhagem Nova Opção
Essa linhagem foi derivada do material genético buscado por pecuaristas tradicionais que ainda acreditavam que a Índia tinha touros reprodutores com um bom material genético da raça, sendo que essas importações ocorreram sem autorização do MAPA no período de 1978 a 1980.
Foram realizados trabalhos em 20 rebanhos fechados, com acasalamentos direcionados, tento resultados positivos, onde teve matrizes com um bom ganho genético.
Caracterização Racial
A raça nelore passou por intenso melhoramento genético no Brasil, sendo direcionada quase que exclusivamente à produção de carne, embora na sua origem a raça tenha sido utilizada para a exploração leiteira.
Os animais nelore apresentam estado geral sadio e vigoroso. A ossatura é leve, robusta e forte, com musculatura compacta e bem distribuída. A masculinidade e a feminilidade são acentuadas.
O temperamento é ativo e dócil.
Apresentam pelagem branca ou cinza-clara, sendo que os machos apresentam o pescoço e o cupim normalmente mais escuros. A pele é preta ou escura, solta, fina, flexível, macia e oleosa. Os pelos são claros, curtos, densos e medulados.
A cabeça tem formato de ataúde, com a cara estreita, arcadas orbitárias não salientes e perfil ligeiramente convexo. A fronte é descarnada, apresentando uma linha média no crânio, no sentido longitudinal, uma depressão alongada (goteira).
O chanfro é reto, largo e proporcional nos machos. Nas fêmeas, é estreito e delicado. O focinho preto e largo, com as narinas dilatadas e bem afastadas, é outra característica da raça. A boca tem abertura média e lábios firmes.
As orelhas do nelore são curtas, com boa simetria entre as bordas superior e inferior, terminando em ponta de lança, e a face interna do pavilhão deve ser voltada para a frente e apresentar movimentação.
A raça pode ser dividida em animais que apresentam chifres e mochos. Os chifres são de cor escura, firmes, curtos de forma cônica, mais grossos na base, achatados e de seção oval, de superfície rugosa e estrias longitudinais. Nascem para cima, acompanhando o perfil, bem implantados na linha da marrafa, assemelhando-se a dois paus fincados simetricamente no crânio. Com o crescimento, podem dirigir-se para fora, para trás e para cima, ou curvando-se para trás e para baixo.
Nos machos, o pescoço é musculoso e com implantação harmoniosa ao tronco. Nas fêmeas, é delicado. A barbela começa debaixo do maxilar inferior e se estende até o umbigo, sendo mais abundante e pregueada nos machos. O peito dos animais é largo e com boa cobertura muscular.
Outra característica dos zebuínos é o cupim. Ele tem papel fisiológico fundamental, servindo com reserva de energia em situações emergenciais. Nos machos, deve ser bem desenvolvido, apoiando-se sobre o cernelha. Nas fêmeas, deve ser reduzido.
A região dorso-lombar é larga e reta, levemente inclinada, tendendo para a horizontal, harmoniosamente ligada à garupa com boa cobertura muscular.
Possui ancas bem afastadas e no mesmo nível. A garupa é comprida, larga, ligeiramente inclinada, no mesmo nível e unida ao lombo, sem saliências ou depressões e com boa cobertura de gordura. Sacro não saliente, no mesmo nível das ancas.
A cauda é inserida harmoniosamente, estendendo-se até os jarretes e vassoura preta.
O tórax é amplo, largo e profundo.
As costelas são compridas e largas, bem arqueadas, afastadas e com espaços intercostais revestidas de músculos e sem depressão atrás das espáduas.
O umbigo deve ser proporcional ao desenvolvimento do animal.
Membros anteriores e posteriores devem apresentar comprimento médio, com ossatura forte e músculos bem desenvolvidos.
Coxas e pernas são largas, com boa cobertura muscular, descendo até os jarretes, com calotes bem pronunciados. As pernas devem ser bem aprumadas e afastadas.
Os cascos devem ser pretos e bem conformados.
As fêmeas devem ter o úbere de volume pequeno, com o formato das tetas de maneira que facilite a aproximação dos bezerros. A vulva deve possuir conformação e desenvolvimento normais.
Os machos devem possuir a bolsa escrotal fina e bem pigmentada, com os dois testículos bem desenvolvidos. A bainha deve ser proporcional ao desenvolvimento do animal e bem direcionada. O prepúcio deve ser recolhido.
Principal Característica de Performance Produtiva e Reprodutiva
O nelore se adaptou muito bem às condições tropicais brasileiras, por possuir excelente capacidade de aproveitar alimentos grosseiros.
Apresenta resistência natural a parasitas, devido às características de seus pelos, que impedem ou dificultam a penetração de pequenos insetos na superfície da pele ou que aí tentam se fixar.
A pele escura, fina e resistente, dificulta a ação de insetos sugadores, além de produzir secreção oleosa repelente, que se intensifica quando os animais estão expostos ao calor.
O nelore é muito resistente ao calor devido à sua superfície corporal ser maior em relação ao corpo e por possuir maior número de glândulas sudoríparas. As características de seus pelos também facilitam o processo de troca com o ambiente.
Além disso, o trato digestivo é 10% menor em relação aos europeus. Portanto seu metabolismo é mais baixo e gera menor quantidade de calor.
