O milho é o principal insumo na produção de carne e ovos e seu preço dobrou desde o ano passado, chegando a custar mais de R$ 100 a saca de 60 quilos
A utilização de grãos que eram utilizados para baratear a alimentação animal precisa ser avaliada na cadeia produtiva e a valorização dos insumos, como o milho, principalmente, deve ser analisada e otimizada para que seu impacto seja o mínimo possível na produtividade e rentabilidade.
Com a pandemia, grandes e médias indústrias reduziram o peso e a quantidade de animais abatidos para fazer frente à crise que atinge o setor.
Então, fique ligado em algumas dicas que podem lhe ajudar!
Processamento dos grãos
Aumentar a conversão alimentar dos animais é o primeiro passo. A digestibilidade dos nutrientes nunca é de 100%. Ela pode ser, dependendo do nutriente, de 60% a 80%, mas nunca 100%. Portanto, há sempre uma pequena margem que não é aproveitada. Para otimizar este processo de digestabilidade, o produtor pode usar enzimas e prestar atenção ao processamento dos grãos.
Aves precisam de alimentos grossos, de partículas grandes. Ao moer o alimento, o produtor está prejudicando o aproveitamento dos nutrientes do milho ou da soja nas aves. Para suínos e bovinos, a lógica é a oposta.
ATENÇÃO! Avalie a qualidade de moagem das rações. Os alimentos devem ter um tamanho de partícula compatível com o que o animal precisa.
A moagem adequada dos grãos pode representar uma economia de até 30 Kg de ração por animal, podendo fazer a diferença entre o prejuízo e o lucro da operação.
Tecnologia nutricional
Existem diversas tecnologias disponíveis no que tange às enzimas e que permitem melhorar o aproveitamento da ração. A economia com a utilização destes insumos pode chegar a até US$ 5 por tonelada de ração.
O uso desses produtos, contudo, exige conhecimento técnico. Embora sejam seguros para os animais, a dosagem errada pode gerar desperdício e comprometer o retorno financeiro.
Às vezes, o produtor pequeno é muito empírico, ele não faz esses ajustes técnicos e aí não consegue extrair o valor disso. Com isso, o que poderia resultar numa economia de R$ 50 a R$ 70 por tonelada acaba resultando em praticamente zero.
Desperdício zero
Com a saca milho custando mais de R$ 100, qualquer pequena perda nas granjas pode representar prejuízos significativos na propriedade. Ajustes básicos na estrutura das granjas podem ajudar a reduzir o desperdício desses insumos.
O que evitar? Acúmulo de alimento no comedouro, por exemplo. Com isso, o animal acaba jogando muito alimento para fora e, uma vez no chão, ele normalmente é perdido.
No caso de aves, a recomendação é que o produtor coloque a ração somente até metade da altura do prato.
Para suínos, além da quantidade de alimento, é preciso umedecer a ração ou dar condições para que os animais o façam deixando a água próxima do comedouro.
Sanidade
Uma vez doentes ou feridos, o organismo dos animais tende a direcionar os nutrientes para fortalecer o sistema imune ou reconstruir a musculatura de alguma lesão, por exemplo.
ATENÇÃO! Vale a pena manter um bom programa de sanidade animal mesmo que, para mantê-lo, seja preciso reduzir o rebanho.
Reduzir o ritmo
Depois de todas estas medidas, é o momento de avaliar a redução do ritmo de engorda e do peso de abate dos animais.
No caso da velocidade da engorda, o produtor pode fazer a redução da densidade nutricional da ração substituindo o milho e a soja por ingredientes mais em conta como derivados de algodão, citros ou arroz.
ATENÇÃO! Reduzir a densidade nutricional na faixa de 5% a 10% pode baratear a ração na faixa de 20%!!!
Animais mais novos e mais leves conseguem ter um ganho de peso por quilo alimento ingerido mais interessante, mas ficam cada dia mais caros para serem produzido. A redução de 16% no peso de abate dos animais pode representar até um quilo de ração por quilo de carne produzida, mas é uma alternativa. Tudo tem que ser avaliado na ponta do lápis.
Então, planeje, recolha dados, avalie, adeque, escolha dados, adeque… Sempre em busca de qualidade, produtividade e rentabilidade.
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