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PANCs

As plantas não convencionais ganharam destaque e estão sendo cada vez mais inseridas no dia a dia dos brasileiros

As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), como o nome já diz, são as plantas pouco consumidas na alimentação, seja por falta de costume ou de informação

Muitas delas, inclusive, são descartadas por serem confundidas com pragas e ervas daninhas, assim como a rúcula, que era considerada uma planta invasora até algum tempo atrás.

Com o aumento da procura pela alimentação saudável e baseada no consumo de alimentos orgânicos e naturais, as plantas não convencionais ganharam destaque e estão sendo cada vez mais inseridas no dia a dia dos brasileiros, garantindo um cardápio variado e altamente nutritivo.

Selecionamos as 15 PANCs mais comuns para produzir e consumir:

Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata) – Usada como cerca viva, a planta é uma ótima fonte de fibras, proteínas e vitaminas. Ela auxilia no funcionamento intestinal e fortalece o sistema imunológico, promovendo saciedade e combatendo os radicais livres, que podem implicar em futuras doenças.

Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata)
Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata)

Com alto teor de proteína — aproximadamente 25% de sua composição —, as folhas e o caule da ora-pro-nobis podem ser consumidos em saladas, refogados, omeletes, massas e sucos!

Bertalha (Basella alba) – Originária da Índia, é uma trepadeira conhecida também como espinafre-indiano, que apresenta diversas propriedades medicinais e benefícios à saúde.

Bertalha (Basella alba)
Bertalha (Basella alba)

A verdura verde-escura possui folhas ricas em nutrientes, como cálcio, ferro e vitaminas A, B, B2, B5 e C, que podem ser refogadas e utilizadas na preparação de tortas, sopas e saladas.

Beldroega (Portulaca oleracea) – Facilmente confundida com “mato”, a beldroega é uma das PANCs mais comuns, consagrada por seus usos medicinais. Suculenta e rasteira, a planta apresenta pequenas flores amarelas e pode ser consumida cozida ou crua.

Beldroega (Portulaca oleracea)
Beldroega (Portulaca oleracea)

Além de ser uma rica fonte de ômega-3, recomendada para problemas cardiovasculares, apresenta propriedades diuréticas, analgésicas e anti-glicêmicas, fazendo jus ao seu famoso poder curativo.

Taioba (Xanthosoma sagittifolium) – Também chamada de orelha de elefante por conta do formato de suas folhas, a taioba é uma das plantas ideais para tornar o cardápio mais nutritivo.

Taioba (Xanthosoma sagittifolium)
Taioba (Xanthosoma sagittifolium)

Dentre os diversos benefícios que seu consumo apresenta, estão a melhora da visão, combate a prisão de ventre, fortalecimento do sistema imunológico e prevenção de anemia e osteoporose.

Jacatupé (Pachyrhizus tuberosus) – Feijão-macuco e batata d’água são alguns dos nomes populares para a jacatupé, planta com propriedade diurética e antitussígena (contra tosse). A PANC é uma trepadeira com partes subterrâneas, lembrando as queridas batatas, muito utilizadas no cardápio brasileiro.

Jacatupé (Pachyrhizus tuberosus) - Planta e tubérculos
Jacatupé (Pachyrhizus tuberosus) – Planta e tubérculos

Porém, é importante saber que somente suas raízes, crocantes e levemente adocicadas, são comestíveis, e que as outras partes aéreas da planta são tóxicas e não devem ser consumidas.

Dente-de-leão (Taraxacum officinale) – Quem nunca soprou um dente-de-leão para ver suas sementes voarem ao vento? Reconhecida como uma das PANCs mais comuns, o dente-de-leão possui uma poderosa ação digestiva, recomendada para tratamentos do fígado.

Dente-de-leão (Taraxacum officinale) - Planta e sementes maduras
Dente-de-leão (Taraxacum officinale) – Planta e sementes maduras

O consumo da planta também apresenta vantagens, auxiliando na eliminação da urina, facilitando a digestão e abrindo o apetite, e pode ser feito por meio de chás, saladas, recheios de tortas e molhos.

Serralha (Sonchus oleraceus) – Muito parecida com o dente-de-leão, porém é possível diferenciá-las. Enquanto a primeira não tem caule e produz somente uma flor, amarela e grande, a serralha possui caule longo e desenvolve cachos de flores amarelas, também em formato de roseta.

Serralha (Sonchus oleraceus)
Serralha (Sonchus oleraceus)

Conhecida por combater dores no estômago e desintoxicar o fígado, essa PANC apresenta diversos nutrientes, vitaminas e minerais, e tem ação anti-inflamatória, anticancerígena e purificante.

