Essa imagem está mudando. No lugar de agrotóxicos, as vendas de defensivos biológicos cresceram significativamente e o país vem desenvolvendo e utilizando soluções biológicas mais assertivas
O Brasil possui uma biodiversidade riquíssima. São cerca de 150 mil espécies animais e vegetais. E, especialmente desde 2018, quando as vendas de defensivos biológicos cresceram significativamente, o país vem desenvolvendo e utilizando soluções biológicas mais assertivas.
O Programa Nacional de Bioinsumos, lançado pelo governo federal em maio passado, garantiu que o aporte para pesquisa e desenvolvimento neste setor deve ser maior, possibilitando ainda mais novas pesquisas de soluções a base de biológicos.
Perfil do produtor brasileiro: inovador e sustentável
Em vista da busca da sustentabilidade, uma preocupação global, a utilização de bioinsumos cresce em torno de 10% ao ano em outros países. No Brasil, graças ao perfil inovador e responsável de nossos produtores, este crescimento é ainda maior: mais de 15% ao ano.
E estamos realmente muito na frente quando se trata da utilização de bioinsumos. No setor de hortifruti o crescimento anual é de 25%. A área produtiva nacional que já se utiliza deste tipo de tratamento já alcança cerca de 10 mil hectares.
Mais de 40 culturas protegidas por defensivos biológicos
O mercado brasileiro conta agora com biofungicidas capazes de defender mais de 40 culturas de frutas e hortaliças, desde as principais folhosas, batata, pimentão, tomate até morango, uva, manga e pera.
À base do ingrediente ativo Bacillus amyloliquefaciens, o agente biológico age em doenças de raízes e folhas, causadas por fungos e algumas bactérias, formando um escudo de proteção e, assim, evitando as doenças. É indicado para podridão olho-de-boi, mofo cinzento, queima das pontas, rizoctoniose, tombamento e mancha bacteriana, envolvendo, inclusive, outras culturas que sofrem com as doenças como tabaco e feijão.
O biofungicida pode ser usado sozinho ou combinado com químicos e tem indicação para cultivos orgânicos. Importante destacar que o produto age de forma preventiva, antes da doença se instalar.
Ataque de fungos na hortifruticultura(H3)
Sofrer com ataques de fungos é bastante comum na hortifurticultura. As doenças em vegetais causadas por fungos representam 65% do total. Algumas dessas doenças podem ocasionar enormes grandes. Por exemplo:
- em culturas de morango a infestação com botrytis pode causar perdas de 50%;
- nas das uvas o mesmo fungo pode levar a prejuízos de 60%;
- nas das melancias a mancha foliar pode impactar em 30%, podendo levar a perda da totalidade da produção;
- em culturas de beterraba, a rizoctonia, um fungo de solo, pode levar a prejuízos de 100% exigindo o replantio;
- nas culturas de batata, a rizoctonia também pode causar perda total da produção,
- em várias culturas, como a da cebola, a dificuldade de se controlar doenças de fungos leva à elevação dos preços ao consumidor.
Os biofungicidas podem auxiliar na mudança deste panorama. Produções mais seguras, com produtos de melhor qualidade e proporcionando remuneração e valorização da atividade agrícola nacional.