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Pecuária de Leite – Porque escolher criação a pasto?

Vacas Jersey pastando em piquetes rotacionados
Investimento na alimentação do rebanho é parte fundamental da produção de leite, alcançando assim equilíbrio entre custo e produção
 
No Brasil, a maior parte da produção de leite é proveniente de animais mantidos em regime de pastagem, pois nosso território conta com clima favorável ao desenvolvimento das forrageiras.
 
A alimentação, apesar de representar a maior parcela dos custos variáveis na atividade leiteira, é responsável também pelo aumento da produtividade.
 
Por isso, o investimento na alimentação do rebanho é parte fundamental da produção de leite, alcançando assim equilíbrio entre custo e produção.
 
O Brasil vem intensificando os sistemas de produção de leite a pasto pela busca na melhoria do potencial genético do rebanho, escolha de forrageiras de alta produtividade, qualidade e manejo adequado, com o objetivo de aumentar a capacidade de suporte da pastagem, da produtividade, reduzir a utilização de concentrados, melhorar a qualidade da pastagem e maximizar o aproveitamento da área.

Vantagens da produção de leite a pasto

Menor custo. Saber aproveitar este recurso da maneira mais eficiente possível nos retorna maior produção por área de pastagem.

Teor de gordura no leite. A produção de ácido acético e butírico (ácidos graxos de cadeia curta) é maior quando a alimentação da vaca é proveniente de dieta com alta inclusão de forragem. E estes ácidos estão diretamente relacionados ao teor de gordura no leite.

Bem-estar animal e ambiência. O sistema de pastagem proporciona maior bem-estar animal. Além disso, sistemas com introdução de árvores (silvipastoril) em pastagens auxiliam na redução do estresse térmico, maximizando a produtividade.

Fatores que afetam a produção de leite a pasto

As forragens estão sujeitas às alterações climáticas, resultando em aumento ou declínio na produtividade, dependendo da época. A época das águas é o momento de aproveitar ao máximo a alta produtividade das pastagens e produzir o litro de leite a um custo mais barato.

A intensificação tem como base a utilização de espécies de elevada produção de matéria seca com alta qualidade. Para intensificar uma área deve-se considerar a fertilidade do solo, declive da área e o manejo. Quanto melhor a fertilidade do solo, menor é o gasto com corretivos no terreno. A conservação do solo e manejo corretos são imprescindíveis para manter uma boa pastagem ao longo dos anos sem causar degradação do solo.

A qualidade do solo pode ser mensurada pela concentração de proteína bruta. Este nutriente é importante para o crescimento animal e produtividade. E, com avanço da idade da planta há redução na concentração de proteína bruta.
 
Produzir a melhor pastagem para os animais, na quantidade correta para alimentar o rebanho, com forragem de qualidade é fundamental para o melhor desempenho possível.

Boas práticas

Pastejo rotacionado. É uma área dividida em piquetes que são pastejados em sequência por lotes diferentes de animais com finalidade de fornecer ao animal forragem de alta qualidade. Ele permite melhor aproveitamento da forragem produzida, pela maior uniformidade de pastejo; aumento na taxa de lotação; aumento da produção de leite por hectare; proporciona períodos regulares de descanso do pasto; auxilia no controle de verminoses e carrapatos no rebanho; melhor ciclagem de nutrientes, devido à distribuição de fezes e urina na pastagem.

Para implantar o sistema rotacionado precisamos compreender que o período de descanso precisa ser estabelecido em relação a espécie forrageira predominante.

Irrigação de pastagem. O uso da irrigação proporciona incremento na produção de matéria seca. Com aumento da produtividade da pastagem conseguimos aumentar também a produção por hectares e a irrigação vem para solucionar um problema de estacionalidade de produção em decorrência de alterações climáticas. 

Adubação de pastagem. Para implantar uma nova forrageira em alguma área ou recuperação de pastagem existente, precisamos fazer a preparação do terreno antes do plantio. As etapas de correção da acidez do solo (calagem), adubação de plantio e adubação de cobertura precisam ser previamente organizadas para correto preparo do solo.

Suplementação com micro e macronutrientes. Precisamos sempre nos atentar à lei do mínimo para nutrição dos animais. Isso significa que precisamos oferecer às vacas todos os nutrientes, evitando assim que haja algum nutriente limitante à produção.

O sistema de produção de leite a pasto tem diversas vantagens, porém, como em todos os ramos da agropecuária, precisa ser planejado e acompanhado de perto, para que o produtor evite perdas e tenha lucro.

Fonte: Attuale Comunicação – Por Letícia de Souza Santos, zootecnista, mestre em Zootecnia.

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