A pena para os produtores indiciados pode atingir até quatro anos de prisão, acompanhada por uma multa de R$ 2 milhões
A morte de quase 9 milhões de abelhas em Bela Vista de Goiás e Silvânia, na região Sul de Goiás, resultou no indiciamento de três produtores rurais. A Polícia Civil acredita que o uso irregular de agrotóxicos em lavouras próximas aos apiários foi a causa da mortandade.
A Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) constatou que as colmeias onde as abelhas foram encontradas mortas ficam próximas a plantações de soja e sorgo. Os produtores rurais não tiveram os nomes divulgados. A pena para os produtores indiciados pode atingir até quatro anos de prisão, acompanhada por uma multa de R$ 2 milhões.
Segundo a Polícia Civil, o defensivo agrícola apontado como responsável pelas mortes das 9 milhões de abelhas é o fipronil. Em dezembro de 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou a restrição do uso do inseticida, classificado como altamente tóxico para as abelhas. Usado na soja e outras culturas, o fipronil é um produto químico que atua no sistema nervoso dos insetos, causando sua morte.
O fipronil pode causar danos às abelhas. Esses danos podem levar à sua morte, diminuição da produção de mel e redução da diversidade de espécies. Em 2012, as autoridades brasileiras proibiram inicialmente a aplicação aérea do fipronil no país. A nova restrição, anunciada em dezembro, proíbe a aplicação do produto nas folhas e flores das plantas.
A Food and Agriculture Organization (FAO), órgão das Nações Unidas para a alimentação e agricultura, afirma que as abelhas são um elemento imprescindível para a segurança alimentar. A FAO estima que 85% das plantas com flores dependem dos polinizadores.