O principal objetivo do MAPA e da FAO é fortalecer o sistema cabruca e beneficiar cerca de 3 mil produtores rurais no sul da Bahia
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançaram um projeto que promete revitalizar as lavouras de cacau e impulsionar a conservação da Mata Atlântica.
Batizado de “Conservação da Mata Atlântica com manejo sustentável de paisagens agroflorestais de cacaueiros”, a iniciativa recebeu um investimento de U$ 4,7 milhões.
O principal objetivo é fortalecer o sistema cabruca — método agroflorestal que utiliza árvores nativas como sombra para o cultivo de cacau — e beneficiar cerca de 3 mil produtores rurais no sul da Bahia.
Além disso, o projeto busca conservar a Mata Atlântica e transformar 1,6 milhão de hectares de paisagens na Bahia, revitalizando 50 mil hectares de lavouras de cacaueiras. Espera-se que isso resulte em maior produtividade, rentabilidade e qualidade do cacau, gerando um impacto positivo para os produtores rurais e o meio ambiente.
Segundo Lucimara Chiari, diretora da Ceplac, o projeto é promissor para a região cacaueira do sul da Bahia, pois possibilitará aos cacauicultores produzirem de forma sustentável, preservando a paisagem e a biodiversidade local, além de aumentar a produtividade, rentabilidade e qualidade do fruto. O objetivo é gerar um impacto socioeconômico e ambiental positivo na região.
Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil, destaca a importância da cooperação entre todos os envolvidos no projeto e ressalta que sua realização coincide com o início da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas. Ele também enfatiza o papel fundamental dos agricultores, especialmente das mulheres rurais, na produção de cacau sustentável e na conservação da floresta.
Para promover um planejamento adequado, o Mapa e a FAO realizaram o Seminário de Construção Coletiva do Projeto GEF-Cabruca em Ilhéus (BA), reunindo autoridades, produtores rurais, representantes do setor privado, ONGs, institutos de pesquisa, universidades, cooperativas, indústrias e comerciantes ligados à cadeia de valor do cacau.
O objetivo do encontro foi identificar os desafios, demandas e potencialidades da região, adaptando as ações do projeto à realidade local.