A expectativa é poder acessar novos mercados, ganhar clientes em todo território nacional e continuar mostrando a cultura e a história gaúcha
Produtores gaúchos já podem comercializar, em todo o país, seus queijos graças a obtenção do Selo Arte. A expectativa é de que essas queijarias possam acessar novos mercados, ganhar clientes em todo território nacional e que possam continuar a mostrar a cultura e a história do Rio Grande do Sul através do saber fazer que é passado de geração para geração.
A Queijaria Fendt, de São Borja/RS, é uma das marcas que já receberam a certificação. A produtora Daniela Fendt conta que anteriormente só contava com o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e que por isso só conseguia comercializar o produto em feiras locais. Com a catástrofe climática que acometeu o Rio Grande do Sul, esses espaços de comercialização foram cancelados ou transferidos.
Foi então que os produtores, com apoio do Sebrae e outras instituições, passaram a pleitear ao Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) liberação para comercializar os queijos em outros estados. Como resposta, o governo federal publicou a Portaria SDA/Mapa 1.114, de 15 de maio de 2024, autorizando o ingresso e comercialização de produtos de origem animal do Rio Grande do Sul, em caráter emergencial, durante o prazo de 90 dias.
Agora esses produtores podem vender seus produtos para todo o Brasil. Com a certificação estão escrevendo um novo capítulo na nossa história. A Queijaria Fendt está no processo para a certificação do doce de leite e do queijo autoral Lindeiro. Assim como a Fendt, novas queijarias do estado ainda poderão obter o selo. Além das artesanais, a iniciativa também estende o selo para as agroindústrias de produtos de origem animal, desde que cumpram os requisitos do Mapa, mantendo sua singularidade e as características tradicionais, culturais ou regionais do produto.
Dentro das diversas ações do Sebrae para recuperação dos pequenos negócios, algumas consultorias foram disponibilizadas gratuitamente através da plataforma Unio. Através dessas consultorias os produtores de queijos e doces de leite artesanais tiveram toda a documentação montada e encaminha para a obtenção do Selo Arte.
Conforme o Sebrae-RS para ser considerado artesanal, o produto precisa ser registrado (estar legalizado junto à inspeção), a matéria-prima ser própria ou de origem determinada, o processo ser feito por quem o domina (ex.: o produtor consegue pegar o leite e transformá-lo em queijo maturado) e ter um vínculo com o território. O Selo Arte é uma política pública federal que iniciou suas publicações (ferramentas legais) em 2018 e que visa dar livre comércio aos produtos artesanais brasileiros.