Ribeirão Preto (SP), famosa pela produção de chope, experimenta sistema de produção de uvas, adaptando, validando e refinando práticas de agricultura de precisão (AP) para a vitivinicultura
A Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP) iniciou um projeto de inovação aberta com a Vinícola Terras Altas (https://www.vinicolaterrasaltas.com.br/), localizada no distrito de Bonfim Paulista, para a determinação de zonas de manejo em vitivinicultura. A unidade já vinha desenvolvendo outros projetos para aplicação de AP em vinícolas de Itobi e Espírito Santo do Pinhal, ambas no interior paulista.
Durante trinta e seis meses, a pesquisa pretende determinar a variabilidade espacial de atributos do solo e da planta para propor um manejo diferenciado de práticas agrícolas como a irrigação, amostragens de bagas para avaliação, colheita diferenciada em função do vigor das plantas, caracterizar os vinhos produzidos e determinar a relação entre atributos do solo, planta e vinho.
Segundo os pesquisadores, a agricultura de precisão pode contribuir, de forma efetiva, na qualidade das uvas e do vinho brasileiro. O desafio envolve uma região com alta temperatura durante o dia e mais baixa à noite, garantindo uma amplitude térmica desejável, além de apresentar solo com características diferentes, numa área dominada pela cana de açúcar.
Todo o trabalho que está sendo feito, no final, vai servir para detectar as áreas onde há melhor resposta de qualidade da uva para o processo de vinificação, com isso, serão mapeadas as melhores áreas do vinhedo. Além disso, o projeto visa promover colheitas seletivas e tirar produtos de melhor qualidade, a Terras Altas já colocou no mercado a primeira safra do vinho com a variedade Syrah e as 1800 garrafas esgotaram em menos de 15 dias. Agora prepara a nova colheita, realizada durante o inverno, em vez da colheita no início do ano, como ocorre, por exemplo, na Serra Gaúcha – a técnica é chamada “dupla poda” ou “poda invertida”, pois altera o ciclo produtivo da videira.