Estudos apontam que o carrapato causa prejuízos na ordem de US$ 3,2 bi por ano ao setor
O projeto financiado pela Fapesp, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, é desenvolvido pela Decoy Smart, uma startup de biotecnologia que tem como proposta promover o controle biológico de pragas para diminuir sua influência negativa na produtividade e na qualidade dos alimentos.
“Estudar a natureza”
A natureza é sábia. Ela sabe se proteger. A pesquisa começou conhecendo o carrapato e entendendo o ciclo de vida dele. Desta forma, identificou-se um fungo que poderia ser aliado no controle do parasita.
Esse fungo libera enzimas que digerem o carrapato por dentro. E com condições ambientais favoráveis, ele se reproduz e libera outros esporos que infectam outros carrapatos, gerando um efeito em cadeia, que potencializa o controle.
Usar o poder da natureza no lugar certo, na hora certa
Os fungos começam a agir a partir de dois a três dias, sendo que a morte dos carrapatos já é expressiva a partir de sete dias.
Um dos grandes desafios que o produtor tem na luta contra o carrapato é a infestação não só nos animais, como também no pasto. Como já chamamos atenção em DICAS – Carrapato – perigo para saúde do seu cão, é no ambiente que estão 95% da população dos parasitas de uma fazenda. Apenas 5% estão no animal!
Estes 5% realmente dão dor de cabeça e prejuízo. Mas a fonte do problema está na pastagem!
Controle estratégico
Forma desenvolvidos dois produtos: um que é aplicado no animal e um para a pastagem. O tratamento é ideal quando combinado os dois processos.
Produtos
Segundo o pesquisador, os produtos seguem um protocolo de aplicação para garantir sua eficácia máxima, dentro de um período que varia conforme o grau de infestação.
O protocolo padrão prescreve pulverização a cada 21 dias. É um tratamento de longo prazo, mas este intervalo pode ser tanto aumentado como reduzido, dependendo da infestação. Como ele “não faz mal”, pode ser aplicado toda semana, conforme asseguram os pesquisadores.
Segurança alimentar
Outra grande vantagem da tecnologia é que o produto não deixa resíduos na carne ou no leite, ou seja, não precisa de um prazo de carência. Também não é tóxico nem para os humanos, nem para os animais, sejam bovinos, equinos, caninos, ovinos etc.
Segundo os pesquisadores, o produto pode ser aplicado junto a outros insumos convencionais e, como se trata de um inimigo natural dos ectoparasitas, não tem problemas com resistência ao seu método de controle. Completamente seguro para o animal, completamente seguro para quem aplica, completamente seguro para quem consome, completamente seguro para o meio ambiente”, garantem.
Testes
Enquanto ainda aguarda a aprovação dos documentos junto ao Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – para iniciar sua comercialização, os produtos estão sendo testados em propriedades que se dispõem a contribuir com a coleta de dados sobre a nova proposta de tratamento.
Interessados em participar dos testes podem entrar em contato através de [email protected]. Mais detalhes estão disponíveis no site da startup.