A raça tem avançado com a análise genômica e a avaliação na Fazenda Mangabeira revela resultados notáveis em condições desafiadoras
A raça Santa Gertrudis obteve resultados impressionantes na quarta edição da prova de desempenho a pasto, realizada no Nordeste em parceria com a Embrapa Geneplus. O evento, que aconteceu na Fazenda Mangabeira, localizada em Japaratuba, a 55 km de Aracaju, SE, demonstrou a eficiência da criação totalmente a pasto, mesmo em um ambiente semiárido e desafiador.
Com duração de 8 meses, a prova contou com a participação de 75 animais, entre machos e fêmeas, e avaliou diversos aspectos cruciais para a pecuária de corte. Ao final, os animais apresentavam uma média de 18 meses de idade. A avaliação não se restringiu à análise fenotípica. Além dos dados de melhoramento genético, foi utilizada tecnologia de ultrassom para medir precocidade, marmoreio, rendimento e acabamento de carcaça, proporcionando uma visão detalhada do desempenho dos animais. Para os técnicos, a precocidade é essencial para aumentar a produtividade e lucratividade dos clientes.
A importância da avaliação contínua desde a desmama até o sobreano. Para a raça Santa Gertrudis, voltada para a produção de carne, o desempenho, ganho de peso, fertilidade e qualidade da carcaça são fundamentais. A prova fornece acompanhamento e orientação aos criadores, ajudando na tomada de decisões para o melhoramento genético e na aplicação de técnicas de seleção e acasalamento.
Os técnicos elogiaram a eficiência dos touros em campo, destacando o ótimo libido, capacidade de caminhar longas distâncias, resistência a altas temperaturas e menor suscetibilidade a carrapatos. A prova demonstrou que a raça tem um desempenho excepcional mesmo em condições adversas.
Além das avaliações de carcaça realizadas com ultrassom, a prova incluiu análises detalhadas do estado reprodutivo das fêmeas e a mensuração da circunferência escrotal dos machos. Essa análise é crucial para identificar futuras matrizes e reprodutores de alto desempenho. Os resultados foram notáveis, especialmente considerando que os animais foram criados a pasto. Machos apresentaram 101 cm de Área de Olho de Lombo (AOL), e fêmeas mostraram 7 cm de Espessura de Gordura Subcutânea (EGS) e 4,7 de marmoreio, evidenciando um desempenho excepcional. Os criadores buscam fêmeas equilibradas com boa EGS, pois esse índice está relacionado à precocidade da reprodução.
A evolução genética da raça tem avançado com a análise genômica para potencializar indivíduos e replicar características produtivas. Foi realizada a análise do genoma em 2018 e os dados estão sendo atualizados agora nessa avaliação. O objetivo é multiplicar animais que destacam o diferencial do Santa Gertrudis, produzindo carne de qualidade com rusticidade.