Holandeses avançam no cenário pós-pandemia e propõem um modelo econômico baseado no decrescimento
Acadêmicos holandeses propõe em curto e claro manifesto uma mudança do paradigma econômico mundial depois da crise da pandemia de covid-19.
A nota foi publicada por El Clarín, Chile, em 27-04-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Aparentemente a Holanda é o país que com mais força está tomando o desafio de reestruturar sua economia a partir do que nos vivemos no presente. Nesse contexto, 170 acadêmicos holandeses escreveram um manifesto em cinco pontos para a mudança econômica pós-crise da covid-19, baseado nos princípios do decrescimento:
- Passar de uma economia focada no crescimento do PIB, a diferenciar entre setores que podem crescer e requerem investimentos (setores públicos críticos, energias limpas, educação, saúde) e setores que devem decrescer radicalmente (petróleo, gás, mineração, publicidade, etc.).
- Construir uma estrutura econômica baseada na redistribuição. Que estabeleça uma renda básica universal, um sistema universal de serviços públicos, um forte imposto sobre a renda, ao lucro e à riqueza, horários de trabalho reduzidos e trabalhos compartilhados, e que reconheça os trabalhos de cuidado.
- Transformar a agricultura com uma concepção regenerativa, baseada na conservação da biodiversidade, sustentável e estabelecida em produção local e vegetariana, ademais de condições de emprego e salário justas.
- Reduzir o consumo e as viagens, com uma drástica mudança de viagens luxuosas e de consumo desenfreado, a um consumo e viagens básicas, necessárias, em níveis sustentáveis e satisfatórios.
- Cancelamento da dívida. Especialmente de trabalhadores e donos de pequenos negócios, assim como de países do Sul Global (tanto a dívida a países como a instituições financeiras internacionais).