Cada dia mais o agronegócio se consolida como um setor destacado na economia mundial, seja por sua relevância produtiva em si, pela perspectiva natural de sua infinitude ou ainda pelos incontáveis desdobramentos que ocasiona, proporcionando a ativação de diversos outros setores. Um alicerce de valor inestimável, para muitos outros mercados.
Como em qualquer outro setor de mercado, o agro também apresenta fragilidades. A maior delas parece ser a própria condução dos negócios. A forma de fazer isso, que nos termos atuais admite uma infinidade de modelos, desde startups até mega-multinacionais, cada qual com suas respectivas características e requerimentos. Pois aqui no agro brasileiro, predominantemente observamos o modelo da sucessão familiar, aquele que privilegia TRADIÇÃO e EXPERIÊNCIA, aliados ao CONTROLE: O OLHO DO DONO É QUE ENGORDA O GADO.
Isso pode ser bom, ou não! Vejamos!
A gestão de negócios deve ser adequada para cada modelo, mas o objetivo é sempre o mesmo. Trata-se de harmonizar pessoas, processos, máquinas, materiais e outros recursos, para a obtenção de RESULTADOS. Os melhores possíveis!
As novas e surpreendentes tecnologias, juntamente com os novos modelos de negócios, chegaram ao campo. E tudo isso demanda uma série de novas habilidades, que as PESSOAS ainda precisam desenvolver.
O OLHO DO DONO, neste momento, deve estar focado na busca da eficiência e da eficácia, para a condução dos negócios. É preciso concentrar todos os esforços para a obtenção de RESULTADOS.
OK! Mas, como se faz isso?
Certamente, cada negócio têm sua estrutura e requerimentos diferentes, para entregar os RESULTADOS esperados. Se o seu negócio é uma startup, uma propriedade rural de médio porte ou uma super-fazenda, há um modelo de negócio que poderá ser adequado para atender às suas necessidades. A escolha desse modelo, permitirá o desenvolvimento de um Plano de Negócios, estruturado em suas devidas metodologias (CANVAS, BALANCED SCORECARD-BSC®, etc), o importante é buscar essa estruturação de um PLANO para a obtenção dos RESULTADOS. Esse é o primeiro passo.
Bem, aqui me atrevo a dizer que a escolha de um modelo adequado para desenvolver o Plano de Negócios de seu empreendimento é o equivalente moderno à aplicação da teoria do OLHO DO DONO, em seu melhor sentido.
A seguir, “mergulhar” no PLANO! O que significa isso? Revisar, repensar, reestruturar o seu negócio, à partir de um PLANO, contando com a participação das pessoas que estão ligadas a ele, o que consequentemente transformará uma situação de envolvimento numa situação de comprometimento das mesmas.
Avaliar ou reavaliar os 3 pilares vitais de sua organização.
Observação – Para melhor conexão da gente que vive do campo, ao expor os conceitos teóricos de cada pilar, foi incluída (entre parêntesis) a mesma nomenclatura que é utilizada pela RuraltecTV:
Valores ou Princípios (SEMEADURA): As características, atitudes e iniciativas valorizadas e respeitadas pela cultura da organização, que potencializam o cumprimento da MISSÃO;
Missão ou Propósito (FERTILIZAÇÃO): Razão da existência, orienta as ações para alcançar a VISÃO da organização;
Visão ou Sonho (COLHEITA): O conjunto abrangente de intenções e aspirações para o futuro. O SONHO da organização.
E é só isso? Não! Isso é só o começo…
Agora, com a estrutura revisada, é hora de trabalhar em seu PLANO. Primeiro, definir os objetivos e as ações que serão implantadas (respeitando os 3 pilares vitais de sua organização) para buscar os RESULTADOS desejados.
Trate de colocar objetivos possíveis de serem alcançados, mas que representem algum DESAFIO para o seu negócio. Isso garantirá o saudável “friozinho na barriga” (sem exageros) de todo mundo! Além disso, é importante definir prazos, para alcança-los e métricas para comprovar o seu atingimento.
Bem, daí para frente, é preciso criar algo que envolva (com comprometimento) a maior parte das pessoas de sua organização. Podemos chamar de PLANO TÁTICO. Este será o mapa das ações das pessoas, em busca dos OBJETIVOS comuns da organização. É muito importante criar este “mapa”, onde estarão apresentados os OBJETIVOS, com o detalhamento das ações dedicadas (a cada um deles), responsáveis, prazos, indicadores (métricas para certificar que atingimos ou não um objetivo).
OK! Então, agora terminou? Na, na, não! Agora é que vem o TRABALHO!
Quando estruturado dessa forma, o PLANO começa a andar com suas próprias pernas. À partir daí, cada pessoa deve executar a parte que lhe cabe (AÇÕES) e a condução do PLANO DE NEGÓCIOS estará sistematizada, à partir de uma rotina que deverá respeitar um ciclo do tipo:
Esse exercício mental de COMO fazer, resumido nas poucas linhas acima, certamente não é o mais completo e talvez seja até um pouco simplista. Mas acredito que vale estimular um novo OLHAR DO DONO PARA O CAMPO (onde está o GADO a ser engordado).
O mundo e os negócios estão mudando constantemente e em velocidades cada dia maiores. Os empreendedores e empresários do agronegócio, independentemente da relevância atual de seus negócios, precisam desenvolver novas maneiras de pensar e agir, diferente de seus modelos tradicionais, agregando mais agilidade e rapidez às suas decisões.
Esse novo OLHAR para o agronegócio será possível à partir do estabelecimento de um modelo de gestão de negócios que prima pela estruturação de seus processos e preparação e profissionalização crescente de suas PESSOAS.
Finalizando, é realmente o Olho do Dono que Engorda o Gado? Será certamente, se o OLHO estiver bem treinado e preparado para separar o joio do trigo!