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Plantio convencional e plantio direto – quais as diferenças?

Lavoura com por do sol ao fundo

Tratam-se de dois tipos diferentes de preparo do solo, que têm suas vantagens e desvantagens, e que justamente por isso, geram opiniões diversas entre os produtores rurais

O preparo do solo é um dos processos mais importantes para a agricultura e, também, uma das fases que exige mais tempo e investimento na produção agrícola. Afinal, um solo bem nutrido e com boas condições físicas é fundamental para a qualidade e a produtividade na lavoura. E é por esse contexto que entender as características do plantio convencional e plantio direto é indispensável.

Tratam-se de dois tipos diferentes de preparo do solo, que têm suas vantagens e desvantagens, e que justamente por isso, geram opiniões diversas entre os produtores rurais. Neste artigo, vamos abordar o que são o plantio convencional e plantio direto e mostrar as diferenças entre esses dois métodos para que você possa escolher o ideal para a sua lavoura. Acompanhe!

O que é plantio convencional

O plantio convencional consiste no uso de práticas tradicionais para o preparo do solo e é, em geral, o método mais utilizado nas hortas domésticas, além de ter muito espaço nas lavouras comerciais. Neste tipo de preparo, toda a vegetação do terreno é removida e a terra é revolvida por meio da aração e da gradagem, técnicas utilizadas para facilitar o crescimento das raízes das plantas.

Plantio convencional com o solo preparado e limpo

Ainda nessa etapa, pode haver a aplicação de cal, para a correção da acidez do solo, e de defensivos agrícolas, para a eliminação de plantas daninhas e outras pragas. Depois disso, ocorre o plantio ou a semeadura e, durante todo o desenvolvimento das plantas, persistem os cuidados com o solo por meio da capina e do uso de defensivos e fertilizantes.

O que é plantio direto

O plantio direto começou a ser difundido na década de 1980 e, hoje, é a alternativa utilizada em boa parte das lavouras comerciais brasileiras. Nesse preparo, a remoção da vegetação presente na área, assim como o revolvimento da terra por meio da aração e da gradagem, são etapas dispensadas, pois a ideia desse método é utilizar os resíduos vegetais como cobertura para o próximo cultivo.

Plantio direto mecanizado na palha

Dessa forma, faz-se um preparo do solo apenas para evitar a compactação, além da aplicação de defensivos agrícolas e cal quando necessário. Depois, os restos culturais são espalhados cobrindo toda a área e, em seguida, abrem-se sulcos onde as sementes e os fertilizantes são depositados e que são fechados após esse processo.

Plantio convencional e plantio direto: vantagens e desvantagens

Como vimos, a grande diferença entre plantio convencional e plantio direto é que o primeiro exige a preparação do solo de forma mais intensiva, enquanto o segundo é conservacionista, mantendo a cobertura morta sobre o terreno. Os dois métodos são muito utilizados no Brasil e têm vantagens e desvantagens, o que demanda muito cuidado na escolha de um deles.

Por exemplo, o revolvimento do solo realizado no plantio convencional aumenta a atividade dos micro-organismos que fazem a mineralização da matéria orgânica, o que é importante para que os elementos naturais estejam ainda mais presentes na terra e, por consequência, disponíveis para as plantas, o que é fundamental para a nutrição delas.

No entanto, esse revolvimento também pode reduzir a fertilidade do solo por causa da lixiviação, um fenômeno em que a terra e seus nutrientes são carregados pela água da chuva, que “lava” o terreno. Além disso, esse tipo de preparo também exige mais manutenção durante o desenvolvimento dos cultivos, já que é necessário fazer capinas constantes para manter o solo limpo.

A umidade do terreno é um fator a ser avaliado para a escolha entre plantio convencional e plantio direto. Como a cobertura morta acaba conservando a umidade do solo, essa técnica não é indicada para culturas que podem ser prejudicadas por essa condição e para áreas com pouca permeabilidade ou clima muito úmido naturalmente.

Plantio convencional X plantio direto na palha

Por outro lado, o uso da cobertura é muito eficiente para controlar a temperatura do solo, reduzir a compactação, a erosão e a lixiviação no terreno e até mesmo para diminuir a infestação de plantas daninhas. Tudo isso faz do plantio direto o sistema ideal para agricultores preocupados em manter a sustentabilidade das suas áreas produtivas.

Em se tratando de custos, o plantio direto tem implementação mais onerosa do que o convencional porque exige a experiência de profissionais qualificados e de máquinas específicas para esse tipo de processo. No entanto, após a implantação do sistema, os ganhos podem compensar o investimento inicial, já que há uma redução significativa das perdas relacionadas às condições do solo.

Vale ressaltar que, para o plantio direto, é fundamental utilizar a rotação de culturas para que haja uma boa quantidade de palhada para o uso na cobertura morta. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o ideal é que exista, no mínimo, 4 t/ha de fitomassa seca. Para ter segurança, é indicado implantar sistemas de rotação com produção de 6,0 t/ha.

Como vimos, a diferença entre plantio convencional e plantio direto impacta em vários fatores para a lavoura. Por isso, é importante analisar bem os prós e os contras de cada método para escolher o mais adequado às espécies cultivadas e às características do terreno e do clima em que você planta.

Com isso, as chances de ter mais produtividade e qualidade no campo só aumentam!

Fonte: Belagro

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