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Pragas mais resistentes desafiam produtividade

Percevejo marron da soja (Euschistus heros)

A receita da agricultura brasileira cresceu 11,6% em 2020. Segundo o MAPA, soja (+19,8%), milho (+13,7%), café (+39,3%), arroz (+12%) e laranja (+9,8%) são os destaques agrícolas do ano

Esse desempenho se completa com o aumento das exportações agrícolas. Entre janeiro e junho foram embarcadas 69,6 milhões de toneladas de soja (aumento de 32,5% sobre igual período do ano anterior). Em receita, o ganho foi de 28,7%, atingindo US$ 23,93 bilhões com produto.

Julio Borges Garcia, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) afirma que o momento da agricultura é muito positivo, porém sempre depende de uma série de fatores e ressalta: “Os desafios das pragas, doenças e ervas daninhas são cada vez maiores, exigindo a ação de soluções mais complexas e inovadoras para proteção das plantas”.

Os defensivos agrícolas ganham um papel importante para a agricultura: evitar a ação dos agentes nocivos, mais resistentes aos agroquímicos, mais agressivos e seletivos. Sem os defensivos, a produtividade seria, em média, 40% menor, ceifando 100 milhões de toneladas de alimentos todos os anos.

Investimento necessário

O uso de defensivos agrícolas é uma potente ferramenta contra pragas, doenças e ervas daninhas, que são implacáveis.

Ferrugem asiática da soja

No 1º semestre de 2020, as pragas estiveram mais agressivas do que nunca. A soja exigiu diferentes mecanismos de defesa para combater uma doença muito agressiva de difícil controle: a ferrugem asiática – o principal desafio fitossanitário da cultura.

Percevejos e ácaros foram os insetos que mais necessitaram de tratamentos e, no caso de ervas daninhas, capim amargoso (Digitaria insularis) e buva (Conyza canadensis – infestante de lavouras de trigo, soja e milho) exigiram modos de ação diferenciados para combatê-los.

Capim amargoso (Digitaria isularis)
Buva (Conyza canadensis)

Em relação ao milho safrinha, foi preciso aumentar o uso de inseticidas para combater cigarrinhas e percevejos, e manchas foliares e ferrugem demandaram mais aplicações de fungicidas.

Quanto ao algodão, a doença mais agressiva continua sendo a ramulária, levando os agricultores a usar mais fungicidas. O manejo de resistência também foi intensificado na primeira metade do ano.

“Os exemplos acima mostram o tamanho do desafio da prevenção e do controle de pragas, doenças e ervas daninhas nas propriedades rurais, assim como reforça o importante papel das novas tecnologias fitossanitárias para ajudar os agricultores a vencer esses desafios”, afirma o presidente do Sindiveg.

Essa crescente exigência de defensivos fez com que no 2º trimestre (abril a junho) a área tratada com defensivos crescesse 9,8%, atingindo 142,4 milhões de hectares – contra 129,8 milhões ha no mesmo período de 2019.

Cigarrinha do milho

O 2º trimestre do ano é o momento de plantio do milho safrinha. Os desafios desta cultura são vários, especialmente lagartas e percevejos. Motivados pelos bons preços do mercado global, os agricultores estão cultivando 14 milhões de hectares, área 3,9% superior à da safra anterior (13,5 milhões ha), aponta pesquisa feita para o Sindiveg”, destaca Julio Garcia. A previsão é colheita de 73 milhões de toneladas.

643,2 milhões de hectares tratados no 1º semestre

Soja (+33%), milho (+29%) e algodão (+18%) puxaram o crescimento da área tratada por defensivos agrícolas no acumulado de janeiro a junho de 2020. Segundo o Sindiveg, no período foram tratados 643,2 milhões de hectares, com crescimento de 6% sobre o 1º semestre de 2019. Em receita, o resultado foi de US$ 6,04 bi (2020) e US$ 5,03 bi (2019).

Quanto aos produtos, no 1º semestre de 2020 os inseticidas representaram 36%, os fungicidas 33% e os herbicidas 22%.

Fonte: Sindiveg

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