Está disponível a tecnologia que escaneia o úbere e pode detectar a formação de mastite com bastante antecedência
Cinquenta anos atrás, seria inédito um fazendeiro poder ordenhar vacas com um robô ou vigiar o rebanho do escritório ou residência. No entanto, esses conceitos também são agora uma realidade e desempenham um papel importante na administração de fazendas de gado e suínos em todo o mundo. Se você tivesse dito a um fazendeiro décadas atrás que ele seria capaz de escanear os úberes de uma vaca em busca de doenças com um tablet ou ter uma tecnologia que pudesse reconhecer cada animal individualmente, seria impossível acreditar. Mas hoje é perfeitamente possível.
As infecções do úbere são um flagelo para a indústria de laticínios e custam bilhões de dólares aos produtores em todo o mundo em tratamentos e produção perdidos. Tradicionalmente, as infecções do úbere, como a mastite, só eram detectadas quando o ordenhador as encontrava ao retirar as tetas na ordenha. Era tarde demais, pois aquela vaca teve que ser tratada e retirada da produção. Agora está disponível uma tecnologia que escaneia o úbere e pode detectar a formação de mastite com bastante antecedência.
A EIO Diagnostics, com sede no Canadá, desenvolveu um sistema que escaneia o úbere com um scanner montado na sala de ordenha ou por meio de um tablet portátil. O sistema UdderHealth™ Mastitis combina imagem avançada e aprendizado de máquina para fornecer detecção em tempo real de mastite sem tocar no leite ou na vaca. Esta é uma solução ideal para produtores que buscam aumentar a automação para reduzir a mão de obra e os custos associados à detecção de mastite, ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade do leite.
A empresa usa uma técnica conhecida como imagem multiespectral, que detecta anormalidades no úbere à medida que elas se formam. Os animais afetados por patógenos nocivos, mesmo em níveis de contagem de células somáticas (SCC), geralmente considerados subclínicos, podem ser identificados pelos agricultores. Ser capaz de identificar uma infecção por Staphylococcus aureus, mesmo quando um teste padrão de SCC mostra níveis abaixo de 200.000, oferece aos agricultores uma ferramenta eficaz para aumentar a saúde do rebanho e minimizar as perdas de produção. A instalação do equipamento é simples e a sensibilidade dos sensores e a análise avançada de dados indicam que o sistema pode identificar a mastite em estágio inicial antes que o ordenhador veja sinais de infecção no úbere ou no leite.
Um dos cérebros por trás do sistema de detecção é Cory Spencer, que iniciou a EIO nos celeiros da The Happy Goat Cheese Company, de sua propriedade no Vale Cowichan, no Canadá. Spencer é um desenvolvedor full-stack (profissional multitarefa que cobre várias frentes na área de TI, pois pode trabalhar com diferentes linguagens) e queijeiro de leite de cabra. Ele teve um problema de mastite em uma de suas 100 cabras. Em parceria com seu vizinho tecnológico da vida rural e atual sócio, Damir Wallener, desenvolveram a ferramenta. Wallener é o CEO da empresa. Ao escanear um úbere, a tecnologia faz medições de várias partes do espectro que passam por um modelo matemático complexo, gerando um sinal de aprovação ou reprovação. O sistema proporciona:
- Reduzir os custos de trabalho e tratamento.
- Eliminar erros de fadiga humana.
- Reduzir os tempos de tratamento e o uso de antibióticos.
- Proteger a produção e a qualidade do leite.
A tecnologia combina sensor avançado e aprendizado de máquina para detectar sinais de infecção dias antes de haver indicações físicas no úbere ou no leite. Os resultados são fornecidos em menos de um segundo sem a necessidade de amostras do leite ou da vaca, e um sinal é fornecido instantaneamente que se integra ao fluxo de trabalho da fazenda.