Hibisco (Hibiscus sabdariffa) – Altamente nutritiva, com ação anticoagulante e cicatrizante, considerada uma das melhores fontes de ferro, deixando o famoso espinafre para trás. Suas folhas jovens, flores e sementes são comestíveis e podem ser consumidas cruas, refogadas ou cozidas. Saiba aqui como cultivá-lo.

Hibisco (Hibiscus sabdariffa)
Hibisco (Hibiscus sabdariffa)

Peixinho (Stachys byzantina) – Também conhecida como lambari da horta, a planta é muito utilizada na decoração e na culinária. Suculenta e de cor verde-prateada, a PANC atua contra a tosse e irritações da faringe, além de apresentar ação microbiana e emoliente, amaciando e suavizando a pele. O peixinho da terra pode ser servido frito ou empanado, em pratos elaborados ou como petiscos.

Peixinho (Stachys byzantina)
Peixinho (Stachys byzantina)

Capeba (Pothomorphe umbellata) – De sabor picante, a capeba é parente da pimenta do reino e pode ser confundida com o tapiá, uma planta tóxica. A PANC é muito utilizada para prevenir e combater infecções urinárias, assim como para atuar contra dores musculares, vermes e a anemia. Sua principal forma de consumo é por meio de chás ou saladas de folhas cozidas.

Capeba (Pothomorphe umbellata)
Capeba (Pothomorphe umbellata)

Picão branco (Galinsoga parviflora) – Originário da América do Sul, é uma das PANCS mais comuns de serem confundidas com erva daninha. Elas apresentam pequenas flores brancas, mas são suas folhas que possuem caráter medicinal.

Picão branco (Galinsoga parviflora)
Picão branco (Galinsoga parviflora)

Com ação anti-inflamatória e cicatrizante, a planta também é conhecida por desintoxicar e regenerar o sistema hepático. É consumida em forma de chá e pode ser usada externamente, em banhos a base da planta. A única restrição para o consumo do picão branco é para grávidas, pois pode restringir o fluxo de urina no organismo.

Folhas da batata doce (Ipomea batatas) – Sempre presentes nas refeições do dia a dia. Mas você sabia que suas folhas são ricas fontes de nutrientes e antioxidantes? Quando cruas, podem ser tóxicas, mas refogadas, são totalmente seguras e saborosas.

Folhas da batata doce (Ipomea batatas)
Folhas da batata doce (Ipomea batatas)

Elas apresentam ação anti-inflamatória, diminuindo o inchaço e auxiliando na perda de peso. Além disso, as proteínas presentes na folha ajudam a prolongar a saciedade, sendo ótima opção para tratamentos de compulsão alimentar.

Mangará ou coração de bananeira (Musa paradisíaca) – É a parte da planta em que nascem os cachos de bananas, retirado quando as frutas ainda estão verdes. Com formato de coração, somente a parte interna — que apresenta a mesma textura e coloração que a do palmito — deve ser consumida, imediatamente após ser retirada.

Mangará ou coração de bananeira (Musa paradisiaca)
Mangará ou coração de bananeira (Musa paradisiaca)

É rico em nutrientes e carboidratos, que dão saciedade e diminui a ansiedade. A planta também possui flavonóides, compostos bioativos que atuam contra os danos oxidativos e neutralizam os radicais livres.

Trapoeraba (Commelina erecta) – Planta alimentícia também muito confundida com erva daninha, por não necessitar de um solo rico para se desenvolver. De folhas e caules roxos, apresentam pequenas flores roxas, rosas ou azuladas, e são ricas em fibras e proteínas, com funções diuréticas, anti-inflamatórias e anti-reumáticas.

Trapoeraba (Commelina erecta)
Trapoeraba (Commelina erecta)

Pode ser consumida em saladas, ensopados e refogados ou em forma de chá, eliminando as toxinas do organismo.

Azedinha (Rumex acetosa) – Também chamada de erva-vinagreira, é uma das PANCS mais famosas dentre os entusiastas da dieta Plant Based. Como seu nome já diz, apresenta um sabor ácido característico e pode ser consumida tanto crua quanto cozida, em sucos, saladas, refogados, massas e sopas.

Azedinha (Rumex acetosa)
Azedinha (Rumex acetosa)

Altamente nutritiva, a planta é fácil de ser cultivada, mas não deve ser consumida em grandes quantidades, pois possui uma alta concentração de ácido oxálico.

“Matos de comer”

Adicionar as plantas consideradas “matos de comer”, no dia a dia, é uma maneira inteligente e acessível de tornar a alimentação mais saudável.

ATENÇÃO!!! Caso você tenha uma dieta restrita
ou sofre com alguma doença, consulte seu médico
de confiança antes de consumi-las.

Outro ponto importante é sempre lavar bem as plantas antes de prepará-las, e não consumir PANCs cultivadas em locais poluídos ou desconhecidos.

Por fim, saiba que há plantas venenosas e maléficas. Não invente pratos com plantas que não conhece!

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