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Pastagens – As piores pragas

Vacas jersey pastando

A pecuária de corte e de leite sofrem significativamente pelos prejuízos causados por pragas em pastagens

Uma pastagem sadia é o melhor caminho para aumentar a lotação por área e ter lucro na pecuária e isso passa inevitavelmente pelo controle de pragas.

A melhor forma de enfrentar e combater essas pragas é, com base na sua identificação, adotar estratégias de manejo preventivo e controle na área de produção.

Aproximadamente 500 espécies de insetos interferem diretamente na saúde das pastagens, no entanto, poucas delas realmente comprometem o rendimento e um grupo ainda menor tem potencial de provocar danos econômicos significativos à pecuária.

Produtores devem estar sempre atentos

Ataques de pragas podem ser prejudiciais em diversos momentos – do desenvolvimento das forrageiras, podendo afetar desde o desenvolvimento da raiz, até sua parte aérea.

Na fase inicial, elas são responsáveis por causar atrasos ou falhas no estabelecimento de uma nova área de pastagem, o que é péssimo tanto para a produção leiteira quanto para a produção de carne.

Se o pecuarista pretende dar início a um confinamento no fim do período de chuvas, por exemplo, ele deve certificar-se de que o pastejo ocorreu normalmente e não teve a interferência indesejada de nenhuma praga, pois, isso pode comprometer a alta eficiência do rebanho a ser confinado.

Cigarrinhas

Cigarrinha das pastagens (Deois flavopicta)
Cigarrinha das pastagens (Deois flavopicta)

Entre as pragas mais perigosas e devastadoras estão as Cigarrinhas. São sugadores de gramíneas, como os capins. Seu controle deve se intensificar nos meses chuvosos, quando ocorre a eclosão dos ovos.

Após a eclosão, as ninfas se alojam na base das gramíneas forrageiras, junto ao solo para sugar seiva, onde permanecem envoltas por uma espuma que as protege da desidratação pela radiação solar e do controle de inseticidas químicos.

O controle das cigarrinhas-das-pastagens compreende vários métodos, os quais constituem um programa de controle integrado de pragas (MIP), alinhando os controles químico e biológico, que se configura como a melhor e mais eficaz estratégia.

Essa estratégia inicia-se com a adoção do controle químico exatamente quando surgirem os primeiros adultos após o início da estação chuvosa. Nesse momento, os inseticidas irão agir, principalmente, sobre os adultos de cigarrinhas, já que as ninfas ficam protegidas pela espuma. Após o controle químico inicial, quando aparecerem as ninfas da segunda e terceira gerações.

Outro controle é o cultural, fazendo o uso de cultivares mais resistentes que bloqueiam o desenvolvimento das ninfas.

Lagartas

Lagarta da espiga (Helicoverpa armigera)

Em pastagens, as lagartas são consideradas pragas ocasionais, não ocorrendo de forma recorrente, mas quando estão em altos níveis populacionais elas têm o potencial alto de reduzir a quantidade de forragem disponível.

O problema é que isso tem sido cada vez mais comum (gêneros Helicoverpa, Spodoptera e Mocis), principalmente devido aos cultivares de grandes culturas transgênicas com resistência à lagarta e à proximidade com lavouras.

O controle deve começar no estabelecimento da pastagem, nos primeiros 5 dias de germinação da plântula forrageira, garantindo que ela se estabeleça como desejado.

Curuquere dos capinzais (Mocis latipes)
Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda)

As lagartas, tal como as cigarrinhas, devem ser combatidas enquanto ainda são jovens. Afinal, quanto maiores são, maior será o potencial de consumir o capim.

O recomendado é que, na fase inicial, o ataque destes insetos se inicie em reboleiras ou faixas, permitindo o controle em áreas relativamente pequenas.

Nestas áreas, poderão ser aplicados inseticidas de baixa toxicidade e curto poder residual, sendo necessário retirar os animais da área tratada, respeitando o período de segurança estabelecido de cada produto utilizado.

Há também produtos biológicos, alguns, inclusive, que não exigem a retirada dos animais das áreas tratadas. Outra importante vantagem desse tipo de controle biológico consiste no fato de que não elimina os inimigos naturais presentes na pastagem.

Cupins

Cupinzeiros na pastagem degradada
Cupim de montículo (Cornitermes cumulans)

Os cupins são insetos com altas frequências em pastagens, com seus ninhos sendo vistos em vários locais. Eles podem causar desuniformidade da lavoura e as raízes também podem ser atacadas, causando a morte das plantas.

Os números de cupinzeiros tendem a aumentar em áreas mais compactadas e degradadas, como muitas áreas de pastagens do Brasil.

A melhor recomendação é eliminar os cupinzeiros no pasto. Para isso, insira uma barra de ferro no cupinzeiro até 15 cm aprofundado na terra. Neste ponto estará localizada a câmara da rainha, onde o cupinzeiro fica mole e com menor resistência. Na parte superior da barra de ferro, coloque uma mangueira com um funil e jogue o inseticida líquido.

Há a possibilidade de utilizar inseticidas em pastilhas, no qual o procedimento é o mesmo, porém, após inserir dentro do cupinzeiro, ele deve ser lacrado com barro. O gás da pastilha será disseminado internamente, e os cupins irão morrer lá dentro. Depois disso, basta aguardar 10 dias para remover esses cupinzeiros.

ATENÇÃO: Nunca se deve remover os cupinzeiros com os insetos ainda vivos, pois, a proliferação pode ser ainda maior.

Outras pragas

Formiga cortadeira saúva

Existem outras pragas que hoje estão cada vez mais ganhando espaço nas pastagens como: formigas cortadeiras, percevejo-preto, gafanhotos e cochonilha dos capins. Mas dois deles estão crescendo pela dificuldade de identificação e controle que são a pulguinha saltona (Chaetocnema sp.), que é um micro-coleóptero que ataca nas horas mais frescas do dia e principalmente no início do desenvolvimento da plântula, se o produtor demorar para avaliar pode perder toda a área.

Pulga saltona (Chaetocnema sp.)
Percevejo castanho (Scaptocoris castanea)

E o outro é o percevejo castanho (Scaptocoris castanea e Scaptocoris carvalhoi), o controle químico é pouco eficaz, pois o inseto fica no solo e se alimenta de diversos tipos de plantas, então o melhor é a prevenção, com um bom preparo do solo, rotação de culturas e adubação e manejo da forrageira.

Prevenção: cultivares resistentes

Para se obter bons resultados no combate aos ataques de insetos-praga em pastagens é importante adotar medidas preventivas. Um exemplo disso é o uso de espécies de pastagens que sejam resistentes ao ataque de pragas. Em qualquer caso consulte sempre um Engenheiro Agrônomo.

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