Os machos e as fêmeas apresentam elevada longevidade reprodutiva.
Touros nelore possuem instinto muito forte de proteção de seu harém de matrizes.
As vacas apresentam facilidade de parto, por terem garupa com boa angulosidade, boa abertura pélvica e, principalmente, por produzir bezerros pequenos, o que elimina a incidência de distocia.
Outras características das fêmeas são:
- Excelente habilidade materna, oferecendo condições de desenvolvimento aos bezerros até o desmame;
- Instinto de proteção ao bezerro;
- Rusticidade e
- Baixo custo de manutenção.
Os bezerros nelore são espertos. Logo após o parto, já procuram as mães para fazer a mamada do colostro, que lhes fornece imunidade nos primeiros 30 dias de vida.
Características da Carcaça e da Carne
O nelore é a raça, no Brasil, que possui a carcaça mais próxima dos padrões exigidos pelo mercado, por apresentar porte médio, ossatura fina, leve, porosa e menor proporção de cabeça, patas e vísceras, conferido excelente rendimento nos processos industriais.
A precocidade de terminação garante nas carcaças nelore distribuição homogênea da cobertura de gordura, sendo esta carcaça muito valorizada no mercado.
Além disso, a cobertura evita que, durante o resfriamento, ocorra o encurtamento das fibras pelo frio.
A padronização das carcaças Nelore otimiza a estrutura industrial e agrega valor aos cortes.
A carne do nelore tem como principais características o alto teor de sabor e o baixo teor de gordura de marmoreio.
A evolução do nelore no Brasil
Com a criação dos registro genealógico no século XX a raça Nelore passou pela importante fase de consolidação do padrão racial.
Com todos os possíveis erros e acertos inerentes ao processo dinâmico de descobertas, a seleção para compra dos animais na Índia, os comerciantes de zebu e as exposições agropecuárias foram fundamentais para nortear a seleção empírica da raça.
No final da década de 1960, iniciou-se a implantação das provas zootécnicas pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), e as características ponderais peso e ganho de peso foram eleitas como as prioritárias.
No entanto, pouca ou quase nenhuma atenção era dada quanto a idade em que animais atingiam pesos recordes nem com relação ao tamanho dos indivíduos – cada vez maiores. Existiam a seleção para reprodução e habilidade materna por parte dos criadores, mas estas não eram as mais exploradas comercialmente.
Na década de 1970, mais especificamente em 1976, nasce o Touro Gim de Garça que vem da ideia fixa de que o bom era só o POI, em função de seus excelentes ganhos em peso nas provas oficiais.
Esse animal passou a ser utilizado até por criadores mais conservadores. Essa nova onda consolida-se com o conceito do moderno novilho de corte, na década de 1980, descrito com longilíneo, geralmente grande aliado a uma obsessão das pistas de julgamento pelo padrão racial.
Ainda na década de 1980, foi homologado pelo MAPA o primeiro programa para emissão de Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP).
Com o desenvolvimento dos programas existentes e também o surgimento de novos programas, as Diferenças Esperas nas Progênies (DEPs) popularizaram-se a partir do século XXI e um número maior de características passaram a ser mensurados, como:
- Pesos ajustados para diferentes idades;
- Perímetro Escrotal;
- Habilidade;
- Escores Visuais;
- Características de Carcaça avaliadas por ultrassonografia;
- Período de Gestação;
- Idade ao Primeiro Parto;
- Temperamento, entre outras que estão nos programas de melhoramento oficializados pelo MAPA.
Nas décadas de 1990 e 2000 surgiram indícios de que os reprodutores campeões de pista não coincidiam com aqueles que se destacavam em performance a campo e consequentemente em programas de melhoramento genético que ponderam características funcionais, e os grandes campeões já não eram tão cobiçados pelo mercado de sêmen como em tempo atrás.
Tal conceito ficou mais evidente a partir de 2010, quando as estatísticas das centrais de IA (inseminação artificial) evidenciavam grande domínio nas vendas de touros selecionados por avaliações genéticas em relação aos touros originários de pistas.
A seleção de animais geneticamente superiores baseada no mérito genético, a qual se escolhe os indivíduos que se tornarão os pais da próxima geração, promove alterações nas frequências dos genes de interesse e o consequente melhoramento genético que determina as características de importância econômica numa dada população.
O perímetro escrotal é critério de seleção para a precocidade sexual e vem sendo selecionado ao longo dos anos.
A precocidade é marcada pelo início da fase púbere de ambos os sexos, em que os machos apresentam libido e ejaculados capazes de emprenhar e as fêmeas no aparecimento de cio fértil, determinando assim a probabilidade de parto precoce.
Os registros de perímetro escrotal para a raça nelore são de mensurações ocorridas aos 365, 450 e 550 dias de idade.
Os animais de origem zebuína tendem a atingir a puberdade mais tardiamente quando comparados aos animais taurinos, porém apresentam maior longevidade na sua vida produtiva.
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Fontes de pesquisa:
Associação de Criadores de Nelore do Brasil – ACNB,
Associação Brasileira de Criadores de Zebu – ABCZ,
Evolução da Raça Nelore no Brasil de Pablo Maciel Santos (UFG, 2017)
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