Os suinocultores brasileiros passam a olhar o bem-estar animal como fundamental na cadeia produtiva
A preocupação dos suinocultores com o manejo correto em todas as fases da cadeia e com uma maior segurança no transporte de animais tem por objetivo minimizar lesões, doenças ou estresse dos animais.
O bem-estar animal implica em um estado de conforto físico, mental e fisiológico, está relacionado com:
- possibilitar que os animais exerçam a rotina da sua espécie sem estresse causado por medo, fome, sede, calor ou frio,
- garantir um ambiente saudável e seguro,
- reduzir a possibilidade de qualquer tipo de dor,
- restringir situações que possam causar medo ou sofrimento ao animal durante todas as fases da cadeia produtiva,
- permitir a expressão de comportamentos naturais dos animais,
- redução da restrição ambiental pelo uso de gaiolas,
- manejo correto,
- transporte seguro e
- abate adequado.
Com este pensamento, a busca por melhores práticas está se intensificando. Isto passa também pela conscientização da agroindústria e pela preocupação em atender à cadeia consumidora, cada dia mais exigente ao escolher o que consome.
Capacitação
Cada vez mais, os produtores exigem que suas equipes de produção das granjas, dos transportadores e dos abatedouros estejam mais e mais capacitados para adotar as melhores práticas de manejo.
Legislação contribui para o bem-estar animal
A Constituição prevê a proteção da fauna e da flora nacionais, sendo vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.
Além disso, há as normas administrativas da saúde animal e das boas práticas elaborados pelo MAPA, assim como as normas do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que determinam os cuidados por parte dos profissionais e regulamentam suas orientações para os produtores e trabalhadores da suinocultura.
E não podemos esquecer das leis da esfera criminal, como a lei de crimes ambientais, para punir aqueles que ferem, mutilam, abusam ou maltratam os animais.
Instrução Normativa 113
O Brasil estabeleceu, em dezembro de 2020, a Instrução Normativa (IN) 113 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o primeiro conjunto de normas relacionadas ao bem-estar animal da cadeia produtiva de suínos.
Em seus 54 artigos, o documento contempla tanto instalações quanto práticas de manejo, com orientações alinhadas às diretrizes da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) para a produção de suínos.
Além do respaldo que a Instrução Normativa dá às exportações do setor, ela também fortalece o monitoramento das boas práticas na produção, como o estabelecimento da inspeção diária dos animais.
Este monitoramento, mesmo que não fosse amparado por lei, traz muitos benefícios ao suinocultor, entre eles, a identificação de doenças precocemente, permitindo agir preventivamente, e consequentemente não impactando de forma severa na produtividade e rentabilidade do negócio.
Processos para atingir o bem-estar animal:
- Garantir boa alimentação,
- Promover a saúde dos animais,
- Garantir um ambiente adequado e
- Permitir os comportamentos apropriados à espécie.
Estes processos garantem um bom desempenho zootécnico e produtivo, garantindo também a saúde do seu empreendimento. Além disso, animais menos estressados possibilitam um manejo mais simples, minimizando os riscos para os profissionais que trabalham com eles.
Abate humanitário
O abate sempre foi um momento de muito estresse para o animal. Por isso, os suinocultores brasileiros adotam o abate humanitário, que envolve uma série de cuidados no manejo pré-abate. Como procedimentos de transporte e manejo no estabelecimento bem realizados, é possível reduzir muito o estresse agudo. FOTO TRANSPORTE
É importante, então, não gerar estresse e sofrimento desnecessários, conceder um transporte seguro e mais curto possível, um ambiente que permita saciar a sede e o descanso ao desembarcar no estabelecimento de abate, uma condução calma e em pequenos grupos, uma contenção que não machuque e não cause reações de luta/fuga, insensibilização que promova a perda de consciência imediata para que o animal não sinta dor e nem angústia, e uma sangria eficiente, que promova uma perda de sangue o mais rápido possível gerando a morte sem que o animal retome a consciência.
E aí? Você está seguindo estas instruções? Se não está, você está colocando em risco sua produção e e seu negócio. Pense nisso! São ações fáceis de garantir ao seu animal e que colocarão sua empresa em um patamar mais alto na cadeia de consumo!
Leia também:
Suinocultura – Parasitas representam redução de 40% no ganho de peso
Suinocultura – Tratamento de enfermidades via água de bebida