Os sistemas integrados de produção mostram a enorme capacidade do agronegócio de sequestrar carbono e contribuir para a sustentabilidade
Pesquisa realizada conduzida pelo Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA) em quatro estados brasileiros e no Uruguai revelou que propriedades rurais estão removendo mais carbono da atmosfera do que emitindo. A prática, considerada inovadora e sustentável, utiliza sistemas integrados como a integração lavoura-pecuária (ILP), resultando em alta produtividade e benefícios ambientais. Além disso, essas propriedades já veem oportunidades na comercialização de créditos de carbono, ampliando o impacto econômico da prática sustentável.
O estudo envolveu 33 fazendas e cerca de 19 mil hectares e foi conduzido nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e no Uruguai. A análise revelou que essas áreas sequestraram, em média, 0,92 toneladas de CO2 equivalente por ano, totalizando 17.250 toneladas de carbono removidas da atmosfera anualmente.
O segredo para resultados tão expressivos está na adoção de boas práticas, como a rotação de pastagens, adubação eficiente e o uso de tecnologias modernas. A implementação de sistemas como ILP e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), além do plantio direto, contribui significativamente para a redução de emissões e aumento da remoção de gases.
Além de promover um manejo sustentável, a pesquisa revela o potencial das propriedades rurais na comercialização de créditos de carbono. As boas práticas adotadas permitem que os produtores não apenas reduzam as emissões de gases de efeito estufa, mas também gerem créditos ao remover carbono da atmosfera. A possibilidade de transformar a prática em um retorno financeiro foi uma surpresa positiva.
O estudo reforça que a intensificação produtiva pode ser uma aliada tanto para o agronegócio quanto para a preservação ambiental, provando que sustentabilidade e alta produção podem caminhar juntas no campo. O SIA pretende ampliar o número de propriedades monitoradas, incluindo novas fazendas em diferentes regiões do Brasil. O objetivo é não apenas mensurar as emissões, mas também identificar as boas práticas que podem ser replicadas em outras propriedades, contribuindo para a sustentabilidade do agronegócio como um todo.