Saiba como transformar sua criação de porcos caipiras numa atividade barata, com opções criativas e simples de estrutura e com alimentação de custo baixo
A lida com um pequeno plantel de porcos é uma prática de subsistência dos agricultores familiares e o manejo correto e criativo do animal em propriedades de poucos hectares pode ser uma fonte de renda para os criadores.
O suíno não demanda muito investimento para se desenvolver e, ao mesmo tempo, apresenta alta produtividade, oferecendo uma excelente oportunidade de empreendedorismo rentável para o produtor.
A disponibilidade de piquetes com boas condições de vegetação, secos e sem áreas úmidas ou alagadiças, já é um bom começo para uma atividade que requer poucos cuidados e tem baixo custo.
Além de ser fácil de criar por sua docilidade, o porco ainda tem a capacidade de enriquecer a terra onde vive, devido ao hábito de remover o solo, permitindo a introdução de adubo em camadas mais profundas. Outro fator é que suas dejeções auxiliam na restituição de elementos de valor para a fertilidade. Com esse processo, o produtor ainda estará colaborando com o ambiente, visto que não serão despejados dejetos dos suínos em rios e córregos.
Medidas para garantir o êxito na criação
- As instalações e equipamentos devem ser eficientes, a alimentação adequada e a proteção do rebanho contra enfermidades assegurada.
- Os animais precisam ser de boa genética e procedência, condição fundamental para obter os benefícios da rapidez com que os porcos se multiplicam e atingir plantéis uniformes, de elevada precocidade, com grande rendimento.
- Caso algum animal demonstre sinais de doença, isole-o imediatamente para tratamento. Apesar de resistentes, a administração de vermífugos periodicamente, e de acordo com o peso vivo, é necessária, devido ao contato que têm com o solo. O acompanhamento de um médico-veterinário é importante para orientar sobre as vacinas exigidas.
- Uma estrutura em desuso pode ser uma opção para adaptar o manejo e baratear os gastos. Madeiras, tijolos, telhas e outros materiais podem ser aproveitados para levantar baias, construir cochos e comedouros, além de fazer coberturas nos mangueiros, a fim de proteger os porcos de chuvas intensas e sol forte.
ATENÇÃO! A simplicidade do ambiente não importa, porém, mantê-lo bem higienizado é essencial para conseguir um empreendimento bem-sucedido.
Conheça algumas características das raças
O principal atributo para um porco na atividade de criação é ser precoce.
Entre as raças brasileiras, a piau de alta rusticidade gera número elevado de leitões por parto e tem dupla aptidão, fornecendo carne e banha.
Já a nilo-canastra também é rústica e indicada para o sistema de engorda a campo. A fêmea é boa parideira, gerando de seis a oito filhotes por ninhada e produz muita banha e toucinho.
A piratininga também apresenta bom rendimento em gordura dotada de toucinho de excelente qualidade. Adapta-se bem em pastoreio e em pocilgas.
O caruncho é a raça que pesa menos e de fácil aceitação em relação à variedade de alimentos, embora seja grande produtora de banha.
Instalações
Condições adequadas são essenciais para a criação, mesmo sendo os porcos animais robustos. Os suínos conseguem viver sob qualquer clima, porém, não gostam de temperatura e de umidade do ar elevadas.
Em locais frios, é recomendado utilizar cortinas nas instalações e, em lugares quentes, equipamentos de ventilação. Em piquetes, é importante haver sombreamento, que pode ser fornecido com o plantio de árvores.
A pocilga (ou chiqueiro) pode ser erguida com materiais existentes na propriedade ou utilizando uma construção ociosa, mas certifique-se de que esteja voltada para a direção leste-oeste, proporcionando abrigo à insolação e bom arejamento.
Melhor se o terreno tiver um leve declive, para facilitar a drenagem da água e a movimentação dos porcos. Utilize piso de cimento com pequena inclinação, sem ser muito áspero ou liso, para evitar escorregões ou desgaste dos cascos.
Alimentação
A nutrição dos animais tem grande impacto no custo de produção, podendo chegar a 80% do total!!
Planeje tudo para que a alimentação seja racionalizada e estabelecida de acordo com a idade, fase da criação e finalidade dos animais.
Os criadores podem reduzir gastos, produzindo milho ou outro ingrediente na propriedade ou ainda obter produtos alternativos em substituição ao milho e ao farelo de soja. O acesso dos animais a pastagens também contribui para o bom resultado da atividade.
Reprodução
Deve ser iniciada com a aproximação das fêmeas, a partir do segundo ou terceiro cio, e do reprodutor ainda em áreas separadas. Junte os animais somente para cobertura. Recomenda-se fazer duas a três coberturas por cio, com intervalo de 12 horas.
Depois de 114 dias de gestação, nascem de sete a 12 leitões, que desmamam entre 30 e 45 dias. A ração deve ser introduzida desde os dez dias.
Siga estas dicas e faça experiências na sua criação. Seja criativo. Ouça a experiência de outros criadores. Pesquise. Procure orientação técnica. É possível ter um ganho muito bom com este tipo de criação. Fique atento!