Triste constatar, mas pesquisadores da Universidade de Strathclyde (Escócia) e da Universidade de Toulouse (França) identificaram microplásticos na maresia — brisa que tem origem no mar
Vai por terra a hipótese mais aceita na comunidade científica de que, uma vez no oceano, as partículas de plástico não saem mais de lá.
Equação que não fechava
O plástico chega ao mar pelos rios. Uma parte fica flutuando pelas correntes, enquanto outra parte afunda e se sedimenta. Mas existe uma quantidade perdida que “desaparecia” e nunca foi detectada.
A pesquisa, publicada no jornal Plos One, apresenta a teoria de que o material sai do mar em bolhas — “como o que você sente ao aproximar um copo de refrigerante do nariz”, ilustraram os autores.
O microplástico é o resultado do lixo plástico, como sacolas ou garrafas. Nem sempre é visível a olho nu. As partículas encontradas nas amostras coletadas no litoral francês tinham entre 5 e 140 micrômetros de comprimento.
Os cientistas calculam que, em escala mundial, a brisa marítima pode transportar até 136 mil toneladas de plástico para o litoral todos os anos!
Plástico flutuando pelo ar que respiramos
Estudos anteriores feitos nos Montes Pirineus, entre a Espanha e a França, já haviam comprovado que o vento pode carregar as partículas por longas distâncias.
Milhões de toneladas de plástico são jogadas no oceano todos os anos. Mas a pesquisa mostra o que já ouvimos de nossos ancestrais há tempos: a natureza é sábia. E nos compensará com o que fizermos com ela. O oceano está nos devolvendo o mal que praticamos com ele.