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Queijo Minas Artesanal

Uma das principais referências da identidade cultural de Minas Gerais, os queijos artesanais têm grande impacto na economia, no turismo e na gastronomia do estado. São 15 regiões oficialmente reconhecidas como produtoras dos queijos artesanais, porém, a produção é muito mais ampla. A estimativa é que a atividade envolva cerca de 30 mil produtores em todo o estado. A movimentação financeira com as vendas gira em torno de R$ 6 bilhões ao ano.

Entre as variedades de queijos reconhecidas estão o Queijo Minas Artesanal (QMA) e o recém-reconhecido Requeijão Moreno. Há ainda os queijos do Vale do Suaçuí, queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha, Alagoa e Mantiqueira de Minas. Do total de 15 regiões, a maior parte (10 regiões) é produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA). Conforme a Seapa, as regiões produtoras do QMA seguem uma série de procedimentos indicados por uma receita tradicional.

As 10 regiões produtoras de QMA
As 10 regiões produtoras de QMA

Para ser um QMA, obrigatoriamente, é necessário ter produção própria, com utilização de fermentação natural (pingo), com prensagem manual, sem aquecimento da massa e com maturação. Assim, no estado, produzem o Queijo Minas Artesanal as seguintes regiões: Araxá; Canastra; Campos das Vertentes; Cerrado; Serra do Salitre; Serro; Triângulo Mineiro; Serra da Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade ao Caraça. As demais cinco regiões já caracterizadas – Vale do Suaçuí, Serra Geral, Jequitinhonha, Alagoa e Mantiqueira – são caracterizadas, então, como produtoras de outros tipos de queijos artesanais, chamado Queijo Artesanal de Minas (QAM). Nessas 15 regiões existem 4.340 famílias que produzem queijos artesanais.

Símbolo da gastronomia e um dos grandes motores da economia de Minas Gerais, o queijo artesanal gera emprego e renda para milhares de famílias em centenas de municípios do estado. Além disso, o produto tem sido um atrativo turístico e gastronômico. O produto além de ser uma expressão cultural mineira, tem grande importância econômica e social para Minas Gerais. Socialmente, os produtores se agrupam em associações que fortalecem o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva.

Os queijos artesanais para Minas Gerais são muito mais que um produto da economia. Eles têm ganhado uma valorização muito grande na parte cultural e de turismo após ter sido reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), proporcionando ao produto que já era conhecido aqui e fora, muito mais destaque.

Queijo Minas Artesanal movimenta a cultura e o turismo de Minas Gerais
Queijo Minas Artesanal movimenta a cultura e o turismo de Minas Gerais

A produção dos queijos têm atraído turistas, pois as pessoas têm um apreço muito grande pelo turismo, pela gastronomia, por conhecer os locais onde a produção acontece. Em Minas, a produção de queijos está relacionada com as regiões históricas ou com características de natureza muito bonitas. São exemplo a região da Canastra, do Serro, Diamantina, a Mantiqueira. Esse processo é muito importante pois diversifica a renda dos produtores, proporcionando um ganho complementar com o turismo.

Os queijos produzidos em Minas Gerais têm ganhado destaque no cenário internacional, conquistando muitos prêmios, principalmente na Europa, o que tem valorizado ainda mais a a produção local. Na última edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, realizada em setembro de 2023 em Tours, na França, os queijos mineiros conquistaram 43 medalhas das 81 conquistadas por queijos brasileiros. Ao todo, os produtores mineiros ganharam 10 medalhas de ouro, 17 de prata e 16 de bronze.

Queijo Minas Artesanal vem se consagrando internacionalmente
Queijo Minas Artesanal vem se consagrando internacionalmente

Com a conquista de prêmios e a relevância, a produção dos queijos artesanais em Minas têm despertado a atenção do mundo e estimulado iniciativas que valorizam a produção. Exemplo disso é o Centro de Referência do Queijo Artesanal (CRQA), localizado em Belo Horizonte. O CRQA e o Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias (INHAC) integram um espaço cultural e gastronômico inédito no país. O espaço multiuso valoriza a cozinha mineira, seus saberes e sabores, com o foco no queijo artesanal, um patrimônio imaterial do estado. A unidade conta com a Exposição Permanente sobre o Queijo Artesanal e loja colaborativa com produtos mineiros de excelência. Há ainda a primeira biblioteca do estado dedicada à gastronomia, anfiteatro para eventos diversos, área de convivência e sala de aula completa com cozinha didática.

O queijo mineiro é um produto de excelência e importante ferramenta para enaltecer a gastronomia brasileira para o mundo. Existe uma grande expectativa para este ano do reconhecimento pela Unesco do modo de fazer o queijo artesanal como Patrimônio da Humanidade. A candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco foi oficializada em 2022 e reforçada no ano passado pelo Governo de Minas. Se confirmado, este será o primeiro produto da cultura alimentar do Brasil a ter o título.

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