APICULTURA -  Como montar um apiário

Gado em sistema IPF

Fique sabendo que a presença de árvores melhora a qualidade da pastagem que apresenta teor elevado de proteína bruta, quando comparada a um modelo tradicional

Sim! Pesquisadores confirmam que as forragens na integração pecuária-floresta (IPF) apresentam teor elevado de proteína bruta quando comparado a modelos pecuários tradicionais.

Um pasto sombreado tem características nutritivas superiores e produtividade semelhante às de uma pastagem a pleno sol manejada da mesma maneira.

Melhor alimentação para sua criação

O manejo das árvores é estratégico para garantir o equilíbrio em sistemas de integração pecuária-floresta (IPF) ou silvipastoril. Além de manter a produtividade da pastagem e melhorar a qualidade da madeira remanescente, a forragem nesse sistema apresentou teor elevado de proteína bruta, quando comparada a um modelo pecuário tradicional, sem a presença do componente arbóreo, o que significa maior qualidade do alimento aos animais.

A forragem na integração pecuária-floresta (IPF) apresentou teor elevado de proteína bruta quando comparado a um modelo pecuário tradicional - Foto: Gisele Rosso
A forragem na integração pecuária-floresta (IPF) apresentou teor elevado de proteína bruta quando comparado a um modelo pecuário tradicional – Foto: Gisele Rosso

Os sistemas silvipastoris são opções sustentáveis para o pecuarista realizar a intensificação das pastagens. Com as árvores integradas à pecuária, o produtor proporciona bem-estar aos animais e contribui para a remoção do carbono atmosférico e mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Sem contar que o componente arbóreo é uma boa aposta para garantir créditos de carbono no futuro, uma nova alternativa de renda.

Benefícios do IPF

De acordo com pesquisadores da Embrapa, o manejo das árvores no sistema silvipastoril proporcionou aumento da produção da forragem em comparação aos anos anteriores. Antes do desbaste, utilizando a média de duas estações – dois verões –, que a época mais produtiva da pastagem, a produção de forragem no silvipastoril foi 45% inferior ao sistema a pleno sol: 996 Kg/hectare contra 1,87 mil Kg/hectare, respectivamente.

Nos dois verões posteriores ao manejo, a produção foi bem diferente: quase 2 mil Kg/hectare no modelo integrado e 2,38 mil Kg/hectare a pleno sol.

Sistema IPF - Foto: José Pezzopane
Sistema IPF – Foto: José Pezzopane

Vale ressaltar que os dois sistemas foram manejados sob o mesmo tipo de pastejo, ou seja, rotacionado com adubação nitrogenada da pastagem.

Práticas como o desbaste ou a desrama são opções para diminuir a competição por recursos entre o pasto e as árvores, garantindo uma produção equilibrada entre todos os elementos do sistema. 

Resultados da pesquisa

  • O teor de proteína bruta foi maior no IPF do que a pleno sol na maioria das estações do ano.
  • Já o acúmulo de forragem nos dois sistemas foi semelhante. A produção de forragem foi favorecida pelo desbaste, principalmente próximo ao evento, enquanto sua qualidade foi consistentemente superior no IPF.

Quando o pecuarista consegue utilizar, na mesma área, pecuária e produção de madeira com eficiência, ele tem diversos benefícios. Além da renda alternativa com a madeira, há os serviços ecossistêmicos como diversificação de espécies e fixação de carbono (C), que geralmente não são computados.

Resumo da pesquisa

Resultados positivos dependem de interações sinérgicas entre os componentes

É possível perceber visualmente quando manejar, não sendo necessário ter o equipamento de medição de radiação. É preciso observar e estar atento a todos os elementos.

O momento certo para o manejo é indicado pelo nível de retenção de luz pelas árvores. Caso ultrapasse os 35%, deve-se fazer o desbaste.

Como efetuar o desbaste

Verificar o crescimento do diâmetro e da altura também contribui para definição do ponto ideal de manejo. Outros indicativos são a estabilização do crescimento das árvores, vigor das pastagens e as oportunidades de exploração da madeira para usos na propriedade ou para venda.

Animais pastando no sistema IPF - Foto: Juliana Sussai
Animais pastando no sistema IPF – Foto: Juliana Sussai

Recurso hídrico e bem-estar animal

Além do que já foi citado, a presença de árvores reduz o escoamento superficial e permite explorar camadas mais profundas do solo para captação de água que, em condições de disponibilidade hídrica adequada, aumenta o uso total de água pelo sistema.

Ainda, a sombra reduz a radiação e o estresse térmico nos bovinos, o que pode reverter em maior desempenho animal.

Resumindo, o manejo adequado de árvores traz mais qualidade
e produtividade! E isso significa maior rentabilidade!

Assista ao vídeo “Árvores integradas à pecuária melhoram a qualidade do pasto” da Embrapa

Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste

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